Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

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Ben Carson
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Ben Carson »

Sem dúvida lhe será recomendado depositar o seu fardo aos pés de nosso Pai Celeste. Conforme o convite do Sermão da Montanha (Mateus 5): "Vinde a Mim os que estão cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei." E ainda: "basta a cada dia o seu mal".

Quanto a seguir essa (e qualquer outra) recomendação, isso é com cada um. No curso ninguém é obrigado a nada. (Só não pode fumar lá dentro, é lógico! :emoticon16: )
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apo »

Resultados permanentes só são possíveis com intervenções mais profundas.


Não necessariamente. Alguns deixam de fumar de um dia para outro, apenas pelo aviso de um médico que demonstre claramente o que está prestes a acontecer ( ou já em vias de ). Mas a conscientização vem de dentro e não de fora.


Todo o psiquismo da pessoa deve ser trabalhado, para que resulte numa pessoa mais forte, que não tenha razões para precisar de um vício.


Sim um boa terapia, para os que o fazem por alguma razão emocional é bom mesmo. Para os que começaram a se drogar em tenra idade, não foi apenas a "fraqueza" o gatilho, mas a insegurança normal da idade.

Para isso a igreja fornece a assistência espiritual, que, ao desenvolver o relacionamento da pessoa com seu Criador, garante-lhe uma vida com menos ansiedade.


Olha, o relacionamento da pessoa com um pretenso criador pode ser bem ansioso. Vide a ansiedade pedófila e outros tipos de ansiedade ( como auto-martírio ) observada em muitas crenças e religiões.
Além do mais, não é relevante ter relacionamento algum com coisas imaginárias. Podemos resolver nossas ansiedades com seres materiais mesmo.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apo »

Ben Carson escreveu:Sem dúvida lhe será recomendado depositar o seu fardo aos pés de nosso Pai Celeste. Conforme o convite do Sermão da Montanha (Mateus 5): "Vinde a Mim os que estão cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei." E ainda: "basta a cada dia o seu mal".


UFA. Ainda bem que não fumo. Seria trocar uma intoxicação por outra. :emoticon45:

Quanto a seguir essa (e qualquer outra) recomendação, isso é com cada um. No curso ninguém é obrigado a nada.


Até porque seria meio impossível obrigar, não é mesmo? :emoticon16:

(Só não pode fumar lá dentro, é lógico! :emoticon16: )


Lógico! Mas fora, pode. :emoticon4: O Criador jamais ficará sabendo.
Mas seria muita burrice e auto-engano.
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Ben Carson
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Ben Carson »

Realmente, Apo, a religião pode ser uma grande fonte de ansiedade.

Basta olhar para a história do catolicismo, pródiga em autoflagelações. Isso porque o catolicismo prega, na prática, a salvação do pecador por seus próprios meios. E isso é desesperador. Lutero foi vítima dessa armadilha.

Mas aí ele descobriu a doutrina da justificação pela fé. E que a salvação é gratuita, é uma iniciativa divina.

Os teólogos falam em justiça comunicada e justiça imputada. Quando o pecador aceita o comando de Deus sobre sua vida, ele inicia um processo de regeneração. Que durará por toda a sua vida. Chamamos a isso de santificação. Durante esse processo o Espírito Santo vai trabalhando nessa pessoa, conforme o seu consentimento (o processo pode ser interrompido a qualquer momento, pois o livre-arbítrio jamais é violado), e vai transformando essa pessoa. A isso chamamos justiça comunicada. Isto é, Deus vai imprimindo o Seu caráter no caráter do crente. Transfere-lhe a Sua justiça.

Mas o homem, pecador por natureza, jamais alcançará nesta vida a perfeição. Continuará tendo "carne pecaminosa". A diferença entre a santidade que o pecador consegue alcançar e a perfeição que a Lei divina exige é coberta pela justiça perfeita de Cristo. Seus méritos são transferidos para nós, para cobrir essa lacuna. Imerecidamente. Como um presente (a graça divina). Essa é a justiça imputada.

