Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

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Apo
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Apo »

Freud é irrelevante aqui.
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Apo
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Apo »

SickBoy escreveu:
Apo escreveu:
SickBoy escreveu:
Conheço gente que viu pessoas da família serem arrancadas de casa para a tortura e a morte nos porões da ditadura e não se transformou em bandido. Uma amiga minha foi estuprada pelo pai e viu a mãe ser morta com uma faca.



e que tipo de gente maluca que acha que todas as pessoas reagirão bem a essas "provações"? Isso vindo de um religioso com uma moral estóica ainda vai...


Eu não disse que alguém sobrevive bem. Mas dai a justificar e vitimizar todo tipo de criminoso em função das histórias dramáticas dele, dando-lhes um contorno mais ameno ( e passando a mãozinha em sua cabeça, enquanto ele massacra a "sociedade") é alimentar o ciclo vicioso e esquecer todo tipo de ordem social pró Bem.


ah, claro. tipo, não adianta abraçar um assaltante né? dizer que vai ficar tudo bem, que entendemos porque ele faz aquilo, consolá-lo, ouvir suas mágoas... Realmente, pode não dar certo. Bem, isso é muito importante ser dito. Pessoas não deixarão de cometer crimes assim.


Provavelmente não deixarão. Abraços de urso são assim.


Isso posto, podemos continuar a discussão. pessoas que cometem crimes devem responder pelos seus atos, independente das razões que as levaram aquelas ações. podemos abrir algumas exceções a fim de encontrar alguns atenuantes, que possam compreender por ex, a total insanidade, ou um acesso de fúria passional, mas fora isso, pessoas assumem seus atos. e matar o próximo não é o default em nenhuma sociedade.


É, dependendo do caso, até podemos. Com um pé atrás, infelizmente. A menos que se possa ler intenções e pensamentos segundo a segundo. Ainda assim....

Ainda assim, me parece bem claro que algumas circunstâncias fazem com que mais pessoas optem pela criminalidade. viram "bandidos", falando da maneira mais visceral. Bem, acho que quanto menos virarem, melhor.


Sim, é como uma cultura a parte. Sentem orgulho e o poder corrompe a mente. Por isto ser conivente, negligente, complacente, é colocar toda a sociedade em risco o tempo todo.
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SickBoy
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por SickBoy »

Sim, é como uma cultura a parte. Sentem orgulho e o poder corrompe a mente.


começou bem

Por isto ser conivente, negligente, complacente, é colocar toda a sociedade em risco o tempo todo.



e terminou pessimamente. apoiou-se em papel machê colado com cuspe. non sequitur total

o que eu exatamente disse antes foi:

pessoas que cometem crimes devem responder pelos seus atos, independente das razões que as levaram aquelas ações. podemos abrir algumas exceções a fim de encontrar alguns atenuantes, que possam compreender por ex, a total insanidade, ou um acesso de fúria passional, mas fora isso, pessoas assumem seus atos. e matar o próximo não é o default em nenhuma sociedade.


mas infelizmente não fui compreendido. porque não é possível que alguém leia o que escrevi e depreenda conivência com criminosos.

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NadaSei
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por NadaSei »

SickBoy escreveu:
Procedure escreveu:Pode-se construir histórias semelhantes e igualmente dramáticas para Suzane Richthofen ou para um político corrupto qualquer, falando sobre como eles foram mimados durante a infância, nunca tiveram nenhum tipo de limite, falando de como suas vidas sempre foram cheias apenas de dinheiro mas nunca de amor, de como nunca tiveram pais presentes para educá-los com bons valores, etc. Ou seja, vítimas do meio em que cresceram. Na verdade, pode-se encontrar esse tipo de desculpa na biografia de qualquer criminoso existente na face da Terra. Mas é interessante que esse artifício só seja usado para livrar a cara de pobres (talvez seja porque aí já se pode emendar uma crítica furada ao "capitalismo excludente" e outras bobagens).


isso não é usado como artifício para "livrar a cara", e sim para orientar nossas políticas. se grande parte das pessoas reage a esse meio através da violência, é imperioso que façamos alguma coisa em relação a esse meio.


ninguém quer tirar o champinha da cadeia, apenas que não surjam outros.


Se trata apenas de encontrar uma causalidade a qual possamos evitar. Além disso, Suzannes são infinitamente menos representativas que Sandros do Nascimento. Portanto, apontar alguma relação com o meio no caso dela é forçoso. Pode ter sido uma séria de coisas. Mas foge ao nosso controle. aí está a falha evidente na analogia. Já aos que são vítimas de maus tratos na infância, pobreza extrema, e vêem seus parentes morrendo em chacinas, o destino é muito mais restrito.

Exato, disse tudo.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por NadaSei »

SickBoy escreveu:
Apo escreveu:
NadaSei escreveu:
Apo escreveu:
NadaSei escreveu:Romantiza o bandido ou mostra como uma sociedade doente gera seus monstros? :emoticon5:


Pra quem se interessa tem o documentario:
http://www.youtube.com/watch?v=txHthNIU ... re=related


A sociedade não gera monstros. Ou somos todos monstros. Estamos todos, de alguma forma, ligados à esta sociedade.

Devemos ser nós os doentes que temos culpa dos bandidos serem bandidos...por passarmos a mão na cabecinha deles, por permitirmos que peçam lagosta de tele-entrega ( com o nosso dinheiro ) e por faturarmos em cima da vida infame deles, com misericordiosos filmes de terceira categoria.

E as pessoas não cansam da vitimização....

Aos seis anos de idade ele assiste sua mão ser degolada, fica sem família e vai viver na rua, vê garotos como ele, seus amigos, serem massacrados por um grupo de policias, sobrevivendo assim a famosa chacina da candelária, onde um grupo de policiais armados que não gosta de "passar a mão na cabeça de bandidos", abriu fogo contra mais de setenta sem-tetos, a maioria crianças e adolescente que dormiam em frente a igreja da candelária...

O que esperava que ele fosse se tornar, sem família, sem casa, sem estudo e convivendo com tanta violência?
Bio-químico talvez? Ambientalista então?

Se menininhas de família como você podem ser dar ao luxo de buscar essas coisas, não pense que essa é a realidade de todos.
Não se pode negar o óbvio. :emoticon30:

Por fim, isso faz parte de nossa história e, mesmo sendo triste, não é diferente de se fazer um filme sobre a vida de um nazista ou judeu envolvidos no holocausto.
No caso esse ainda tem a questão de como uma vitima que sobrevive a um massacre passa a ser depois o agressor em outro caso famoso e tem seu fim sendo executado pela mesma policia do Rio...

