O estado e a cultura

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Deve o estado gastar com cultura?

Sim
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Não
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Aranha
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Aranha »

Orbe escreveu:
- As mitologias e as heranças culturais que perpassam todas relações sociais são como uma cola que mantém o tecido social e até familiar coeso, é como uma identidade comum que garante a busca de objetivos comuns, as pessoas se reconhecem como iguais e se unem.


E porque as pessoas deveriam ser induzidas a buscar os mesmos objetivos? Não seria melhor deixar que elas decidam por si mesmas se querem seguir os mesmos objetivos?


- Quem falou em indução? - Isto é um fenômeno sociológico, é assim que sociedades se formam, quer você queira ou não.

Orbe escreveu:
- Como as pessoas se reconhecem como iguais? - Apreciando a mesma comida, dançando e cantando a mesma música e compartilhando uma mesma história através destes atos, que no fundo são míticos, isso é fundamental para se constituir comunidade, nação, estado.


Quem disse que alguem quer ser igual ou mesmo parecido? Quem disse que eu, por exemplo, quero me reconhecer como igual a alguem? Quem disse que só por nascer nesse território eu sou obrigado a ser como as demais pessoas que aqui nasceram? Ou querer a mesma coisa que os demais? A maior parte da população brasileira não tem nada em comum comigo além da nacionalidade.


- Repetindo, isto é um proceso/fenômeno sociológico humano, independe de seu querer ou seus protestos, você está trazendo uma realidade social para um contexto individual.

Abraços,
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Orbe
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Orbe »

Abmael escreveu:
Orbe escreveu:
- As mitologias e as heranças culturais que perpassam todas relações sociais são como uma cola que mantém o tecido social e até familiar coeso, é como uma identidade comum que garante a busca de objetivos comuns, as pessoas se reconhecem como iguais e se unem.


E porque as pessoas deveriam ser induzidas a buscar os mesmos objetivos? Não seria melhor deixar que elas decidam por si mesmas se querem seguir os mesmos objetivos?


- Quem falou em indução? - Isto é um fenômeno sociológico, é assim que sociedades se formam, quer você queira ou não.

Orbe escreveu:
- Como as pessoas se reconhecem como iguais? - Apreciando a mesma comida, dançando e cantando a mesma música e compartilhando uma mesma história através destes atos, que no fundo são míticos, isso é fundamental para se constituir comunidade, nação, estado.


Quem disse que alguem quer ser igual ou mesmo parecido? Quem disse que eu, por exemplo, quero me reconhecer como igual a alguem? Quem disse que só por nascer nesse território eu sou obrigado a ser como as demais pessoas que aqui nasceram? Ou querer a mesma coisa que os demais? A maior parte da população brasileira não tem nada em comum comigo além da nacionalidade.


- Repetindo, isto é um proceso/fenômeno sociológico humano, independe de seu querer ou seus protestos, você está trazendo uma realidade social para um contexto individual.

Abraços,


É assim que as sociedades se formam, mas não é assim que são obrigadas a permanecer. Os cidadãos nascidos em um mesmo território não precisam continuar a reverenciar os costumes de seus avós. E muitos deles não querem mesmo fazer isso. Não vai ser por isso que aquela sociedade vai morrer. Vai apenas mudar.

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Aranha
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Aranha »

Orbe escreveu:É assim que as sociedades se formam, mas não é assim que são obrigadas a permanecer. Os cidadãos nascidos em um mesmo território não precisam continuar a reverenciar os costumes de seus avós. E muitos deles não querem mesmo fazer isso. Não vai ser por isso que aquela sociedade vai morrer. Vai apenas mudar.


- Você insiste no individual, e está sendo óbvio, a questão é que uma sociedade/comunidade depende disto para sobreviver COMO GRUPO, individualismos a parte.

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André
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Mensagem por André »

Detalhe, e adendo a minha mensagem anterior. Não sou contrario a preservação da cultura brasileira, pelo contrario. Porém não acho dever do Estado se envolver nisso.

O papel do Estado com projetos culturais devem estar associados a educação, usar coisas como musica, pintura, e outras expressões, como forma de atrair pessoas para o projeto, tendo como objetivo educar, e inserir as pessoas na sociedade de forma mais produtiva.

Para, além disso, considero o papel do Estado inadequado em ser ele o agente de preservação e estimulo. Deve ser a sociedade civil, a própria população, a decidir o que preserva ou não, o que adota de outros lugares. Claro que sou a favor de museus, e afins.