Enfim, Deus realiza em nós "tanto o querer como o efetuar". Alimenta em nós o desejo pela justiça, e nós dá condições de sermos justos.

Diante de tamanhas provisões em prol de nossa salvação, é ocioso nos angustiarmos por alcançar a salvação por nossos próprios meios. Pois tentar alcançar a perfeição (apenas) pelo esforço próprio é o caminho mais seguro para o desespero.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apáte »

Ben Carson escreveu:Ah... também se proíbe comida muito condimentada, uso de pimenta, excesso de sal, etc. Enfim, qualquer coisa que cause excitabilidade excessiva. Sem tensões fica mais fácil não fumar.

Uma vez li não sei onde que para quem gosta de fumar depois do sexo, é bom parar de fazer o segundo temporariamente, ou mesmo masturbação, para conseguir largar o primeiro. Nunca vi idéia mais estúpida, já que nada dá mais vontade de fumar do que abstinência.

Os índices de sucesso dos cursos Como Deixar de Fumar em 5 Dias, da Igreja Adventista do Sétimo Dia estão entre os maiores existentes.

Tirando a parte que é impossível parar de fumar em 5 dias, tudo bem. Os receptores de nicotina não adormecem antes de um mês, e são religados numa única tragada mesmo após este tempo. A "ânsia" de fumar dura cerca de duas semanas, pra mais.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apo »

Tirando a parte que é impossível parar de fumar em 5 dias,


Impossível não é. Proporcionalmente são poucos os casos, mas há quem pare, sim. De um dia para o outro.
E isto depois de ter fumado mais de 20 anos. Não sei como se consegue esta proeza, pois imagino que um vício assim seja algo que domina até a alma.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Ben Carson »

Nunca ouvi nenhuma recomendação quanto a abster-se de sexo. Acho até que seria contraproducente, pois privaria o fumante de uma fonte (natural) de relaxamento.


Também pensei nessa questão dos receptores cerebrais. Evidentemente eles não mudam de uma hora para outra. A última vez em que assisti a um curso sobre como deixar de fumar já faz alguns anos. A Ciência é um corpo de conhecimentos em constante atualização. Não sei se ainda afirmam que a dependência física da nicotina acaba em dois dias. De qualquer forma, o tratamento intensivo durante esses cinco dias iniciais é um excelente pontapé inicial. Além disso, esses cursos geralmente são dados durante os primeiros cinco dias de uma conferência evangelística. Uma conferência evangelística é uma série de palestras, inicialmente diárias, à noite, em que se estudam as doutrinas bíblicas, e que duram geralmente uns dois meses. Os participantes do curso sobre como deixar de fumar são convidados a freqüentarem o restante do curso, e muitos o fazem.

Dizem por aí que um novo hábito pode ser adquirido em apenas 30 dias. Se você é sedentário - por exemplo - nunca se exercita, e resolve passar a caminhar diariamente, após 30 dias initerruptos caminhando diariamente você já se acostumou a caminhar todo dia. Se tornou um hábito.

Evidentemente é preciso insistir nas novas práticas. Ficar sem fumar é tarefa para a vida toda. Um ex-fumante que aprende a não beber e a não tomar café durante os cinco primeiros dias seria muito tolo se resolvesse voltar a beber depois disso. Ele já sabe o que funciona, o que o afasta do cigarro. Se volta, volta sabendo que está correndo o risco de também voltar a fumar.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Ben Carson »

Apo escreveu:
Tirando a parte que é impossível parar de fumar em 5 dias,


Impossível não é. Proporcionalmente são poucos os casos, mas há quem pare, sim. De um dia para o outro.
E isto depois de ter fumado mais de 20 anos. Não sei como se consegue esta proeza, pois imagino que um vício assim seja algo que domina até a alma.