Mas se pra vocês contar essa historia é romantizar um bandido... então tá bom... :emoticon28:


Conheço gente que viu pessoas da família serem arrancadas de casa para a tortura e a morte nos porões da ditadura e não se transformou em bandido.

Só isto? Muitos resistem a massacres na vida e não escolhem se vingar na sociedade toda!

Uma amiga minha foi estuprada pelo pai e viu a mãe ser morta com uma faca.
Minha mãe chegou em casa e viu a mãe ardendo em chamas, a partir de então teve uma mãe queimada e epiléptica.
Meu amigo cresceu com um militar que tentava matar a mulher e os 5 filhos quase toda noite, quando chegava bêbado em casa e passava a noite ameaçando eles com uma faca e um 38. Até o dia em que encontraram os cara pedurado numa árvore no pátio dos fundos, pois se suicidou, graças à Deus. Meu amigo tinha 14 anos na época. É um homem e profissional maravilhoso hoje.
As histórias são tantas que se lê e se sabe que não caberia nem em 1 milhão de livros contar.
Toda esta gente virou bandido? Não.



cai mais um dogma. pessoas não são iguais

Nem as pessoas, nem os acontecimentos citados.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Herf
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Herf »

SickBoy escreveu:
Procedure escreveu:Pode-se construir histórias semelhantes e igualmente dramáticas para Suzane Richthofen ou para um político corrupto qualquer, falando sobre como eles foram mimados durante a infância, nunca tiveram nenhum tipo de limite, falando de como suas vidas sempre foram cheias apenas de dinheiro mas nunca de amor, de como nunca tiveram pais presentes para educá-los com bons valores, etc. Ou seja, vítimas do meio em que cresceram. Na verdade, pode-se encontrar esse tipo de desculpa na biografia de qualquer criminoso existente na face da Terra. Mas é interessante que esse artifício só seja usado para livrar a cara de pobres (talvez seja porque aí já se pode emendar uma crítica furada ao "capitalismo excludente" e outras bobagens).

isso não é usado como artifício para "livrar a cara", e sim para orientar nossas políticas. se grande parte das pessoas reage a esse meio através da violência, é imperioso que façamos alguma coisa em relação a esse meio.

ninguém quer tirar o champinha da cadeia, apenas que não surjam outros.

Se trata apenas de encontrar uma causalidade a qual possamos evitar. Além disso, Suzannes são infinitamente menos representativas que Sandros do Nascimento. Portanto, apontar alguma relação com o meio no caso dela é forçoso. Pode ter sido uma séria de coisas. Mas foge ao nosso controle. aí está a falha evidente na analogia. Já aos que são vítimas de maus tratos na infância, pobreza extrema, e vêem seus parentes morrendo em chacinas, o destino é muito mais restrito.

Se Richthofens não são a regra é algo que não importa aqui. O que importa é que não se observa, na mídia em geral, a mesma "tolerância" com qualquer criminoso que não seja oriundo de uma favela, apesar de que seria possível encontrar algum tipo de trauma/falha na educação/etc na vida de qualquer criminoso não-favelado, trauma que poderia ser lembrado na hora em que estouram casos onde não-favelados estejam envolvidos. Neste sentido, Richthofens e Sandros do Nascimento estão em igualdade.

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NadaSei
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:
SickBoy escreveu:
Conheço gente que viu pessoas da família serem arrancadas de casa para a tortura e a morte nos porões da ditadura e não se transformou em bandido. Uma amiga minha foi estuprada pelo pai e viu a mãe ser morta com uma faca.



e que tipo de gente maluca que acha que todas as pessoas reagirão bem a essas "provações"? Isso vindo de um religioso com uma moral estóica ainda vai...


Eu não disse que alguém sobrevive bem. Mas dai a justificar e vitimizar todo tipo de criminoso em função das histórias dramáticas dele, dando-lhes um contorno mais ameno ( e passando a mãozinha em sua cabeça, enquanto ele massacra a "sociedade") é alimentar o ciclo vicioso e esquecer todo tipo de ordem social pró Bem.

Só na sua cabecinha é que estão passando a mão da cabeça deles e amenizando o que fizeram...

Esquecer todo tipo de ordem social pro bem é manter um sistema ajude a gerar esse tipo de historia de vida, retirar desse sistema sua culpa, imputar toda a responsabilidade no individuo e ainda louvar policiais assassinos de crianças como o Lúcifer fez, um sistema que além de tudo mantém uma policia que condena esses "bandidos" a morte por conta própria, mesmo com toda a repercussão na midia.
O sistema os cria, o sistema os mata e quem se fode é quem está no sistema... nós.
Tanto nas mãos dos bandidos, na da policia, e no dia a dia de um país miserável.

Gostaria de saber então o motivo de em outros lugares as coisas serem tão diferentes...
Somos indivíduos que surgem de um meio, as duas coisas tem peso e, consertando uma nos livramos de metade dos problemas e de metade dos monstros. :emoticon4:
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:Sim, é como uma cultura a parte. Sentem orgulho e o poder corrompe a mente. Por isto ser conivente, negligente, complacente, é colocar toda a sociedade em risco o tempo todo.

Exato, justamente casos como o desse rapaz nos mostram que o governo é conivente quando não consegue os impedir de continuar, através da corrupção, comandando negócios e ordenando assassinatos de cidadãos mesmo dentro de presídios, é negligente quando cria uma cultura de miséria que facilita e impulsiona o cidadão comum até mesmo durante a infância/adolescência ao mundo do crime devido a miséria e a violência gerada/suportada pelo próprio estado, assim como quando mantém áreas onde o vácuo do estado é preenchido por esses marginais, e por fim é complacente quando não tem leis capazes de dar conta do recado e que beneficiam esses marginais.

O caso em questão é perfeito para abordar e apontar todas essas falhas...
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Aranha
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Aranha »

- Gostaria que as pessoas avaliassem a situação do meliante em questão de forma menos superficial.

- Por um lado não tem nínguem defendendo que ele deva ser inocentado e que todos devem pedir desculpas a ele pelo mal que ele sofreu.

- Por outro lado simplesmente trancafiar e/ou matar o cara e ignorar a gênese de sua maldade não é uma atitude inteligente, tem gente aqui que simplesmente assume que alguns "quebram" porque são uns fracos e pronto, até parece que entendem a alma humana melhor que qualquer outro.

