ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

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Lúcifer
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ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Lúcifer »

Eu já estava devendo a algum tempo, para alguns foristas, um estudo sobre o luciferianismo.
Aqui está algumas coisas que eu consegui juntar.
Não quero e nem proponho que alguém siga essa "doutrina" mas sim como um estudo e curiosidade sobre o tema.
Boa leitura



O Luciferianismo é um conjunto de crenças cuja base encontra-se fixada na figura de Lúcifer. Divide-se em Luciferianismo Tradicional (crença em LúciO Luciferianismo é um conjunto de crenças cuja base encontra-se fixada na figura de Lúcifer. Divide-se em Luciferianismo Tradicional (crença em Lúcifer como um ser espiritual) e Luciferianismo Simbólico (crença em Lúcifer como um símbolo de luz, conhecimento, crescimento individual e auto-aperfeiçoamento).
Este tipo de crença existe também no Paganismo da Feitiçaria Tradicional Ibérica, apesar de não corresponder diretamente a ela e de não possuir, no mais das vezes, ligação definitiva com nenhum tipo claro de misticismo.
O Luciferianismo é um antigo culto de mistérios que tem origem nos cultos de adoração às serpentes. Apesar de muito posterior aos Mistérios Clássicos, como os de Elêusis, Delos e Delfos, contém traços que deitam suas origens nas práticas pagãs primitivas da Grécia e principalmente na Religião Órfica. O Luciferianista presta reverência à entidade romana conhecida como Lúcifer, o Andrógeno, o Portador de Luz, o espírito do Ar, a personificação do esclarecimento. Lúcifer era o nome dado à estrela matutina (a estrela conhecida por outro nome romano, Vênus) e posteriormente descontextualizado e corrompido pelo Cristianismo. A estrela matutina aparece nos céus logo antes amanhecer, anunciando o Sol ascendente. O nome deriva do lucem ferre do termo latino, o que traz, ou o que porta a luz. Lúcifer vem do latim, lux + ferre e é denominado muitas vezes, como sendo a Estrela da Manhã. De entre todas as entidades da angelologia e demonologia tradicionais, Lúcifer foi aquela a manter a relação mais notável com a Humanidade. Encontrar a faceta Lúcifer da divindade dentro de nós é fator importante no caminho da Verdade para um Luciferianista. Ela nos trará consciência, conhecimento e sobretudo, o livre-arbítrio. Lúcifer, para os homens, seria o caminho para o encontro com o Eu-Divindade, a manifestação da Vontade profunda integrada aos ritmos do mundo real. Na angelologia hebraica, corresponde diretamente a Heylel, citado no Livro de Isaías como a "Estrela Brilhante" e mito muitíssimo anterior à elaboração romana de Lúcifer. Os hebreus herdaram este anjo dos babilônios entre 600 a.C. e 300 a.C., enquanto que os romanos só formularam seu "deus" após o surgimento do Cristianismo na Península Itálica. Vale ressaltar que existem diferenças importantes de cunho mítico, ritualístico e filosófico entre o Luciferianismo, mormente o Simbólico, e o Satanismo. O último posiciona-se, principalmente, como reação contrária ao Cristianismo, enquanto que o primeiro possui caráter distinto e identidade semelhante aos cultos pagãos, apesar de totalmente desligado do Paganismo para grande parte de seus praticantes.

fer como um ser espiritual) e Luciferianismo Simbólico (crença em Lúcifer como um símbolo de luz, conhecimento, crescimento individual e auto-aperfeiçoamento).
Este tipo de crença existe também no Paganismo da Feitiçaria Tradicional Ibérica, apesar de não corresponder diretamente a ela e de não possuir, no mais das vezes, ligação definitiva com nenhum tipo claro de misticismo.
O Luciferianismo é um antigo culto de mistérios que tem origem nos cultos de adoração às serpentes. Apesar de muito posterior aos Mistérios Clássicos, como os de Elêusis, Delos e Delfos, contém traços que deitam suas origens nas práticas pagãs primitivas da Grécia e principalmente na Religião Órfica. O Luciferianista presta reverência à entidade romana conhecida como Lúcifer, o Andrógeno, o Portador de Luz, o espírito do Ar, a personificação do esclarecimento. Lúcifer era o nome dado à estrela matutina (a estrela conhecida por outro nome romano, Vênus) e posteriormente descontextualizado e corrompido pelo Cristianismo. A estrela matutina aparece nos céus logo antes amanhecer, anunciando o Sol ascendente. O nome deriva do lucem ferre do termo latino, o que traz, ou o que porta a luz. Lúcifer vem do latim, lux + ferre e é denominado muitas vezes, como sendo a Estrela da Manhã. De entre todas as entidades da angelologia e demonologia tradicionais, Lúcifer foi aquela a manter a relação mais notável com a Humanidade. Encontrar a faceta Lúcifer da divindade dentro de nós é fator importante no caminho da Verdade para um Luciferianista. Ela nos trará consciência, conhecimento e sobretudo, o livre-arbítrio. Lúcifer, para os homens, seria o caminho para o encontro com o Eu-Divindade, a manifestação da Vontade profunda integrada aos ritmos do mundo real. Na angelologia hebraica, corresponde diretamente a Heylel, citado no Livro de Isaías como a "Estrela Brilhante" e mito muitíssimo anterior à elaboração romana de Lúcifer. Os hebreus herdaram este anjo dos babilônios entre 600 a.C. e 300 a.C., enquanto que os romanos só formularam seu "deus" após o surgimento do Cristianismo na Península Itálica. Vale ressaltar que existem diferenças importantes de cunho mítico, ritualístico e filosófico entre o Luciferianismo, mormente o Simbólico, e o Satanismo. O último posiciona-se, principalmente, como reação contrária ao Cristianismo, enquanto que o primeiro possui caráter distinto e identidade semelhante aos cultos pagãos, apesar de totalmente desligado do Paganismo para grande parte de seus praticantes.

Luciferian Church

Eu tenho observado o Luciferianismo sendo caracterizado como satanismo ateu, satanismo cristão, e as vezes coisas bem piores. O "Luciferianismo" está se tornando rapidamente uma palavra conhecida, e ainda mais incompreendida. Neste texto, irei apresentar mostrar da melhor maneira possível, seu verdadeiro significado.
Lucifer não é Satan, como muitos acreditam. Mesmo no Cristianismo, Lúcifer e Satan são entidades diferentes, sendo Lúcifer o " Diabo" mais poderoso, e Satan sendo o segundo no comando infernal. Lúcifer é constantemente identificado como Portador da Luz , a Estrela
da Manhã, a última a desaparecer ao nascer-do-sol. Lúcifer, antes de tudo, é sinônimo de orgulho. Na mitologia cristã, Lúcifer era um anjo perfeito, o mais poderoso depois do Deus cristão. Enquanto servia a Deus no paraíso, Lúcifer secretamente desejava, não usurpar, mas possuir os mesmos direitos de seu "superior". Lúcifer utilizou sua sagacidade e perfeição para conseguir o apoio de um-terço dos anjos celestiais. Por causa disto, foram atirados em um abismo de sofrimento, conhecido por inferno. Assim sendo, Lúcifer não aceitou se subornar a Deus, e preferiu reinar em seu próprio domínio. Satan, por outro lado, era o acusador. Satan significa o adversário. Mas mitos ou dogmas importam pouco.

O Luciferianismo não é ateísta. Luciferianismo é essencialmente um tipo de Satanismo, e mais: um significado para conhecimento, verdade, excelência e grandeza. Um luciferianista acredita que há algo que permanece oculto, algo que precisa ser compreendido, algo que precisa ser utilizado, e mais importante, que eleva o "self" a um nível mais alto e mais organizado. Em uma visão espiritualista, o luciferianismo tenta identificar estas forças escondidas dentro de nós mesmos. Lúcifer é apenas um nome dado para representar algo que ainda não conseguimos compreender inteiramente, e de que somos parte. Satanistas tradicionais chamam esta existência de Satan. "Satan" é limitado. Se os satanistas querem desbancar o Cristianismo, eles não podem ser apenas um adversário para este. Inverter os dogmas de religiões inimigas, é dar a elas o controle das nossas. Em todo contexto, Lúcifer é aquilo que seu nome significa; ele é a iluminação, o orgulho, muito mais que um adversário. É como Lúcifer que escolhemos chamar essa força superior, pois é o que melhor nos representa. Como qualquer magista negro irá dizer-lhe, um nome é um modelo para si próprio, para o que e quem você é; é um complexo de coisas reduzido a uma palavra.
Filosoficamente, o luciferianismo é muito parecido com o satanismo tradicional da "Order of Nine Angels". A excelência não é algo pronto, é algo que se constrói, e é para onde se voltam os ideais luciferianistas. Um luciferianista acredita em Lúcifer, e se identifica com ele. Um luciferianista está sempre pronto a mudar de direção, para coisas maiores e melhores, para saber mais, para se tornar melhor. Força é a maior dos objetivos, o resto vem com ela.
O Luciferianismo procura o engrandecimento, para uma evolução pessoal. Luciferianismo é na prática, o que o satanismo é para muitos na teoria. A maior chave do Luciferianismo é simplesmente proporcionar a melhor maneira para conseguir sua própria evolução.

