A economia do fascismo

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RicardoVitor
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A economia do fascismo

Mensagem por RicardoVitor »

A economia do fascismo

por Sheldon Richman

O melhor exemplo de economia fascista foi o regime do ditador italiano Benito Mussolini. Acreditando que o liberalismo (ou seja, a liberdade e o livre mercado) tinha “esgotado sua função histórica”, Mussolini escreveu: “o mundo para o Fascismo não é esse mundo material, como aparenta superficialmente, onde o homem é um indivíduo separado dos outros, condenado à solidão... O Fascismo reafirma o Estado como a verdadeira realidade do indivíduo.”

Esse coletivismo é compreendido na palavra fascismo, que deriva do latim fasces, nome dado a um feixe de varas ligadas em torno de um machado. Nas ciências econômicas, o fascismo foi visto como um terceiro caminho entre o capitalismo laissez-faire e o comunismo. O pensamento fascista reconhecia as funções da propriedade privada e do estímulo ao lucro como legítimos incentivos à produtividade – desde que não entrassem em conflito com os interesses do Estado.

O Fascismo na Itália nasceu a partir de dois outros movimentos: o sindicalismo e o nacionalismo. Os sindicalistas acreditavam que a vida econômica deveria ser governada por grupos que representassem os trabalhadores das indústrias e manufaturas. Os nacionalistas, feridos pelo tratamento dispensado à Itália após a Primeira Guerra Mundial, combinavam a idéia da luta entre as classes com a idéia de uma luta entre as nações. Diziam que a Itália era uma nação proletária e que, para obter uma parte maior da riqueza mundial, todas as classes italianas deveriam se unir. Mussolini foi um sindicalista que se tornou nacionalista durante a Primeira Guerra Mundial.

De 1922 a 1925, o regime de Mussolini seguiu a política econômica do laissez-faire, sob o comando de um ministro de finanças liberal, Alberto De Stefani. O ministro reduziu impostos, regulações, restrições comerciais e permitiu que empresas competissem umas com as outras. Porém, essa oposição ao protecionismo e aos subsídios desagradava alguns líderes da indústria e De Stefani acabou tendo que pedir demissão. Quando Mussolini consolidou sua ditadura, em 1925, a Itália entrou em uma nova fase. Como vários outros líderes daquele tempo, Mussolini acreditava que a economia não funcionaria construtivamente sem a supervisão do governo. Como um prenúncio do que aconteceria na Alemanha Nazista e até, de certa forma, nos Estados Unidos após o New Deal, Mussolini iniciou um grande programa que incluía um imenso déficit do governo, obras públicas e, por fim, investimento militar.

O Fascismo de Mussolini avançou ainda mais com a criação do Estado Corporativo, uma estrutura supostamente pragmática, sob a qual as decisões econômicas eram tomadas por conselhos compostos por trabalhadores e empregadores que representavam o comércio e as indústrias. A partir desse arranjo, a suposta rivalidade entre os empregados e os empregadores deveria ser extinta, evitando que a luta de classes prejudicasse a luta nacional. No Estado Corporativo, por exemplo, as greves seriam ilegais e ações trabalhistas deveriam ser mediadas por uma agência estatal.

Teoricamente, a economia fascista deveria ser orientada por uma complexa rede de empregadores, trabalhadores e organizações administradas conjuntamente, representando manufaturas e indústrias em nível local, provincial e nacional. No topo dessa rede estava o Conselho Nacional das Corporações. Embora o sindicalismo e o corporativismo tivessem lugar na ideologia fascista e fossem importantes na construção de um consenso em apoio ao regime, o conselho pouco atuou na condução da economia. As decisões reais eram tomadas por agências estatais, como o Instituto para a Reconstrução Industrial (Istituto per la Ricosstruzione Industriale, ou IRI), mediando os grupos de interesse.

A partir de 1929, em preparação para atingir as “glórias” da guerra, o governo italiano utilizou medidas protecionistas para direcionar a economia em direção à autarquia - ou à autosuficiência econômica. As políticas autárquicas foram intensificadas nos anos seguintes, por conta da depressão e das sanções econômicas impostas por outras nações sobre a Itália após a invasão da Etiópia. Em 1931, Mussolini decretou que órgãos governamentais deveriam comprar apenas produtos italianos e aumentou todas as tarifas sobre importações. As sanções que seguiram a invasão à Etiópia estimularam a Itália a novamente, em 1935, aumentar suas tarifas, enrijecer as quotas de importação e reforçar seu embargo sobre produtos industrializados.