- Caras como este estão se formando diariamente como em uma grande fábrica de facínoras, vamos ficar simplesmente esperando que um dia um deles chegue até nós ou nossos filhos e matem por um tênis ou um celular ou algum trocado prá comprar maconha?

- Alguém sabe dizer por acaso porque alguns suportam dignamente o sofrimento e mantém sua integridade enquanto outros viram monstros como esse sujeito, ou a Suzane, ou o champinha?

- Vi certa vez um documentário sobre um psiquiatra russo que estudava serial killers em um sanatório e identificou os mesmos sintomas psicóticos dos malucos que ele estudava em um estudante adolescente, então passou a atender o rapaz em busca de algum tratamento que evitasse que ele viesse a se tornar um monstro no futuro, essa experiência serviria para identificar, entender, prever e quem sabe evitar tragédias, é disso que se trata.

- Culpar ou inocentar esse cara é o de menos, nossa preocupação principal deveria ser evitar que essas merdas se repitam, e não conseguiremos isso simplesmente apontando culpados, culpar/acusar a sociedade ou menosprezar/subestimar a história de vida deste rapaz é simplificar um problema complexo e se condenar a não resolvê-lo, ficando assim a mercê de suas terríveis consequências.

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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emmmcri
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Abmael escreveu:- Gostaria que as pessoas avaliassem a situação do meliante em questão de forma menos superficial.

- Por um lado não tem nínguem defendendo que ele deva ser inocentado e que todos devem pedir desculpas a ele pelo mal que ele sofreu.

- Por outro lado simplesmente trancafiar e/ou matar o cara e ignorar a gênese de sua maldade não é uma atitude inteligente, tem gente aqui que simplesmente assume que alguns "quebram" porque são uns fracos e pronto, até parece que entendem a alma humana melhor que qualquer outro.

- Caras como este estão se formando diariamente como em uma grande fábrica de facínoras, vamos ficar simplesmente esperando que um dia um deles chegue até nós ou nossos filhos e matem por um tênis ou um celular ou algum trocado prá comprar maconha?

- Alguém sabe dizer por acaso porque alguns suportam dignamente o sofrimento e mantém sua integridade enquanto outros viram monstros como esse sujeito, ou a Suzane, ou o champinha?

- Vi certa vez um documentário sobre um psiquiatra russo que estudava serial killers em um sanatório e identificou os mesmos sintomas psicóticos dos malucos que ele estudava em um estudante adolescente, então passou a atender o rapaz em busca de algum tratamento que evitasse que ele viesse a se tornar um monstro no futuro, essa experiência serviria para identificar, entender, prever e quem sabe evitar tragédias, é disso que se trata.

- Culpar ou inocentar esse cara é o de menos, nossa preocupação principal deveria ser evitar que essas merdas se repitam, e não conseguiremos isso simplesmente apontando culpados, culpar/acusar a sociedade ou menosprezar/subestimar a história de vida deste rapaz é simplificar um problema complexo e se condenar a não resolvê-lo, ficando assim a mercê de suas terríveis consequências.

Abraços,



Exato... mas tem foristas por aqui que só pensam em mandar punir o sujeito e isso é lamentável.
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Abmael escreveu:- Gostaria que as pessoas avaliassem a situação do meliante em questão de forma menos superficial.

- Por um lado não tem nínguem defendendo que ele deva ser inocentado e que todos devem pedir desculpas a ele pelo mal que ele sofreu.

- Por outro lado simplesmente trancafiar e/ou matar o cara e ignorar a gênese de sua maldade não é uma atitude inteligente, tem gente aqui que simplesmente assume que alguns "quebram" porque são uns fracos e pronto, até parece que entendem a alma humana melhor que qualquer outro.

- Caras como este estão se formando diariamente como em uma grande fábrica de facínoras, vamos ficar simplesmente esperando que um dia um deles chegue até nós ou nossos filhos e matem por um tênis ou um celular ou algum trocado prá comprar maconha?

- Alguém sabe dizer por acaso porque alguns suportam dignamente o sofrimento e mantém sua integridade enquanto outros viram monstros como esse sujeito, ou a Suzane, ou o champinha?

- Vi certa vez um documentário sobre um psiquiatra russo que estudava serial killers em um sanatório e identificou os mesmos sintomas psicóticos dos malucos que ele estudava em um estudante adolescente, então passou a atender o rapaz em busca de algum tratamento que evitasse que ele viesse a se tornar um monstro no futuro, essa experiência serviria para identificar, entender, prever e quem sabe evitar tragédias, é disso que se trata.

- Culpar ou inocentar esse cara é o de menos, nossa preocupação principal deveria ser evitar que essas merdas se repitam, e não conseguiremos isso simplesmente apontando culpados, culpar/acusar a sociedade ou menosprezar/subestimar a história de vida deste rapaz é simplificar um problema complexo e se condenar a não resolvê-lo, ficando assim a mercê de suas terríveis consequências.

Abraços,



Exato... mas tem foristas por aqui que só pensam em mandar punir o sujeito e isso é lamentável.
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Abmael escreveu:- Gostaria que as pessoas avaliassem a situação do meliante em questão de forma menos superficial.

- Por um lado não tem nínguem defendendo que ele deva ser inocentado e que todos devem pedir desculpas a ele pelo mal que ele sofreu.

- Por outro lado simplesmente trancafiar e/ou matar o cara e ignorar a gênese de sua maldade não é uma atitude inteligente, tem gente aqui que simplesmente assume que alguns "quebram" porque são uns fracos e pronto, até parece que entendem a alma humana melhor que qualquer outro.

- Caras como este estão se formando diariamente como em uma grande fábrica de facínoras, vamos ficar simplesmente esperando que um dia um deles chegue até nós ou nossos filhos e matem por um tênis ou um celular ou algum trocado prá comprar maconha?

- Alguém sabe dizer por acaso porque alguns suportam dignamente o sofrimento e mantém sua integridade enquanto outros viram monstros como esse sujeito, ou a Suzane, ou o champinha?

- Vi certa vez um documentário sobre um psiquiatra russo que estudava serial killers em um sanatório e identificou os mesmos sintomas psicóticos dos malucos que ele estudava em um estudante adolescente, então passou a atender o rapaz em busca de algum tratamento que evitasse que ele viesse a se tornar um monstro no futuro, essa experiência serviria para identificar, entender, prever e quem sabe evitar tragédias, é disso que se trata.