Ou seja, para mim, financiar filmes, ou projetos não ligados a educação, são gastos desnecessários, e não essenciais. Esses seriam o exagero, assim como um ministério da Cultura é desnecessário poderia ser uma secretaria do ministério da Educação ligado a projetos como escrevi antes, e ajuda a museus.

Existem outras prioridades, além do que é presunção alguém achar que sabe melhor que os outros o que culturalmente deve ser preservado e estimulado.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Apáte
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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Apáte »

Bumba meu boi é palhaçada.

Agora, qual o problema com a folia de reis? Bando de alienados! :emoticon12:
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Orbe
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Orbe »

Abmael escreveu:
Orbe escreveu:É assim que as sociedades se formam, mas não é assim que são obrigadas a permanecer. Os cidadãos nascidos em um mesmo território não precisam continuar a reverenciar os costumes de seus avós. E muitos deles não querem mesmo fazer isso. Não vai ser por isso que aquela sociedade vai morrer. Vai apenas mudar.


- Você insiste no individual, e está sendo óbvio, a questão é que uma sociedade/comunidade depende disto para sobreviver COMO GRUPO, individualismos a parte.

Abraços,


Você é que insiste em ver um grupo como um ajuntamento eterno de pessoas iguais. Não é necessário costumes iguais e passados através de gerações para manter um grupo de pessoas vivendo em um território, sob as mesmas leis e governo.

Se amanhã, derrepente, todas as manifestações culturais brasileiras sumissem, daqui a 100 anos o Brasil ainda estaria aqui exatamente como é hoje. Talvez a única parte de nossa cultura imprescindível seja o idioma (por motivos óbvios). O resto é dispensável à manutenção de nossa sociedade.

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Apáte
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Mensagem por Apáte »

Abmael escreveu:- Acho que você acabou percebendo a falta de sentido em me cobrar o que cobrou.

Eu nem havia cobrado nada.

Abmael escreveu:- Você afirma que nordestinos pobres são desinteressantes,

Mentira.

Abmael escreveu:que cineastas são vagabundos

Verdade.

Abmael escreveu:e que arte é vagabundagem

Meia verdade.

Abmael escreveu:e que, juntando tudo isso dá uma bela merda,

Exato.

Abmael escreveu:ok, entendi suas opiniões, Valeu Campeão!!!

Não se faça de tantan, que eu sei muito bem que você NÃO É! Eu disse que toda vez que um idiota lança um filme sobre a pobreza do nordeste vem um bando de retardados cults gritarem como este idiota teve uma idéia inovadora. Porra, as histórias, os personagens, os nomes, os locais e até os atores são todos iguais, cacete! Até se fosse mulher pelada meu saco já tava lotado dessa porcaria.
Também disse que cineastas brasileiros que exploram a pobreza duas vezes são vagabundos. (¹ porque o tema do filme é sempre o mesmo, já deve até ter uma classificação própria "pornochanchada da pobreza nordestina"; ² porque estão tomando o suado dinheiro do povo para seu cocô em tela.)
E arte não é vagabundagem. Não sou um dos melhores apreciadores e conhecedores, mas reconheço o papel fundamental da arte para a sociedade e para o indivíduo, de qualquer forma de arte. Mas a arte existe para ser bela, para ser apreciada; e desde que os modernistas tentaram transformá-la num folder ideológico macabro e propositalmente feio, sem sintonia, ela deixou de ser arte, pra ser ocupação de vagabundo mesmo.
Tátátá, os burgueses, nobres e o clero faziam o mesmo, né? Eu sou um alienado, tátátá, eu sei...

E se juntarmos os filmes de sempre (sempre desinteressantes), com nossos cineastas vagabundos, mais a pseudo-arte moderna, aí sim dá uma bosta dum tamanho que se jogar pra cima tampa o buraco na camada de ozônio.

Abmael escreveu:- O dinheiro dos impostos é coletivo, e é gasto conforme pleitos de setores sociais e ideologia do governo empossado por eleições livres, cabe a cada um protestar, pleitear e/ou votar, isto é exercer cidadania.

- Sugiro que escreva para o seu deputado.