Muito provavelmente esses fumantes tinham uma dependência física menor. Sabemos que isso varia de pessoa para pessoa. Existem pessoas com mais propensão a se viciar (em qualquer coisa que seja). E é sabido que muitos conseguem beber apenas socialmente, mas que alguém com propensão ao alcoolismo não pode beber nunca, pois não consegue parar.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apáte »

Apo escreveu:
Tirando a parte que é impossível parar de fumar em 5 dias,


Impossível não é. Proporcionalmente são poucos os casos, mas há quem pare, sim. De um dia para o outro.
E isto depois de ter fumado mais de 20 anos. Não sei como se consegue esta proeza, pois imagino que um vício assim seja algo que domina até a alma.

Não é possível. Se fosse, seria possível parar de fumar em um dia, uma hora ou até em um minuto. Bastaria que o sujeito dissesse: "nunca mais vou fumar" e do instante em diante nunca mais colocasse um cigarro na boca. Pode-se até deixar de fumar nestes 5 dias e prolongá-los pelo resto da vida, mas apenas 120 horas não são o suficiente para dizer que alguém deixou definitivamente o cigarro. Aliás, não existe um tempo certo para tal, já que é perfeitamente possível retornar ao hábito após décadas.

Só que, no mínimo, no mínimo, precisaria dos receptores de nicotina desligados para dizer que alguém parou com sucesso, com poucas chances de retornar, o que leva um mês, se não me engano. Pessoalmente, acho que os cinco primeiros dias são até mais fáceis de engolir do que os posteriores.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Ben Carson »

Além do fato de que alguns conseguem comer pouco, enquanto outros têm grande dificuldade quanto a isso, e sequer percebem que comem muito.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

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Que sacanagem. Aproveitam que a pessoa precisa de apoio para largar o vício e já lascam evangelização junto!

Por que não ser menos oportunista e se dedicar à questão do vício, que é o que interessa?
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apáte »

Ben Carson escreveu:Nunca ouvi nenhuma recomendação quanto a abster-se de sexo. Acho até que seria contraproducente, pois privaria o fumante de uma fonte (natural) de relaxamento.

Acho que eu vi isso numa Men's Health da vida.

ps: Eu não compro este tipo de revista metrossexual, estava lendo a de um primo.


Ben Carson escreveu:Também pensei nessa questão dos receptores cerebrais. Evidentemente eles não mudam de uma hora para outra. A última vez em que assisti a um curso sobre como deixar de fumar já faz alguns anos. A Ciência é um corpo de conhecimentos em constante atualização. Não sei se ainda afirmam que a dependência física da nicotina acaba em dois dias. De qualquer forma, o tratamento intensivo durante esses cinco dias iniciais é um excelente pontapé inicial. Além disso, esses cursos geralmente são dados durante os primeiros cinco dias de uma conferência evangelística. Uma conferência evangelística é uma série de palestras, inicialmente diárias, à noite, em que se estudam as doutrinas bíblicas, e que duram geralmente uns dois meses. Os participantes do curso sobre como deixar de fumar são convidados a freqüentarem o restante do curso, e muitos o fazem.

Ah, tá, aí até que vai. 5 dias é só o slogan.

Ben Carson escreveu:Evidentemente é preciso insistir nas novas práticas. Ficar sem fumar é tarefa para a vida toda. Um ex-fumante que aprende a não beber e a não tomar café durante os cinco primeiros dias seria muito tolo se resolvesse voltar a beber depois disso. Ele já sabe o que funciona, o que o afasta do cigarro. Se volta, volta sabendo que está correndo o risco de também voltar a fumar.

Parar de fumar até que vai, parar de beber JAMAIS!
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

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Apáte escreveu:
Apo escreveu:
Tirando a parte que é impossível parar de fumar em 5 dias,


Impossível não é. Proporcionalmente são poucos os casos, mas há quem pare, sim. De um dia para o outro.
E isto depois de ter fumado mais de 20 anos. Não sei como se consegue esta proeza, pois imagino que um vício assim seja algo que domina até a alma.