O Luciferianismo não é nem satanismo ateísta, nem satanismo cristão. A filosofia luciferianista gira em torno de orgulho e conhecimento. Um luciferianista sabe reconhecer os limites, e ocupa sua vida tentando quebrá-los. Não importa como as pessoas criticam o luciferianismo...é impossível entendê-lo até não viver essa experiência. Luciferianismo é uma distinção do Satanismo, uma inovação e não uma condenação. O luciferianista é um tipo de satanista, aquele que focaliza o crescimento e o orgulho, menos que a oposição. Satanismo é uma religião, Luciferianismo é uma religião, embora muitos satanistas não se considerem como religiosos. Estes são os que se denominam satanistas apenas porque " é legal", ou porque assusta as pessoas. O satanismo desta maneira não é nada mais do que uma versão camuflada do Humanismo. Há uma diferença entre o Humanismo e o Luciferianismo. Humanismo olha o homem como a medida de todas as coisas; Luciferianismo coloca o potencial como a medida de todas as coisas. Pseudo-satanistas vivem apenas o dia, o aqui e agora; Luciferianistas e Satanistas Tradicionais consideram essa atitude como anti-evolucionária e anti-defensiva. Como alguém pode evoluir se o futuro não está em sua mente? Evolução é uma meta, e para isso, devemos viver pensando em todos os momentos.
Luciferianismo é um tipo de espiritualidade. Uma crença em uma existência maior. Nós não nos escondemos atrás de um símbolo, mas vivemos o significado deste. Luciferianismo é um nível superior do entendimento, e um nível superior de nós mesmos.
Autor: Desconheço

As denominações Luciferianas
Escrito por Lilith Ashtart
© Copyright 2001
Revisado em 2004

Sendo o Luciferianismo uma religião profundamente subjetiva, construída baseada nas experiências de cada um, e sendo ela mesma o fruto de diversas influências, é comum aqueles que compartilham os princípios Luciferianos incorporar a eles outras culturas, podendo estas tanto ser pagãs ou não.
Isso refletiria em uma infinidade de denominações se o aspecto utilizado para designá-las fosse as egrégoras e filosofias incorporadas por cada um. Por este motivo o aspecto utilizado para classificar o Luciferianismo é o modo como o praticante aceita a existência de Lúcifer. Existem duas designações que embora sejam contrárias no referente a este aspecto, compartilham das mesmas bases comuns ao Luciferianismo.
Eu adoto os termos Deísta e Agnóstico para designa-las do que os termos Tradicional e Moderno, comumente utilizados no satanismo. Esta escolha não implica apenas na intenção de uma diferenciação para ambas filosofias, mas principalmente pelo sentido de cada um deles. Os primeiros trazem em seu significado diretamente a idéia utilizada para distinguir uma denominação da outra, o que não acontece com os segundos.
Além disso o termo tradicional e moderno nos leva a pensar de maneira errônea a respeito da filosofia, se fosse aplicada a esta. O Luciferianismo é ao mesmo tempo uma religião tradicional e moderna: tradicional por ser construída em cima de filosofias passadas de geração a geração durante séculos, e moderna por estar sempre em construção, não sendo algo pronto e imutável.

O Luciferianismo Deísta
Os Luciferianos Deístas são aqueles que acreditam em Lúcifer como um Ser, geralmente este identificado como sendo o próprio Cosmos, ou seja, um Ser que está em tudo e que sendo pleno, de nada necessita.
É o "Deus dos inumeráveis números, que cria os próprios membros, que são os deuses". A busca predominante do Luciferianismo está no progresso do espírito humano, sendo que na denominação Deísta o final desta jornada resultará no alcance da unidade indivisível de homem e Deus, condição anterior e eterna. A filosofia de Plotino pode ser bem colocada aqui, já que segundo ela o mundo emana de um deus primal (Lúcifer), através de graus e a Ele se eleva e retorna.
Ao contrário do que se poderia pensar, então, não há um culto a Lúcifer como a maioria das religiões cultua seus respectivos deuses. Lúcifer não é apenas aceito como um deus acima dos homens, e por isso inalcançável a estes, mas como um deus do qual carregamos a essência dentro de nós. Lúcifer antes de tudo é cultuado no próprio adorador, pois ele acredita que sendo uma emanação de Lúcifer, se torna UM com Ele.
Os rituais são de grande importância para os deístas. É através deles que o praticante experimenta de forma mais profunda este contato entre ele e o divino, vislumbrando o que ele mesmo um dia será através de suas buscas.

O Luciferianismo Agnóstico
Para os Luciferianos agnósticos, Lúcifer é aceito como um arquétipo. Não há uma crença em um deus primal, sendo o homem visto como seu único deus, seu próprio princípio e fim. Esta visão Luciferiana é claramente influenciada pelo Satanismo Moderno iniciado por Anton LaVey, com a publicação da Bíblia Satânica. É uma procura pelo verdadeiro "self" sem se utilizar a idéia de alguma divindade por detrás dele, contendo aspectos extremamente humanistas. A procura pela sabedoria neste caso também é com o intuito de se tornar um deus no sentido de se tornar algo além do comum, seu próprio Senhor através do conhecimento de si mesmo. A idéia de continuação de uma vida após a morte não se encontra em uma suposta outra dimensão, e sim na imortalidade de suas obras.
Não havendo a crença em algo além do aqui e agora, os rituais realizados pelos agnósticos tendem a se concentrar apenas no princípio do poder da mente para mudar fatos de acordo com sua vontade. Os próprios rituais são colocados em segundo plano por serem utilizados apenas para este propósito, em situações especiais que poderiam requerê-los.
No Luciferianismo, Lúcifer jamais é interpretado como sendo a personificação absoluta do mal. A aceitação de tal visão cairia necessariamente na aceitação e validação do dogma cristão com suas alegorias sobre a existência de um salvador externo ao próprio indivíduo, tão contrária da posição Luciferiana sobre o assunto.
Tanto para os Agnósticos como para os Deístas, ele sempre é visto como Aquele que possui em si todos os opostos, ambos se encontrando em equilíbrio. O que são os opostos senão complementos de si mesmos? Por que repudiar um e adorar a outro?
Talvez os opostos mais polêmicos sejam o bem e o mal, devido à grande ênfase dada a estas forças por vários sistemas religiosos. O dualismo é a maior prova da ignorância dos sistemas monoteístas, onde há conflito entre a Luz e as Trevas, entre a carne e o espírito, onde o triunfo do deus do Bem só ocorrerá após a eliminação do mal. Esqueçamos o conflito entre estas duas forças, tão amplamente pregado por diversas filosofias. Pensemos ao invés deste conflito em uma harmonia, que traga o equilíbrio ... estas forças existem e podem exercer influência sobre nós apenas até serem confrontadas e conseguirmos transcendê-las. O bem e o mal são dois aspectos de um só ato; estão presentes dentro de cada um de nós e em toda a natureza. As polaridades antes de se chocar, se atraem, acabando por se completar e levar ao equilíbrio, e é aí que está sua importância. O homem não pode evoluir praticando apenas o bem, assim como praticando apenas o mal. Isto porque o bem e o mal são relativos, conceitos que mudam no tempo, em diferentes ocasiões e até mesmo de filosofia para filosofia. Só conseguiremos reconhecê-los ao vivenciá-los. Nunca devemos nos esquecer que todos somos seres únicos nesta esfera causal, assim como nas próximas até atingirmos a esfera do equilíbrio e plenitude, e por isso possuímos experiências, pensamentos, percepções e concepções únicas também. Afinal "todo homem e toda mulher é uma estrela", e todas as estrelas juntas formam apenas um ser maior, o Cosmos, ou o próprio princípio criativo.
O Luciferianismo não é uma religião fácil de ser vivida, ao contrário do que muitos julgam. Esta é uma grande ilusão de quem se arrisca a opinar sem ao menos tentar vivenciá-lo, já que o primeiro passo é romper com as idéias e regras impostas durante séculos a nós. É preciso além de muita determinação e força para se livrar destas amarras, se autoconhecer e ter coragem de tornar-se seu próprio Deus. Não é uma religião para os covardes que se escondem atrás de uma mentira, preferindo sufocar seus ideais e até mesmo sua realização neste plano para obter a "segurança" de uma falsa promessa.
Realmente é assustador assumir a responsabilidade da construção de sua própria vida, saber que somos os únicos responsáveis por nossos erros e acertos, por nossa tristeza ou felicidade, por nossa liberdade ou escravidão. Talvez seja este o motivo que leva muitos a nos temerem e muitos a nos respeitarem: o ser humano se acostumou de tal modo a viver na escuridão, que quando presencia uma luz ou a teme ou a admira ao longe, sendo poucos os que se arriscam a serem iluminados por ela.
O Luciferianismo é em geral transmitido oralmente e na maioria das vezes praticado solitariamente. Poucos são os Luciferianos que o praticam em grupo, devido ao subjetivismo inerente a esta filosofia. Apesar de os princípios serem comuns a todos, o Luciferianismo só adquire realmente valor quando o praticante deposita nele as verdades que pôde contemplar dentro de si, sendo primordial descartar qualquer ponto que seja discordante com elas. Não é uma religião que se preocupa em ser aceita pela maioria; ao contrário, prefere se ocultar desta para que não ocorra nenhuma distorção de sua essência. Damos mais valor a um pequeno grupo de praticantes do que um grande número de "seguidores". Em nossa crença não há lugar para seguidores, e sim para mestres, já que o único mestre de cada um é si mesmo.
Baseando-se neste pensamento é que toda ordem Luciferiana se propõe apenas a mostrar ao iniciado o início do caminho... conhecê-lo realmente e percorrê-lo, vai depender unicamente da determinação de quem é corajoso o suficiente para conhecer a si mesmo, e tornar-se o seu próprio Deus.
As Influências Luciferianas
Escrito por Lilith Ashtart
© Copyright 2002

“Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a Lua toda Brilha, porque alta vive”.
Ricardo Reis ( Fernando Pessoa )

Manifestações da essência Luciferiana podem ser encontradas facilmente na maioria das antigas culturas pagãs, sob diversas formas e nomes. O Luciferianismo praticado hoje é justamente a síntese destas antigas visões combinadas com algumas influências atuais, além das próprias experiências de cada um. Como o Luciferianismo é uma ramificação do Satanismo, parte das influências tratada aqui é comum a ambos, sendo ele mesmo uma delas. É justamente sobre estas supostas origens e influências que trataremos neste subtítulo. Para não se tornar repetitivo, porém, citaremos de modo sucinto o que foi retirado de cada filosofia, sendo que estas já se encontram aprofundadas na seção "Uma visão geral sobre Lúcifer".
Muitos acreditam que o Luciferianismo teve sua origem com os cultos de adoração às serpentes ou dragões (lembrando que a representação antiga dos dragões é de uma serpente). As serpentes sempre foram associadas com a sabedoria e a vida eterna. Segundo Blavatsky, em seu livro "Doutrina Secreta" houve uma época em que as tradições do Dragão e do Sol eram universais; os templos sagrados dedicados a estes cobriam as quatro partes do mundo. Podemos citar a Babilônia, o Egito, a Pérsia, na América os Incas, entre outros povos, que possuíam em sua cultura estes ritos. Realmente a sabedoria é a procura pela qual o Luciferianista dedica sua vida, já que sabe que a partir dela todas as demais coisas podem ser alcançadas. É uma procura tão antiga quanto o homem, assim como a idéia de que através dela podemos alcançar a divindade e sermos eternos. Até mesmo na mitologia judaico-cristã encontramos a serpente como aquela que permite o homem ser deus, através do conhecimento do bem e do mal: "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal" [Gênesis 3:5]. Independente da visão cristã sobre este versículo, aí se encontra claramente a simbologia da serpente como portadora da chave que nos permite nos tornarmos deuses.
No Antigo Egito encontramos a adoração ao deus Seth, o arquétipo da consciência de si isolada. É exatamente esta consciência de nós mesmos que nos permite alcançar a nossa verdadeira Vontade, nos permite sermos nós mesmos, nos tornando Deuses por nossas próprias ações e por nosso próprio direito, já que todos somos deuses potenciais. Por este motivo o Luciferianismo trabalha com o arquétipo “sombra” de cada indivíduo, entendo-se por sombra “o eu que ele reprime”, que é um lado poderoso e potencialmente ameaçador. Dos obstáculos para a manifestação desse nosso lado inconsciente e reprimido, talvez os maiores sejam o medo e o costume. Porém, é justamente este o ponto que divide os homens entre criadores e criaturas: enquanto os primeiros desenvolvem seu mundo por si mesmos, os outros preferem conservar a “mentalidade de escravo”, e desta maneira acabam por se tornar alienados e escravos de uma sociedade que impõe suas regras desde que nascemos. Crescemos sendo ensinados a agir segundo o padrão vigente, a entender o mundo como ele é para aceitá-lo, ao invés de sermos ensinados a pensar por nós mesmos sobre tudo que está ao nosso redor, a nos valorizar e transcender nossas forças para assim modelar o mundo conforme nossas aspirações. Algumas religiões tiveram este papel social de pacificar e distrair os oprimidos de sua realidade, perpetuando o conformismo. Por isso toda religião que não valorize e treine o indivíduo a conhecer a si mesmo, é um tipo de morte: ela acaba nos distanciando de nossa própria natureza, da vida e da verdade. Assim, ao invés de vivermos plenamente, acabamos por viver apenas para atender as expectativas externas, esperando a recompensa em um mundo sobrenatural.
Shaitan, outro nome associado a Seth, também pode ser encontrado no Yezidismo, uma religião centralizada no culto do anjo Malak Taus (Shaitan). Do Yezidismo foi retirada a idéia de que somos possuidores de forças duais dentro de nós, e também de que a queda é necessária para que haja a restauração. Ou seja, valorizamos a tentativa, arriscamos a experimentar tudo por nós mesmos, ao invés de contentar-se com o que os outros nos dizem. Sendo única a percepção que cada um possui, como se basear na experiência alheia para presumir a sua? Não nos importa errar: esta “queda” apenas nos auxiliará caso aconteça, nos mostrando nossos limites para podermos então transcendê-los, e o porque de nosso erro, nos acrescentando conhecimento e fazendo-nos retornar ainda mais fortes. Os Yezidi foram tratados de forma abrangente no capítulo “Uma visão geral sobre Lúcifer”. Recomendo para maiores detalhes que esta seja consultada.
Em 1223 E.V surgem boatos por toda Europa a respeito de um suposto grupo que dedicava seus ritos mais secretos a Lúcifer, e por isso, foi denominado os Luciferianos. Na realidade este grupo nada mais era do que um povo que se recusava a pagar tributos para os arcebispos de Bremen, e que por isso foram entregues como “adoradores do demônio” por Konrad von Marburg ao Papa Gregório IX, para poder justificar sua futura aniquilação. Muito era dito a respeito desta seita, como o que está citado no livro European Witchcraft:
“… blasfemam contra o Senhor do Céu, e em suas loucuras dizem que o Senhor fez mal em castigar Lúcifer no abismo... Estas... pessoas acreditam em Lúcifer e clamam que ele... irá no final retornar para a glória quando o Senhor diminuir seu poder. Através dele e com ele eles esperam alcançar a eterna felicidade.”
Esta “seita” acreditaria que Lúcifer seria o verdadeiro criador do mundo e o Cosmos; e que foi injustiçado e preso no abismo por um deus vingativo e injusto, seu inimigo. Lúcifer porém, estaria destinado a vencê-lo. Embora esta estória criada na Idade Média não fosse real, os Luciferianos atuais a utilizam como uma metáfora para as filosofias de morte (sendo representadas por Deus) e a sabedoria do homem (Lúcifer), estando as primeiras fadadas a cair quando a segunda ressurgir com toda sua força. Os Luciferianos foram extintos no final do século XIII através de torturas e assassinatos praticados em nome do cristianismo.
Das influências atuais, com certeza a mais marcante é a de Aleister Crowley. A figura polêmica de Eduard Alexander Crowley não influenciou apenas o ocultismo, mas sim o mundo e as gerações posteriores a ele. Nascido em Leamington, Inglaterra, na data de 12 de outubro de 1875, Aleister Crowley é um dos maiores nomes do ocultismo. Entre muitas experiências de sua vida mági"k"ca, uma em especial marcou a Vida deste inglês. Em 1904, numa viagem ao Cairo (Egito) Crowley recebe uma inesperada mensagem através de sua esposa Rose Kelly, de uma entidade chamada AIWAZZ. Crowley passou os dias 8,9,10 de Abril recebendo o Livro que viria o influenciar para o resto da vida, o Livro da Lei ( Liber Al Vel Legis). Este livro trazia ensinamentos mágicos importantíssimos, além da Lei do Novo Aeon: "Faz o que tu queres há de ser o todo da Lei".
Crowley funda em 1907 a ordem Astrum Argentum (Estrela de Prata), ou A\A\, nome que obviamente nos remete à Lúcifer. Esta Ordem tem por objetivo o auto-conhecimento e o estudo da Lei de Thelema ( palavra que em grego significa Vontade) . A filosofia de Crowley é relacionada com a idéia da liberdade implicando um grande conhecimento: "O tolo bebe, e se embebeda: o covarde não bebe. O homem sábio, bravo e livre, bebe, e dá glórias ao Mais Alto Deus". Podemos observar isso na própria palavra Thelema, que apesar de aparentemente ter haver apenas com a liberdade, outros postulados como "Todo homem e toda Mulher é uma estrela" nos remete a acreditar que, tendo cada homem e cada mulher uma órbita própria, estas não se esbarram. Então "Faz o que tu queres " não é "Faz o que tu gostas" mas sim "Faça sua verdadeira vontade". Descubra-a e realize-a.
Em 1912 Crowley é iniciado por Theodor Reuss na Ordo Templi Orientis (O.T.O). Em 1925 Aleister Crowley chega ao posto de O.H.O ( Outer Head of the Order ) o posto mais alto da Ordem, ele então "thelemiza" a Ordem, tornando-a divulgadora do Livro da Lei para o mundo e portentora do segredo da Gnose.
No dia 1 de dezembro de 1947 morre Aleister Crowley aos 72 anos de idade, deixando para o mundo uma série de documentos e influências mágic"k"as, as quais são seguidas até os dias de hoje em todas as partes do mundo.

