Deus me livre

[First Knight]

Edição 474
“Deus me livre”por Phydia de Athayde

No país do sincretismo e da fé, céticos e ateus encontram conforto em livros que questionam as religiões

http://www.cartacapital.com.br/474/201c ... ?isImage=1

Livros que atacam a idéia de um criador e a utilidade das religiões viram best sellers no Brasil e reavivam o debate entre fé e razão

Livros que atacam a idéia de um criador e a utilidade das religiões viram best sellers no Brasil e reavivam o debate entre fé e razão
No “país mais católico do mundo”, segundo o senso comum, um fenômeno mundial tem se repetido: livros que defendem o ateísmo e atacam as fés e as religiões viraram fenômenos editoriais e se multiplicam nas livrarias. O principal deles, Deus, um Delírio, do biólogo Richard Dawkins, figura há 14 semanas na lista dos mais vendidos. A obra tornou-se uma espécie de bíblia dos ateus, fervorosamente defendida e execrada em comunidades na internet. O sucesso foi tão grande que a Companhia das Letras, dona dos direitos de publicação no Brasil, decidiu reeditar um dos clássicos de Dawkins, O Gene Egoísta, que, apesar de não tratar de fé ou da existência de Deus, tem alimentado a polêmica entre o biólogo britânico e seus opositores.


O Gene Egoísta, lançado em 1976, defende a tese de que a história da evolução é, na verdade, o resultado da vitória individual de cada gene na corrida pela sobrevivência e não do conjunto de um organismo. Em meados dos anos 1990, a teoria foi interpretada como uma defesa do individualismo e virou moda entre os executivos ultraliberais. Um dos fãs da obra, que sempre fazia questão de citá-la, é o ex-presidente da Enron Jeffrey Skilling, condenado a 24 anos e quatro meses de prisão por chefiar a fraude que levou a empresa à bancarrota e deixou dívidas de 40 bilhões de dólares.

Por conta da admiração de Skilling, O Gene Egoísta tem sido atacado com veemência por cristãos desde que Dawkins aprofundou sua militância anti-Deus. Para eles, é a prova de que o ateísmo desemboca necessariamente no egoísmo e na falta de valores morais. O biólogo gastou várias páginas de Deus, um Delírio para rebater as acusações e defender a perfeita harmonia entre ceticismo e ética, bem como a tese central de seu livro anterior.

Confira a íntegra desta reportagem na edição impressa