Mussolini também eliminou a capacidade do mercado de tomar decisões independentes: o governo controlava todos os preços e salários, e firmas de qualquer indústria poderiam ser forçadas a fazer parte de um cartel, caso a maioria se posicionasse nesse sentido. Os líderes das grandes empresas tinham alguma participação na elaboração de políticas, enquanto os pequenos empreendedores eram, na verdade, transformados em empregados do estado, competindo com burocracias corruptas. Eles aceitavam sua submissão na esperança de que as restrições fossem temporárias. Vendo a terra como bem fundamental à nação, o Estado fascista dominou a agricultura de uma forma ainda mais completa, definindo safras, dividindo fazendas e fazendo das ameaças de expropriação um instrumento para reforçar suas ordens.

O sistema bancário também sofreu um controle extraordinário. Da mesma forma que as indústrias italianas, o sistema bancário também afundou sob o peso da depressão e da regulação e, enquanto o desemprego crescia, o governo criava programas de empregos públicos, assumindo o controle sobre decisões em relação à construção e expansão de fábricas. O governo criou o Istituto Mobiliare, em 1931, para controlar o crédito, e o IRI, mais tarde, adquiriu todas as ações que os bancos possuíam de empreendimentos na indústria, na agricultura e no setor imobiliário.

A imagem de um líder forte assumindo responsabilidade direta sobre a economia durante momentos de crise fascinou observadores estrangeiros. A Itália foi um dos lugares onde Franklin Roosevelt buscou idéias em 1933. Criada por Roosevelt, o National Recovery Act (NRA) tentou cartelizar a economia americana, da mesma forma que Mussolini cartelizara a italiana. Sob a NRA, Roosevelt estabeleceu conselhos para toda a indústria, com poder de determinar e aplicar preços, salários e outras formas de emprego, produção e distribuição para todas as companhias de determinada indústria. Por meio da Lei de Ajuste da Agricultura, o governo exerceu um controle similar sobre os agricultores.

Curiosamente, Mussolini enxergava o New Deal de Roosevelt como “corajosamente... intervencionista no campo da economia.” O nazismo de Hitler também partilhava muitos traços com o fascismo italiano, inclusive na frente sindicalista. O nazismo também exercia um controle governamental completo sobre a indústria, a agricultura, financiamentos e investimentos.

Na medida em que a Segunda Guerra Mundial se aproximava, os sinais do fracasso do fascismo na Itália eram evidentes: o consumo privado per capita estava abaixo dos níveis de 1929 e a produção industrial italiana, entre 1929 e 1939, tinha crescido apenas 15 por cento - menos que as taxas de crescimento dos outros países da Europa Ocidental. A produtividade do trabalho estava baixa e os preços de produção não eram competitivos. O erro econômico do fascismo residia na transferência do poder de decisão dos empreendedores para os burocratas do governo e na distribuição dos recursos, feita através de decretos, em detrimento do mercado. Mussolini desenvolveu seu sistema para abastecer as necessidades do Estado, não dos consumidores. Esse sistema, no fim das contas, não serviu a nenhum dos dois.

http://www.ordemlivre.org/?q=node/112
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DIG
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por DIG »

Mas o fascismo não era de direita :emoticon19: :emoticon38: :emoticon36: :emoticon32: ?

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RicardoVitor
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por RicardoVitor »

DIG escreveu:Mas o fascismo não era de direita :emoticon19: :emoticon38: :emoticon36: :emoticon32: ?


Shhh fala baixo, senão vai espantar a esquerda do forum daqui do tópico... Peraí, cadê eles?
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RicardoVitor
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por RicardoVitor »

RicardoVitor escreveu:
DIG escreveu:Mas o fascismo não era de direita :emoticon19: :emoticon38: :emoticon36: :emoticon32: ?


Shhh fala baixo, senão vai espantar a esquerda do forum daqui do tópico... Peraí, cadê eles?


Eles não irão aparecer por aqui, claro.
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Apo
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por Apo »

Este tópico poderia render muito bem... :emoticon26:
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Claudio Loredo
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por Claudio Loredo »

Marxismo, crise económica e luta dos povos
por Armando Hart Dávalos

Fonte: Resistir.info

Os indicadores mais recentes da economia norte-americana reflectem o agravamento de problemas que desde há algum tempo preocupam economistas e políticos por todo o mundo.

O enfraquecimento do dólar frente a outras moedas como o euro, o yen, a crise no sector hipotecário e o aumento do preço do barril de petróleo até ultrapassar limites históricos aumentaram as previsões acerca de uma recessão nos Estados Unidos. Tornam-se significativas as previsões de David Walker [1] , contabilista geral, quanto ao desequilíbrio fiscal alarmante que poderá conduzir a uma explosão da dívida e as de Allan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, que situa as possibilidades de uma recessão em mais de 50 por cento. Em reflexões recente do Comandante em Chefe o fenómeno também foi abordado com profundidade.

