CPMF causa ‘racha’ entre tucanos

[Johnny]

23 de Novembro de 2007 | 14:17

Governadores e senadores tucanos mostraram nesta sexta-feira o grau de divisão dentro do partido acerca do tema da prorrogação da CPMF. Durante o segundo dia do 3º Congresso Nacional do partido, em Brasília, o governador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) criticou os senadores que se opõem à permanência do imposto do cheque. "Você tem cinco governadores defendendo a manutenção da CPMF e a bancada do PSDB [no Senado] faz ouvido de mercador para isso”, disse, segundo reportagem do site do jornal Folha de S. Paulo. “Estamos diante de um impasse grave para nos organizar."

Ele afirmou ainda que vê incoerência no fato de o PSDB vetar a taxa agora, uma vez que ela foi criada durante a gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Se o [candidato tucano à Presidência em 2006, Geraldo] Alckmin tivesse sido eleito, essa discussão da CPMF não estaria existindo. Nós criamos o imposto, não fica bem adotar uma posição contraditória", enfatizou o governador.

Reforçando o apelo de Cunha Lima, o governador Aécio Neves (MG) defendeu que ainda há margem de negociação entre os tucanos e o Planalto no sentido de aprovar a prorrogação. “Eu acho que o PSDB não tem que aceitar o patrulhamento. Se é bom para o país, vamos discutir", disse. Porém, ele cobrou dos governistas mais concessões para unir os tucanos e aprovar a prorrogação. "O governo tem que meter a mão no bolso, o que não fez até agora”, disse, cobrando do governo uma maior desoneração em outros impostos.

Senadores – Pelo outro lado, falou o líder da legenda no Senado, Arthur Virgílio (AM). Ele adiantou que não há “possibilidade” dos 13 senadores tucanos votarem a favor da manutenção da CPMF. "Os governadores decidem onde se faz viadutos, e os senadores como votam a CPMF”, explicou Virgílio.

Já o ex-presidente FHC procurou minimizar o racha dentro do partido. "Não há divisão nenhuma”, disse. “Os governadores têm seus interesses, mas a condução [da votação] será dada pelos líderes políticos. A posição da bancada é clara de que há excesso de arrecadação." Na opinião do ex-presidente, o governo federal defende a prorrogação da CPMF sem priorizar os gastos na área de saúde

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