contar é capacidade 'inata'?
contar é capacidade 'inata'?
A língua falada por uma tribo amazônica que não tem palavras para designar números contradiz a noção de que o ato de contar seria inerente à capacidade cognitiva de seres humanos, afirma um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT).
A língua da tribo Pirahã, que vive às margens do rio Maici, em Rondônia, vem sendo estudada há vários anos por suas características singulares.
Tribo teria apenas expressões para designar quantidades relativas, como "muitas" ou "algumas"
No estudo recente, publicado na revista científica Cognition, o professor Edward Gibson afirma que os Pirahã não têm palavras para expressar o conceito de "um" ou de outros números específicos.
Segundo a pesquisa, a tribo teria apenas expressões para designar quantidades relativas, como "muitas", "poucas" ou "algumas".
De acordo com Gibson, é comum assumir que contar é uma parte inata da capacidade cognitiva humana, mas "aqui está um grupo que não conta.
Eles poderiam aprender, mas não é útil em sua cultura, então eles nunca aprenderam".
"A pesquisa oferece provas de que as palavras que designam números são um conceito inventado pelas culturas humanas conforme a necessidade e não uma parte inerente da linguagem", disse Gibson.
Experimento
A pesquisa partiu de um estudo publicado em 2005 pelo lingüista Dan Everett, que viveu com os índios Pirahã entre 1997 e 2007.
A pesquisa de Everett dizia que a tribo tinha palavras para expressar a quantidade "um", "dois" e "alguns".
Gibson, no entanto, fez um experimento no qual a equipe apresentava um objeto ao índio e adicionava um novo objeto de cada vez até completarem 10.
Durante o processo, os pesquisadores pediam para que os índios contassem quantos objetos estavam expostos.
A equipe observou que a palavra que anteriormente foi identificada como se representasse o número "um" foi usada pelos Pirahã para expressar qualquer quantidade entre um e quatro.
Além disso, a palavra antes associada ao número "dois" foi usada pelos índios quando cinco ou seis objetos estavam expostos.
"Essas não são palavras para contar números. Elas significam quantidades relativas", afirmou Gibson.
Segundo ele, essa estratégia de contagem não havia sido observada antes, mas poderia ser encontrada em outras línguas na qual se usam as palavras um, dois e alguns para se contar.
A pesquisa de Gibson faz parte de um amplo projeto que investiga a relação entre a cultura da tribo Pirahã com sua cognição e linguagem, com base nos estudos do lingüista Dan Everett.
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter ... 5u425.jhtm
A língua da tribo Pirahã, que vive às margens do rio Maici, em Rondônia, vem sendo estudada há vários anos por suas características singulares.
Tribo teria apenas expressões para designar quantidades relativas, como "muitas" ou "algumas"
No estudo recente, publicado na revista científica Cognition, o professor Edward Gibson afirma que os Pirahã não têm palavras para expressar o conceito de "um" ou de outros números específicos.
Segundo a pesquisa, a tribo teria apenas expressões para designar quantidades relativas, como "muitas", "poucas" ou "algumas".
De acordo com Gibson, é comum assumir que contar é uma parte inata da capacidade cognitiva humana, mas "aqui está um grupo que não conta.
Eles poderiam aprender, mas não é útil em sua cultura, então eles nunca aprenderam".
"A pesquisa oferece provas de que as palavras que designam números são um conceito inventado pelas culturas humanas conforme a necessidade e não uma parte inerente da linguagem", disse Gibson.
Experimento
A pesquisa partiu de um estudo publicado em 2005 pelo lingüista Dan Everett, que viveu com os índios Pirahã entre 1997 e 2007.
A pesquisa de Everett dizia que a tribo tinha palavras para expressar a quantidade "um", "dois" e "alguns".
Gibson, no entanto, fez um experimento no qual a equipe apresentava um objeto ao índio e adicionava um novo objeto de cada vez até completarem 10.
Durante o processo, os pesquisadores pediam para que os índios contassem quantos objetos estavam expostos.
A equipe observou que a palavra que anteriormente foi identificada como se representasse o número "um" foi usada pelos Pirahã para expressar qualquer quantidade entre um e quatro.
Além disso, a palavra antes associada ao número "dois" foi usada pelos índios quando cinco ou seis objetos estavam expostos.
"Essas não são palavras para contar números. Elas significam quantidades relativas", afirmou Gibson.
Segundo ele, essa estratégia de contagem não havia sido observada antes, mas poderia ser encontrada em outras línguas na qual se usam as palavras um, dois e alguns para se contar.
A pesquisa de Gibson faz parte de um amplo projeto que investiga a relação entre a cultura da tribo Pirahã com sua cognição e linguagem, com base nos estudos do lingüista Dan Everett.
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter ... 5u425.jhtm
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
- francioalmeida
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Re: contar é capacidade 'inata'?
Se forem poligâmicos casar com uma ou duas é a mesma coisa.
- Apo
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Re: contar é capacidade 'inata'?
E eles devem ser socialistas por natureza. Senão, aprenderiam a contar até palito quebrado.

Re: contar é capacidade 'inata'?
Esses métodos antropológicos. Se encontrarem uma tribo que não sabe nadar, vão dizer que nadar não é uma capacidade inata.
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
- Apo
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Isto faz lembrar que algumas línguas não dispõem de palavras para exprimir algumas idéias ou sentimentos, apenas de sentí-los. Aquele velho exemplo da palavra "saudade" é típico. Há culturas que não se referem à coisas do passado. Mas isto não quer dizer que não tenham memória. Apenas não é importante para eles, muito menos trasferir ou documentar.

- Fernando Silva
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Re: contar é capacidade 'inata'?
Há pássaros capazes de contar até cinco.
Por exemplo, cinco pessoas entram num local e ele foge. Depois vão saindo uma a uma e ele só volta quando saíram as cinco. Se forem mais de cinco, ele se confunde.
Por exemplo, cinco pessoas entram num local e ele foge. Depois vão saindo uma a uma e ele só volta quando saíram as cinco. Se forem mais de cinco, ele se confunde.
Re: contar é capacidade 'inata'?
Fernando Silva escreveu:Há pássaros capazes de contar até cinco.
Por exemplo, cinco pessoas entram num local e ele foge. Depois vão saindo uma a uma e ele só volta quando saíram as cinco. Se forem mais de cinco, ele se confunde.
Já fizeram essa experiência com corvos. O resultado foi esse mesmo.
- Apáte
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Re: contar é capacidade 'inata'?
Chimpanzés, gorilas, orangotangos, elefantes e glofinhos fazem as 4 operações fundamentais e alguns arriscam uma raiz quadrada.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
- Fernando Silva
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Re: contar é capacidade 'inata'?
Apáte escreveu:Chimpanzés, gorilas, orangotangos, elefantes e glofinhos fazem as 4 operações fundamentais e alguns arriscam uma raiz quadrada.
Mas erram muito.