Deus e a lógica
Deus e a lógica
A logica precede e transcende a* Deus
(*transcender rege objeto direto ou indireto???)
Porque?
Nem mesmo Ele pode se furtar a violar uma lei muito simples que se chama
lei da identidade e que diz que qualquer coisa, qualquer que seja, é identica a si mesma.
Se voce não sabe que raio de lei é esta, por favor leia aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Law_of_identity
Se Ele violasse esta lei, não seria idêntico a si mesmo, portanto não seria o que é e não seria Deus.
Se ele pudesse violar esta lei, mesmo não o fazendo nunca, continuaria preso a lei.
Porque poder fazer algo e nunca fazer nao difere em nada de ser incapaz de fazer, dando portanto, assentimento ao que eu disse antes, que Ele não pode violar esta lei.
Assim, em qualquer caso, Ele não pode violar a lei.
Falando em termos metafísicos...
Não podendo violar a lei, a lei o precede e vem antes Dele.
A lei da identidade transcende Ele.
Sem contar que se nosso proprio intelecto pudesse violar a lei, nem mesmo o pensar seria possível, uma vez que é impossível apreender algo que não é identico a si mesmo (voces conseguiriam pensar em alguma coisa assim, qualquer uma?).
O que dirá então pensar Deus, fé, etc, etc.
E a auto-consciencia? Pode uma coisa que viola a lei da identidade ser auto consciente?
Se eu fosse escolher um Deus, escolheria um chamado "lógica".
"Man is the measure of all gods"
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)
"The things are what they are and are not what they are not"
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)
"As mentes mentem"
(Fenrir, o mentiroso)
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Re: Deus e a lógica
Isso pareceu uma análise tomista
A diferença é que no final da lógica, ele distorce tudo...

A diferença é que no final da lógica, ele distorce tudo...
"Deus empurra para a morte tudo o que lhe resiste. Em primeiro lugar a razão, depois a inteligência e o espírito crítico" (Onfray)
"Your God is dead and no one cares" (Sartre)
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Re: Deus e a lógica
Suyndara escreveu:Isso pareceu uma análise tomista![]()
A diferença é que no final da lógica, ele distorce tudo...
Como assim distorce? Nao li nada da summa ainda.
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Re: Deus e a lógica
Dá uma olhada nesse exemplo aqui:
http://www.permanencia.org.br/sumateologica/Ia/Q4.pdf
No final, ele se enrosca um pouco e não convence tanto
http://www.permanencia.org.br/sumateologica/Ia/Q4.pdf
No final, ele se enrosca um pouco e não convence tanto

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Re: Deus e a lógica
Percebi...
Ele coloca a autoridade das escrituras e dos padres da igreja (como Dionisio pseudo-areopagita, suponho) acima da logica.
No fim, estes criterios direcionam para que lado vai a conclusao, ao menos ate onde li.
Ele coloca a autoridade das escrituras e dos padres da igreja (como Dionisio pseudo-areopagita, suponho) acima da logica.
No fim, estes criterios direcionam para que lado vai a conclusao, ao menos ate onde li.
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Re: Deus e a lógica
Claro, no final ele sempre conclui que deus pode tudo
O triste é que ele sempre começa bem...


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- Fernando Silva
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Re: Deus e a lógica
Suyndara escreveu:Claro, no final ele sempre conclui que deus pode tudo![]()
![]()
O triste é que ele sempre começa bem...
Dixit Erivelton, numa vã tentativa de explicar genocídios por ordem de Deus:
Deus é amor e a interpretação precisa ser de acôrdo com a bondade de Deus.
Faça isto fernando e vai entender toda a escritura sagrada.
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Re: Deus e a lógica
Fernando Silva escreveu:Suyndara escreveu:Claro, no final ele sempre conclui que deus pode tudo![]()
![]()
O triste é que ele sempre começa bem...
Dixit Erivelton, numa vã tentativa de explicar genocídios por ordem de Deus:
Deus é amor e a interpretação precisa ser de acôrdo com a bondade de Deus.
Faça isto fernando e vai entender toda a escritura sagrada.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!! 111
Morri de rir com isto.
