Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

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Huxley
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Mensagem por Huxley »

Como estou sem tempo (e paciência) para dá uma resposta completa, aí vai uma bem interessante:

A Liberação NÃO Eliminaria o Crime!

Ingênua idéia pressupor que o maior, se não o único, problema da questão das drogas é a guerra resultante de sua proibição, ainda mais supor que a legalização eliminaria esta guerra.
É difícil resistir a ver somente duas explicações para uma opinião desta: Ou o indivíduo tem interesse direto em vender e ou consumir drogas, ou é de uma ingenuidade cândida.
Essa dúvida poderia ser eliminada perguntando para qualquer traficante se ele pararia de traficar drogas se elas fossem legalizadas. Que motivo ele teria para isso? Se ele já considera que o negócio vale a pena mesmo tendo que arriscar a própria vida, porque acharia que não valeria se sua atividade deixasse de ser crime hediondo?
A contra resposta do defensor da liberação é tão previsível quanto risível. Ele acha que pagando impostos e arcando com todas as despesas de um comércio legal, muitos traficantes desistiriam da profissão. Uma opinião dessas deve incluir a crença de que Marcola e companhia estão ansiosos para adquirir um CNPJ, pagar direitos trabalhistas e recolher INSS de seus funcionários.
Agora, fazendo sempre o contraponto com a pirataria digital, por acaso a mesma não coexiste com o mercado legal de mídias?
Evidentemente o comerciante que se aventurasse no recém legalizado mercado de drogas nem conseguiria competir com os traficantes que manteriam seu negócio na ilegalidade, com a diferença que de crime hediondo, sua atividade passaria para mero contrabando. Possivelmente seriam considerados revendedores de drogas piratas!
E o que os traficantes fariam com seus armamentos? Os entregariam gentilmente à polícia porque não precisam mais deles? Se até contrabandistas de produtos comuns as vezes praticam outros crimes e brigam entre si, porque os traficantes abandonariam sua vida de violência, ainda mais com a perspectiva inevitável de uma concorrência cada vez maior?
Portanto, O CRIME CONTINUARIA EXISTINDO! Os traficantes não vão abraçar a legalidade integral, vão continuar à margem da lei. Para quem já faz isso com tanta eficiência praticando um dos 5 crimes inafiançáveis previsto na constituição, continuar a fazê-lo praticando um crime mais brando seria moleza.
Os revendedores legais teriam que arcar com altos impostos, principalmente para custear os danos que seus produtos fazem na população, e seu preço final seria muito maior que o dos traficantes.

A Liberação Seria um DESASTRE para a Saúde Pública

Mas com o tempo, empresas legais até poderiam ir aderindo ao comércio, aumentando a disputa de mercado, e a redução drástica do risco da atividade apenas incentivaria mais e mais revendedores ilegais, e a redução inevitável dos custos tornariam as drogas mais e mais baratas e mais acessíveis.
Vamos até imaginar alegremente que a guerra envolvida deixasse de existir. Bem, quem já tem um número de centenas de milhares de pessoas morrendo por ano em consequência do uso de álcool nem sequer precisa de guerra, mas como se não bastasse o estrago inenarrável que as drogas lícitas fazem em nossa vida, como eu disse no texto A Droga da Incoerência, ainda há quem queira trazer MAIS DROGAS para consumo liberado em nossa sociedade!!!
Já temos milhões de famílias desgraçadas pelo abuso do álcool entre seus integrantes, já temos desastres de trânsito que permanecem incólumes apesar de toda campanha do "Se beber não dirija", já temos milhões de vítimas do tabagismo morrendo por ano não sem antes consumirem fortunas em tentativas desesperadas de sobreviver. E então, ainda me vem uma espantosa 'inteligência' dizer que liberar uma miríade de outras porcarias é uma 51!
Dá até pra imaginar os pacotinhos de cocaína vindo com a inscrição "Cheire com moderação", ou quem sabe os cigarros de maconha tragam a etiqueta "O Ministério da Saúde adverte..."
E por falar em Ministério da Saúde, adivinhe quem vai pagar a conta!?
Claro que, invariavelmente, aparecerá alguém fazendo o favor de nos lembrar que em países tal e tal, a liberação deu certo. Contra isso, basta lembrar onde estão os países em questão, qual sua qualidade de vida, qual a parcela de sua população pobre, e se por lá, existem favelas com milícias armadas que desafiam a própria autoridade estatal.

E quanto ao Direito Individual de se Drogar?

