Acauan escreveu:André escreveu:RicardoVitor escreveu:André escreveu:Se for democraticamente escolhido não há qualquer imposição.
Peraí, leia novamente. Você não entendeu o que eu quis dizer.
Entendi sim, e se for decidido pela maioria não é uma imposição autoritária. Somente se vc entender que ai maioria estaria impondo a uma minoria. O que colocaria vc contra a Democracia no que tange o princípio da maioria.
É um absurdo afirmar que "se foi decidido pela maioria não é uma decisão autoritária" pois nada impede que uma maioria decida oprimir as minorias.
João Luiz Mauad no artigo "Desmistificando a Democracia" lembra que a partir do momento que se dá à maioria o poder absoluto de decisão, nada impede que 51% de uma população decida pela escravização ou extermínio dos outros 49%.
Cita o exemplo da Alemanha onde Hitler subiu ao poder pelo voto popular, mesmo deixando clara e explícita sua política racista, discriminatória, autoritária e expansionista.
Em origem e princípio a democracia ocidental moderna não é majoritarista, no sentido de referendar o poder da maioria, razão pela qual é representativa e não direta, entendendo que o objetivo da democracia é garantir liberdade e justiça para todos, através de propostas políticas votadas pela maioria.
Fica claro neste princípio que é proibido às maiorias votar contra a liberdade e a justiça de quem quer que seja.
A restrição ao poder das maiorias é necessária para garantir a liberdade individual, a única liberdade, uma vez que não há liberdade coletiva.
Propor que não há imposição na decisão da maioria é apenas defender um outro tipo de poder tirânico e não a democracia.
É por isso que mesmo na ampliação da democracia eu já disse e repito existem limites. Eles apenas não são tantos nem afastam tanto a população do poder quanto agora.
Quais são esses limites? São os que fazem da democracia justamente o oposto de um regime tirânico. Ser laica, ter respeito as liberdades políticas e civis, liberdade de expressão e pensamento. Sem certas limites essa ampliação poderia, levando em conta os apocalípticos, a uma tirania, e isso descaracterizaria a democracia, poderia virar uma teocracia por exemplo. O que é absurdo, logo ampliação, e mesmo caminhar para um sistema mais direto, não significa necessariamente, a inexistência de limites.
A decisão da maioria se garantidos os direitos das minorias, não desemboca em tirania. Majority rule/ Minority Rights são princípios relevantes, ambos.
Agora vedar a população, a possibilidade de determinar se quer ou não um sistema público de saúde, por exemplo, isso sim é extremamente autoritário e antidemocrático. Como escolher se quer ou não programas sociais.
Isso está bem distante da idéia de extermínio, mas como o Ricardo discorda acha que fere a liberdade dele de não querer contribuir para isso. Mesmo a liberdade é relativa, pois tem que se respeitar as leis, e se tem liberdade até não ferir a liberdade do outro. Fora o elemento que cidadania tb implica em deveres e não apenas direitos.
P.S Os Nazistas chegaram na legalidade, mas nunca assumiram para o grande público que iriam realizar um genocídio, isso inclusive foi decidido depois, e foi feito em segredo pelas SS. Sendo que Hitler foi nomeado a chanceler por Hindenburg , não eleito, mas foi na legalidade. Depois de chegar ao poder, os nazistas perseguiram a oposição, e rompendo com todos os princípios que falei, em 5 de março de 1933 teve "vitórias" pouco depois o PCA foi para ilegalidade... Ou seja, os nazistas com seus métodos, repressão violenta, estão longe de terem respeitado princípios democráticos. Podem ter chegado na legalidade, mas o fizeram com pressão violência, e sem eleição direta de seu líder. Isso pq em 2 de agosto de 1934 Hindenburg morreu, e Hitler se autonomeou presidente, e Führer do Terceiro Reich.