Quando será que eles começaram a ser usados para convencimento e de que forma eles se transformam em um elo poderoso entre os fiéis?
Geralmente testemunhos trazem à público vivências pessoais, dificilmente coletivas ( a menos que haja histeria induzida por hipnose ou adição de drogas).
Seja em casos que relatam visões e imagens, vozes e sons, odores e sensações táteis, ou ainda conquistas pessoais, bênçãos alcançadas, todos são objetivamente impressionáveis.
Testemunhos suplicam por atenção externa, mesmo que circulem dentro do grupo que compartilha da mesma fé.
Eles parecem dizer que de, alguma forma, a pessoa foi "tocada", recebeu um tipo de comunicação que avaliza verdadeiramente os dogmas aceitos pelo grupo, e a coloca ritualisticamente dentro de um contexto irrefutável por quem quer que seja.
Quando contamos experiências pessoais ( e isto acontece em congressos científicos, em documentos de fé pública, dossiês, em julgamentos através de testemunhas, enfim... ) estamos querendo mostrar algo além do que já existe como conhecido, enriquecer através de acontecimentos típicos ou específicos ao caso, ou ainda propiciar interrelações entre o que já é conhecido e novas possibilidades de análise. Até aqui tudo bem, e nem entremos na questão da credibilidade e das interpretações pessoais.
Mas o testemunho parece servir de condutor alucinatório. É como alimentar o outro com uma dose a mais da poção mística e mágica na qual só sabe se acredita ou não verdadeiramente aquele que a divulga, nos detalhes e matizes que lhe parecerem mais apropriados.
A linguagem é importante e deve falar diretamente aos sensores do ouvinte a que se destina. Parece haver alguns dialetos dependendo do meio em que são divulgados, como serve a toda boa comunicação.
Alguns testemunhos misturam dor real à uma espécie de auto-flagelo e compartilhamento do que seria a dor necessária para obter a bênção perante os olhos dos demais.
Por que não guardar experiências assim para si mesmos? Por que precisam tornar públicas?
Desconfio de deve dar muito medo não ter uma história para contar, ao cabo de algum tempo. Ou a vaidade humana fala mais alto até na hora em que alguns preferem sofrer e elaborar conflitos e problemas ( graves ou fúteis) sozinhos?
Até crianças fazem isto. Rodas de amigos surtem casos profissionais tem também as histórias de pescador...claro.
Por que o sentimento religioso ( religião = religare ) parece precisar confirmações o tempo todo?
Eu penso que encontrar uma razão para continuar vivo é um motivo o suficientemente forte para o auto-convencimento e a necessidade que os outros saibam e fiquem menos penalizados com o único destino humano: a morte.
Ainda há os testemunhos sobre perseverança, assintomatologias, erros médicos, prosperidade, amores reconquistados e todo tipo de bênção.
Entretanto os referentes à saúde, vida e morte parecem dominar a preferência dos fiéis.
MEU TESTEMUNHO.
No dia 11 de outubro de 2002,fui internada as pressas depois de fazer um exame preventivo de rotina.
O hemograma foi terrível,mostrava que o sangue que eu tinha no organismo não dava para sobreviver,uma média de 500 leucócitos e 20.000 plaquetas.Muitos exames foram feitos,meus braços pareciam peneira de tantos furos.
Nos dias que se seguiram estava muito apreensiva aguardando os resultados de exames de medula óssea e HIV.No dia 16 tive uma crise nervosa chorei muito pela manhã,como sempre fiz uma oração e pedi a Deus uma luz,pois o meu medo não era morrer e sim como eu seria recebida no mundo espiritual ou no céu como muitos conhece. Rezei muito me acalmei e até esqueci o pedido.
Por volta das 22:30h estava assistindo televisão na companhia da minha filha mais velha que hoje tem 26,quando uma luz muito forte e muito brilhante me chamou a atenção em volta da televisão, como uso óculos achei que era o reflexo, tirei o óculos e a luz permaneceu lá desliguei a televisão, apaguei
as luzes do quarto e aquela luz permaneceu no mesmo lugar, liguei novamente a televisão e as luzes do quarto e a luz brilhava cada vez mais forte me chamando a atenção, de repente observei mais luzes que entravam pela janela e se posicionavam em forma de circulo tomando todo o espaço da parede ao lado da minha cama, pedi a minha filha que olhasse para ver que coisa maravilhosa mas ela não via nada, disse que eu estava sonhando acordada e que ali não tinha luz nenhuma, pedi para ela o meu evangelho segundo o espiritismo que
estava sobre a mesinha, abri e caiu no capítulo VI "O cristo
consolador",onde fala o julgo leve (S.Matheus, cap. 11 v. 28 a 30).
Quando terminei de ler todo o capítulo as luzes que estavam ao lado da minha cama foram saindo uma atrás da outra e a grande que estava na frente da televisão foi a última a sair daquele momento em diante todos os meus medos e minhas dúvidas se acabaram, pois vivendo ou morrendo tive a resposta que pedi a Deus.
No dia seguinte recebi o diagnóstico: Leucemia Pró-Mielocítica Aguda num estágio muito avançado.Até hoje nunca consegui encontrar nenhuma luz que o brilho fosse parecido com o brilho das luzes que vi no hospital.No meu entendimento essa foi a resposta que Deus me deu ao pedido que lhe fiz.
http://br.geocities.com/templates_leo/m ... emunho.htm