Publicidade
da Folha Online
Hoje na Folha O delegado Protógenes Queiroz e mais dois delegados que atuam na Operação Satiagraha deixaram a investigação após uma tensa reunião na Superintendência de SP com delegados enviados pela cúpula da direção geral da PF.
Reportagem de Rubens Valente, Leonardo Souza e Valdo Cruz publicada na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal) revela que os delegados --Queiroz, Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pelegrini Magro-- sentiam-se boicotados pela PF.
Segundo a Folha apurou, Queiroz foi "convidado" pela direção geral da PF a se afastar das investigações por causa de supostos excessos cometidos durante a operação. Segundo a PF, os delegados deixaram as investigações por motivos pessoais --Queiroz, por exemplo, deixou o inquérito para realizar um curso obrigatório.
No mesmo dia em que foi definida a saída de Queiroz, nesta segunda-feira, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, entrou em férias.
O ministro Tarso Genro (Justiça) disse na noite desta terça-feira que é uma "coincidência" o afastamento de Queiroz das investigações e o fato de Corrêa tirar férias neste mesmo período.
Críticas
A operação comandada por Queiroz foi criticada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, pelo fato de a prisão dos investigados, surpreendidos em suas casas na madrugada do último dia 8, ter sido mostrada na TV.
Mendes classificou a ação da PF de "espetacularização" também pelo uso de algemas nos presos.
Por conta dos questionamentos do presidente do STF, Genro pediu a abertura de sindicância para apurar se houve abusos de agentes da instituição durante a operação. O ministro reconheceu abusos na operação.
Em entrevista publicada no domingo na Folha, o ministro da Justiça havia defendido o trabalho de Queiroz. "Protógenes fez um trabalho brilhante de natureza técnica, independentemente de ter cometido equívoco ou não", disse Tarso.
Em outra reportagem da Folha, também publicada no domingo, informa que a cúpula da Polícia Federal gostaria de afastar o delegado. Segundo o texto, apesar dos possíveis excessos da operação, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, avalia que a investigação teve mais méritos que defeitos.
Juiz
O advogado de Dantas, Nélio Machado, quer afastar o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, do processo que investiga o banqueiro por suposta formação de quadrilha e crimes contra o sistema financeiro.
De Sanctis é um dos personagens de uma crise envolvendo o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, que concedeu por duas vezes liberdade a Dantas, na semana passada. De Sanctis foi quem mandou prender em ambas ocasiões o banqueiro.
A equipe de Machado preparou ontem uma "argüição de suspeição", considerando que Sanctis prejulgou Dantas e não poderá tratar o caso com isenção. Um assessor de Machado disse à Folha (íntegra para assinantes) que o juiz teria pactuado com irregulares nos procedimentos de investigação da PF.
Deflagrada no último dia 8, a Operação Satiagraha resultou na prisão de Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e de mais 14 pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha.
No domingo, o único investigado que estava foragido, Humberto Braz, assessor de Dantas, se entregou à polícia. Continuam presos apenas Braz e o consultor Hugo Chicaroni.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