Aqui, volto a questão anterior da Disposição Mental em se submeter a alteração psíquica. Repito, querer alterar seus estados mentais é direito de todos, e podemos fazer isso de diversas formas. Quer nos concentrando em certos pensamentos, ou respirando acelerada e profundamente por alguns minutos para induzir a uma sobrecarga de oxigênio**, o que faz um efeito surpreendente.

** Não se anime. Doses extremas de oxigênio podem ter efeitos tão fortes quanto drogas pesadas. Já há até bares de aspiração recreativa de doses de oxigênio em alguns países. É claro que não dá pra proibir ninguém de vender oxigênio, no entanto, os efeitos colaterais do hábito prolongado podem ser tão severos quando os de muitas drogas. Oxigênio em excesso com muita frequência provoca deterioração neural, acelera o envelhecimento e super estimula a produção de radicais livres.


Originalmente, não brado nem mesmo contra a iniciativa de experimentar substâncias incomuns para produzir tais alterações. Eu mesmo já o fiz por meio do Ayahuasca, que é legal, com objetivos místicos, e mesmo assim não pretendo repetir.
Mas por que uma necessidade constante? Por que uma necessidade forte, maior que uma simples curiosidade? Por que uma necessidade tão forte que justifica financiar a dor e o sofrimento de milhares de pessoas?
Em suma, por que existe uma disposição psíquica para que alguém pretenda alterar artificial, e radicalmente, seus estados mentais com tanta recorrência?

Sigamos o raciocínio.

Se você quer mudar seu estado mental momentâneo, é porque considera que o estado para o qual quer mudar é mais desejável do que o atual, não?
Claro. Qualquer um que esteja triste gostaria de ficar alegre. Tudo bem. Mas se você só consegue fazer isso mediante meios artificiais, é porque não consegue fazê-lo espontaneamente. Por isso, está sofrendo de uma deficiência momentânea de controlar seus próprios estados mentais.
Tudo bem. Todo mundo passa por isso. É radicalismo condenar alguém que numa situação isolada decidiu se embriagar para esquecer um grande sofrimento. Estamos todos sujeitos a momentos depressivos.
Mas se você precisa alterar seu estado mental artificialmente com muita frequência, é porque, evidentemente, considera seus estados mentais naturais predominantes insatisfatórios.
Em última instância, se você precisa se alterar frequentemente, com grande necessidade, a conclusão inevitável e que você gosta menos de seu estado normal, e, consequentemente e evidentemente, GOSTA MENOS DE SI PRÓPRIO ao natural.
Isso na realidade é óbvio para quem, como eu, jamais teve necessidade alguma de recorrer a drogas. Eu gosto de como eu sou! Gosto de meus pensamentos, de meus estados mentais comuns. É claro que ocasionalmente enfrento sofrimento, e é claro que já desejei que certo sofrimento desaparecesse. Mas na maioria das vezes não sinto a menor necessidade de mudar o que já sou!
Esse é o principal motivo da pessoa que, mesmo podendo experimentar drogas livremente, não o faz. Porque não sente necessidade. Isso está diretamente relacionado a auto-estima, amor próprio, gostar de si.
Portanto, quem tem a necessidade frequente de se alterar artificialmente sofre de algum problema de auto-estima, ou ao menos, pensa não ser capaz de relaxar e se divertir por si próprio. Fundamentalmente, todo o fenômeno social do narcotráfico repousa na pura e simples fraqueza mental do usuário.
Na sua BAIXA AUTO-ESTIMA!
Uma pessoa que tem deficiência de amor próprio, certamente terá deficiência em amar a outrem, e uma das formas mais claras desta deficiência e sua insensibilidade pelo sofrimento alheio, mesmo porque já está bastante ocupado com o próprio sofrimento. Assim, por que haveria de se importar com as vítimas do tráfico de drogas?

Quem é a Vítima?