Ah, Erivelton, "acordo" e não "acôrdo". O acento diferencial já está em desuso desde....acho que 1973, 74...

Re: Deus e a lógica
Continuando a analise (pretensamente) filosofica-metafísica,
<preciso estudar mais... ou não, sei lá>
Acrescento que aquilo que viola a lei da identidade é incognoscivel (nao pode ser pensado, em absoluto, ou seja, independentemente de tempo, lugar e sujeito pensante).
Porque?
Porque o que viola a lei da identidade, nao pode ter identidade alguma e o que nao pode ter identidade nao pode ser objeto de nenhum pensamento pois nao pode ser percebido, analisado, sustentado, representado, compreendido, guardado, recordado, etc.
Podemos apenas designar esta coisa com uma palavra qualquer, um mero simbolo que nao corresponde a nenhuma coisa no mundo objetivo e que é apenas um nome a um ente impensável (só há um, posto que não faz sentido o ser pensante discriminar tipos ou categorizar coisas impensáveis).
O tal simbolo seria apenas como um ícone que não dá acesso a nenhum recurso e não transmite nenhuma informacao alem do que ele mesmo significa enquanto icone.
Poderia chamar isso do que quisesse, "ztx-44", não faz muita diferenca, desde que se explique que "ztx-44" designa aquilo que é, em absoluto, incognoscivel.
Em nossa dissecacao de incognoscivel o que mais podemos dizer?
Que, para todos os efeitos, ele nao existe.
Digo "nao existe", nao em sentido absoluto, pois no presente caso não cabe sequer afirmar se "existe" ou se "nao existe" (de novo, em absoluto). É inutil enveredar por este caminho, porque, a própria natureza da coisa nos torna incapazes de decidir por uma ou outra possibilidade (dedidir é pensar, e pensar sobre o status real do impensável é impossível, se é que há alguma distincao entre real (real para-nós) e Real).
No entanto, posso afirmar, decididamente, que o incognoscível não existe para nós, seres pensantes que somos.
Será que um Deus onipotente é sinônimo de "ztx-44"??
Fenrir, o estranho.
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Re: Deus e a lógica
Fenrir, dentro dessa matéria entendo que dos princípios inteligentes atemporais, posteriormente Deus, fluem todas as consequências e potencialidades. Dessa forma todos os atos são perfeitos e compreendidos nessas inteligências superiores não presas ao tempo. Os atos e potencialidades observáveis, então, seriam apenas os atualizados, repostos em prática na nossa realidade. Dessa forma "nunca fazer" nunca significará não ter potência para tal.
Um homem pode não andar por toda vida, mas não quer dizer que o homem não seja bípede e portanto ande. Você poderia então me ratificar com uma característica absurda. Um homem não pode respirar no espaço, por exemplo. Porém, sabemos de pronto que homens respiram e que no espaço não há ar, sendo assim necessariamente e não potencialmente o homem não respirará no espaço. Qualquer colocação além é malabarismo linguístico.
Levando essa lógica para o seu questionamento, Deus necessariamente é, não se sabe o quê, precisamente, mas se conhece uma de suas características que é a Onipotência. Seu ponto é que ele não pode abandonar essa característica, ou deixa de ser o que é. Mas se Deus necessariamente é, não há lógica em qualquer colocação que incuta a idéia de Ele deixar de ser como premissa. Além, poderia de início ter sido mais comedido e dito _ Se Deus pode tudo, pode ele não ser Deus? _ ou ainda mais condizente com o seu ponto _ Se Deus pode tudo, pode abandonar a Onipotência?
O que estabelece o desvio é a utilização do sinal de potência(pode), em contraste há uma premissa necessária, nisso, nasce uma contradição.
Um homem pode não andar por toda vida, mas não quer dizer que o homem não seja bípede e portanto ande. Você poderia então me ratificar com uma característica absurda. Um homem não pode respirar no espaço, por exemplo. Porém, sabemos de pronto que homens respiram e que no espaço não há ar, sendo assim necessariamente e não potencialmente o homem não respirará no espaço. Qualquer colocação além é malabarismo linguístico.