- Culpar ou inocentar esse cara é o de menos, nossa preocupação principal deveria ser evitar que essas merdas se repitam, e não conseguiremos isso simplesmente apontando culpados, culpar/acusar a sociedade ou menosprezar/subestimar a história de vida deste rapaz é simplificar um problema complexo e se condenar a não resolvê-lo, ficando assim a mercê de suas terríveis consequências.

Abraços,



Exato... mas tem foristas por aqui que só pensam em mandar punir o sujeito e isso é lamentável.
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Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
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Acauan
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Acauan »

NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:Romantiza o bandido ou mostra como uma sociedade doente gera seus monstros? :emoticon5:


Se o doente fosse a sociedade, os "Sandros do Nascimento" seriam a regra e os trabalhadores honestos seriam a exceção.

Nossa sociedade é corrupta, ignorante, conformista, incompetente e violenta, e isso é regra.
"Sandros do Nascimento" também são a regra em um sistema assim... Não precisa ser maioria para ser regra, se fossem a maioria o Brasil se fragmentaria definitivamente.


É sempre a mesma merda.
Toda vez que mandam algum vagabundo acertar as contas com o capeta lá no inferno, sempre aparece alguém para dizer "coitadinho dele...".

Façamos um retrospecto dos fatos sobre o Sandro Nascimento:

- Sandro Nascimento decide ser assaltante;
- Sandro Nascimento consegue uma arma de fogo;
- Sandro Nascimento escolhe um ônibus para assaltar;
- Sandro Nascimento toma uma passageira do ônibus como refém;
- Sandro Nascimento aponta a arma para a cabeça da refém;
- Sandro Nascimento ameaça matar a refém se não cumprirem suas exigências.

Quem é o vilão da história?

A sociedade, claro!

Ora, vão catar coquinhos...

Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Tranca
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Tranca »

Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:Romantiza o bandido ou mostra como uma sociedade doente gera seus monstros? :emoticon5:


Se o doente fosse a sociedade, os "Sandros do Nascimento" seriam a regra e os trabalhadores honestos seriam a exceção.

Nossa sociedade é corrupta, ignorante, conformista, incompetente e violenta, e isso é regra.
"Sandros do Nascimento" também são a regra em um sistema assim... Não precisa ser maioria para ser regra, se fossem a maioria o Brasil se fragmentaria definitivamente.


É sempre a mesma merda.
Toda vez que mandam algum vagabundo acertar as contas com o capeta lá no inferno, sempre aparece alguém para dizer "coitadinho dele...".

Façamos um retrospecto dos fatos sobre o Sandro Nascimento:

- Sandro Nascimento decide ser assaltante;
- Sandro Nascimento consegue uma arma de fogo;
- Sandro Nascimento escolhe um ônibus para assaltar;
- Sandro Nascimento toma uma passageira do ônibus como refém;
- Sandro Nascimento aponta a arma para a cabeça da refém;
- Sandro Nascimento ameaça matar a refém se não cumprirem suas exigências.

Quem é o vilão da história?

A sociedade, claro!

Ora, vão catar coquinhos...



E tem mais!

Segundo este tipo de raciocínio, a refém do Sandro Nascimento na verdade, era também uma das culpadas por ele ser um assaltante e tomá-la como refém.

Portanto, a culpa dela ter morrido na operação policial frustrada era dela mesmo, e assim como teve parte da culpa por Sandro Nascimento ser um assaltante, também foi culpada por ele ter morrido na mão dos ditos "meganhas".

Isto é, vão empilhar côco em barranco...
Editado pela última vez por Tranca em 23 Set 2008, 11:05, em um total de 2 vezes.
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

Roberto Campos

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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:Romantiza o bandido ou mostra como uma sociedade doente gera seus monstros? :emoticon5:


Se o doente fosse a sociedade, os "Sandros do Nascimento" seriam a regra e os trabalhadores honestos seriam a exceção.

Nossa sociedade é corrupta, ignorante, conformista, incompetente e violenta, e isso é regra.
"Sandros do Nascimento" também são a regra em um sistema assim... Não precisa ser maioria para ser regra, se fossem a maioria o Brasil se fragmentaria definitivamente.


É sempre a mesma merda.
Toda vez que mandam algum vagabundo acertar as contas com o capeta lá no inferno, sempre aparece alguém para dizer "coitadinho dele...".

Façamos um retrospecto dos fatos sobre o Sandro Nascimento:

- Sandro Nascimento decide ser assaltante;
- Sandro Nascimento consegue uma arma de fogo;
- Sandro Nascimento escolhe um ônibus para assaltar;
- Sandro Nascimento toma uma passageira do ônibus como refém;
- Sandro Nascimento aponta a arma para a cabeça da refém;
- Sandro Nascimento ameaça matar a refém se não cumprirem suas exigências.

Quem é o vilão da história?

A sociedade, claro!

Ora, vão catar coquinhos...



Façamos um retrospecto dos fatos sobre os "Sandros Nascimentos":
"Sandros Nascimentos" assistem o pai meter a porrada na mãe.
"Sandros Nascimentos" tomam porrada do pai ou mãe quase todos os dias.
"Sandros Nascimentos" não têm dinheiro para comprar um tenis nike.
"Sandros Nascimentos" passam fome vários dias.
"Sandros Nascimentos" assistem o traficante tirar onda na favela com tudo do bom e do melhor.
"Sandros Nascimentos" não consegue arrumar um emprego pois não tem nenhuma formação.
"Sandros Nascimentos" vai assaltar seu filho ou vender drogas pra ele , pode ter certeza.
Porque...nem todos têem vocação pra santo.

Vão cagar no mato !
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Tranca
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Tranca »

emmmcri escreveu:
Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:
NadaSei escreveu:Romantiza o bandido ou mostra como uma sociedade doente gera seus monstros? :emoticon5:


Se o doente fosse a sociedade, os "Sandros do Nascimento" seriam a regra e os trabalhadores honestos seriam a exceção.

Nossa sociedade é corrupta, ignorante, conformista, incompetente e violenta, e isso é regra.
"Sandros do Nascimento" também são a regra em um sistema assim... Não precisa ser maioria para ser regra, se fossem a maioria o Brasil se fragmentaria definitivamente.


É sempre a mesma merda.
Toda vez que mandam algum vagabundo acertar as contas com o capeta lá no inferno, sempre aparece alguém para dizer "coitadinho dele...".