Acho detestável a política de tratar o usuário de drogas como uma vítima do tráfico, como se alguma vez ele tivesse sido obrigado a usá-las, ou sequer persuadido por marketing. Casos há deste tipo, mas nem sequer chegam a minoria significativa.
Assim, dá pra entender quando o Capitão Nascimento afirma que "traficante é traficante e amigo de traficante é bandido". Mesmo sem qualquer reflexão filosófica profunda, é uma síntese de tudo o que uma reflexão séria sobre o tema tende a demonstrar. O indivíduo intelectualmente simples pode chegar a essa conclusão por pura sorte, mas também por uma intuição genuína e por vezes mais eficiente que um vasto raciocínio.
Se alguém quer usar drogas, e está disposto a pagar muito caro por isso, fatalmente alguém irá fornecê-las, e se isto é ilegal, a debandada para toda a criminalidade resultante não é somente inevitável, e previsível. Numa era onde tanto se fala em liberalismo econômico, no poder do mercado que emerge da simples troca espontânea de necessidades, deveria ser óbvio que o tráfico de drogas é inextirpável como uma continuidade material de uma cadeia de coisas que começa numa simples disposição mental.
Quase dá pra dizer que, num contexto social e impessoal, o traficante é na verdade a vítima, visto que em sua maioria são pessoas pobres que adentraram a atividade motivadas pelas necessidades de consumo tão devidamente estimuladas em nossa civilização atual, e que, com isso, trabalham servilmente, ainda que de forma indireta, para uma elite economicamente já favorecida que não abre mão deste luxo.
Com certeza o combate ao tráfico de drogas teria mais sucesso se atacasse os consumidores, mas isso é ilusório, afinal, são uma classe social privilegiada, podem ser considerados doentes, mentais, e de qualquer modo, não são diferentes de qualquer amante inveterado do álcool.
A Disposição Psíquica para o entorpecimento é a mesma tanto para os usuários de drogas quanto para os usuários sistemáticos de álcool, como examinei em A Droga da Incoerência. É um problema que tem sido parcamente atacado, recebendo muito menos verba do que o combate direto ao tráfico puro e simples. E não é para menos, tentar se indispor contra o álcool é briga na certa em qualquer lugar que se vá, exceto no A.A., ou talvez em alguns centros religiosos. Há que se louvar a atitude do governo em adotar a tardia Política Nacional sobre o Álcool, ainda que me pareça pouco promissora.
Assim, a verdadeira raiz do problema, o núcleo duro de toda a desgraça, permanecerá praticamente intocado, como quase todos os núcleos fundamentais dos problemas do mundo. Protegido, como se não bastasse, pela própria virtualidade do mental, como por um sistema cultural que não abre mão de prazeres discutíveis independente de quanto sofrimento cause.
Diante da impossibilidade da abordagem real, no entanto, não deveríamos pensar que descambar para o exato oposto seja a solução. É até plausível que se libere uma droga mais leve, como a maconha, visto que seu potencial ofensivo é inegavelmente inferior ao do álcool, e mesmo dos cigarros comuns, e considerando que possui aplicações medicinais e que um de seus subprodutos, o cânhamo, é um tecido promissor. Ainda por cima, é fácil de ser cultivada, até mesmo em apartamentos, como a polícia vive constatando. Aliás o sujeito que planta e consome somente a própria erva ao menos pode ter a consciência tranquila de não estar mais financiando o tráfico.
Mas não é por isso que devemos admitir uma liberação pura e simples. Além de já estar associada ao tráfico de outras drogas mais pesadas, a maconha ainda é uma droga prejudicial a saúde, e com potencial lesivo a sociedade. E ainda que sua liberação seja passível de alguma razoabilidade, o mesmo não se pode dizer de praticamente todas as demais drogas, que seguramente seriam postas na fila da legalização numa eventual liberação de uma droga mais leve.
Ademais, a liberação atende, fundamentalmente, não a uma reivindicação de segurança pública, não uma preocupação com a saúde ou o bem-estar social. A liberação, no fundo, visa nada menos que atender ao mero capricho do dependente mental que considera o uso de drogas necessário ao seu bem-viver. É muita subversão de todo o bom senso querer dobrar o estado e a sociedade em função do puro e simples prazer controverso e artificial.
O único "crime" que pode e deve ser legalizado é mesmo a Pirataria Digital, que nem sequer era crime há pouco tempo atrás, que é praticada ou apoiada pela quase totalidade da população, é que se é ofensiva, só o é para para uma milionária elite que construiu sua fortuna no breve hiato histórico onde a telecomunicação esteve concentrada em suas mãos.