Desgraçado, estava curtindo com minha cara este tempo todo.
[cometi uma gafe neste último parágrafo]

Abmael escreveu:Abraços,

Outros.
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Aranha
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Aranha »

Orbe escreveu:
Abmael escreveu:
Orbe escreveu:É assim que as sociedades se formam, mas não é assim que são obrigadas a permanecer. Os cidadãos nascidos em um mesmo território não precisam continuar a reverenciar os costumes de seus avós. E muitos deles não querem mesmo fazer isso. Não vai ser por isso que aquela sociedade vai morrer. Vai apenas mudar.


- Você insiste no individual, e está sendo óbvio, a questão é que uma sociedade/comunidade depende disto para sobreviver COMO GRUPO, individualismos a parte.

Abraços,


Você é que insiste em ver um grupo como um ajuntamento eterno de pessoas iguais. Não é necessário costumes iguais e passados através de gerações para manter um grupo de pessoas vivendo em um território, sob as mesmas leis e governo.

Se amanhã, derrepente, todas as manifestações culturais brasileiras sumissem, daqui a 100 anos o Brasil ainda estaria aqui exatamente como é hoje. Talvez a única parte de nossa cultura imprescindível seja o idioma (por motivos óbvios). O resto é dispensável à manutenção de nossa sociedade.


- Já está cansativo, mas vou tentar ser mais claro.

- As manifestações mais rudimentares de cultura já surgem na tribo (que é o grupamento humano mais básico) exemplos:

. Como demonstrar interesse por uma garota?
. Que horas é a refeição?
. Quem vai caçar? - Quem cuida das crianças?
. Como chamar outra pessoa sem falar? (importante quando se está caçando e não pode fazer barulho)
. Quem come primeiro?
. Como fazer arcos e flechas?
. Quando dormir?
. Quando plantar? - Quando colher?
. etc...

- São só exemplos básicos de manifestações culturais que são indispensáveis para que o grupo sobreviva, a medida que este grupo vira uma vila, depois uma cidade, depois um país, tais manifestações vão se sofisticando, tipo: fazer uma festa na época da colheita, dar um presente para demonstrar interesse pela garota, você e eu sem percebermos usamos várias delas no dia-a-da, isto faz de nós parte da comunidade.

Abraços,
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Mensagem por Aranha »

Apáte escreveu:Não se faça de tantan, que eu sei muito bem que você NÃO É! Eu disse que toda vez que um idiota lança um filme sobre a pobreza do nordeste vem um bando de retardados cults gritarem como este idiota teve uma idéia inovadora. Porra, as histórias, os personagens, os nomes, os locais e até os atores são todos iguais, cacete! Até se fosse mulher pelada meu saco já tava lotado dessa porcaria.
Também disse que cineastas brasileiros que exploram a pobreza duas vezes são vagabundos. (¹ porque o tema do filme é sempre o mesmo, já deve até ter uma classificação própria "pornochanchada da pobreza nordestina"; ² porque estão tomando o suado dinheiro do povo para seu cocô em tela.)
E arte não é vagabundagem. Não sou um dos melhores apreciadores e conhecedores, mas reconheço o papel fundamental da arte para a sociedade e para o indivíduo, de qualquer forma de arte. Mas a arte existe para ser bela, para ser apreciada; e desde que os modernistas tentaram transformá-la num folder ideológico macabro e propositalmente feio, sem sintonia, ela deixou de ser arte, pra ser ocupação de vagabundo mesmo.
Tátátá, os burgueses, nobres e o clero faziam o mesmo, né? Eu sou um alienado, tátátá, eu sei...

E se juntarmos os filmes de sempre (sempre desinteressantes), com nossos cineastas vagabundos, mais a pseudo-arte moderna, aí sim dá uma bosta dum tamanho que se jogar pra cima tampa o buraco na camada de ozônio.


Caro Ápate,

- Sua crítica não está meio atrasada? - A EMBRAFILME acabou, não se fazem mais filmes assim, a nova onda agora é "2 filhos de Francisco", "Cidade de Deus", "Tropa de Elite", "Carandiru", "Meu nome não é Jhonny", "A Grande Família" e outros.

- Quanto aos filmes desinteressantes, sempre iguais e o modernismo, você se refere apenas aos filmes brasileiros?


Apáte escreveu:
Abmael escreveu:- O dinheiro dos impostos é coletivo, e é gasto conforme pleitos de setores sociais e ideologia do governo empossado por eleições livres, cabe a cada um protestar, pleitear e/ou votar, isto é exercer cidadania.