Não é possível. Se fosse, seria possível parar de fumar em um dia, uma hora ou até em um minuto. Bastaria que o sujeito dissesse: "nunca mais vou fumar" e do instante em diante nunca mais colocasse um cigarro na boca.


E é exatamente assim que acontece.

Pode-se até deixar de fumar nestes 5 dias e prolongá-los pelo resto da vida, mas apenas 120 horas não são o suficiente para dizer que alguém deixou definitivamente o cigarro. Aliás, não existe um tempo certo para tal, já que é perfeitamente possível retornar ao hábito após décadas.


Ou não. Mas pode-se ter fumado 1 carteira por dia e no dia seguinte parar.

Só que, no mínimo, no mínimo, precisaria dos receptores de nicotina desligados para dizer que alguém parou com sucesso, com poucas chances de retornar, o que leva um mês, se não me engano. Pessoalmente, acho que os cinco primeiros dias são até mais fáceis de engolir do que os posteriores.


Nunca fumei, mas acompanhei as vidas de vários fumantes que pararam. Pararam mesmo. Realmente, tem um período deppis de uns 15, 20 dias, que dá uma ansiedade muito grande. É visível a irritabilidade. Mas depois vai passando. Após alguns anos, nem falam mais no assunto.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

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Ben Carson escreveu:
Apo escreveu:
Tirando a parte que é impossível parar de fumar em 5 dias,


Impossível não é. Proporcionalmente são poucos os casos, mas há quem pare, sim. De um dia para o outro.
E isto depois de ter fumado mais de 20 anos. Não sei como se consegue esta proeza, pois imagino que um vício assim seja algo que domina até a alma.


Muito provavelmente esses fumantes tinham uma dependência física menor. Sabemos que isso varia de pessoa para pessoa. Existem pessoas com mais propensão a se viciar (em qualquer coisa que seja). E é sabido que muitos conseguem beber apenas socialmente, mas que alguém com propensão ao alcoolismo não pode beber nunca, pois não consegue parar.

É genético.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Ben Carson »

Apáte escreveu:Pode-se até deixar de fumar nestes 5 dias e prolongá-los pelo resto da vida, mas apenas 120 horas não são o suficiente para dizer que alguém deixou definitivamente o cigarro. Aliás, não existe um tempo certo para tal, já que é perfeitamente possível retornar ao hábito após décadas.


Mas quem retorna décadas após ter parado de fumar ficou sem fumar durante todo esse tempo. Certo?
E certamente ganhou com isso.

Realmente 120 horas não são suficientes para se poder dizer se alguém largou definitivamente o cigarro ou não. Apenas o futuro o dirá. Mas o ponto é que é preciso parar, e isso tem que começar em algum momento. Certo? Não é possível ficar sem fumar, continuar a não fumar, sem ter começado a não fumar. E muitos não acreditam que conseguem ficar sem fumar. Que conseguem parar, que dão conta de começarem a não fumar. Depois que o ex-fumante obteve a vitória de ficar cinco dias afastado do cigarro, obviamente estará se sentindo muito mais vitorioso e confiante de que pode continuar sem fumar do que quando emendava um cigarro no outro. E estará mais motivado, não resta dúvida. Pois ele começa a sentir melhor o cheiro das coisas, o sabor dos alimentos, e se sente mais disposto.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apáte »

Apo escreveu:E é exatamente assim que acontece.

Então seria melhor que o curso anunciasse: "Pare de fumar em 5 segundos".

Apo escreveu:Ou não. Mas pode-se ter fumado 1 carteira por dia e no dia seguinte parar.

Pode, mas os 5 dias não são parâmetros mais confiáveis do que 5 horas ou 5 minutos. Pode-se fumar um carteira por dia e parar no momento em que ela acabar.