N.A: Agradeço a Frater Martius pela elaboração da influência de Aleister Crowley no Luciferianismo.
Magia(k) Luciferiana
Escrito por Lilith Ashtart
© Copyright 2002


“Deixa que eu, junto a Ti sob a Árvore da Ciência, Repouse, na hora em que, sobre a fronde, hás de ver seus ramos como um Templo novo se estender!”.
Charles Boundelaire

O Luciferianismo possui uma ampla diversidade de rituais, sendo que cada denominação possui características próprias no modo de trabalhar sua parte ritualística. Devido às diferentes e numerosas influências as quais o Luciferianismo foi submetido, como pôde ser visto anteriormente, arriscaria dizer que a Magia(k) Luciferiana é uma das mais ricas que podemos encontrar dentro do Left Hand Path. Este capítulo será dedicado ao estudo da ritualística do Luciferianismo Deísta, e algumas vezes será comentada também a visão Satânica sobre o assunto, para mostrar sua diferença.
A Magia(k) Luciferiana é essencialmente magia(k) interna, embora também seja utilizada a magia(k) externa em suas duas variações, a Hermética e a Cerimonial. O ritual hermético é aquele que é realizado solitariamente pelo praticante, enquanto que o ritual cerimonial é realizado em grupo, dentro de um Templo ou em um local dedicado às cerimônias. É um ritual mais complexo para ser realizado, pois envolve a utilização de armas mágicas, vestimentas e demais itens determinados em uma cerimônia já formulada para um certo fim, e que deve ser executada geralmente em dias, horários ou períodos determinados. Além disso, é necessário que o praticante esteja em contato com algum Templo ou grupo Luciferiano/Satânico para realizá-lo, pois é necessário mais de um indivíduo para sua execução.
O porque da ênfase na magia(k) interna vai ser mais facilmente entendido depois da explicação da diferença entre magia(k) externa e interna. A magia(k) interna é aquela que como o próprio nome diz, envolve mudanças no indivíduo, não apenas em seu estado de consciência, através da utilização de certas "técnicas" mágicas, mas principalmente no indivíduo como um todo. Ora, sendo o Luciferianismo uma filosofia que gira em torno do desenvolvimento do indivíduo até que este alcance a perfeição, nada mais lógico que o tipo de magia(k) preferencialmente utilizada seja a que envolva mudanças no próprio indivíduo. Afinal, quem não consegue mudar a si mesmo, menos ainda conseguirá mudar eventos a seu favor. Isto deve ser um pensamento constante na vida de um Luciferiano.
A magia(k) externa é aquela que envolve mudanças externas de acordo com a vontade do magista. A magia(k) externa tende a causar extremo fascínio nos praticantes, porém temos que lembrar que ela está subordinada à magia(k) interna, podendo apenas ser bem executada quando o praticante já possuir algum conhecimento e controle sobre si mesmo e assim, sobre o "mundo" que o cerca. A seguir comentarei algumas idéias polêmicas que giram em torno de um ritual satânico segundo a crença popular, além de passagens, simbologias e instrumentos utilizados.

Sobre a utilização da Magia Negra
Escrito por Lilith Ashtart
© Copyright 2001


É costume observarmos em livros a divisão da magia em branca e negra. O referencial utilizado para esta classificação é o fim ao qual é destinada a utilização desta magia.
A idéia divulgada amplamente é a de que a magia branca é aquela utilizada para fazer o bem, ou seja, possui um fim nobre. A magia negra, ao contrário, seria sempre utilizada para fins excusos. A utilização de forças demoníacas está sempre presente, e muitas vezes um pacto é necessário para que os desejos do magista sejam realizados.
Não há conceito mais equivocado do que o exposto acima. Para discuti-lo se faz necessário que primeiramente saibamos o que é magia.
“Magia é todo ato de vontade capaz de mudar mudanças”. Partindo deste postulado enunciado por Crowley, não são necessários sempre rituais complexos para se realizar magia. Muitas vezes praticamos um ato mágico sem nos darmos conta disso, no nosso dia-a-dia. Os rituais seriam apenas um ponto de apoio, que criaria um ambiente adequado para a afirmação desta vontade. Os elementos utilizados em um ritual, sua preparação e execução mexem com nosso subconsciente e aumenta as chances de se obter sucesso na prática. É aí que está sua importância.
Podemos concluir então que todos somos magistas naturais. Esta nossa capacidade natural, porém, pode ser bloqueada pelos hábitos e idéias que absorvemos e que interferem na realização de nossa vontade. São como vírus que se inserem em nosso ser e se propagam de forma rápida, nos destruindo.
Novamente citando Crowley (e como poderíamos deixar de cita-lo), poderíamos utilizar uma definição mais correta para magia negra como sendo aquela que não é destinada ao alcance do conhecimento e conversação com o santo anjo Guardião. Em outras palavras, qualquer magia que não seja destinada ao alcance do Eu superior, à evolução do indivíduo e conseqüente conhecimento de si mesmo, é magia negra.
Não importa se a intenção poderia ser julgada como boa ou ruim (i.e: curar uma pessoa ou destruí-la), ambas estariam interferindo em acontecimentos exteriores ao indivíduo, ambas não estariam servindo ao mais nobre dos ideais, que é a busca pela excelência, sabedoria e perfeição.
Neste contexto, o Luciferiano não é hipócrita para negar que se utiliza tanto da magia branca quanto da negra (n.a: particularmente acho que estes termos não deveriam ser utilizados já que a magia é uma, apenas o que muda é nosso propósito. Porém, para facilitar a compreensão do leitor a respeito do tópico abordado, continuarei no decorrer do livro utilizando estas classificações). Ele coloca a “branca” como seu grande ideal a ser perseguido, mas utiliza-se da “negra” para satisfazer a seus desejos e necessidades, utiliza-a para suas experiências e aprendizagem.
Como todos os opostos, ambas são necessárias para o indivíduo em seu caminho, e não se deve criar nenhuma barreira em relação a seu uso, principalmente barreiras criadas devido ao preconceito e falta de informação, que andam de mãos dadas.
A Missa Negra
Escrito por Lilith Ashtart
© Copyright 2001