A Tragédia em Tropa de Elite

Nenhuma pessoa decente pode achar que o modo como o BOPE é retratado lidando com os criminosos é louvável, mas é difícil negar que poderia ser de outra forma, devido ao nosso contexto atual. O Capitão Nascimento e seus companheiros, tragicamente, lançam mão do método reprovável da tortura para que consigam cumprir o dever que lhes é imposto. Não tendo acesso a métodos mais sofisticados de combate ao crime, não tendo sequer o apoio aberto da sociedade, e ainda por cima tendo que lidar com um inimigo transmorfo e covarde, fica realmente difícil encarar um suspeito, cuja experiência leva a detectar com altíssima probabilidade de culpa, e não pegar pesado uma vez que se sabe que ele está trabalhando para, ou acobertando, tal inimigo.
Ainda assim, causou surpresa, até aos produtores do filme, o modo como o público tende a ver nos policiais, heróis comparáveis ao norte-americanos Chuck Norris e Rambos da vida. Não deveria ser surpreendente. Por mais que o cinema nacional tenha melhorado, continua preso a fórmulas previsíveis e monótonas de exploração sistemática de tudo o que há de pior em nosso país.
Não parece haver disposição para outra coisa que não exibir nossas favelas, nossos sertões miseráveis, ou nossa já estereotipada corrupção político e social. Para piorar, os filmes que exploram maciçamente o tráfico de drogas tem sido feitos, até agora, do ponto de vista de personagens suficientemente próximos ao tráfico a ponto da visão pessoal dos traficantes acabar sendo privilegiada. O traficante termina sendo visto de forma simpática, se não quase heróica.
Pela primeira vez essa estrutura foi rompida numa grande produção. Desta vez a polícia é vista não somente como um irremediável antro de corrupção, mas também como um local onde existem pessoas honestas querendo fazer o que realmente se espera delas.
Se o Capitão Nascimento, o Mathias e o André são vistos como heróis, é pelo simples fato de que pela primeira vez os personagens centrais de uma trama violenta não são o exato oposto, isto é, vilões ou anti-heróis declarados. Após tanto tempo tendo que aguentar estórias de personagens corruptos, decadentes, asquerosos, ou na melhor das hipóteses, bons e honestos mas fracos demais para se impor como humanos dignos e respeitáveis, personagens como os de Tropa de Elite são tudo o que o público brasileiro precisava para despertar sentimentos de heroísmo e gerar identificação imediata.
Isso tudo, porém, não evita o trágico subjacente. O detestável absurdo do fato de que, numa escala mais ampla, toda aquela guerra é inútil enquanto não tivermos coragem de encarar o problema em toda a sua dimensão. Responsabilizamos o traficante, e passamos a mão na cabeça do usuário. Condenamos o vício, mas toleramos, ou pior, glorificamos, a disposição mental para o entorpecimento. O resultado disso é um conflito sem fim em nós mesmos, que nunca termina, e se manifesta física e socialmente num problema de proporções bélicas.
Pressionados por um crime organizado bem armado, brutal, covarde e que é ainda por cima apoiado por vastas parcelas das elites, não há que se esperar que a polícia aja como se esperaria de um herói romântico. Ela há que endurecer! E se ninguém parece muito preocupado com o fato de que traficantes sejam duramente tratados, todos certamente lamentam os inocentes que serão pegos neste fogo cruzado.
Se bem que isso é chover no molhado, o problema das guerras é justamente o fato de que elas fazem vítimas inocentes. Se as guerras só afetassem os que estão diretamente interessados e envolvidos nela, nao seria um problema!
A tragédia em Tropa de Elite, é que por mais que se lute, não se pode derrotar um inimigo que tira forças sobretudo de nossa própria covardia e contradição. De nossa própria miséria mental

Pode-se dar uma dura nos bandidos, mas esquadrão especial nenhum do mundo irá derrotar um inimigo que se apoia num fundamento inatacado, e que é antes de tudo a viciada disposição mental vergonhosa que leva ao consumo de drogas, principalmente pelas elites privilegiadas.
Uma Droga de Elite.

Marcus Valerio XR
Outubro de 2007

http://www.xr.pro.br/ENSAIOS/ELITE.HTML
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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King In Crimson
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por King In Crimson »

Falar das escolhas dos outros é fácil. Queria ver se proibissem a cervejinha e o cigarrinho mentolado.

Falar que a violência do tráfico não diminuiria é absurdo. Quem subiria o morro pra comprar droga cara (por sustentar uma veradeira guerra) e de qualidade duvidosa?

Quanto à saúde pública... é o preço de um sistema socialista universal e integral. Proibir as frituras, os biscoitos recheados e sobretaxar as casas de rodízio trariam um benefício imensamente maior. Mas isso seria interferir nas escolhas das pessoas, não é?

Por último, que moralismo besta esse papo de "só perdedores precisam fugir da realidade". Usamos toda hora meios artificiais para tornar nossas vidas mais agradáveis: video games, CDs de música, hobbies, e, é claro, aquela cervejinha.
Editado pela última vez por King In Crimson em 18 Dez 2007, 12:46, em um total de 1 vez.

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Jeanioz
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Jeanioz »

King In Crimson escreveu:Falar que a violência do tráfico não diminuiria é absurdo. Quem subiria o morro pra comprar droga cara (por sustentar uma veradeira guerra) e de qualidade duvidosa?