- Sugiro que escreva para o seu deputado.

Desgraçado, estava curtindo com minha cara este tempo todo.
[cometi uma gafe neste último parágrafo]


- Curtindo em parte, realmente falta ao Brasileiro o exercício de sua cidadania, a consciência de seus direitos, mobilização social e capacidade de se indignar, é como diz o ditado: "O silêncio dos bons é pior que a ação dos maus" (mais ou menos assim).

Abraços,
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Claudio Loredo
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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Claudio Loredo »



Uma das mais belas manifestações culturais brasileiras é a capoeira. Se um dia você tiver oportunidade, acompanhe uma roda de capoeira. Elas acontecem em diversas cidades brasileiras.

Acompanhando uma roda, você verá que capoeira é dança, é música, é luta, é arte, é folclore e é integração social. Cada participante da roda tem uma função: um luta, outro bate palmas, outro canta, outro toca instrumentos. Cada um tem seu lugar na roda que reúne desde crianças até idosos, homens e mulheres, ricos e pobres, todos podem participar.

As músicas falam sobre o cotidiano das pessoas. Elas incentivam a praticar o bem, a respeitar o próximo, a ser sociável. Quem joga capoeira desenvolve um ótimo condicionamento físico. Mas é um exercício que não é praticado sozinho. Na roda as pessoas se aproximam, se conhecem, se sentem parte de um todo. Pois a roda lembra as pessoas que elas não estão sozinhas: elas fazem parte de uma comunidade e têm sua importância nela.

Nenhum país do mundo desenvolveu uma arte marcial tão linda como a capoeira. Pois ela não é só luta, ela é muito mais do que uma luta. O boxe, o judo, o karaté são apenas lutas, mas a capoeira vai muito além. Por isto, a capoeira deve ser incentiva, deve ser aprendida nas escolas públicas. Deve ser patrocinada pelo Estado Brasileiro.


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Mensagem por Apáte »

Abmael escreveu:- Sua crítica não está meio atrasada? - A EMBRAFILME acabou, não se fazem mais filmes assim, a nova onda agora é "2 filhos de Francisco", "Cidade de Deus", "Tropa de Elite", "Carandiru", "Meu nome não é Jhonny", "A Grande Família" e outros.

De tempos para cá o único filme nacional que vi foi Tropa de Elite. Antes disso eu acho que eu só vi "Bicho de 7 cabeças" com o Santoro num Corujão da vida e Cidade de Deus.

A moda agora, pelo que parece, é explorar a "pobreza" dos favelados cariocas. Daí, todo idiota coloca uma arma na mão duma criança, e lá vem os críticos: "viu como é inovador e chocante?"

Abmael escreveu:- Quanto aos filmes desinteressantes, sempre iguais e o modernismo, você se refere apenas aos filmes brasileiros?

Não só, mas os daqui são de doer.

Abmael escreveu:- Curtindo em parte, realmente falta ao Brasileiro o exercício de sua cidadania, a consciência de seus direitos, mobilização social e capacidade de se indignar, é como diz o ditado: "O silêncio dos bons é pior que a ação dos maus" (mais ou menos assim).

Certo.
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Apáte
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Apáte »

Claudio Loredo escreveu:

Uma das mais belas manifestações culturais brasileiras é a capoeira. Se um dia você tiver oportunidade, acompanhe uma roda de capoeira. Elas acontecem em diversas cidades brasileiras.

Acompanhando uma roda, você verá que capoeira é dança, é música, é luta, é arte, é folclore e é integração social. Cada participante da roda tem uma função: um luta, outro bate palmas, outro canta, outro toca instrumentos. Cada um tem seu lugar na roda que reúne desde crianças até idosos, homens e mulheres, ricos e pobres, todos podem participar.

As músicas falam sobre o cotidiano das pessoas. Elas incentivam a praticar o bem, a respeitar o próximo, a ser sociável. Quem joga capoeira desenvolve um ótimo condicionamento físico. Mas é um exercício que não é praticado sozinho. Na roda as pessoas se aproximam, se conhecem, se sentem parte de um todo. Pois a roda lembra as pessoas que elas não estão sozinhas: elas fazem parte de uma comunidade e têm sua importância nela.