Apo escreveu:Nunca fumei, mas acompanhei as vidas de vários fumantes que pararam. Pararam mesmo. Realmente, tem um período deppis de uns 15, 20 dias, que dá uma ansiedade muito grande. É visível a irritabilidade. Mas depois vai passando. Após alguns anos, nem falam mais no assunto.

Só tive um amigo próximo que parou de fumar. Disse que ia parar e parou, nem sei quanto tempo faz. Diz ele que foi incômodo por um tempo pequeno, mas depois se acostumou e hoje só sente uma vontadezinha leve quanto está no boteco com a turma, mas não é nada mais forte do que a vontade de comer uma picanha suculenta, por exemplo.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apo »

Apáte escreveu:
Apo escreveu:E é exatamente assim que acontece.

Então seria melhor que o curso anunciasse: "Pare de fumar em 5 segundos".


Não estou falando do curso, que é mais velho e manjado que andar prá frente. Aproveitam-se de que está com dificuldade para parar e aplicam é uma evangelização no cara. Estou a falar de casos reais.

Apo escreveu:Ou não. Mas pode-se ter fumado 1 carteira por dia e no dia seguinte parar.

Pode, mas os 5 dias não são parâmetros mais confiáveis do que 5 horas ou 5 minutos. Pode-se fumar um carteira por dia e parar no momento em que ela acabar.


Sim, claro! Estes 5 dias aí é para dar um tempo de atrair o fumante para a evangelização apenas.

Apo escreveu:Nunca fumei, mas acompanhei as vidas de vários fumantes que pararam. Pararam mesmo. Realmente, tem um período deppis de uns 15, 20 dias, que dá uma ansiedade muito grande. É visível a irritabilidade. Mas depois vai passando. Após alguns anos, nem falam mais no assunto.

Só tive um amigo próximo que parou de fumar. Disse que ia parar e parou, nem sei quanto tempo faz. Diz ele que foi incômodo por um tempo pequeno, mas depois se acostumou e hoje só sente uma vontadezinha leve quanto está no boteco com a turma, mas não é nada mais forte do que a vontade de comer uma picanha suculenta, por exemplo.


Pois então. Já conheci vários casos. Param mesmo. Mesmo aqueles que tinham hábitos paralelos, como beber ou fazer um lanchinho na madrugada.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por Apáte »

Ben Carson escreveu:Mas quem retorna décadas após ter parado de fumar ficou sem fumar durante todo esse tempo. Certo?
E certamente ganhou com isso.

É um caso bastante excepcional. Uma década já pode dizer que o cara parou mesmo. Se voltar, seria como "começar pela segunda vez".

Ben Carson escreveu:Realmente 120 horas não são suficientes para se poder dizer se alguém largou definitivamente o cigarro ou não. Apenas o futuro o dirá. Mas o ponto é que é preciso parar, e isso tem que começar em algum momento. Certo? Não é possível ficar sem fumar, continuar a não fumar, sem ter começado a não fumar. E muitos não acreditam que conseguem ficar sem fumar. Que conseguem parar, que dão conta de começarem a não fumar. Depois que o ex-fumante obteve a vitória de ficar cinco dias afastado do cigarro, obviamente estará se sentindo muito mais vitorioso e confiante de que pode continuar sem fumar do que quando emendava um cigarro no outro. E estará mais motivado, não resta dúvida. Pois ele começa a sentir melhor o cheiro das coisas, o sabor dos alimentos, e se sente mais disposto.

Já fiquei 3 dias sem fumar não por vontade própria e sobrevivi. Só ficava angustiado de vez em quando, mas não foi nada demais, já que foram 3 dias de férias bem tranqüilos, sem nada pra fazer. Minhas primas que fumam estavam viajandos e eu estava preso no setor de mansões do Park Way na casa de uma tia (não tem comércio por perto). Foi um pouco de preguiça também... não fumar por preguiça, cruzes...