A missa negra é uma simbologia geralmente associada ao satanismo e a bruxaria devido ao seu contexto anti-cristão. Acreditava-se que estas heresias eram realizadas durante os sabbats com a intenção de ofender a Deus e agradar ao demônio, para assim obter seus favores.
Há várias versões sobre como seria uma missa negra, mas basicamente ela consiste em uma paródia blasfêmica do ritual utilizado pela igreja cristã católica. O padre estaria nú, e o altar seria uma mulher virgem também nua. No lugar de velas brancas se utilizaria velas negras; cruzes invertidas, urina substituindo a água benta e a hóstia feita de materiais pouco aceitáveis eram elementos indispensáveis do ritual. A missa seria conduzida através de orações sendo recitadas em sua forma contrária. Nas versões mais excêntricas o sacrifício humano, principalmente de virgens e crianças, seria o clímax da festa.
Há apenas um único relato histórico sobre a ocorrência de missas negras em 1672. Este fato ocorreu na França, sendo conduzido por Catherine Deshayes Monvoisin (ou La Voisin, como era mais conhecida) com a ajuda do abade Guibourg. A missa envolvia o sacrifício de um bebê e a invocação de Astaroth e Asmodeus para atingir o propósito do ritual: fazer com que o rei Luís XV voltasse a se interessar por sua amante, a Madame de Montespan.
Porém esta é a única exceção conhecida, sendo os demais relatos pura ficção. Já foi comprovado e é aceito por teologistas que a missa negra jamais foi realizada por bruxas na idade média, quando supostamente teria sido sua criação e auge. Mais uma vez toda esta heresia foi criada pelas próprias mentes doentias dos sacerdotes das igrejas para ser utilizada como um argumento para a condenação durante a Inquisição. Contudo é interessante analisar algumas passagens desta invenção que possuem caráter mágico, o que mostra o quanto os sacerdotes cristãos da época eram envolvidos com a magia e seus postulados.
Apesar de tantas idéias absurdas e fantasiosas que são colocadas nesta descrição, há também passagens que possuem influências mágicas, embora de maneira distorcida. É impossível, por exemplo, não perceber elementos gnósticos neste ritual. A utilização de uma mulher nua como altar é uma simbologia pagã muito antiga, anterior à cristandade. A mulher encerra em seu ventre o mistério do nascimento que ao mesmo tempo é uma sentença de morte. Sua utilização, ao contrário da utilização na missa negra, não serve à um propósito negativo, mas sim para a invocação e exaltação do mistério da vida. Na missa negra o papel da mulher seria o de representar a promiscuidade ao invés da castidade, e por isso mesmo ela também é utilizada para corromper a hóstia.
O próprio ritual cristão católico da missa é cheio de significados ocultos. Há influências claramente vampíricas ao se consumir o sangue e o corpo de Cristo. Antigamente cria-se que ao consumir o sangue ou um pedaço de algum ser você adquiria as qualidades deste.
A comunhão em seu sentido gnóstico nada mais é do que tornar coisas comuns em coisas divinas, para então consumí-las. Ao se consumir o divino, você também se torna um pouco mais divino. Este é o verdadeiro significado da comunhão.
Sendo assim, há grupos Satânicos e Luciferianos sérios atualmente que possuem sua própria versão de uma Missa Negra, não como a corrupção do ritual cristão, mas utilizando suas passagens mágicas mais relevantes para o propósito que almejam alcançar.
O Sacrifício sob a ótica Luciferiana e Satânica
Escrito por Lilith Ashtart
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Neste tópico trataremos sucintamente a respeito de um tema muito polêmico que é a realização do sacrifício nos rituais Luciferianos e Satânicos. Não há como deixar de tratar deste assunto aqui, já que muitas vezes a mídia, pouco interessada em conhecer o assunto, vincula como sendo sacrifícios satânicos os rituais de outras crenças, como por exemplo, a quimbanda e o candomblé, ou mesmo o ato praticado por pessoas pouco saudáveis mentalmente, comprometendo toda uma filosofia. Este não é um tópico para defender o satanismo, classificando-o de “a boa filosofia”. É apenas um tópico que relatará os fatos como estes realmente são.
A visão Luciferiana a respeito do sacrifício não está relacionada à do sacrifício físico, mas sim do sacrifício simbólico. Um Luciferiano sabe que o sacrifício físico é totalmente desprovido de sentido, não cooperando em nada para sua evolução. Sob a ótica Luciferiana, o sacrifício tem que vir de si mesmo, simbolicamente: o sacrifício de medos, costumes, idéias, sentimentos ou qualquer fator que interfira negativamente na descoberta ou realização de nossa verdadeira Vontade.
Sendo assim, o sacrifício não é apenas realizado pelo Luciferiano como parte de seus rituais, mas sim em todos os momentos de sua vida, por sua escolha.
Quase todos os grupos satânicos tratam desta questão. Apresentarei aqui a visão dos maiores expoentes de suas respectivas denominações, embora nada deva ser generalizado. Esta é uma importante advertência, ainda mais quando tratarmos do Satanismo Tradicional.
O Satanismo moderno apresenta em sua obra básica, “The Satanic Bible” de Anton Szandor LaVey, um subtítulo dedicado exclusivamente a este assunto: “Sobre a escolha do sacrifício humano”. Neste texto LaVey critica o sacrifício tanto humano como animal alegando que um magista verdadeiro deve ser capaz de retirar toda a força necessária para um ritual de si mesmo, de seu próprio corpo, ao invés de através do sacrifício de uma vítima que não está ali por sua própria vontade. A visão sobre o sacrifício humano fica bem clara nesta passagem: “O uso do sacrifício humano em um ritual satânico não implica em ser o sacrifício utilizado para “apaziguar os deuses”. Simbolicamente a vítima é destruída através de trabalhos de feitiçaria ou maldição, que levam a uma destruição mental ou emocional do “sacrificado” de maneira que não seja atribuída ao magista.” Este enfoque em o ritual não ser utilizado para apaziguar os deuses têm sua explicação já mencionada anteriormente, quando tratamos das denominações Luciferianas. O Satanista moderno, não acreditando em um deus além dele mesmo, não atribui sentindo em um sacrifício realizado a alguém.
O assunto também é tratado no subtítulo “As onze regras satânicas da Terra”. Entre estas regras, as três últimas reafirmam o que foi dito acima.
No Satanismo Tradicional este é um tópico que requer certo cuidado para ser tratado, para evitar como dito acima, que ocorra generalização. Isto porque é aqui que se encontra a única exceção dentro do Satanismo que defende o sacrifício, a Order of Nine Angles (ONA). Embora ela seja o maior expoente do Satanismo Tradicional, não conheço nenhum outro grupo sério desta denominação que compartilhe da mesma visão. Eu mesma tenho a ONA como uma de minhas principais influências, embora não concorde apenas com sua visão sobre o sacrifício (minha visão é a Luciferiana), mas com outros pontos também. Muitos devem se perguntar: mas se não concorda com tantas coisas, como pode tê-la como influência? E é nesta resposta que se encontra o exemplo da aplicação de muito que já foi discutido acima: eu não aceito uma visão por inteiro, sem questionar, mas antes filtro o que ela traz de útil em si para ser utilizado. Lembre-se que o que é útil para mim, nem sempre é para os outros, por isso apenas podemos julgar sob nosso ponto de vista, mas não como sendo a única verdade. É por isso que colocarei esta visão aqui, para que cada um julgue conforme a sua verdade, sendo que a minha já foi exposta acima.
A ONA trata do sacrifício em vários de seus manuscritos, tanto o animal como o humano, como por exemplo, em “A Gift for the Prince - A Guide to Human Sacrifice”, “Sacrifice”, “Culling - A Guide to Sacrifice I & II”, “Guidelines for the Testing of Opfers”, “Victims - A Sinister Exposé”, “A Complete Guide to the Seven-Fold Way”, entre outros.
O sacrifício de um animal é visto como algo necessário para que o neófito realize antes de sua iniciação. Este animal, contudo, deve ser selvagem, e ser caçado com armas primitivas, sendo proibido o uso da arma de fogo. O mesmo animal deve ser consumido após sua caça. Com isso espera-se que o neófito sinta as adversidades, exercite seu pensamento e lógica, tenha uma variada quantidade de sentimentos, e consiga lidar com eles, desenvolvendo seu lado “negro” para sair do que é comumente experimentado no ordinário.
Quanto ao sacrifício humano, eles o classificam em três tipos: os voluntários, os involuntários e aqueles que ocorrem, por exemplo, durante uma guerra. O sacrifício voluntário envolve uma vítima que se submete por sua própria vontade ao ritual, dedicado a Lúcifer ou à sua noiva na tradição satânica, Baphomet. Este tipo de sacrifício ocorreria a cada dezessete anos, em um ritual denominado de “Ceremony of Recalling”. O membro do grupo se ofereceria por acreditar que esta vida é apenas um portal para o acausal, que não apenas é importante saber como viver, mas também como e a hora de morrer, e que aquela seria este momento. O escolhido atingiria então o grau de Immortal, vivendo no acausal onde teria a função de atingir a mente dos não-iniciados.
Tratando-se de um sacrifício involuntário, as vítimas então seriam escolhidas não pelo desejo de algum dos participantes, mas principalmente através de testes que revelassem sua verdadeira natureza. As pessoas envolvidas não saberiam (logicamente) que estariam sendo testadas, e aquela que não correspondesse ao esperado seria a escolhida. Estes testes seriam como que incidentes que ocorrem no dia-a-dia, nos quais as qualidades pessoais deveriam se sobressair. Um dado importante encontra-se no manuscrito “Satanism, Sacrifice and Crime - The Satanic Truth” : a vítima nunca será uma criança. A explicação deste fato está em que é necessário que a pessoa tenha pelo menos o mínimo de idade para ser capaz de fazer suas próprias escolhas, e analisar suas conseqüências. Na ONA, a idade mínima para uma pessoa se tornar neófita é a de dezesseis anos, quando então ela já poderá começar a trilhar seu próprio caminho. Antes disso, embora haja cerimônias de batismo, por exemplo, será apenas uma simbologia utilizada pelos pais, mas a crença nunca deverá ser imposta no futuro, ela deve ser de única escolha do indivíduo.
Muitas histórias já ocorreram de problemas envolvendo as práticas de tais atos em diferentes países, principalmente nos Estados Unidos, alguns deles tendo ligação supostamente com a ONA. Digo supostamente, pois não posso afirmar a veracidade destes fatos, embora eles tenham vindo até o meu conhecimento. O fato é que entre os meios utilizados para este tipo de sacrifício estão as utilizações de três métodos: o primeiro através de magia, o segundo diretamente através do sacrifício da vítima em um ritual, e o terceiro através de assassinato ou “acidente”.
O argumento utilizado pela ordem para justificar tais atos são vários, entre eles o de estarem eliminando os fracos e a “doença” do mundo, e que o que fazem não é criminal, já que o crime deveria ser julgado pela intenção da realização do ato, e não o ato em si.
A intenção final seria a de conduzir esta energia que é liberada durante o sacrifício para um determinado fim, armazená-la em alguma peça, como por exemplo, um cristal, ou ainda deixá-la se perder pela natureza. O único manuscrito que diz que este sacrifício poderia também apenas ser simbólico é o “Sacrifice”, talvez já um escrito que responda de certa forma as conseqüências que um ato deste pode ter.