Nenhum país do mundo desenvolveu uma arte marcial tão linda como a capoeira. Pois ela não é só luta, ela é muito mais do que uma luta. O boxe, o judo, o karaté são apenas lutas, mas a capoeira vai muito além. Por isto, a capoeira deve ser incentiva, deve ser aprendida nas escolas públicas. Deve ser patrocinada pelo Estado Brasileiro.


Já pratiquei capoeira na infância, e gostava muito. Saí pouco tempo depois do mestre ter dito que no início era usada para praticar pequenos assaltos com agilidade, incluindo os movimentos e os apelidos.

E creio que a capoeira tá muito longe da beira da morte pra ter que receber verba do Estado. Aliás, mesmo se o Estado combater, o Boxe sobreviveria e arrecadaria bilhões, por que alguém não consegue fazer o mesmo com a capoeira, nativa daqui?

ps: estes dias vi num programa que capoeira é um nome tupi, não sabia.
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RicardoVitor
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por RicardoVitor »

RicardoVitor escreveu:
Lúcifer escreveu:Eu concordo com o que o Claudio Loredo disse.
Preservar a cultura nacional é antes de tudo, evitar que transformemos a cultura de outros povos em nosso, como por exemplo, o Hallowenn (ou seja lá como escreve essa por..a!).


Qual o problema com o ato de celebrar o Halloween? Se a cultura de outros povos for interessante para as pessoas (como para a criançada que já adotou o Halloween), qual o problema com isso? Se festejar o dia do Santo Antonio do Biribiri não é mais interessante para a nova geração, qual o problema? Devemos preservar só porque é uma tradição brasileira? Isso me cheira a um pouco de xenofobia misturada com um chauvinismo bem radicalizado.

Lúcifer escreveu:A cultura nacional é nossa identidade, talvez a mais importante de uma nação.
É dever da Nação preservá-las sim, não somente para mostrar para os gringos lá de fora, mas também para dar ocupação para pessoas que, normalmente não teriam nada para fazer a não ser bobagens.


Se é tão importante, por que precisaria ser protegida por alguém? Se são tão importantes assim para os brasileiros, por que se preocupar com uma possível derrocada das culturas nacionais?

Lúcifer escreveu:E, para os capitalistas de plantão, devo informá-los que, quando são feitos por pessoas sérias e responsáveis, um filme, que seja de curta; média ou longa metragem, gera empregos para, no mínimo dezenas e, no máximo, centenas de pessoas, direta ou indiretamente.


Se for um filme financiado pelo Estado (isso é, que não tem compromisso algum em ser bom, em render bilheteria, etc) gera empregos para parentes e amigos de políticos, para beneficiados por lobbys políticos, enfim, serve aos interesses dos únicos que apostaram em tal filme: a elite política.

Lúcifer escreveu:No quesito educacional e social, crianças e jovens tem a chance de se livrarem das drogas e do banditismo, aprendendo uma função que, em vias normais nunca conseguiriam pelos altos preços de certos cursos.
Ou seja, isso estimula o jovem e pessoas com mais idade a verem o mundo de outra maneira. Uma maneira melhor.


De que forma?
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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por RicardoVitor »

um pouco de xenofobia misturada com um chauvinismo bem radicalizado.


Ainda acho que isso explica boa parte dos posts favoráveis a "proteção" estatal da cultura, pois não encontrei argumentos que mostrassem de outra forma.
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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por RicardoVitor »

Se a capoeira é tão importante, por que precisaria ser protegida por alguém? Se é tão importante assim para os brasileiros, por que se preocupar com uma possível derrocada da capoeira?
Logical, responsible, practical.
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por clara campos »

Claudio Loredo escreveu:

Nenhum país do mundo desenvolveu uma arte marcial tão linda como a capoeira. Pois ela não é só luta, ela é muito mais do que uma luta. O boxe, o judo, o karaté são apenas lutas, mas a capoeira vai muito além. Por isto, a capoeira deve ser incentiva, deve ser aprendida nas escolas públicas. Deve ser patrocinada pelo Estado Brasileiro.


Claúdio, não concordo que a aprendizagem deste ou daquele desporto deva ser obrigatória. Ou melhor, eu penso que a educação desportiva na escola pública deve primar pela diversidade, por forma a mostrar aos alunos que existem diversas opções.

Também me parece que a capoeira é bastante reconhecida e acarinhada pelas inicativas privadas, não necessitando já da tal "energia de activação".