Mas o que disse do fumante se sentir um vitorioso por ficar 5 dias sem fumar, dando ânimo para prolongar o tratamento por conta própria, faz todo sentido. Se fosse 5 minutos não daria o mesmo ânimo, e se fosse um mês pode ter crises de ansiedade até chegar esta vitória, o que o levaria novamente ao hábito.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

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Apo escreveu:Que sacanagem. Aproveitam que a pessoa precisa de apoio para largar o vício e já lascam evangelização junto!

Por que não ser menos oportunista e se dedicar à questão do vício, que é o que interessa?


Não é oportunismo, Apo.

Há de se levar em conta que, para um religioso, o poder divino é uma das melhores garantias de sucesso para o tratamento. Se você se abstém de ensinar o fumante a orar, a confiar no poder divino, a pedir por Sua força, você estará privando o paciente de uma parte importante do tratamento. É como ter à disposição um remédio eficaz contra uma doença e não usar.

Além disso, um adventista não ensina os outros a como largar o vício só para ter uma oportunidade de levá-lo para a igreja.
Um adventista realmente acredita que não se deve fumar. Eu mesmo estou aqui passando várias dicas e não estamos numa igreja.

É claro que o objetivo da série de estudos bíblicos é formar novos adventistas. Convertê-los. Batizá-los. Mas ninguém pode ser adventista fumando. Se alguém está convicto de todas as doutrinas adventistas e deseja se unir à igreja, mas não consegue parar de fumar, seu batismo é adiado até que ele consiga largar o cigarro. Faz sentido, pois, antes de ser batizado, cada candidato faz uma profissão pública de fé, em que responde afirmativamente a uma série de perguntas de seu voto batismal, onde consta o cuidado do corpo, envolvendo a abstinência de cigarro, álcool, café, drogas, e carnes imundas (Levíticos 14). Não faz sentido prometer que nunca irá fumar sendo um fumante. Seria a desmoralização do voto batismal. (Também é necessário, se vive maritalmente, que se case, antes de poder ser batizado.) Logo, se vamos exigir que um interessado em ser adventista largue o cigarro, precisamos ajudá-lo a largar, não?

A atenção que os adventistas dão ao cuidado com o corpo está longe de ser uma preocupação periférica no edifício doutrinário adventista. É um de seus pilares.
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Apo escreveu:
Apáte escreveu:
Apo escreveu:E é exatamente assim que acontece.

Então seria melhor que o curso anunciasse: "Pare de fumar em 5 segundos".


Não estou falando do curso, que é mais velho e manjado que andar prá frente. Aproveitam-se de que está com dificuldade para parar e aplicam é uma evangelização no cara. Estou a falar de casos reais.

Então, mas casos reais não demora 5 dias. Se o cara para de fumar a partir da última tragada, isso dura frações de segundos. Já uma "garantia" maior que o sujeito parou mesmo leva cerca de um mês, até os receptores adormecerem.

Apo escreveu:Sim, claro! Estes 5 dias aí é para dar um tempo de atrair o fumante para a evangelização apenas.

Que seja, se o objetivo dele é parar de fumar e evangelização contribui para concretizar o seu objetivo, não há problemas. Igreja não é vício, e a maioria esmagadora dos crentes não se comporta de maneira que ao menos lembre como se comportam todos os viciados em coca ou crack.
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

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Ben Carson escreveu:Mas ninguém pode ser adventista fumando.

Ainda bem que eu nasci católico, cresci católico, sou católico e vou morrer mais católico do que nunca.
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Ben Carson escreveu:A atenção que os adventistas dão ao cuidado com o corpo está longe de ser uma preocupação periférica no edifício doutrinário adventista. É um de seus pilares.


Vou desenvolver um pouco esse tema.

Alguém já se perguntou porque os adventistas dão tanta importância à saúde?

Tá certo que a preocupação com a saúde ocorre em praticamente todas as religiões. E que o cristianismo também possui longa tradição nessa área. E que toda igreja protestante defende a abstinência do álcool (embora algumas sejam bem relaxadas nesse quesito). Mesmo assim, ainda é patente que a atenção que os adventistas dão a essa área vai além.