Levando essa lógica para o seu questionamento, Deus necessariamente é, não se sabe o quê, precisamente, mas se conhece uma de suas características que é a Onipotência. Seu ponto é que ele não pode abandonar essa característica, ou deixa de ser o que é. Mas se Deus necessariamente é, não há lógica em qualquer colocação que incuta a idéia de Ele deixar de ser como premissa. Além, poderia de início ter sido mais comedido e dito _ Se Deus pode tudo, pode ele não ser Deus? _ ou ainda mais condizente com o seu ponto _ Se Deus pode tudo, pode abandonar a Onipotência?
O que estabelece o desvio é a utilização do sinal de potência(pode), em contraste há uma premissa necessária, nisso, nasce uma contradição.
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Re: Deus e a lógica
Tarcísio escreveu:Fenrir, dentro dessa matéria entendo que dos princípios inteligentes atemporais, posteriormente Deus, fluem todas as consequências e potencialidades. Dessa forma todos os atos são perfeitos e compreendidos nessas inteligências superiores não presas ao tempo. Os atos e potencialidades observáveis, então, seriam apenas os atualizados, repostos em prática na nossa realidade. Dessa forma "nunca fazer" nunca significará não ter potência para tal.
Um homem pode não andar por toda vida, mas não quer dizer que o homem não seja bípede e portanto ande. Você poderia então me ratificar com uma característica absurda. Um homem não pode respirar no espaço, por exemplo. Porém, sabemos de pronto que homens respiram e que no espaço não há ar, sendo assim necessariamente e não potencialmente o homem não respirará no espaço. Qualquer colocação além é malabarismo linguístico.
Levando essa lógica para o seu questionamento, Deus necessariamente é, não se sabe o quê, precisamente, mas se conhece uma de suas características que é a Onipotência. Seu ponto é que ele não pode abandonar essa característica, ou deixa de ser o que é. Mas se Deus necessariamente é, não há lógica em qualquer colocação que incuta a idéia de Ele deixar de ser como premissa. Além, poderia de início ter sido mais comedido e dito _ Se Deus pode tudo, pode ele não ser Deus? _ ou ainda mais condizente com o seu ponto _ Se Deus pode tudo, pode abandonar a Onipotência?
O que estabelece o desvio é a utilização do sinal de potência(pode), em contraste há uma premissa necessária, nisso, nasce uma contradição.
Perfeito.
Texto do maluco do OSHO, quanto ao incognoscível:
O incognoscível
A verdade é. Ela simplesmente é. Nada pode ser dito a respeito dela. E tudo que puder ser dito a respeito dela irá torná-la falsa.
Não há necessidade de qualquer explicação. Não explicada, completamente imediata, a verdade é. Ela circunda você. Ela está dentro de você e sem você. Não há necessidade de se chegar a qualquer conclusão a respeito dela. Ela já é conclusiva! Você está nela.Você não consegue ser sem ela. Não há maneira alguma de perdê-la. Não há maneira alguma de se desviar dela. Você pode estar dormindo profundamente, inconsciente, mas ainda assim você estará nela.
Assim, aqueles que conhecem a verdade sabem muito bem que a filosofia não irá ajudar. Quanto mais você tentar conhecer a respeito da verdade, mais você se tornará adormecido.O próprio esforço para conhecer levará você a se perder. A verdade pode ser sentida, mas não pode ser conhecida. Quando eu digo que ela pode ser sentida, eu quero dizer que você pode estar presente nela, que ela pode estar presente em você. Existe uma possibilidade de um encontro. Existe uma possibilidade de tornar-se um com ela. Mas não existe uma maneira de se conhecê-la.
A verdade não pode se tornar um objeto. Você não pode colocá-la ali e vê-la. Você não pode segurá-la em suas mãos e vê-la. Você não pode examiná-la externamente. Somente do lado de dentro, somente tornando-se um com ela, você pode senti-la. Sentir é o único conhecimento possível. Por isso, aqueles que conhecem dizem: o amor é a maneira.