Dvd pirata... :emoticon26:
"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
Napoleão Bonaparte


"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte

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King In Crimson
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por King In Crimson »

O mercado de produtos piratas em geral não tem que sustentar um exército, por isso são mais baratos.

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Hugo
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Hugo »

King In Crimson escreveu:Falar das escolhas dos outros é fácil. Queria ver se proibissem a cervejinha e o cigarrinho mentolado.

Falar que a violência do tráfico não diminuiria é absurdo. Quem subiria o morro pra comprar droga cara (por sustentar uma veradeira guerra) e de qualidade duvidosa?

Quanto à saúde pública... é o preço de um sistema socialista universal e integral. Proibir as frituras, os biscoitos recheados e sobretaxar as casas de rodízio trariam um benefícil imensamente maior. Mas isso seria interferir nas escolhas das pessoas, não é?

Por último, que moralismo besta esse papo de "só perdedores precisam fugir da realidade". Usamos toda hora meios artificiais para tornar nossas vidas mais agradáveis: video games, CDs de música, hobbies, e, é claro, aquela cervejinha.


[Samael]Perfeito.[/Samael]

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King In Crimson
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por King In Crimson »

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Acauan
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

King In Crimson escreveu:Falar das escolhas dos outros é fácil. Queria ver se proibissem a cervejinha e o cigarrinho mentolado.


As "escolhas dos outros" tem que encarar o fato que HOJE são ilegais e a cerveja e o cigarro não são.
O argumento de que estes também são individual e socialmente nocivos pode ser usado para se reivindicar sua proibição e não a legalização das substâncias já proibidas.


King In Crimson escreveu:Falar que a violência do tráfico não diminuiria é absurdo. Quem subiria o morro pra comprar droga cara (por sustentar uma veradeira guerra) e de qualidade duvidosa?


Quem sobe morro para comprar droga hoje?
Os consumidores de droga continuarão recebendo a mercadoria em casa, se quiserem, tendo a mesma oferta, com as mesmas facilidades e, digamos, qualidade, que tem hoje e como não são penalizados não tem nada a perder agora ou depois, apenas terão a possibilidade de escolher entre um consumo anônimo ofertado pelo traficante e outro legal, mas controlado. A grande maioria dos usuários, principalmente os de classe média para acima, preferirão, claro, a oferta discreta.


King In Crimson escreveu:Quanto à saúde pública... é o preço de um sistema socialista universal e integral. Proibir as frituras, os biscoitos recheados e sobretaxar as casas de rodízio trariam um benefícil imensamente maior. Mas isso seria interferir nas escolhas das pessoas, não é?


De novo a inversão.
O ponto é liberar ou não o que hoje é proibido e não desviar a conversa para qualquer condição legal que possa ser remotamente comparável.


King In Crimson escreveu:Por último, que moralismo besta esse papo de "só perdedores precisam fugir da realidade". Usamos toda hora meios artificiais para tornar nossas vidas mais agradáveis: video games, CDs de música, hobbies, e, é claro, aquela cervejinha.


Esta é a opinião do autor do artigo, não uma bandeira de quem é contra a legalização.
A maioria dos usuários de drogas se classifica no chamado "consumo de entretenimento", o que implica que consome porque quer e porque gosta.
Se isto o afasta do estereótipo de drogado fugitivo da realidade ou dependente químico, coitadinho, explorado pelo traficante, também o aproxima da de cidadão que sabe muito que está violando a lei e as consequências disto.
Nós, Índios.

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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por King In Crimson »

As "escolhas dos outros" tem que encarar o fato que HOJE são ilegais e a cerveja e o cigarro não são.
De novo a inversão.
O ponto é liberar ou não o que hoje é proibido e não desviar a conversa para qualquer condição legal que possa ser remotamente comparável.


A lei pode ser hipócrita? Se satisfazem às mesmas condições, devem ser todos liberados ou todos proibidos.
Quem sobe morro para comprar droga hoje?
Os consumidores de droga continuarão recebendo a mercadoria em casa, se quiserem, tendo a mesma oferta, com as mesmas facilidades e, digamos, qualidade, que tem hoje e como não são penalizados não tem nada a perder agora ou depois,

Sim, mas a droga vendida por organizações criminosas armadas nunca será mais competitiva, por ter um custo intrínseco muito alto.
apenas terão a possibilidade de escolher entre um consumo anônimo ofertado pelo traficante e outro legal, mas controlado. A grande maioria dos usuários, principalmente os de classe média para acima, preferirão, claro, a oferta discreta.
Distribuidoras de filmes pornôs gays compram armamentos anti aéreos? Tráfico de drogas e de tudo no mundo sempre vai existir, mas não da forma atual, quase como um poder paralelo.