A realização de Pactos
Escrito por Lilith Ashtart
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Entre tantos mitos associados ao satanismo há um que é a chave fundamental para todos os outros: o pacto com o demônio. Na concepção vulgar tudo o que discutimos anteriormente, ou seja, missas hereges, sacrifícios, magia negra e afins seriam destinados apenas ao propósito de agradar a este ser para obter dele favores. Toda esta idéia de dinheiro, fama e poder em troca de sua alma é pura bobagem utilizada por mentes infantis, corrompidas ou desprovidas de informação.
A idéia do pacto não pode existir no satanismo ou Luciferianismo, não neste seu contexto popular e errôneo, justamente por ir contra a própria filosofia. Mesmo para os adeptos da escola Tradicional isso é inaceitável: todo Luciferiano tem consciência que está em suas mãos a responsabilidade de conseguir tudo o que deseja, que sem esforço e vontade nada simplesmente virá de graça.
Para os Modernistas isto é verdadeiro devido ao fato de serem seu único deus, e não existir nenhuma deidade para quem possam ou desejem recorrer. Para os Tradicionais isto é verdadeiro por acreditarem inicialmente que toda ação deve vir de si mesmo, e que através dessa sua Vontade inabalável conseguirão fazer com que toda a natureza responda a seu favor, assim como qualquer entidade, seja ela superior ou inferior. Esta é basicamente a diferença entre as duas visões, mas o princípio aceito é o mesmo: cada um é responsável pelas suas próprias conquistas ou derrotas, pela sua força ou fraqueza, por ser um senhor ou um escravo.
Qualquer subordinação à uma Vontade alheia a sua é um tipo de servidão, e por isso mesmo o Luciferiano não permite nem deseja ser controlado por outros seres, como é a idéia inicial do pacto com uma entidade qualquer. Para alcançar sua evolução ele precisa experimentar e transpassar todas as barreiras por si mesmo. Se ele recebesse tudo facilmente, qual seria o sentido nisso? Apenas desfrutar temporariamente destes prodígios? Para que, já que ele sabe que pode desfrutar de tudo ao mesmo tempo que ao conseguí-lo estará dando mais um passo rumo ao encontro com sua divindade interior?
Outra barreira preocupante à evolução individual, e mais perigosa do que qualquer outra é a auto-ilusão. Alguns tornam-se cegos por ela, enlouquecendo e nem percebendo isso. Começam a ver seres em tudo, e a acreditar que estão no fim da jornada quando mal começaram a dar os primeiros passos. Para estes que se perderam nada resta e por isso não merecem nada além de nosso desprezo. Não devemos perder nossas energias com eles. O caminho da evolução é também o da separação entre os Deuses e os Servidores.
Mas a simbologia do pacto também pode ser aplicada de uma maneira mais sensata ao Luciferianismo. Não o pacto com o demônio pelos motivos já explicados, mas um compromisso consigo mesmo, com sua própria Vontade para lutar por tudo aquilo que deseja, e principalmente pelo grande ideal Universal, que é o encontro com sua própria divindade. Este é o único tipo de pacto aceitável dentro da filosofia Luciferiana, e qualquer outro sai totalmente do propósito desta.
Ritual de Auto-Iniciação Luciferiano
Escrito por Lilith Ashtart
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· Introdução:
A iniciação é um ritual presente em quase todas as religiões do mundo, sejam elas representantes do Velho ou do Novo Aeon. Ela pode estar presente de forma explícita ou não; ser executada logo nos primeiros anos de vida do indivíduo (e assim este ser iniciado independente de sua vontade) ou quando este desejar tê-la; ser realizada através de um ritual hermético ou cerimonial.
O primeiro propósito da iniciação é colocar o indivíduo em contato com a egrégora da respectiva filosofia que ele está adentrando. Este passo cumpre-se em todas as iniciações, sejam elas voluntárias ou não. Porém o real objetivo da iniciação só é atingido com a escolha voluntária do iniciado: quando ele assume um compromisso consigo mesmo de vivenciar aquela filosofia. Para isso ele deve de livre vontade aceitá-la, pois nada que é imposto é vivido em sua plenitude. Quando utilizo a palavra "aceitar" não me refiro simplesmente ao ato banal de seguir dogmas pré-estabelecidos por outrem. Ao contrário: é de suma importância que ele descubra dentro de si qual sua verdade, mesmo que inicial, para assim aceitá-la e dedicar-se a aprimorá-la cada vez mais, até que possa descobrir sua verdadeira Vontade.
Sendo assim a iniciação pode ocorrer mesmo sem a realização de um ritual, já que é a aceitação de uma verdade e compromisso consigo mesmo para atingir determinada meta. A realização do ritual, porém, é um modo a mais de afirmar este compromisso.
Todos sabemos que é muito mais fácil trabalhar com elementos reais do que apenas mentalmente. Ao executar um ritual, estaremos envolvendo elementos físicos como símbolos, cores, palavras que refletirão em nossa mente, facilitando então alcançarmos nosso objetivo através de uma maior concentração, envolvimento... mergulharemos mais profundamente dentro de nós mesmos e do próprio Cosmos, em todas as suas manifestações.
O ritual que forneço a seguir é uma sugestão de um auto-ritual de iniciação Luciferiana. Seria interessante o leitor mudar o que achar necessário para se adaptar à sua própria filosofia, caso deseje realizá-lo.
· Ritual
- Prepração do Templo:
- Deve ser traçado um círculo na côr verde grande o suficiente para que dentro dele possa ser montado o altar. Ele não pode atrapalhar os movimentos durante a execução do ritual.
- O altar deve situar-se ao leste, e acima deste devem estar os seguintes materiais: três pequenas fontes dispostas como vértices de um triângulo equilátero, uma vela negra disposta ao centro, uma adaga, um cálice contendo vinho tinto, uma corda representando o açoite (caso não possua um), um recipente contendo óleo de oliva, outro contendo sal e uma imagem de Serpente ou Dragão.
- Ao redor do círculo, em seu lado externo, devem ser acesas 11 velas vermelhas, distribuídas de forma eqüidistantes. Dentro do círculo devem ser colocados, nos pontos cardinais: trigos (ao norte), uma vela (ao sul), incenso (ao leste) e um recipiente com água (ao oeste).
- Outros materiais necessários:
- uma rosa vermelha, uma coroa confeccionada com folhas de louro, vestes nas cores branca e dourada. Estas vestes, compostas por um robe branco adornado de dourado, devem ser colocadas dobradas perto do altar.
- O ritual
Este ritual exige um local em que a/o aspirante tenha completa privacidade. Ele/a deve estar nú/a no centro do círculo com os braços abertos em forma de cruz. Na mão esquerda encontra-se a rosa vermelha. Em sua cabeça deve estar a coroa. Nesta posição deve se manter durante alguns minutos enquanto visualiza uma corrente contínua de luz descendo sobre sua cabeça, passando para seu corpo e este distribuindo-a para todo o círculo, que se preenche de luz enquanto fora dele há apenas trevas. Quando sentir o círculo saturado por esta luz deve então dirigir-se ao altar e dizer, depositando a rosa:
" À ti, oh bela ASTAPHE, ofereço-te esta rosa escarlate, da côr de teu amado. Que sua luz ilumine e guie meus caminhos tanto nesta noite ainda mergulhada em trevas como na aurora que está a ser anunciada."
A seguir deve, em sentindo anti-horário, posicionar-se ao Norte. Após traçar o pentagrama de invocação da terra, mantrar o nome "Zimimay". Ao Oeste deve-se traçar o pentagrama de invocação da água e mantrar o nome "Corson". Ao Sul deve-se traçar o pentagrama de invocação do fogo e mantrar "Gaap". Ao Leste traçar o pentagrama de invocação do ar e mantrar "Amaymon". Retornar ao centro do círculo na posição inicial e proclamar:
"A Vós convoquei, oh Grandes Reis, para que assistam-me em minha revelação a vós. Que meu grito ecoe por todo o CHAOS. Que todo ser do Cosmos saiba quem sou. Sou um(a) filho(a) de Deuses, possuindo a divindade em mim. À mim as estrelas brilham, à mim os ventos cantam, à mim as flores enfeitam os caminhos. Pois Eu sou aquele(a) que é filho(a) de Lúcifer, cuja essência encontra-se em toda a criação. Nele foi meu princípio, nele será meu fim. Minha Vontade é voltar a Ti, oh Pai, e aqui selo meu compromisso contigo.
Pai, ilumina-me com teu conhecimento; Mãe banha-me com Teu sangue. À Vós adoro pois encontrei-os em mim mesmo(a). Assistam o renascimento da Estrela da Manhã, sob o signo de fogo da estrela de cinco pontas! À mim toda a criação curva-se em respeito, louvor e devoção".
Dirija-se ao altar. Pegue um pouco do sal e coloque na fonte superior. Pegue mais um pouco e jogue sobre a chama que se encontra ao centro e diga:
"Que a constância do Sal se reflita em meus pensamentos".
Pegue a adaga e coloque-a sobre o lado direito do peito, de maneira simbólica, dizendo:
" Que o sangue que preenche o cálice seja o mais puro e divino". Devolva ao altar.
Pegue a açoite e diga:
" Que meu corpo lembre-se que na severidade também encontra-se o amor". Devolva ao altar.
Pegue a taça e diga:
" Que o entendimento traga a harmonia". Beba e então devolva ao altar.
Vista as roupas que estão ao lado do altar. Por fim pegue o frasco com óleo e passe um pouco sobre a cabeça, dizendo:
" Por minha Vontade consagro-me à Grande Obra, e assumo o lugar que tenho nela por direito. A partir deste momento não apenas mais recebo luz, mas a emano de mim mesmo(a). Conheçam-me por quem sou, lembrem-se de meu nome: .........................(diga o nome que deseja assumir).
Agradeça e dê a ordem de partida a todos os seres presentes, em especial aos quatro grandes Reis. Apague a vela do altar e em seguida as que estão ao redor do círculo.
O Pentagrama
Escrito por Lilith Ashtart
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O pentagrama é um símbolo extremamente antigo, ao contrário do que algumas pessoas pensam, e já foi e ainda é utilizado em diferentes filosofias tendo diferentes significados do que o utilizado por nós. Ele é o símbolo mágico por excelência, representando os quatro elementos: ar, terra, fogo e água, além do espírito (a luz é utilizada ao invés do espírito pelos gnósticos-maniqueístas).
A primeira representação do pentagrama utilizada como um símbolo que continha significado oculto data de Pitágoras que acreditava estar nele a perfeição, já que representava o equilíbrio entre o corpo e a alma.
Há duas maneiras de representar o pentagrama, conforme ilustrado na figura abaixo:


A forma "normal" compreende dentro da estrela a figura de um ser humano e os nomes dos supostos pais da humanidade, Adão e Eva, enquanto a forma "invertida" possui desenhada em seu interior a cabeça de um bode e traz o nome dos supostos pais dos demônios, Lilith e Samael. Devido a estes nomes a primeira forma geralmente é associada à magia branca, enquanto a segunda a magia negra (é importante ressaltar que magia "branca" ou "negra" é a mesma magia, apenas possuindo propósito diferente, como já foi visto anteriormente. Esta separação entre os dois tipos de magia foi criada por pessoas que insistem no duelo entre o bem e o mal, que se deixam escravizar por um renegando o outro, o que jamais é aceito por um Luciferiano. Sendo assim, no Luciferianismo esta separação não é utilizada, já que há tanto rituais destinados a causar o bem quanto ao mal, isso dependendo apenas da vontade do magista).
A forma "normal" simboliza o espírito acima da matéria, enquanto a forma "invertida" simboliza o contrário, ou seja, a matéria sobre o espírito. Uma visão que pode ser considerada tanto Satânica como Luciferiana deste símbolo pode ser exemplificada pelo que o Templo de Shaitan cita em um de seus escritos: " ... no centro do símbolo está o pentagrama representando o homem finito dentro de um universo infinito, compreendendo que os limites impostos pela serpente podem ser transcendidos ou expandidos através da própria compreensão de si mesmo. O pentagrama representa os quatro elementos encimados pelo espírito. O pentagrama “invertido”, contudo, representa o espírito penetrando profundamente na matéria (...) O pentagrama “invertido” tem toda uma história associada a magia negra e a feitiçaria. Isso nos faz lembrar os cultos das dinastias negras do Egito, o mais antigo de todos os deuses, o inefável Set, (...) em uma compreensão do universo que englobava os lados luz e sombra. Outro culto similar foram os yezidi (...): um culto onde a divindade era o potencial para todas as coisas, não sendo boa ou má, apenas sendo".
É um símbolo utilizado freqüentemente em rituais, na maioria das vezes como um símbolo de proteção, servindo também para banir ou invocar seres.
Luciferanismo
O Luciferianismo, não possuindo uma divulgação tão grande quanto o Satanismo, ainda é muito desconhecido, e até mesmo mal interpretado pela maioria das pessoas. Enquanto muitos o julgam como sendo uma religião das trevas, na verdade não há título mais injusto do que este para ser-lhe atribuído; isto porque esta filosofia é centrada na procura da Iluminação (Divindade) pessoal através do caminho do conhecimento e da sabedoria. Que religião obscura teria um propósito tão nobre?
O Luciferiano, adotando Lúcifer como seu referencial, almeja alcançar as qualidades que este Ser representa, a saber: sabedoria, conhecimento, orgulho, liberdade, vontade, desafio, independência e iluminação. Ele está sempre procurando por seus limites para poder alcançá-los, e então transcendê-los, sabendo que este é o único caminho para sua evolução. Nossa essência divina não é algo pronto: ela está dentro de nós, mas precisamos desenvolvê-la para que ela possa despertar. Devemos nos lembrar que somos os únicos responsáveis por nossa própria evolução, e por isso outra característica fundamental dos Luciferianos é a capacidade de discernimento. Afinal, embora no Luciferianismo nada seja proibido, sabemos que nem tudo nos convém. Ao realizarmos um ato, devemos estar preparados para suas conseqüências.
Uma questão que surge freqüentemente é o por que da utilização de um nome que nos remete ao cristianismo, ao demônio cristão, já que é defendido por todos os Satanistas, e conseqüentemente Luciferianos, uma independência em relação a este conceito.
Há duas respostas possíveis, e ambas são verdadeiras.
A primeira, e primordial, é que apesar do cristianismo utilizar-se do nome Lúcifer e Satã, como já foi visto anteriormente estes nomes existiam independentes da citada religião, e por isso mesmo referem-se a seres diferentes do demônio cristão.
Lúcifer e Satã têm que obrigatoriamente serem tratados como entidades diferentes para que possamos entender a diferença entre o o Luciferianismo e o Satanismo. Isso porque a diferença principal entre as duas escolas de pensamento está diretamente relacionada à idéia que cada nome possui embutido em si.
A segunda, utilizada por alguns satanistas, é o impacto que este nome causa nos dias atuais. É um jeito de chamar a atenção no meio de tantas informações, para então poder mostrar ao que verdadeiramente ele se refere.
O Luciferianismo é uma ramificação do Satanismo, e sua principal diferença para este é justamente o enfoque na procura pela sabedoria, ao invés da oposição. Isso pode ser facilmente percebido na análise dos nomes Lúcifer e Satã. Lúcifer vem do latim Lux, Lucis = luz Ferre= portador, ou seja, o Portador da Luz, enquanto Satan, de uma corrupção do nome do deus egípcio Set (Set-hen), em hebraico significa Adversário. O Luciferianismo é exatamente um aprimoramento do Satanismo, já que este é limitado em sua visão da evolução humana como necessária ao alcance desta divindade.
Mas como Lúcifer é aceito na filosofia Luciferiana? Há mais de uma visão, sendo este aspecto o utilizado para classificar o Luciferianismo nas seguintes denominações:
§ Luciferianismo Tradicional: É o aspecto Deísta da filosofia. Os Luciferianos Tradicionais são aqueles que acreditam em Lúcifer como um Ser, geralmente este identificado como sendo o próprio Cosmos, ou seja, um Ser que está em tudo e que sendo pleno, de nada necessita. É o "Deus dos inumeráveis números, que cria os próprios membros, que são os deuses". A busca predominante do Luciferianismo está no progresso do espírito humano, sendo que na denominação Tradicional, o final desta jornada resultará no alcance da unidade indivisível de homem e Deus, condição anterior e eterna. A filosofia de Plotino pode ser bem colocada aqui, já que segundo ela o mundo emana de Deus (Lúcifer) através de graus e a Ele se eleva e retorna. Ao contrário do que se poderia pensar, então, não há um culto a Lúcifer como a maioria das religiões cultua seus respectivos deuses. Lúcifer antes de tudo é cultuado no próprio adorador, pois ele acredita que sendo uma emanação de Lúcifer, se torna UM com Ele. Como no Satanismo, há diversas visões dentro desta própria visão, embora os dogmas que identificam a filosofia não possam ser quebrados. Afinal, sendo quebrados, se tornam outra religião.
§ Luciferianismo Moderno: É o aspecto Anti-Deísta da filosofia. Para os Luciferianos modernos, Lúcifer é aceito como um arquétipo. Não há uma crença em um Deus primal, sendo o homem visto como seu próprio e único deus. Esta visão Luciferiana é claramente influenciada pelo Satanismo Moderno iniciado por Anton LaVey, com a publicação da Bíblia Satânica. É uma procura pelo verdadeiro "self" sem se utilizar a idéia de alguma divindade por detrás dele, se tornando muitas vezes até mesmo extremamente humanista. A procura pela sabedoria neste caso também é com o intuito de se tornar um Deus, significando se tornar Senhor de sua Vontade através do conhecimento de si mesmo, porém sua eternidade não está em uma suposta outra dimensão, e sim na imortalidade de suas obras.
§ Luciferianismo Eclético: É a denominação mais subjetiva do Luciferianismo. Aqui se encontram aqueles que seguem os princípios Luciferianos porém os mesclam com outras culturas, podendo estas tanto ser pagãs ou não. Não há como descrevê-la justamente por ser muito ampla e apenas partilhar o dogma básico do Luciferianismo.
O Satanismo Gótico, criação da Igreja Católica Apostólica Romana, não é considerado como uma denominação Luciferiana, mas apenas um termo para identificar uma visão comum em nossa sociedade: a imagem do Luciferianismo como sendo uma religião de culto ao demônio, sacrifícios, missa negras e orgias realizadas em honra à Lúcifer. Alguma semelhança com os filmes de terror? Há muito mais semelhanças do que a aparente. O Luciferianismo Gótico na realidade nunca existiu como uma organização, embora esta idéia surgida na Idade Média para a condenação "justa" de "hereges" ainda exista e seja a causa da discriminação da sociedade com o assunto. Muitos não conseguem distinguir a ficção de um filme de um fato da realidade, pura ignorância originada da falta de informação que está tão presente em nossa sociedade. Dois textos devem ser consultados por aqueles que querem se aprofundar mais no Satanismo Gótico: o “ Malleus Maleficarum”, escrito em 1486 por dois sacerdotes dominicanos, Kramer e Sprenger, e “Compendium Maleficarum”, de 1620, da autoria de Guazzo.
Lúcifer jamais é interpretado como sendo o demônio cristão, ou seja, a personificação absoluta do mal. Tanto para os Modernistas como para os Tradicionais, sempre é visto como Aquele que possui em si todos os opostos, ambos se encontrando em equilíbrio. O que são os opostos senão complementos de si mesmos? Por que repudiar um e
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Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por emmmcri »