O conhecimento é um tipo de ignorância. A palavra 'ignorância' é muito bonita. Divida-a em duas e ela se torna 'ignor-ância'. A verdade pode ser ignorada. Isso é o que ignorância é, de outra forma, a verdade já está presente. Ignorância nada mais é que ignorar a verdade que já está aí. E um homem de conhecimento se torna mais ignorante, porque quanto mais ele pensa que sabe, mais ele se torna capaz de ignorar aquilo que é. Perdido em suas teorias, dogmas, credos e escrituras, ele não tem mais olhos para ver a realidade. Perdido em palavras e verbalizações, a sua visão está anuviada. Ele não consegue ver aquilo que é.
Quanto mais você estiver anuviado pelo seu pensar, quanto mais você estiver na mente, mais você será capaz de ignorar a verdade. O conhecimento não é necessário, mas apenas a inocência, a inocência de uma criança. Vulnerável, aberto... Sem tentar conhecer. No próprio esforço para conhecer você se torna um voyeur. Você agrediu a realidade, você está tentando estuprar a realidade.
É por isso que eu continuamente digo que a ciência é um estupro da realidade. A palavra 'ciência' vem de uma raiz que significa 'conhecer'. Ciência é conhecimento. Religião não é conhecimento. Religião é amor.A palavra 'religião' vem de uma raiz que significa comprometer-se, apaixonar-se, tornar-se um.
A verdade é sentida. Ela é uma experiência vivida. Assim qualquer coisa que puder ser dita a respeito da verdade, não será verdadeira. Pelo simples fato de ter sido dita, ela já se torna não verdadeira.
Tudo o que já foi dito até agora e tudo o que vier a ser dito no futuro, nada tem a ver com a verdade. Não há maneira alguma de expressá-la. A verdade é muito arisca. Você não consegue pegá-la em palavras. Você não consegue pegá-la através da mente. A mente perde-a seguidamente, porque o próprio funcionamento da mente é anti-verdade. O funcionamento da mente é não-existencial. A mente funciona naquilo que não é, ou no passado ou no futuro. O passado não existe mais e o futuro não existe ainda. E a mente só funciona, ou no passado ou no futuro. No presente existe a não-mente.
Se você está no aqui e agora, de repente você terá se separado da mente. Como você pode pensar aqui e agora? O pensar leva você para longe do aqui e agora. Um simples pensamento e você já estará a milhares de quilômetros longe do aqui e agora. No aqui e agora não há qualquer possibilidade, não há qualquer espaço para o pensamento surgir.
A mente funciona no não-existencial, no fictício, no imaginário. A mente é uma faculdade de sonhar, ela é uma faculdade de sonhos. A verdade não é conhecida pela mente, é por isso que eu digo que ela não é conhecida de jeito algum. A verdade é sentida pelo coração, pela sua totalidade, por você, não pela sua cabeça, por você enquanto uma unidade orgânica. Quando você vier a conhecer a verdade, você a terá conhecido pela cabeça e pelos dedos do pé; você a terá conhecido pelos ossos e pelas suas entranhas; você a terá conhecido pelo seu coração e pelo seu sangue; você a terá conhecido pelo seu respirar; simplesmente pelo seu ser. A verdade é conhecida pelo ser.
Esse é o significado quando eu digo que a verdade é sentida. Ela é uma experiência. (........ )
Na terminologia budista, 'Buda' é equivalente a 'verdade'. Eles não falam muito a respeito da verdade. Eles falam muito mais a respeito de Buda. Isso também é significante, porque quando você se torna um Buda, a verdade é. E Buda significa que você se tornou Acordado. Então, porque conversar a respeito da verdade? Simplesmente pergunte o que é o acordar. Simplesmente pergunte o que é consciência, porque quando você está consciente, a verdade está ali. Quando você não está consciente, a verdade não está ali.
Assim, a pergunta básica e real é a respeito da consciência. Mas isso também não pode ser perguntado e resolvido. A pessoa tem que se tornar consciente, não existe outra maneira.
Um discípulo perguntou a um mestre Zen: 'Se alguém me perguntar daqui a cem anos o que eu penso ter sido a sua compreensão mais profunda, o que eu deverei dizer?' O mestre respondeu: 'Diga a ele que eu disse: é Isto!'
Agora, que tipo de resposta é essa: 'é Isto!'? Ele indicou a realidade imediata: Isto.