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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Rhyan »

Parabéns Acauan! Foram os melhores argumentos anti-drogas que eu vi.

Mas ainda acho que a legalização acabaria com o poder do crime organizado.

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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

King In Crimson escreveu:
Acauan escreveu:As "escolhas dos outros" tem que encarar o fato que HOJE são ilegais e a cerveja e o cigarro não são.
---------------------------
De novo a inversão.
O ponto é liberar ou não o que hoje é proibido e não desviar a conversa para qualquer condição legal que possa ser remotamente comparável.


A lei pode ser hipócrita? Se satisfazem às mesmas condições, devem ser todos liberados ou todos proibidos.


O direito não se pauta por atributos como hipócrita ou sincero para avaliar as leis, que na melhor hipótese são formuladas para ser objetivas e pragmáticas, obtendo o máximo de bem possível e, quando inevitável, optando pelo mal menor.

Além disto, dentro de uma mesma condição existem gradações. Tanto a cocaína quanto os torresmos podem ter efeitos nocivos, mas não no mesmo grau.


King In Crimson escreveu:
Acauan escreveu:Quem sobe morro para comprar droga hoje?
Os consumidores de droga continuarão recebendo a mercadoria em casa, se quiserem, tendo a mesma oferta, com as mesmas facilidades e, digamos, qualidade, que tem hoje e como não são penalizados não tem nada a perder agora ou depois,


Sim, mas a droga vendida por organizações criminosas armadas nunca será mais competitiva, por ter um custo intrínseco muito alto.


Não será nem mais, nem menos competitiva do que hoje, quando estas mesmas organizações armadas já a vendem e não tem problema algum para encontrar mercado consumidor.

Além do que, se os impostos sobre cigarros e bebidas multiplicam seu preço de custo, por que supor que com drogas será diferente, mesmo porque é justo concluir que todas as despesas públicas, médicas e outras, decorrentes da liberação das drogas deverão ser pagas pela taxação das mesmas.

No mais, quem sempre consumiu drogas de um determinado traficante, pagando determinado preço, porque mudaria seus hábitos, uma vez que se já os bancava quando eram ilegais, porque abriria mão de suas preferências quando a repressão for nenhuma?


King In Crimson escreveu:
Acauan escreveu:apenas terão a possibilidade de escolher entre um consumo anônimo ofertado pelo traficante e outro legal, mas controlado. A grande maioria dos usuários, principalmente os de classe média para acima, preferirão, claro, a oferta discreta.


Distribuidoras de filmes pornôs gays compram armamentos anti aéreos?


Tomara que não!

King In Crimson escreveu: Tráfico de drogas e de tudo no mundo sempre vai existir, mas não da forma atual, quase como um poder paralelo.


No que a legalização mudaria esta suposta condição de poder paralelo?
Havendo consumidores haverá dinheiro e armas, e havendo dinheiro e armas haverá poder.
Não há a mais mínima base lógica, factual ou histórica para se afirmar que caso liberem as drogas os traficantes simplesmente abandonarão suas armas e o negócio, enquanto os consumidores correrão em massa para a oferta legal.

Conhecendo o Brasil, tudo que teremos é mais uma oportunidade de corrupção, com os responsáveis pela administração de drogas legais se mancomunando com os traficantes e desviando mercadorias oficiais para a bandidagem.
Nós, Índios.

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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

Rhyan escreveu:Parabéns Acauan! Foram os melhores argumentos anti-drogas que eu vi.


Índio Velho agradece.

Rhyan escreveu:Mas ainda acho que a legalização acabaria com o poder do crime organizado.


É possível, mas somente dentro de um conjunto maior de medidas.
O problema é saber se dentro deste conjunto, a legalização continuaria sendo necessária ou desejável.
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Apáte »

Uma questão aos droguistas:
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Apáte »

Acauan escreveu:A dúvida é que nunca vi uma daquelas pessoas que foram violentamente impedidas de exercer sua liberdade individual aparecer depois para reclamar de ter sido salva.

Só Testemunha de Jeová, mas aí já não tem salvação.

Acauan escreveu:E querem saber.
Este Rodrigo Constantino fala besteiras a dar prum pau.

Não diga isto. Entre o Satanaldo, o Olavo e ele, ele é o que menos dá bola fora.
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

Apáte escreveu:
Acauan escreveu:E querem saber.
Este Rodrigo Constantino fala besteiras a dar prum pau.

