Europa made in Brazil

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Mensagem por Apo »

Abmael escreveu:
Samael escreveu:
Abmael escreveu:- Vieram de uma cultura mais civilizada e porisso tem mais sucesso, nada a ver com ideologia ou direitasxesquerdas.


Abraços,


Eu acho que não é bem por aí. Além do fator cultural, que considero relevante, mas, como diz Berman, é arbitrário e pouco eficaz até para explicar a Revolução Americana nos padrões de Arendt, que é o primeiro exemplo deste tipo de explicação.

Acho que o segredo se encontra mais na forma como os sulista se organizaram (ou mesmo foram organizados) desde sua ocupação naquela região do país. O próprio Estado financiou as micro-propriedades e permitiu uma certa liberdade política que faz com que "o Estado não fosse tão distante da população, que pode representá-lo a partir de associações individuais ou até familiares". Nesse quesito, a questão se parece mais com os subsídios às micropropriedades de negros facilitados no sul dos EUA, que auxiliou e muito a geração de uma classe média e a elevação dos padrões de vida dos ex-escravos e seus filhos.

Por outro lado, eu também vejo os Estados do Sul como "Rios" e "São Paulos" pré migração nordestina. Um boom desenvolvimentista, milhares de semi-analfabetos que não possuem especialização tecnocrática migrando ano após ano e "enchendo" as cidades pouco a pouco.


- Realmente, o fator cultural não explica o progresso de São Paulo, Rio e Minas que são os estados mais ricos do país.

- Por outro lado vemos que nessas cidades do texto, o padrão de vida é melhor, há menos miséria, menos criminalidade, menos consumo de drogas, isto porque os laços familiares são mais fortes, creio que o progresso, ainda que menor, somado ao cultivo de valores cívicos e familiares dá uma qualidade melhor aos resultados do progresso.

Abraços,



Disse tudo. O problema do "progresso", principalmente em países como o Brasil em que as coisas que andam para frente são movidas por forças que nada tem a ver com apoio do Estado ( se o Estado fosse eficiente estaríamos muito melhor do que estamos), é que ele ( progresso) vem junto com um monte de efeitos colaterais, como crescimento desordenado, falta de controle sobre sistemas em geral, falhas que não se conseguem corrigir, entraves legais e tudo o mais que todos conhecem.

Como no sul, este "excesso" digamos assim, não acontece de forma tão dramática, sobra espaço para a qualidade, planejamento, projeções e até para dar um passo atrás e depois retomar as rédeas de um crescimento mais organizado, e sobretudo assimilado pela população. Isto é muito bom mesmo.
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Samael escreveu:
Abmael escreveu:- Vieram de uma cultura mais civilizada e porisso tem mais sucesso, nada a ver com ideologia ou direitasxesquerdas.


Abraços,


Eu acho que não é bem por aí. Além do fator cultural, que considero relevante, mas, como diz Berman, é arbitrário e pouco eficaz até para explicar a Revolução Americana nos padrões de Arendt, que é o primeiro exemplo deste tipo de explicação.

Acho que o segredo se encontra mais na forma como os sulista se organizaram (ou mesmo foram organizados) desde sua ocupação naquela região do país. O próprio Estado financiou as micro-propriedades e permitiu uma certa liberdade política que faz com que "o Estado não fosse tão distante da população, que pode representá-lo a partir de associações individuais ou até familiares". Nesse quesito, a questão se parece mais com os subsídios às micropropriedades de negros facilitados no sul dos EUA, que auxiliou e muito a geração de uma classe média e a elevação dos padrões de vida dos ex-escravos e seus filhos.

Por outro lado, eu também vejo os Estados do Sul como "Rios" e "São Paulos" pré migração nordestina. Um boom desenvolvimentista, milhares de semi-analfabetos que não possuem especialização tecnocrática migrando ano após ano e "enchendo" as cidades pouco a pouco.

Não há milhares de semi-analfabetos. Quem seriam eles? Nossa população é muito menos do que "milhares". E como jamais teremos migração do tipo nordestina aqui, a migração ocorre entre algumas cidades do interior e a capital, e daqui para alguns estados do sudeste ( mas executivos que são convidados para trabalhar em SP - capital e cidades como Ribeirão, Rio Preto...- e RJ ). Quem migra para SC vai para levar mais qualidade daqui para as empresas de lá, ou para ter uma vida mais light, por causa das praias. Não há interesse em trocar nossos salários pelos deles. Para o Paraná poucos vão ( mais para Curitiba, onde alguns empresas têm filiais).
Há alguns anos, o gaúcho passou a explorar plantio de soja e criar gado no centro oeste, especialmente em Mato Grosso. É um bom negócio. Tirando isto, não tem grandes migrações, não.
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Samael
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Apo escreveu:
Samael escreveu:
Abmael escreveu:- Vieram de uma cultura mais civilizada e porisso tem mais sucesso, nada a ver com ideologia ou direitasxesquerdas.


Abraços,


Eu acho que não é bem por aí. Além do fator cultural, que considero relevante, mas, como diz Berman, é arbitrário e pouco eficaz até para explicar a Revolução Americana nos padrões de Arendt, que é o primeiro exemplo deste tipo de explicação.

Acho que o segredo se encontra mais na forma como os sulista se organizaram (ou mesmo foram organizados) desde sua ocupação naquela região do país. O próprio Estado financiou as micro-propriedades e permitiu uma certa liberdade política que faz com que "o Estado não fosse tão distante da população, que pode representá-lo a partir de associações individuais ou até familiares". Nesse quesito, a questão se parece mais com os subsídios às micropropriedades de negros facilitados no sul dos EUA, que auxiliou e muito a geração de uma classe média e a elevação dos padrões de vida dos ex-escravos e seus filhos.

Por outro lado, eu também vejo os Estados do Sul como "Rios" e "São Paulos" pré migração nordestina. Um boom desenvolvimentista, milhares de semi-analfabetos que não possuem especialização tecnocrática migrando ano após ano e "enchendo" as cidades pouco a pouco.

Não há milhares de semi-analfabetos. Quem seriam eles? Nossa população é muito menos do que "milhares". E como jamais teremos migração do tipo nordestina aqui, a migração ocorre entre algumas cidades do interior e a capital, e daqui para alguns estados do sudeste ( mas executivos que são convidados para trabalhar em SP - capital e cidades como Ribeirão, Rio Preto...- e RJ ). Quem migra para SC vai para levar mais qualidade daqui para as empresas de lá, ou para ter uma vida mais light, por causa das praias. Não há interesse em trocar nossos salários pelos deles. Para o Paraná poucos vão ( mais para Curitiba, onde alguns empresas têm filiais).
Há alguns anos, o gaúcho passou a explorar plantio de soja e criar gado no centro oeste, especialmente em Mato Grosso. É um bom negócio. Tirando isto, não tem grandes migrações, não.


Foi apenas jogo retórico. E me referi aos nordestinos.

Trancado