Façamos um retrospecto dos fatos sobre o Sandro Nascimento:

- Sandro Nascimento decide ser assaltante;
- Sandro Nascimento consegue uma arma de fogo;
- Sandro Nascimento escolhe um ônibus para assaltar;
- Sandro Nascimento toma uma passageira do ônibus como refém;
- Sandro Nascimento aponta a arma para a cabeça da refém;
- Sandro Nascimento ameaça matar a refém se não cumprirem suas exigências.

Quem é o vilão da história?

A sociedade, claro!

Ora, vão catar coquinhos...



Façamos um retrospecto dos fatos sobre os "Sandros Nascimentos":
"Sandros Nascimentos" assistem o pai meter a porrada na mãe.
"Sandros Nascimentos" tomam porrada do pai ou mãe quase todos os dias.
"Sandros Nascimentos" não têm dinheiro para comprar um tenis nike.
"Sandros Nascimentos" passam fome vários dias.
"Sandros Nascimentos" assistem o traficante tirar onda na favela com tudo do bom e do melhor.
"Sandros Nascimentos" não consegue arrumar um emprego pois não tem nenhuma formação.
"Sandros Nascimentos" vai assaltar seu filho ou vender drogas pra ele , pode ter certeza.
Porque...nem todos têem vocação pra santo.

Vão cagar no mato !


O que diz a mãe do Sandro, que foi um dos sobreviventes da chacina da Candelária:

Ela disse à Folha que, por falta de condições financeiras, entregou o filho a uma amiga de nome Madalena quando ele tinha apenas 3 anos. A mulher morreu quatro anos depois e ela perdeu o contato com filho.

Diz que procurou pelo filho durante vários anos, em vão. Em 98, segundo relata, o rapaz apareceu na Nova Holanda, procurando pela mãe e acabaram se encontrando. Moraram juntos até março do ano passado, quando ele disse que tinha conhecido uma moça e iria morar com ela. "Nunca mais o vi, mas sabia que ele vendia refrigerantes na praia de Copacabana", afirma.

Elza Silva declara não possuir nenhum documento do filho e conta que ele próprio afirmava ter perdido toda a documentação. Diz que o rapaz é filho de um caminhoneiro, de nome Carlos Alberto Rodrigues, que não o registrou. Afirma não ver explicação para o fato de a polícia ter identificado o sequestrador como Sandro do Nascimento.

Ficha criminal

A ficha criminal de Sandro do Nascimento dá que ele sofreu duas condenações: a primeira por furto, em julho de 1997, quando recebeu pena de dois anos em regime aberto, ou seja, em liberdade.

A segunda condenação, por tentativa de assalto, veio em outubro de 1998, quando foi condenado a três anos, seis meses e 20 dias de prisão em regime semi-aberto (só dormir na prisão).

Ele estava na carceragem da 26ª DP (na Zona Norte) quando fugiu, junto com outros 30 presos, no dia 1º de janeiro do ano passado. Desde então, estava solto.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, Nascimento respondia a mais um processo por furto e a outro por uso de drogas.

Fonte Folha


Ou seja, não diga que ele não teve chance de escolha, após a infância fodida...
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Acauam, Tranca e demais : !!!!!!!!!!
Não é possível se falar sobre a vida humana sem empregar modelos de várias disciplinas , trabalhos com base em psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc...
Mesmo assim teremos aproximações apenas do que é a complexibilidade da vida humana e os limites da linguagem para lidar com as experiências subjetivas , mas neste ponto neste ponto sou Lacaniano !!
Tanto a nossa biologia (aqui empatamos?!??) quanto as CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE MATERIAL E SOCIAL SÃO CONTRA O PROJETO DE VIDA DESSAS PESSOAS !!!! NEM TODOS TÊM VOCAÇÂO PRA SANTO !!!!
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
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No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Acauan »

emmmcri escreveu:Acauam, Tranca e demais : !!!!!!!!!!
Não é possível se falar sobre a vida humana sem empregar modelos de várias disciplinas , trabalhos com base em psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc...
Mesmo assim teremos aproximações apenas do que é a complexibilidade da vida humana e os limites da linguagem para lidar com as experiências subjetivas , mas neste ponto neste ponto sou Lacaniano !!
Tanto a nossa biologia (aqui empatamos?!??) quanto as CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE MATERIAL E SOCIAL SÃO CONTRA O PROJETO DE VIDA DESSAS PESSOAS !!!! NEM TODOS TÊM VOCAÇÂO PARA SANTO !!!!


Toda esta enrolação só serve para mascarar o óbvio.

O bandido tinha plena consciência que estava agredindo pessoas que não tinham nada a ver com seus alegados sofrimentos e mesmo assim optou por isto, logo, optou também pelas conseqüências.

O resto é conversa mole prá boi dormir.

Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Acauan escreveu:
emmmcri escreveu:Acauam, Tranca e demais : !!!!!!!!!!
Não é possível se falar sobre a vida humana sem empregar modelos de várias disciplinas , trabalhos com base em psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc...
Mesmo assim teremos aproximações apenas do que é a complexibilidade da vida humana e os limites da linguagem para lidar com as experiências subjetivas , mas neste ponto neste ponto sou Lacaniano !!
Tanto a nossa biologia (aqui empatamos?!??) quanto as CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE MATERIAL E SOCIAL SÃO CONTRA O PROJETO DE VIDA DESSAS PESSOAS !!!! NEM TODOS TÊM VOCAÇÂO PARA SANTO !!!!


Toda esta enrolação só serve para mascarar o óbvio.

O bandido tinha plena consciência que estava agredindo pessoas que não tinham nada a ver com seus alegados sofrimentos e mesmo assim optou por isto, logo, optou também pelas conseqüências.

O resto é conversa mole prá boi dormir.



Desistiu... Desistiu... Quando se fala em Psicologia e aproximados por aqui muitos desistem...
Mais alguém se habilita ?


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
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Tranca
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Tranca »

emmmcri escreveu:Acauam, Tranca e demais : !!!!!!!!!!
Não é possível se falar sobre a vida humana sem empregar modelos de várias disciplinas , trabalhos com base em psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc...
Mesmo assim teremos aproximações apenas do que é a complexibilidade da vida humana e os limites da linguagem para lidar com as experiências subjetivas , mas neste ponto neste ponto sou Lacaniano !!
Tanto a nossa biologia (aqui empatamos?!??) quanto as CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE MATERIAL E SOCIAL SÃO CONTRA O PROJETO DE VIDA DESSAS PESSOAS !!!!


NEM TODOS TÊM VOCAÇÂO PARA SANTO !!!!