A resposta é que os adventistas não falam do assunto apenas porque gostam do tema, ou porque possuem tradição nessa área, mas porque possuem fortes razões teológicas para isso.


Já expus em diversas ocasiões neste fórum, em maior ou menor detalhe, a visão adventista sobre a natureza do homem. Sobre o fato de que o homem não "tem" uma alma, ele "é" uma alma.

O cristianismo em geral adota a visão platônica de que o homem é composto de um corpo que é habitado por uma alma, alma essa em que reside sua consciência e inteligência. A alma é a sede da mente. E, naturalmente, em sendo uma centelha divina, é imortal, pois Deus é imortal.

Assim, os seres humanos são na verdade imortais. Pois nunca morrem de verdade. Após morrerem, sua alma vai para o Céu, ou para o inferno, ou até para o purgatório. Mas sempre estarão vivos, de uma forma ou de outra.

Claro que, se a alma é imortal, o tormento do inferno só pode ser eterno. Assim, ficarão os perdidos a arder eternamente no inferno, num castigo sem fim. Não há dúvida de que essa doutrina satânica, mais do que qualquer outra, lançou milhões no caminho da incredulidade. Pois como crer num Deus bondoso que condena seus filhos a penas eternas?

Como vimos, um erro puxa o outro.

O que a Bíblia realmente ensina é que o homem é uma totalidade. Em vez do dualismo platônico (corpo e alma) temos o holismo bíblico. A alma é o conjunto, é o ser humano como um todo, composto de vida e matéria.

Confiram em Gênesis 2:7.
"E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente."

Notem que não é dito que o homem RECEBEU uma alma, mas sim que ele FOI FEITO uma alma vivente. (Outras versões dizem: TORNOU-SE alma vivente.) Antes era uma alma morta. Após o sopro divino tornou-se uma alma viva.

Ou: PÓ DA TERRA + FÔLEGO DE VIDA = ALMA VIVENTE
e ALMA VIVENTE - FÔLEGO DE VIDA = PÓ DA TERRA

Os adventistas não acreditam que o homem é imortal. Segundo a Bíblia, apenas Deus é imortal. Todos os demais seres dependem de Deus para continuarem vivos. Acreditam ainda que, quando se morre, se morre de verdade. O resultado é a inexistência, a total inconsciência.

Assim, para os adventistas, só há vida na presença de um corpo. E é esse corpo, animado pelo fôlego de vida, que gera a consciência. A mente é um produto do cérebro.


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Acompanhemos agora as conseqüências de se pensar que a mente reside numa alma independente, e não no corpo.

Assim acreditavam os pagãos gregos, e por isso tinham grande desprezo pelo corpo. O corpo era a prisão do espírito. Algo inferior. Mais que isso, nada do que eu fizesse ao corpo poderia afetar a alma. Por isso, posso ser glutão, beberrão, adúltero, e cometer todo tipo de pecados contra meu corpo, que estarei afetando apenas meu corpo. Os cristãos de Corinto, cidade grega, mantinham essa mentalidade. O apóstolo Paulo atacou veemente essa ideologia em suas epístolas aos coríntios. Até hoje esse tipo de mentalidade sobrevive nas igrejas cristãs, onde é comum alguém se enfadar quando um adventista discute a questão dos alimentos impuros. Logo alguém diz: mas isso é muito material, prefiro discutir coisas espirituais.

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Mas para os adventistas tudo que se refere ao corpo é espiritual. Porque para os adventistas a mente reside no corpo. Não existe nenhuma alma imaterial para o Espírito Santo influenciar ou para o demônio tentar. O que existe é o cérebro, e a única maneira pela qual o Espírito Santo pode falar a uma pessoa é por meio de seus nervos cerebrais. Assim, o cuidado com o corpo adquire uma importância transcendental. É de salvação ou perdição eterna que estamos falando.