Não diga isto. Entre o Satanaldo, o Olavo e ele, ele é o que menos dá bola fora.


Constantino é bom em análises econômicas, mas muito superficial no trato de temas polêmicos como o aborto e a legalização das drogas, por conta de uma crença quase religiosa de que economia de mercado seja resposta pra tudo, inclusive para questões morais.

Isto vem da empolgação dele com Ayn Rand, autora que parece ter tirado toda sua filosofia de uma visão prévia do roteiro do filme Wall Street, no qual Michael Douglas é um financista que prega que a ganância é boa.
Rand vai além e sustenta que individualismo, busca do interesse próprio e egoísmo são a fonte e base de todo o bem da sociedade, o que é um absurdo tão óbvio que não causa estranheza que qualquer um que ache que isto precisa ser analisado, termine confuso e acreditando.

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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Apáte »

Acauan escreveu:
Apáte escreveu:
Acauan escreveu:E querem saber.
Este Rodrigo Constantino fala besteiras a dar prum pau.

Não diga isto. Entre o Satanaldo, o Olavo e ele, ele é o que menos dá bola fora.


Constantino é bom em análises econômicas, mas muito superficial no trato de temas polêmicos como o aborto e a legalização das drogas, por conta de uma crença quase religiosa de que economia de mercado seja resposta pra tudo, inclusive para questões morais.

Isto vem da empolgação dele com Ayn Rand, autora que parece ter tirado toda sua filosofia de uma visão prévia do roteiro do filme Wall Street, no qual Michael Douglas é um financista que prega que a ganância é boa.
Rand vai além e sustenta que individualismo, busca do interesse próprio e egoísmo são a fonte e base de todo o bem da sociedade, o que é um absurdo tão óbvio que não causa estranheza que qualquer um que ache que isto precisa ser analisado, termine confuso e acreditando.


Da obra de Ayn Rand, quase tudo que conheço foi através do "Egoísmo Racional" do próprio Constantino, leitura altamente recomendável para leigos.
Identifiquei-me com o objetivismo, exceto por algumas análises superficiais e uma frase solta de Rand sobre "o direito de morrer".

Quanto as questões morais, embora Constantino demonstre uma fé cega que o livre-mercado resolverá todas as mazelas, ele analisa também de forma mais profunda, colocando a liberdade de escolha (não só a comercial) em destaque.
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

Apáte escreveu:Da obra de Ayn Rand, quase tudo que conheço foi através do "Egoísmo Racional" do próprio Constantino, leitura altamente recomendável para leigos.
Identifiquei-me com o objetivismo, exceto por algumas análises superficiais e uma frase solta de Rand sobre "o direito de morrer".

Quanto as questões morais, embora Constantino demonstre uma fé cega que o livre-mercado resolverá todas as mazelas, ele analisa também de forma mais profunda, colocando a liberdade de escolha (não só a comercial) em destaque.


O problema desta escola, se é que podemos chamar assim, é que eles parecem não considerar seriamente a hipótese de terem trocado as bolas, ou seja, não são os princípios do livre mercado que fazem funcionar a moralidade, mas os princípios da moralidade que fazem funcionar o livre mercado.

Weber, com todas as críticas levantáveis, é muito claro ao demonstrar que não existe capitalismo sem uma dosagem de confiança mútua e que o ambiente capitalista ideal é aquele em que há certeza de que contratos serão cumpridos.
É onde entra o exemplo da moral calvinista como ambiente capitalista, por mais que cada player naquele cenário esteja buscando seus próprios interesses, há um conjunto de regras tácitas que estabelecem limites e orientam os mecanismos desta busca.

Fosse tão simples quanto Rand e Constantino preconizam, quanto mais egoísta uma sociedade, mais rica e desenvolvida ela seria, o que é absurdo e desmentido pela História, conforme vemos que o capitalismo tem dificuldades em progredir em sociedades onde todos tentam levar vantagem em tudo.

Certo?
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Apáte »

Certo, entendi a inversão. Como se a moral se originasse do egoísmo, que seria divinamente justo, e não o contrário.
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

Apáte escreveu:Certo, entendi a inversão. Como se a moral se originasse do egoísmo, que seria divinamente justo, e não o contrário.


Exato, quando se crê nesta premissa e se tem alguma habilidade, pode-se criar mil e um argumentos para defendê-la, mas a fraqueza da premissa é auto-evidente.
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King In Crimson
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por King In Crimson »

Acredito que a partir daqui seria apenas troca de opiniões. Eu acredito que a lei deve basear-se em princípios, etre eles, não se contradizer. Também, que estado não é pai de ninguém, e que a sociedade só amadurece sob a liberdade.