Para estes, existem os rigores da Lei e a munição policial.





No mais, Emmmcri, o fato de que a maioria dos moradores de favelas são pessoas de bem desmente que a dura realidade não permite as pessoas fazerem suas escolhas entre certo/errado, bem/mal, legal/ilegal.

É claro que a dura realidade vai legar alguns a cometer delitos.

Porém, quando se escolhe entre trabalhar duro para sobreviver ou traficar/assaltar/roubar/seqüestrar (e destaca-se que não tendo mais segurança que aqueles que penam no labor pesado, pois que estão muito mais sujeitos à serem um mero número nas estatísticas da violência), conscientemente se escolhe entre o óbvio, ser um cidadão de bem eventualemente sujeito a ser uma vítima do caos urbano e ou um criminoso sujeito a um fim violento, que não merece o glamour de ser considerado uma vítima do meio ou um triste produto de uma sociedade desigual.

Por que não fazem um filme sobre o pedreiro que ganha salário de fome e consegue mesmo assim criar três filhos de forma digna, sem que nenhum deles venha a delinqüir, mesmo em meio a toda a desigualdade e violência da cidade grande?

É porque não é espetáculo e nem favorece teses de sociólogos anticapitalistas que políticos/ongueiros aproveitadores adoram utilizar para ganhar o seu, embora o exemplo seja muito mais emblemático.
Palavras de um visionário:

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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


A esquerda nao esta completamente errada na sua crenca de que a limitacao nas oportunidades escolhas teriam alguma influencia na opcao pelo mal.

Isso e bastante razoavel quando pensamos em casos limites, em situacoes onde precisamos quebrar codigos eticos para garantir a nossa sobrevivencia ou a de pessoas com quem nos importamos. Quase ninguem discordaria disso. Tambem nao quer dizer que todas pessoas aceitariam fazer qualquer coisa para salvar a propria pele, mas que a maioria certamente aceitaria fazer mais coisas e burlar mais regras do que numa situacao normal.

Ate certo ponto o mesmo raciocinio pode ser empregado para situacoes que nao impliquem na sobrevivencia, mas em melhorias no bem-estar. Principalmente quando as expectativas de uma vida dentro do respeito as leis nao parece muito atraente.

E preciso antes de mais nada saber que seres humanos nao obedecem leis por alguma arbitrariedade do cosmos, ou por instrucao de algum deus, a qual os homens nao compreendem mas obedecem. Seres humanos obedecem leis pois as leis tornam a vida de todas as pessoas muito melhor para elas proprias. A sociedade tal qual conjunto de pessoas e regras de convivencia e interessante para cada membro dela, pois atraves da sociedade as pessoas dividem trabalho e consomem muito mais e vivem muito melhor do que de forma autonoma.( nota: E tambem necessario colocar que o fato de existir uma utilidade para as leis nao permite qualquer tipo de contemporizacao com o crime ou relativizacao da moral. Essa utilidade e perfeitamente compativel com a existencia de um codigo etico absoluto e natural, sendo na verdade uma outra forma de enxerga-lo e aproxima-lo. Mas nao abordarei esse tema (utilitarianismo x direito natural) agora, por ser de uma complexidade significativamente maior.)

Quando as pessoas passam a considerar que integrar a sociedade, respeitando as normas que a definem, nao lhes interessa, elas se transformam em marginais. Passam a burlar as regras sociais, em prejuizo dos demais, pois veem nesse comportamento uma forma mais interessante de viverem suas vidas. (Estou tratando a marginalidade de uma forma geral, o que nao necessariamente se restringe a casos mais graves de sociopatias, como sequestradores e assassinos, mas que abrange basicamente todo individuo que de forma sistematica burla a lei).

Nesse contexto, uma sociedade que produza escassas oportunidades para o cidadao e fartas oportunidades para criminosos sera uma sociedade relativamente mais povoada por marginais. Nada de estranho ate aqui. Nada de estranho tambem em supor que parte desses marginais estaria disposta a praticar atos de violencia contra os cidadaos da sociedade ou contra outros marginais.

O grande erro dos esquerdistas esta na interpretacao e na exploracao que eles dao para esse fenomeno.

O primeiro erro de interpretacao e confundir oportunidade e igualdade. E verdade que pessoas aproximadamente iguais, em momentos iguais e igualmente informadas estao sujeitas as mesmas oportunidades.

As pessoas nao querem as mesmas oportunidades, mesmo as invejosas. Estas podem querer os mesmos resultados, o que e diferente. As pessoas racionais normalmente querem oportunidades melhores que aquelas oferecidas pela vida marginal. Elas nao precisarao ganhar o mesmo que um piloto de formula 1 para reconsiderarem a viabilidade da vida marginal. Ser um marginal tem custos e riscos altos, pois a sociedade se protege contra eles, e ganhos que nao necessariamente os compensam.

A hipotese de que seja necessario forcar uma igualdade entre as pessoas para evitar a criminalidade e portanto completamente equivocada. Nao e esse tipo de "justica social" que os criminosos buscam, isso e uma invencionice esquerdista que pressupoe que todas as pessoas sofram do mesmo tipo de inveja que elas. Isso nao explica porque muitas pessoas saiam de paises onde as oportunidades eram escassas, mas ocupavam o mesmo "nivel social" que todo mundo, para ir trabalhar no estrato social mais baixo de paises que ofereciam mais oportunidades.

Na realidade, uma sociedade institucionalmente igualitaria e mais sujeita a criminalidade, na medida que o Estado impoe condicoes que matam a fonte de oportunidades do empreendedorismo legitimo. E por isso que as mafias se desenvolveram na Italia e na Russia e nao na Inglaterra, para onde elas foram exportadas. E, assim como toda intervencao governamental, o igualitarismo acaba criando sociedades mais desiguais ainda, e um exemplo notorio e o Brasil, onde se fala e se pratica o ideario da "igualdade social" desde Getulio Vargas e o resultado e uma das sociedades mais desiguais do mundo, coisa que os esquerdistas enxem a boca para dizer, seja por cinismo, seja por incompetencia em perceber que a culpa e em grande parte deles.

Somente pessoas doentes querem igualdade, ainda que seja igualdade na merda. Pessoas normais querem apenas uma vida melhor.