Vedanta, o maior trabalho em Filosofia da Índia, fala a respeito do 'aquilo'. ... O povo Zen fala a respeito do 'isto'. Certamente a compreensão deles é mais profunda, porque 'aquilo' está de novo no futuro, lá longe, enquanto 'isto' é presente. Isto é aquilo. Esta margem é a outra margem. Esta vida é a única vida e este momento é a eternidade.
Se você puder viver este momento, se você puder estar aqui neste momento, então tudo irá se arranjar por si mesmo. Então você não precisa estar ansioso. Então não há necessidade de perguntar. Antes que você pergunte, a resposta já terá sido dada. A resposta sempre tem estado ali, mas nós não estamos conscientes. Por isso, todo o esforço do Zen é como trazer consciência para você.
É como se o homem estivesse dormindo. O homem vive num estado de estupor: ele se movimenta, trabalha, nasce, vive e morre, mas dormindo, quase profundamente, roncando. A mente humana é burra. Mente é burrice. A mente não tem qualquer inteligência em si. Nunca houve uma mente inteligente. Eu não quero dizer que nunca houve pessoas inteligentes, mas sim que nunca houve uma mente inteligente. Inteligência é alguma coisa que vem quando a mente é abandonada. A mente nunca é original, nunca é radical. A mente sempre é ortodoxa. A mente sempre é repetitiva, mecânica. Ela funciona como um robô. Ela segue repetindo a mesma coisa por várias vezes. Ela é como um computador: qualquer coisa que você lhe der para alimentar, ele irá mastigar repetidas vezes.
Você já observou a sua própria mente e o seu funcionamento? Nada de novo acontece com ela. Nada de novo pode acontecer com ela. E por causa disso você permanece alheio a tudo o que está ocorrendo ao seu redor, você segue ignorando. Você está muito apegado a esse instrumento medíocre e estúpido. Ela é boa para ser usada; ela é boa como um reservatório, como memória; ela é boa para manter registros. Mas esse não é o jeito de se ver a realidade. Ela não tem olhos.
A mente é cega como um morcego. Ela não tem olhos. A mente nunca pode ser inteligente. Apenas a não-mente é inteligente. Apenas a não-mente é original e radical. Apenas a não-mente é revolucionária - revolução em ação.
Essa mente dá a você um tipo de estupor. Carregada pelas memórias do passado, carregada pelas projeções do futuro, você segue vivendo no mínimo. Você não vive no máximo. A sua chama permanece muito fraca. Uma vez que você começa a abandonar os pensamentos e a poeira que você acumulou no passado, a chama se levanta, limpa, clara, viva e renovada. Toda a sua vida se torna uma chama, e uma chama sem qualquer fumaça. Consciência é isso.
Consciência sem pensar: isso é consciência. Estar alerta e sem qualquer pensamento. Tente isso! Sempre que você vir pensamentos se reunindo, disperse-os. Puxe você mesmo para fora disso. Olhe para as árvores sem qualquer tela de pensamento entre você e as árvores. Ouça o gorjeio dos pássaros sem qualquer gorjeio dentro da mente. Olhe para o sol nascente e sinta dentro de você também um sol de consciência nascendo... mas não pense sobre isso, não faça comentários, declarações, não fale. Simplesmente esteja. E, pouco a pouco, você vai começar a sentir vislumbres de consciência, súbitos vislumbres de consciência, como se uma brisa fresca tivesse entrado em seu quarto que estava ficando velho e morto; como se um raio de luz tivesse entrado na noite escura de sua alma; como se, de repente, a vida tivesse chamado você de volta.
Você já ouviu a história de Lázaro. Conta-se que Lázaro morreu. Jesus amava-o muito. Suas irmãs mandaram avisar Jesus. Com o tempo as notícias alcançaram-no. Lázaro tinha morrido quatro dias antes. Jesus veio correndo. Todo mundo estava chorando aos prantos e ele disse: 'Não chore! Deixe-me chamá-lo de volta à vida!'
Ninguém podia acreditar nele. Lázaro estava morto. E as irmãs de Lázaro diziam: 'Ele já está apodrecendo, ele não pode voltar. Seu corpo está se deteriorando.'
