francioalmeida escreveu:Deise Garcia escreveu:King In Crimson escreveu:Todo tratamento novo tem a chance de dar em efeitos negativos imprevisíveis.
A única forma de descobri-los e tentar controlá-los é com a pesquisa.
Parafraseando Décio Landoli, a pesquisa com células-tronco embrionárias é similar à utilização de judeus que seriam mortos pelos nazistas em pesquisas. Partindo-se do princípio de que - já que isso iria acontecer mesmo, por que não?
Eu fico pensando nessas analógias desconcertantes...
Os Participantes:
1. Um Judeu morto pelas pesquisas nazista.
2. Um embrião morto em pesquisa de céluas tronco.
O Cenário:
1. Uma vala com um corpo Judeu, desses que vemos nos livro de história.
2. Uma lata de lixo com um embrião.
A tragédia:
1. Parentes e até mesmo desconhecidos, basta serem humanos, chorando ou chocados diante de um ser humano brutalmente assassinado jogado numa vala.
2. Espíritas chorando e chocados diante de uma lata de lixo com um embrião?...
Seria isso a lógica?
Calma, pelo menos quanto ao que eu quis dizer, não tem nada a ver com isso.
Um princípio fundamental da bioética é o da Não-Maleficência (propõe a obrigação de não inflingir dano intencional. Este princípio deriva da máxima da ética médica "Primum non nocere"). Foi tão debatido no século XX justamente por causa dos métodos de pesquisa nazistas.
Não estou querendo simplesmente comparar um "embrião-que-vai-ser-descartado-de-qualquer-jeito" com um "judeu-que-vai-morrer-um-dia". Acontece que o simples fato dessa pesquisa beneficiar TRIlhões de pessoas, como afirmavam 10 anos atrás (e ainda não vi nada disso, diga-se), não a torna legítima. Pelo mesmo motivo que se as pesquisas feitas com judeus pelos nazistas antigamente surtiram algum efeito positivo em termos de descobertas médicas, elas continuam sendo imundas e abomináveis.
Também é por este mesmo motivo que pessoas que se posicionam contra a pesquisa com células tronco podem sim utilizar de seus frutos sem serem hipócritas, como alguém afirmou logo acima. Se hoje podemos usufruir de alguma descoberta benéfica feita pelos nazistas, devemos fazê-lo, independente dos métodos utilizados, até para que o sacrifício não seja em vão.A única diferença entre estas duas situações é que estes embriões, mesmo sendo vivos e obviamente humanos, nunca seriam gestados, não chegando a concluir seu desenvolvimento. Isto, numa visão utilitarista da vida humana, "justificaria" a sua utilização nesta pesquisa (mas eles já estão vivos e são claramente humanos, lembre-se). Pruma mente rudimentar como a minha, acostumada a ver 4 como resultado de 2+2 sem grandes malabarismos, a solução mais prática seria proibir a inseminação artificial, já que é óbvio que esta sempre gera embriões (vivos e humanos) excedentes que o casal não vai querer gestar no futuro, e que seriam... jogados no lixo. Como eu já disse aqui no fórum, se sou contra o aborto quando uma pessoa decide por não ter um filho, também sou contra quando ela decide por ter um (e descartar dúzias).