Outro erro esquerdista e achar que o Estado tem algum papel na criacao de oportunidades, ou que as pessoas nao as ofereceriam se o Estado nao as obrigasse. O Estado nao cria nada, ele apenas toma, distorce, altera. As oportunidades de uma sociedade nao sao uma dadiva estatal, mas resultado do fato das pessoas terem consciencia de que mediante trocas voluntarias e contratos elas podem atingir seus objetivos pessoais. Qualquer pessoa livre estara disposta a propor e aceitar contratos vantajosos com outras pessoas livres que tambem considere tais contratos vantajosos.

O Estado pode criar contratos artificialmente vantajosos, mas esses sempre serao as custas de alguem, e esse alguem e sempre alguem mais socialmente eficiente, no sentido de gerar oportunidades para o resto da sociedade, que os beneficiados.

Esse ultimo fato pode parecer estranho para pessoas que nao entendem nada de economia e pensam que pessoas ficam ricas por graca divina, e que cabe ao Estado corrigir as injusticas do destino. Mas quem entende alguma coisa de como funcionam os mercados sabe que para se ganhar dinheiro honestamente e preciso produzir algo a que as pessoas dao grande valor. Quanto mais eficiente voce for em tornar as pessoas mais felizes, mais rico voce ficara.

O Estado, ao tomar dessas pessoas e dar para outras que nao sao igualmente eficientes em tornar outros mais satisfeitos esta necessariamente criando pobreza (ou destruindo riqueza), num saldo que e ruim para todos exceto os beneficiarios. Ele estimula assim o comportamento deleterio de exigir reparacoes e outros tipos de ganho do Estado, desestimulando a criacao de oportunidades que efetivamente melhoram a satisfacao das pessoas.

Ainda assim, um esquerdista pode argumentar que na medida que essa ajuda seja restrita a pessoas extremamente miseraveis, ainda que ela seja mais prejudicial para mais pessoas e reduza ema alguma escala a criacao de riquezas e oportunidades gerais, ela estaria salvando vidas e no final isso e mais importante.

Esse argumento erra em dois pontos: considerar que pessoas extremamente miseraveis nao poderiam ser ajudadas sem o Estado e acreditar piamente que o Estado se comprometeria em usar seus poderes discricionarios para ajudar efetivamente miseraveis aos quais ele tem muito pouco ou nenhum interesse politico (podendo facilmente engana-los com demagogia barata).

Burocratas e politicos nao sao anjos encarnados. Sao pessoas como nos, com virtudes e vicios, mas com uma diferenca fundamental: um grande poder nas suas maos para interferir na vida dos outros. Esse poder, apesar de ser instituido com o intuito de servir a sociedade, pode ser facilmente empregado, direta ou indiretamente, em beneficio proprio. Pessoas moralmente decentes ja se sentiriam tentados, mas os politicos normalmente nao sao pessoas moralmente decentes. Esse mesmo poder atrai os mais viciosos e virulentos individuos para disputar a ocupacao desses cargos, e mesmo o processo democratico nao ajuda muito na selecao de carater: o poder e o interesse do eleitor sao despreziveis. Ganham os mais competentes em forjar aliancas e atirar o interesse dos ja poderosos, ou os mais dotados em carisma e capacidade de produzir demagogia; dificilmente ganham os mais honestos. Depois de eleitos, alem de extrair vantagens dos poderes que lhes sao instituidos, estes politicos farao de tudo para ampliar ainda mais sua influencia.

O fato dos maiores governos, com burocratas superpoderosos, serem tambem os mais corruptos, nao e apenas uma coicidencia infeliz: e uma necessidade logica. E proprio do poder corromper-se, conforme observou Lord Acton.

Mas se os esquerdistas erram muito ao acreditar que o governo e competente em criar oportunidades, pode-se argumentar que os direitistas tambem erram ao depositar confianca na competencia do governo em criar desestimulos para o crime atraves de uma politica de seguranca mais rigorosa.

Esse argumento nao esta completamente errado. O governo e incompetente para desestimular criminosos tambem, e esse poder tambem tem serios riscos de se tornar arbitrario e perigoso nas maos do tipo de politicos que nos ja sabemos que irao controla-lo.

Contudo existe algo de correto no posicionamento direitista. O governo e muito mais competente para desestimular do que para estimular, pois sua acao e sempre destrutiva, e o ato criminoso e muito mais evidente do que a "ausencia de oportunidades". O posicionamento direitista decorre simplesmente de uma conduta pragmatica: e bem mais facil avaliar a competencia do governo nas suas politicas de seguranca publica, cuja coordenacao estrategica pode ser comandada por um poder central, do que no infinitamente abrangente campo da criacao de oportunidades economicas, cuja quantidade de informacao e o numero de problemas e simplesmente impossivel de serem tratados num plano diretor.

Isso nao exclui contudo a possibilidade sempre real do poder politico de gestao da seguranca ser utilizado para outros fins, nem desse poder crescer demasiadamente invadindo as outras liberdades, afinal, ninguem aceitaria pagar 90% de imposto para financiar uma policia ultra-ostensiva ou uma ofensiva extremamente cara contra terroristas ou contra traficantes. Fora o fato de que os gastos com seguranca, como todos os gastos do governo, estao sujeitos a diversos erros de calculo. Quem sabe qual deveria ser o preco de mercado de um porta-avioes nuclear?

Contudo, ainda com varios desses problemas, um governo seguranca ainda costuma ser muito menos invasor e ineficiente que um governo baba. Ainda que muitas bobagens sejam feitas na administracao das policias e das forcas armadas, sendo elas bem equipadas e treinadas, tornam-se um real empecilho para qualquer um que queira se meter a besta com a Lei. Mesmo acreditando existirem opcoes descentralizadas para a gestao da seguranca e defesa, deve-se reconhecer que e essa a funcao que o governo faz melhor, alem de ser a mais dificil de ser provida por agentes particulares, devido a seu carater altamente exteriorizado na producao de beneficios.

Nao existe alternativa viavel ao liberalismo para gerar oportunidades. O esquerdismo motiva-se no problema da falta de oportunidades na origem do mal na sociedade, mas a solucao que ele apresenta e um tiro no proprio pe, quando nao na propria cabeca. Um esforco nao muito grande de compreensao e o suficiente para reconhecer que a unica solucao para uma sociedade mais justa e mais liberdade para as pessoas produzirem e trabalharem, e nao mais invasao do Estado nas nossas vidas.
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por emmmcri »

Tranca escreveu:
emmmcri escreveu:Acauam, Tranca e demais : !!!!!!!!!!
Não é possível se falar sobre a vida humana sem empregar modelos de várias disciplinas , trabalhos com base em psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc...
Mesmo assim teremos aproximações apenas do que é a complexibilidade da vida humana e os limites da linguagem para lidar com as experiências subjetivas , mas neste ponto neste ponto sou Lacaniano !!
Tanto a nossa biologia (aqui empatamos?!??) quanto as CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE MATERIAL E SOCIAL SÃO CONTRA O PROJETO DE VIDA DESSAS PESSOAS !!!!