Pelo menos em Portugal proliferam os grupos de capoeira, que é bastante apreciada.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por clara campos »

Eu penso que o ministério da cultura deve acima de tudo incentivar projectos interessantes, mas também penso que é a sociedade civil que deve apresentar projectos e sustentá-los.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Apáte »

clara campos escreveu:Eu penso que o ministério da cultura deve acima de tudo incentivar projectos interessantes, mas também penso que é a sociedade civil que deve apresentar projectos e sustentá-los.

Pois é.
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Claudio Loredo »

RicardoVitor escreveu:Se a capoeira é tão importante, por que precisaria ser protegida por alguém? Se é tão importante assim para os brasileiros, por que se preocupar com uma possível derrocada da capoeira?



Diferentemente de outras tradições culturais já citadas, a capoeira não necessida da ajuda do Estado para sobreviver. Ela já é forte o suficiente, está difundida em todo o Brasil e em diversos países ao redor do globo.

Ainda assim é bom que ela seja ensinada nas escolas públicas, juntamente com outros esportes, para que os estudantes conheçam mais a cultura e a história nacional.

A capoeira é a arte que mais divulga a língua portuguesa ao redor do mundo. Por isto é dever do Estado brasileiro ajudar este jogo que tem dado muita visibilidade ao Brasil no exterior.

Assim como é dever do Estado preservar o patrimônio histórico, como museus e construções antigas. É também dever do Estado preservar as diversas manifestações cultarais do seu povo que foram desenvolvidas ao longo de séculos. Este povo tem todo o direito de consumir enlatados, mas ele também tem o direito de consumir e admirar a cultura dos seus antepassados.


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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Apáte escreveu:De tempos para cá o único filme nacional que vi foi Tropa de Elite. Antes disso eu acho que eu só vi "Bicho de 7 cabeças" com o Santoro num Corujão da vida e Cidade de Deus.

A moda agora, pelo que parece, é explorar a "pobreza" dos favelados cariocas. Daí, todo idiota coloca uma arma na mão duma criança, e lá vem os críticos: "viu como é inovador e chocante?"


- Sua opinião é muito baseada em preconceitos, nem os filmes são exatamente assim como os críticos não reagem exatamente desta forma.

- Mas o bom da coisa é que esses filmes estão se pagando e até dando lucro, dão até bilheteria maior que blockbusters americanos, ou seja, é o cinema nacional se firmando no mercado com suas próprias pernas, sem estado.

- Acabou a época quando intelectuaizinhos de esquerda ocupavam cadeiras da EMBRAFILME financiando "filmes de arte" que nínguem assistia, mas não tinha problema porque os caras não ligavam pro mercado que era coisa de burguês.

Apáte escreveu:
Abmael escreveu:- Quanto aos filmes desinteressantes, sempre iguais e o modernismo, você se refere apenas aos filmes brasileiros?

Não só, mas os daqui são de doer.


- Não seja tão duro, temos feito filmes bons com apelo comercial, assisti "Cidade de Deus", "Tropa de Elite", "2 Filhos de Francisco"" e gostei.

- Atualmente só vejo filmes americanos que sejam cheios de efeitos especiais, no que diz respeito ao roteiro não vejo mais graça alguma, sei de antemão como será o início, o meio e o fim da estória, 99% é lixo para se esquer 10 minutos depois do fim.

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Orbe
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Orbe »

Claudio Loredo escreveu:

Uma das mais belas manifestações culturais brasileiras é a capoeira. Se um dia você tiver oportunidade, acompanhe uma roda de capoeira. Elas acontecem em diversas cidades brasileiras.

Acompanhando uma roda, você verá que capoeira é dança, é música, é luta, é arte, é folclore e é integração social. Cada participante da roda tem uma função: um luta, outro bate palmas, outro canta, outro toca instrumentos. Cada um tem seu lugar na roda que reúne desde crianças até idosos, homens e mulheres, ricos e pobres, todos podem participar.

As músicas falam sobre o cotidiano das pessoas. Elas incentivam a praticar o bem, a respeitar o próximo, a ser sociável. Quem joga capoeira desenvolve um ótimo condicionamento físico. Mas é um exercício que não é praticado sozinho. Na roda as pessoas se aproximam, se conhecem, se sentem parte de um todo. Pois a roda lembra as pessoas que elas não estão sozinhas: elas fazem parte de uma comunidade e têm sua importância nela.

