
A companhia aérea BRA irá parar de voar a partir desta quarta-feira. A empresa diz esperar que a parada seja temporária, mas já enviou aviso prévio de demissão a todos os seus 1,1 mil funcionários. O motivo não foi informado.
A empresa diz que todos os seus passageiros com passagens já compradas serão acomodados em aviões de outras companhias. Em seu site, a BRA pediu para que seus passageiros com bilhetes em mãos procurassem as demais empresas aéreas por orientação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Um funcionário da companhia em Porto Alegre, que pediu para não se identificar, afirmou que os empregados ainda vão se reunir para saber que medidas tomar. Ele disse que as operações da BRA estavam normais nos últimos dias e que um representante dos trabalhadores irá para São Paulo nesta quarta para conversar com a direção da empresa.
Executivos da BRA se reúnem com diretores da Anac nesta terça-feira para pedir a suspensão de suas atividades. A agência afirmou que ainda não tinha informações a respeito do assunto.
A assessoria da BRA afirmou que a companhia está buscando um aporte financeiro junto a seus acionistas para que as operações se normatizem. Até então, isso não foi concretizado.
Em dezembro do ano passado, um grupo de investidores incluindo o Goldman Sachs e o Bank of America comprou 20% da companhia aérea por valor não revelado.
A lista de sócios inclui ainda Darby BBVA Overseas Investments, Development Capital, Gávea Investment Fund, do ex-presidente do BC Armínio Fraga, HBK Investments e Millennium Global Investments.
Segundo dados da Anac de setembro, a empresa tinha 4,6% do mercado doméstico, à frente da Ocean Air, que estava com 2,61%.
O presidente da companhia, Humberto Folegatti, anunciou na última quinta-feira sua renúncia ao cargo. O executivo não esclareceu os motivos de sua saída, que havia acontecido no dia 22 de outubro, mas só divulgada na semana passada.
Folegatti afirmou que continuaria na empresa, como presidente do conselho de administração, órgão que procuraria um novo presidente para a companhia aérea.
O executivo fundou a companhia aérea em 1999, ao lado do irmão, Walter Folegatti. Entre os sócios atuais da BRA estão os fundos de investimentos Investments 2234 Overseas Fund VI BV, uma subsidiária do Bank of America Corp.; Darby BBVA Overseas Investments, Development Capital; Gávea Investment Fund; o banco Goldman Sachs & Co.; HBK Investments, e a Millennium Investments.
Frota
A BRA, que possui 10 aeronaves, opera com cinco aviões - quatro estão em manutenção e um na reserva. A empresa possui 26 destinos nacionais, com uma média de 35 vôos domésticos em média nos dias úteis e 50 no final de semana. Fundada em agosto de 1999, operava apenas vôos charter (fretados) até o fim de 2005, quando tornou-se uma empresa regular.
A aérea, que operava três destinos internacionais (Madri, Lisboa e Milão), foi obrigada a cancelar seus vôos para o exterior após determinação da Anac no dia 18 de outubro.
Cliente da Embraer
Em junho a Embraer anunciou encomenda de até 40 aviões pela BRA. Procurada, a fabricante de aviões disse que não tinha nada a comentar sobre o status atual da encomenda.
O Sindicato Nacional dos Aeroviários afirmou que vai esperar uma nota oficial da Anac para emitir um comunicado.
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