Só deixo a observação de que o tráfico como está hoje sempre será mais caro, a não ser que a lei deliberadamente imponha o contrário. Ele tem que financiar armamentos caros, soldados dispostos a perder a vida, uma rede de corrupção etc. Não vejo como isso pode ser mais atraente do que buscar, muitas vezes, no próprio fornecedor ou mesmo sê-lo.

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Acauan
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Acauan »

King In Crimson escreveu:Só deixo a observação de que o tráfico como está hoje sempre será mais caro, a não ser que a lei deliberadamente imponha o contrário. Ele tem que financiar armamentos caros, soldados dispostos a perder a vida, uma rede de corrupção etc. Não vejo como isso pode ser mais atraente do que buscar, muitas vezes, no próprio fornecedor ou mesmo sê-lo.


Sendo um pouco técnico, a manutenção do aparato de violência do tráfico representa um custo fixo, que como todo custo fixo se torna menos significativo no preço do produto final a medida que o aumento do consumo e da produção cria economia de escala.

Já drogas legalizadas terão incidência de taxação, que impacta direta e proporcionalmente no preço final.
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por King In Crimson »

Como eu disse:
a não ser que a lei deliberadamente imponha o contrário.
}Ou seja, pela taxação exagerada.



Quanto à inversão: vejo mais como defesa da igualdade.
O fato de os héteros terem direito a algo equivalente não é o principal argumento para o casamento gay?
Da mesma forma, acho que os fumadores de maconha devem ser tratados da mesma maneira que os bebedores de cerveja.

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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por NeferNeferNefer »

King In Crimson escreveu:Como eu disse:
a não ser que a lei deliberadamente imponha o contrário.
}Ou seja, pela taxação exagerada.



Quanto à inversão: vejo mais como defesa da igualdade.
O fato de os héteros terem direito a algo equivalente não é o principal argumento para o casamento gay?
Da mesma forma, acho que os fumadores de maconha devem ser tratados da mesma maneira que os bebedores de cerveja.


O tabaco é droga e vicia. Está liberado. E o número de fumantes vem decrescendo.
O ácool é droga e vicia. Está liberado. Não vejo que a proibição do ácool resolveria o problema do alcoolismo. Somente aumentaria a criminalidade que giraria em torno do tráfico (já imaginou o preço de uma cervejinha?)
Defendo a liberação das drogas também.
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Re: Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Mr. Crowley »

Apáte escreveu:
Mr. Crowley escreveu:Isso ae é cigarro de mulher ou viado...

É do seu amigo Samael.


E...?
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por Mr. Crowley »

O negócio é o seguinte... esse papo de comparar maconha com software pirata é balela... já que sabe-se que um software, além de não prejudicar você diretamente(ou seja, não é você que o "injere") só perde na qualidade do cd, o que no máximo no máximo faria você trocar de leitor de cd...

Na prática ninguém ia ser louco de ir pro morro comprar 10 conto de beck, correr o risco de levar um chute(vir menos maconha do que é o "proposto" pelo pessoal, onde cada real corresponde a um 1g), correr o risco de pegar maconha de má qualidade(mais semente, galho, terra e qualquer outra merda que os caras colocam no meio por grama do que maconha mesmo), correr o risco de ser assaltado, gastar gasolina pra ir até lá e mais um monte de coisas que não lembrei agora...
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Re.: Pela Legalização das Drogas by Rodrigo Constantino

Mensagem por SickBoy »

eu estava acessando da lan house no dia em que postei esse tópico, e achei que ele nem tinha saído, pois o fórum estava lento e eu cliquei em "enviar" e o tempo acabou. pensei que nem tinha saído nada.



bem, eu vou ler esse tópico com mais calma e dar a minha opinião, mas já fiquei meio decepcionado com a analogia feita paginas atrás entre a pirataria de DVDs existente atualmente e uma possível coexitência de comércio ilegal de drogas com a liberação, quer dizer, não tem nem cabimento comparar as duas coisas, a sofisticação exigida para a falsificação de drogas (e remédios em geral) é muito maior que a para DVD's, e qualquer idiota que tem computador em casa e sabe usar o NERO sabe disso. Se algum tipo de comércio existir, terá que COMPETIR com a droga legalizada, e em decorrÊncia disso oferecer vantagens similares a essas


enfim, já fiquei desgostoso só de ler isso.

Trancado