Nenhum país do mundo desenvolveu uma arte marcial tão linda como a capoeira. Pois ela não é só luta, ela é muito mais do que uma luta. O boxe, o judo, o karaté são apenas lutas, mas a capoeira vai muito além. Por isto, a capoeira deve ser incentiva, deve ser aprendida nas escolas públicas. Deve ser patrocinada pelo Estado Brasileiro.



"Linda" na sua humilde opinião.

Eu acho a capoeira deprimente. Aqueles dois marmanjos se sacudindo e finjindo que vão lutar sem realmente fazer porcaria nenhuma. Aquele bando de gente ao redor batendo palminhas. E aquele som insuportável do berimbau ao fundo...

E para dizer que karate é apenas luta, você provavelmente nunca praticou ou teve um sensei muito mal formado.

Essa sua "Ode à Cultura Brasileira" está começando a ficar ridícula.

Deve ser aprendida em escolas e patrocinada pelo Estado... que piada...

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Herf
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Herf »

Claudio Loredo escreveu:

Uma das mais belas manifestações culturais brasileiras é a capoeira. Se um dia você tiver oportunidade, acompanhe uma roda de capoeira. Elas acontecem em diversas cidades brasileiras.

Acompanhando uma roda, você verá que capoeira é dança, é música, é luta, é arte, é folclore e é integração social. Cada participante da roda tem uma função: um luta, outro bate palmas, outro canta, outro toca instrumentos. Cada um tem seu lugar na roda que reúne desde crianças até idosos, homens e mulheres, ricos e pobres, todos podem participar.

As músicas falam sobre o cotidiano das pessoas. Elas incentivam a praticar o bem, a respeitar o próximo, a ser sociável. Quem joga capoeira desenvolve um ótimo condicionamento físico. Mas é um exercício que não é praticado sozinho. Na roda as pessoas se aproximam, se conhecem, se sentem parte de um todo. Pois a roda lembra as pessoas que elas não estão sozinhas: elas fazem parte de uma comunidade e têm sua importância nela.

Nenhum país do mundo desenvolveu uma arte marcial tão linda como a capoeira. Pois ela não é só luta, ela é muito mais do que uma luta. O boxe, o judo, o karaté são apenas lutas, mas a capoeira vai muito além. Por isto, a capoeira deve ser incentiva, deve ser aprendida nas escolas públicas. Deve ser patrocinada pelo Estado Brasileiro.



Uma das mais belas manifestações culturais brasileiras é a religião neopentecostal. Se um dia você tiver oportunidade, acompanhe um culto evangélico. Eles acontecem em diversas cidades brasileiras.

Acompanhando um culto, você verá que o evangelicalismo é paz, é música, é sabedoria, é arte, é folclore e é integração social. Os cultos reúnem desde crianças até idosos, homens e mulheres, ricos e pobres, todos podem participar.

Os temas dos cultos e as músicas cantadas falam, entre outras coisas, sobre os problemas das pessoas e sobre como elas podem superá-los. Eles incentivam a praticar o bem, a respeitar o próximo, a ser sociável. Quem freqüenta cultos evangélicos desenvolve um ótimo senso de bondade e passa a ver o outro como um irmão. Em um culto evangélico as pessoas se aproximam, se conhecem, se sentem parte de um todo. Pois o culto religioso lembra as pessoas que elas não estão sozinhas: elas fazem parte de uma comunidade e têm sua importância nela.

Em nenhum país do mundo há uma religião tão linda quanto o neopentecostalismo brasileiro. Pois ele não é só religião, ele é muito mais do que uma religião. O Catolicismo, outras vertentes do Cristianismo, o Islamismo, o Xintoísmo , etc, são apenas religiões, mas o neopentecostalismo vai muito além. Por isto, o neopentecostalismo deve ser incentivado, deve ser aprendido nas escolas públicas. Deve ser patrocinado pelo Estado Brasileiro.

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Ilovefoxes
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Re: Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Ilovefoxes »

Orbe escreveu:E para dizer que karate é apenas luta, você provavelmente nunca praticou ou teve um sensei muito mal formado.
Sensei? Isso não é em japonês?

Orbe
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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por Orbe »

Karate é japonês...

Também pode usar "mestre" e "caratê" se preferir "abrasileirar". :emoticon19:

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user f.k.a. Cabeção
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Re.: O estado e a cultura

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »



A existencia de ministerios inuteis e um traco importante da cultura brasileira. O ministerio da cultura e portanto um metaministerio.

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