NEM TODOS TÊM VOCAÇÂO PARA SANTO !!!!




Para estes, existem os rigores da Lei e a munição policial.

Nem sempre isso traz resultados positivos, é só se compreender o todo.


No mais, Emmmcri, o fato de que a maioria dos moradores de favelas são pessoas de bem desmente que a dura realidade não permite as pessoas fazerem suas escolhas entre certo/errado, bem/mal, legal/ilegal.

Veremos.


É claro que a dura realidade vai legar alguns a cometer delitos.

90% de acordo , são muitos, não apenas alguns.



Porém, quando se escolhe entre trabalhar duro para sobreviver ou traficar/assaltar/roubar/seqüestrar (e destaca-se que não tendo mais segurança que aqueles que penam no labor pesado, pois que estão muito mais sujeitos à serem um mero número nas estatísticas da violência), conscientemente se escolhe entre o óbvio, ser um cidadão de bem eventualemente sujeito a ser uma vítima do caos urbano e ou um criminoso sujeito a um fim violento, que não merece o glamour de ser considerado uma vítima do meio ou um triste produto de uma sociedade desigual.

Trancado, concordamos que somos seres oriundos de uma história evolutiva de escasses, escasses de amor , de alimento , de segurança, o que nos dota de uma propensão a busca constante destes bens efetivos e materiais, seja na dimensão concreta e real, seja na dimensão imaginária, ou seja, ansiamos pela felicidade e plenitude, tenhamos chances ou não de obte-las. Apesar de ansiarmos pelo paraíso perfeito, precisamos de um paraiso levemente imperfeito para estarmos equilibrados, penso eu. O que acontece é que estas pessoas vivem em um inferno total o que nos desabilita de fazermos julgamentos, estamos sendo precipitados em tomar este partido amigo. Você acha o que ? Que estas pessoas são genéticamente propensas para o mal ? Que suas opções de escolhas são justas ?
Será que a escolha entre inferno e purgatório é justa ? Estes nunca poderão alcançar as nossas condições de vida , salvo se a sorte o acompanhar de mãos dadas!!Elas olham para nós e desejam o que temos !!
Você acha que o sonho destes marginalizados foi essa vida , o qual sabem que vão prede-la em pouco tempo com um tiro ou presos ??? Vão tomar na bunda na cadeia cara!!!



Por que não fazem um filme sobre o pedreiro que ganha salário de fome e consegue mesmo assim criar três filhos de forma digna, sem que nenhum deles venha a delinqüir, mesmo em meio a toda a desigualdade e violência da cidade grande?


Estes são santos que optaram para o purgatório, mesmo assim existem e não são poucos aqueles que só o inferno foi sua opção!!



É porque não é espetáculo e nem favorece teses de sociólogos anticapitalistas que políticos/ongueiros aproveitadores adoram utilizar para ganhar o seu, embora o exemplo seja muito mais emblemático.



Tenho respeito por sociólogos que empenham a sua vida em estudar a ocorrência dos vários fenomênos sociais que surgem e que nos darão respaldo para enfrenta-los o mais esclarecidamente possível.
Quanto a outros, o fato de pessoas mal intencionadas abraçarem uma causa não a desabona em nada, pois esta em seu bojo traz seu valor.
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Apo »

SickBoy escreveu:
Sim, é como uma cultura a parte. Sentem orgulho e o poder corrompe a mente.


começou bem

Por isto ser conivente, negligente, complacente, é colocar toda a sociedade em risco o tempo todo.



e terminou pessimamente. apoiou-se em papel machê colado com cuspe. non sequitur total

o que eu exatamente disse antes foi:

pessoas que cometem crimes devem responder pelos seus atos, independente das razões que as levaram aquelas ações. podemos abrir algumas exceções a fim de encontrar alguns atenuantes, que possam compreender por ex, a total insanidade, ou um acesso de fúria passional, mas fora isso, pessoas assumem seus atos. e matar o próximo não é o default em nenhuma sociedade.


mas infelizmente não fui compreendido. porque não é possível que alguém leia o que escrevi e depreenda conivência com criminosos.



Não sei porque tanta agressividade. Eu jamais depreendi tal conivência de sua parte. Aliás, não depreendo nada diferente do que você disse e continua dizendo. No que eu concordo plenamente. Olha a pedrinha na sua mão: desnescessária.
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Apo »

emmmcri escreveu:Acauam, Tranca e demais : !!!!!!!!!!
Não é possível se falar sobre a vida humana sem empregar modelos de várias disciplinas , trabalhos com base em psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc...
Mesmo assim teremos aproximações apenas do que é a complexibilidade da vida humana e os limites da linguagem para lidar com as experiências subjetivas , mas neste ponto neste ponto sou Lacaniano !!
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Peraí, as tais " psicologia animal , Sociologia , Neurôciencias , Ciências cognitivas , Psicanálise , Psicologia econômica , e etc... " alegadas por ti para justificar crimes quaisquer são válidas e presentes em toda raça humana.

E vocação para santo é bem diferente de assumir um papel na sociedade que está francamente em desacordo com todos as leis éticas, morais e civis...estas também moldadas por algumas destas ciências aí que você cita. Elas valem para justificar o mal, mas não valem para o bem? Não entendo.

E este papo de falta de grana é motivo para virar criminoso NÃO COLA.
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Fabi
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Re: Vergonha: mais um filme que romantiza o bandido

Mensagem por Fabi »

Todo mundo condena os policiais que sufocaram ele depois de prender... Se ele tivesse vivo tava lá como o champinha comandando bandidos ou comentendo outros crimes...sendo solto em condicional...fugindo da cadeia...ou seja...agora ele faz muita falta...não temos quase bandidos...
Sobre os policiais que asfixiaram ele...bom...horas e horas ele ameaçando uma refém...em rede nacional...deixando todo mundo saturado...e depois ele mata ela.... acho que o stress para os policiais naquele dia foi tão grande que eles nem fizeram isso intencionalmente...ele achava o que? que sequestraria um ônibus e depois os policiais levariam ele pra tomar sorvete?
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