Mas Jesus foi ao túmulo onde o corpo estava sendo preservado até que ele viesse. Puxaram a pedra para o lado e na caverna escura Jesus chamou: 'Lázaro, levante-se'. E conta-se que ele se levantou.
Isso pode não ter acontecido desse jeito. Isso pode ser apenas uma parábola, mas é uma bela parábola a respeito do homem. Quando eu olho em seus olhos, isso é tudo o que eu posso dizer: 'Lázaro, levante-se'. Você está morto e apodrecendo. Você não está mais vivo. Você teve um nascimento, mas você precisa renascer. O seu primeiro nascimento não foi de muita ajuda. Ele o trouxe a uma certa dimensão, mas isso não é o suficiente. Você tem que ir um pouco mais. O nascimento que já aconteceu para você foi apenas físico. Você precisa de um nascimento espiritual. (...)
O primeiro nascimento é apenas um nascimento físico. Não se satisfaça com ele. Ele é necessário mas não suficiente. Um segundo nascimento é necessário. O primeiro nascimento foi através de seu pai e sua mãe. O segundo nascimento será a partir de sua mente.Você tem que se separar da mente e esse será o seu renascimento, você estará renascido.
E, pela primeira vez, as árvores estarão mais verdes; estarão mais verdes do que eram antes; as flores estarão mais lindas do que eram antes; e a vida estará mais viva como você jamais a conheceu, porque você só pode conhecer a vida dentro da dimensão em que você estiver vivo. Você não pode conhecer a vida se você não estiver vivo. Seja você o que for, você conhecerá a vida somente dentro daquela sua dimensão.
A mente e o controle da mente sobre você, são aprisionamentos. Livre-se da mente. A questão não é como conhecer a verdade. A questão é como ficar livre da mente; como livrar-se desse constante ignorar, dessa ignorância; como estar simplesmente aqui, despido, palpitando, jorrando, fluindo, transbordando e encontrando a verdade que já está aí, que sempre esteve aí. (...)
A filosofia tenta explicar as coisas e nunca é bem sucedida. ... A religião não faz qualquer esforço para explicar a vida. Ela tenta vivê-la. A religião não considera a vida como um problema para ser resolvido, mas um mistério a ser vivido. A religião não é curiosa a respeito da vida. A religião está num deslumbramento, num tremendo maravilhamento a respeito da vida.
O nosso simples estar aqui é um tal milagre... Não se pode explicar porque eu estou aqui, porque você está aqui. Porque essas árvores estão aqui, porque essas estrelas estão aqui. Porque todo esse universo existe e segue povoando a si mesmo com árvores, pássaros e pessoas. Porque originalmente ele está aí, não há maneira alguma de se saber. Ele simplesmente está aí. Mas ele inspira um deslumbramento! Ele preenche o coração com um maravilhamento. Ele é inacreditavelmente verdadeiro, ele é incrível! Ele é absurdo, mas tremendamente belo.
Não há maneira alguma de se dizer porque ele está aí, mas ele está aí. E a religião diz: Não desperdice seu tempo com os porquês. Ele está aí: Curta-o! Celebre-o! Perca-se nele! E deixe que ele se perca em você. Encontre-o! deixe que o encontro seja como dois amantes entrando um no outro. Deixe que isso seja uma experiência orgástica.
Mas a religião no ocidente tem uma conotação muito errada. Chegou-se a um ponto em que a própria palavra 'religião' cria uma repulsa, em que a própria palavra 'religião' faz lembrar igrejas mortas e padres mortos. Ela faz lembrar pessoas com olhares sérios, rostos sisudos. Ela perdeu a capacidade de dançar, de cantar, de celebrar. E quando uma religião perdeu a capacidade de dançar, de celebrar, de cantar, de amar, de simplesmente ser, então ela já não é mais religião, ela é um cadáver, ela é teologia. Teologia é religião morta.
No ocidente a teologia dominou a religião. Quando a teologia domina a religião, então a religião nada mais é senão filosofia. E uma filosofia que também não é muito filosófica, porque a filosofia somente pode existir através das dúvidas, e a teologia se baseia na fé. Assim, ela é uma filosofia impotente, nem mesmo é uma filosofia no seu verdadeiro sentido.