Para aqueles que decretaram a morte do marxismo, a entrada da economia norte-americana na fase de recessão viria confirmar, com a teimosia dos factos científicos, a validade das previsões de Marx quanto ao carácter cíclico das crises no sistema capitalista. É verdade que se acumularam experiências para modificar o ciclo e retardar ou diminuir o efeito das crises económicas, mas a irresponsabilidade da actual administração com a sua política guerreirista, financiada com um dólar cada vez mais enfraquecido e sem apoio, tem vindo a criar uma situação insustentável no futuro.

Insistiu-se, e com razão, em que a crise por si só não significará o fim do capitalismo, que a economia norte-americana tem a capacidade de ultrapassar a crise e que só a luta dos povos, incluído naturalmente o norte-americano, poderá acabar com o sistema de dominação imperialista.

Entretanto, uma crise de grandes proporções como aquela que parece avizinhar-se traria mudanças inevitáveis na política tanto interna como externa dos Estados Unidos e influiria consideravelmente nos seus aliados imperialistas. Recordemos a crise de 1929, os seus efeitos devastadores à escala mundial, e o surgimento na política dos Estados Unidos de uma figura como Franklin Delano Roosevelt e seu New Deal a fim de enfrentar os agudos problemas sociais agravados por aquela crise.

Nessa altura, as pretensões hegemónicas e a política que sustentam os sectores mais reaccionários dos Estados Unidos sofreriam um golpe duro e seriam criadas condições para a sobrevivência e desenvolvimento dos processos de mudanças em andamento na nossa região.

Não se trata de modo algum de desejar a crise como remédio para todos os males actuais pelos quais atravessa humanidade, porque estamos conscientes dos efeitos negativos que ela teria para economia internacional, mas sim de nos prepararmos e aproveitar as possibilidades que seriam abertas com o enfraquecimento do poder hegemónico a fim de avançar na reestruturação da actual ordem financeiro internacional baseada no domínio do dólar, assegurar a multipolaridade – o equilíbrio do mundo defendido por Martí –, e consolidar os processos de integração na América Latina e no Caribe.

Há mais de uma década a revista The New Yorker publicou um artigo com o título "O regresso de Carlos Marx", o qual sublinhava a vigência do seu pensamento na explicação dos fenómenos da economia capitalista. À par das suspeitas de crise económica está à vista a fractura das bases éticas, políticas e jurídicas das sociedades mais desenvolvidas do Ocidente, e em especial a norte-americana actual, a qual constitui, como se sabe, o poder hegemónico do capitalismo mundial.

Para os revolucionários, a via a seguir passa por situar a justiça como categoria principal da cultura pois não há sistema social que possa prevalecer sem um fundamento cultural. Não é possível conceber a escravidão em Roma sem direito romano e não pode haver socialismo se não formos capazes de encontrar os vínculos que unem a ética, o direito e a política prática na sua integridade cultural.

Agora, junto com o gigante de Trier [2] , regressam Bolívar, Martí, as personalidades eminentes e os pensadores da Nossa América e regressa o Che, com a sua espada, para assinalar-nos o caminho da independência total e definitiva dos nossos povos.


04/Janeiro/2008

[1] Ver http://www.gao.gov/cghome/d071189cg.pdf
[2] Cidade natal de Marx.

[*] Ex-ministro da Cultura de Cuba. Ver resumo biográfico .

O original encontra-se em http://www.cubarte.cult.cu/

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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DIG
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por DIG »

O que raios esse texto ruim pra kct tem a ver com o assunto do tópico :emoticon5: ?

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Claudio Loredo
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por Claudio Loredo »

DIG escreveu:O que raios esse texto ruim pra kct tem a ver com o assunto do tópico :emoticon5: ?



Tem a ver que o texto que abre o tópico também é ruim pra kct, então postei outro texto ruim pra kct para combinar.


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André
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por André »

A incapacidade em ver que existe uma direita na história da humanidade que é antiliberal, estatista, nacionalista, deve ser alguma patologia social, que merece investigação.

Alguém aqui nega que a ditadura militar brasileira foi de direita? Que Franco foi um ditador de Direita? Ou Pinochet?

Desse apenas o governo de Pinochet pode ser considerada uma ditadura com características liberais. E apenas na economia.

O fascismo é em grande sentido a iniciativa privada (ou algum aliado dela) ocupando o controle do estado, em seu próprio beneficio. Algo profundamente anti-socialista. Já que em um regime socialista, a despeito da ineficácia do modelo clássico, seria a classe de trabalhadores a deter o poder, e esse seria usado em beneficio dessa.

Mas quando para alguém liberal virou sinônimo de direita, e tudo que não é liberal é esquerda, fica difícil dialogar, pois tal perspectiva é fruto de uma patologia, uma doença social, que cega os indivíduos e os impede de ver as nuances. Nuances essas nem tão complexas ou exigentes assim.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Apo
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por Apo »

André escreveu:A incapacidade em ver que existe uma direita na história da humanidade que é antiliberal, estatista, nacionalista, deve ser alguma patologia social, que merece investigação.