Os humanos têm o dever de cuidarem de seu corpo. Todos os cristãos sabem que o corpo é o templo do Espírito Santo, mas praticamente ninguém entende o que isso realmente significa, o alcance dessa realidade. Se eu entupo o meu cérebro de cocaína, de que forma o Espírito Santo conseguirá me impressionar quanto às sagradas verdades? Preciso manter os canais limpos. Que disposição tem um doente ardendo em febre de refletir sobre o que quer que seja? Qual é o discernimento moral de um bêbado?

Assim, para os adventistas, cuidar de seu corpo é um dever moral dos mais elevados. Está longe de ser uma questão de somenos importância.


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Só para concluir, acrescento que como os adventistas não acreditam na imortalidade inerente do ser humano, também não acreditam que se vai para lugar nenhum quando se morre, a não ser para a sepultura. Quando chegar o dia do Juízo Final, todos serão ressuscitados e julgados. E aí, quem for condenado será condenado ao lago de fogo. À Segunda Morte, a morte eterna. Ou seja, o inferno como lago de fogo (em muitas ocasiões as Escrituras ao se referir ao inferno está se referindo à sepultura) só então terá início. Ele não existe ainda. Será acesso após o Juízo Final, e nele queimarão todos os condenados, incluindo Satanás e seus anjos. Queimarão até se extinguirem. Aí então terá sido extinto o Mal de todo o Universo, e terá sido restaurada a situação anterior, em que só existia o Bem.

Para os demais cristãos, evidentemente, o Bem e o Mal subsistirão para sempre, lado a lado. Como explicam então a declaração bíblica de que "o Mal não se levantará pela segunda vez"?

Quando a Bíblia faz referência a fogo eterno isso significa um fogo com conseqüências eternas. Assim como o fogo que queimou Sodoma e Gomorra foi um fogo eterno, mas essas cidades não estão queimando até hoje. Contudo, elas nunca mais voltaram a existir. (Judas 7)
Todo mundo ri...

Mas só o TRIcolor é tri!


Diálogo Universitário, Jesus Voltará, Primeira Leitura, E Agora?

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de droga

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Acho que a religiao pode prestar esse papel muito bem, desde que a coisa nao se de de forma a se trocar uma droga por outra.

O que ha de vicioso e destrutivo na droga pode haver igualmente num fanatismo religioso exagerado.

Mas nem sempre e o caso. Na maioria das vezes a religiao consegue recuperar alguem que carecia de um simples sentido para a sua vida, e por isso a destruia. Ao mostrar que existem coisas boas e coisas mas, que ao procurar o Bem nos sentimos melhores, e que ao lutarcontra nossos demonios nos tornamos efetivamente pessoas melhores, e precisamos cada vez menos das doses de fuga da realidade que a droga fornece, a religiao pode prestar um papel maravilhoso.

Nesse ponto de vista, a religiao e apenas uma forma tradicional de transmissao e compreensao de um conteudo espiritual que compreende sentimentos morais, valores e simbolos que encerram verdades fundamentais em si. Cada ser humano reserva para si uma dose desse conteudo, mas quando ela fragil ou insuficiente, as angustias existenciais, simbolizadas nas religioes cristas como demonios, dominam as acoes do individuo e o levam a uma conduta perniciosa e autodestrutiva. Quando a religiao e introduzida de forma adequada no tratamento dessas pessoas, ela pode fazer com que elas restaurem a paz nas suas almas atormentadas e se afastem dos vicios e aproximem-se das virtudes.

Mas uma ma conducao desse tipo de aproximacao pode ser perigosa ao simplesmente apresentar a religiao como uma outra forma de vicio, que destroi tanto o corpo como a alma ao apresentar-se como um conjunto rigido de regras de acao e conduta inviolaveis, que visam substituir a reflexao individual e para as quais punicoes terriveis sao aplicaveis no caso de desobediencia. A pratica fanatica equivale ao consumo da droga, apenas substitui um tormento continuo por outro.


"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

Trancado