A religião não é baseada em crenças ou fé. A religião é baseada no deslumbramento, a religião é baseada no maravilhamento. A religião é baseada no mistério que o circunda. Para sentir isso, para estar consciente disso, para ver isso, abra os seus olhos e abandone a poeira acumulado por séculos. Limpe o seu espelho. Veja quanta beleza circunda você. Veja a tremenda beleza que segue batendo em suas portas. Por que você está sentado com os olhos fechados? Por que você está sentado com esse rosto sisudo? Por que você não pode dançar? E por que você não pode rir?
Nietzsche está certo: Deus está morto... porque os teólogos O mataram. Deus pode estar vivo somente quando um amante está dançando. Mas quando um teólogo está tentando encontrar argumentos para provar Deus, Ele está morto. Deus está vivo quando duas pessoas se apaixonam, então Deus está palpitando e saltitando. Deus está vivo quando você olha para uma flor e você não consegue se mover diante dela, alguma coisa o domina e o emociona. Quando você olha para as estrelas e você se torna um com o mistério, e o seu barco começa a velejar em direção à outra margem, então Deus está vivo. Quando você canta uma canção, ela pode ser sem significado, ela pode ser um simples lá-lá-lá, ela pode não ter qualquer sentido, mas Deus está vivo naquela pura expressão de alegria.
Deus está vivo quando você está vivo. Se você não está vivo, como pode o seu Deus estar vivo? O seu Deus é seu. Se você está morto, o seu Deus está morto; se você está vivo, o seu Deus está vivo. O seu Deus não pode ser maior do que você, porque o seu Deus é o centro mais profundo do seu ser. Assim, se você quiser saber o que é Deus, torne-se mais vivo. Se você quiser saber o que é Deus, torne-se mais divino. Se você quiser saber o que é Deus, então não tente saber, tente sentir. Ele chega através da porta do coração.
Deus é um tal mistério, ou chame isso de vida, ou existência. A vida é um tal mistério que mesmo se você entrar no santuário mais interno dela, você não será capaz de acreditar. Ela é inacreditavelmente verdadeira. Ela é Incrível. (...)
Sim, a vida é um mistério, e nada há para se explicar, porque tudo está simplesmente aberto, ela está exatamente diante de você. Enfrente-a! Encontre-a! Seja corajoso! Esse é o ponto de vista do Zen. (...)"
OSHO - A Sudden Clash of Thunder
tradução: Sw.Bodhi Champak
Fonte: http://www.oshobrasil.com.br/conexaotexto16.htm

Re: Deus e a lógica
Osho... vade retro!
Melhor deixar estas coisas pra la!
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Re: Deus e a lógica
Fenrir escreveu:Osho... vade retro!
Melhor deixar estas coisas pra la!
É maluco total! Para ele o EU deve ser exterminado.


Re: Deus e a lógica
Fenrir escreveu:Osho... vade retro!
Melhor deixar estas coisas pra la!
Nada, isso é muito importante pra sistematização do seu pensamento e pra qualidade das suas idéias fundamentais.
Comece por Da Interpretação de Aristóteles.
Re: Deus e a lógica
Olhem, não adianta. Pode-se contruir um edificio teológico/lógico tremendo (como fez Aquino) para provar que Deus existe (mas tanto esforço para quê? a fé não basta?) mas se alguém fizer meia dúzia de observações que contradigam um pilar qualquer do edificio, tudo acaba no chão, porque afinal aquilo é demonstração. Mas no Fim os Aquinos da vida apenas dizem... Ah... fudeu... mas a fé é o que importa (resposta... a fé basta)
Re: Deus e a lógica
Apo escreveu:Fenrir escreveu:Osho... vade retro!
Melhor deixar estas coisas pra la!
É maluco total! Para ele o EU deve ser exterminado.
É mais facil ir ao bolso do ingenuo dessa forma. Mas quem nunca abandona o ego (têm uma vaidade monstruosa) são os Oshos desta vida.
E o que o Osho diz sobre a inutilidade da explicação, não é uma explicação? O tipo derrota - se a si mesmo e nem se apercebe...