Alguém aqui nega que a ditadura militar brasileira foi de direita? Que Franco foi um ditador de Direita? Ou Pinochet?

Desse apenas o governo de Pinochet pode ser considerada uma ditadura com características liberais. E apenas na economia.

O fascismo é em grande sentido a iniciativa privada (ou algum aliado dela) ocupando o controle do estado, em seu próprio beneficio. Algo profundamente anti-socialista. Já que em um regime socialista, a despeito da ineficácia do modelo clássico, seria a classe de trabalhadores a deter o poder, e esse seria usado em beneficio dessa.

Mas quando para alguém liberal virou sinônimo de direita, e tudo que não é liberal é esquerda, fica difícil dialogar, pois tal perspectiva é fruto de uma patologia, uma doença social, que cega os indivíduos e os impede de ver as nuances. Nuances essas nem tão complexas ou exigentes assim.



De onde tu tirou isto, André? Alguém nega ditaduras militares de direita? Onde?
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André
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por André »

Apo escreveu:
André escreveu:A incapacidade em ver que existe uma direita na história da humanidade que é antiliberal, estatista, nacionalista, deve ser alguma patologia social, que merece investigação.

Alguém aqui nega que a ditadura militar brasileira foi de direita? Que Franco foi um ditador de Direita? Ou Pinochet?

Desse apenas o governo de Pinochet pode ser considerada uma ditadura com características liberais. E apenas na economia.

O fascismo é em grande sentido a iniciativa privada (ou algum aliado dela) ocupando o controle do estado, em seu próprio beneficio. Algo profundamente anti-socialista. Já que em um regime socialista, a despeito da ineficácia do modelo clássico, seria a classe de trabalhadores a deter o poder, e esse seria usado em beneficio dessa.

Mas quando para alguém liberal virou sinônimo de direita, e tudo que não é liberal é esquerda, fica difícil dialogar, pois tal perspectiva é fruto de uma patologia, uma doença social, que cega os indivíduos e os impede de ver as nuances. Nuances essas nem tão complexas ou exigentes assim.



De onde tu tirou isto, André? Alguém nega ditaduras militares de direita? Onde?


Exatamente, ninguém nega essas ditaduras militares sejam de direita, no entanto o fascismo, que tem várias das mesmas características do franquismo, por exemplo, se nega que seja de direita. O franquismo buscou inspiração diretamente do fascismo, e hoje é ponto comum que franquismo é de direita, mas fascismo tenta se negar.

O fascismo é o representante máximo da direita antiliberal, estatista, nacionalista, e autoritária. Na qual quem está no poder é a própria iniciativa privada, ou seus aliados. A incapacidade de ver que o franquismo, que a ditadura militar brasileira, está no mesmo ramo da direita nacionalista antiliberal que o fascismo está, é de se espantar (por isso trato como patologia). Era uma pergunta retórica, que ninguém, talvez poucos, neguem que essas são de direita, mas negam o fascismo, que compartilha diversas características. Em alguns casos serviu mesmo de inspiração. A contradição lógica é óbvia.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

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spink
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por spink »

ia escrever algo mas esqueci que a krupp sempre foi uma empresa estatal. :emoticon12:
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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spink
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por spink »

minha mensagem vai ficar no limbo entre os clichês dos calceiros da cistina.
que penna...
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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André
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Re: A economia do fascismo

Mensagem por André »

Usuário deletado escreveu:
Claudio Loredo escreveu:
DIG escreveu:O que raios esse texto ruim pra kct tem a ver com o assunto do tópico :emoticon5: ?



Tem a ver que o texto que abre o tópico também é ruim pra kct, então postei outro texto ruim pra kct para combinar.



Demonstre as falhas do texto postado pelo RicardoVitor.


Não há necessidade, se o objetivo for mostrar que o fascismo era estatista. Pois de fato o fascismo era, assim como o franquismo. E como o franquismo de inspiração fascista foi de direita, também foi o fascismo, uma direita nacionalista antiliberal ( que o texto confirma mesmo que não chame de direita) . Não vi grandes equívocos no texto citado, talvez algumas omissões, por isso não há necessidade de mostrar suas falhas. Basta apenas um pouco de conhecimento para saber que a direita não é apenas a liberal, assim como a esquerda não é apenas a comunista.

Saber disso é suficiente para saber que o fascismo por ser antiliberal não é suficiente para ser de esquerda. Agora se alguém acha que o governo franquista de inspiração fascista foi de esquerda, se deduz que para esses tudo que é antiliberal é de esquerda, uma dedução que não tem respaldo na realidade.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

Trancado