Você acha que alguém vai ler isso tudo? :emoticon5:
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Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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Re: Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Alter-ego »

emmmcri escreveu:Você acha que alguém vai ler isso tudo? :emoticon5:

:emoticon12:

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Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Alter-ego »

Agora, sério.

Comecei a ler o texto e quando rolei a página e vi o tamanho me assustei. :emoticon16:
Vou ter que parar por agora, pois já estou de saída, mas prometo que retomo a leitura e volto a comentar, é um assunto que me interessa bastante.

Um abraço
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Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Lúcifer »

Respondendo ao emcri-cri:

Como eu disse antes, eu estava devendo esse assunto que eu sempre falo por aqui. Não acredito que alguém vá ler assim tudo ao mesmo tempo. Se a pessoa quiser, pode copiar e gravar no word e ler calmamente em casa. Agora, se é para tratar de um assunto, tem que ter o máximo de informação a respeito dele para que a pessoa possa entender a profundidade do assunto.
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Re: Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Storydor »

emmmcri escreveu:Você acha que alguém vai ler isso tudo? :emoticon5:


Eu estava pensando seriamente em fazê-lo.
"E quem era inocente, hoje já virou bandido, só para comer um pedaço de pão fudido" Chico Science
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Re: Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Alter-ego »

Storydor escreveu:
emmmcri escreveu:Você acha que alguém vai ler isso tudo? :emoticon5:


Eu estava pensando seriamente em fazê-lo.

:emoticon12:

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Storydor
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Re: Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Storydor »

Alter-ego escreveu:
Storydor escreveu:
emmmcri escreveu:Você acha que alguém vai ler isso tudo? :emoticon5:


Eu estava pensando seriamente em fazê-lo.

:emoticon12:


:emoticon12: :emoticon12:

Mas já li o 1º parágrafo :emoticon19:!
"E quem era inocente, hoje já virou bandido, só para comer um pedaço de pão fudido" Chico Science
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Ally
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Ally »

Gostei MUITO!!!
Realmente há uma carência de informações (sérias) sobre Luciferianismo na internet.
Já conhecia alguns excelentes textos de Lilith Ashtart, mas achei ótimo tê-los reunidos em um só lugar.
Muito esclarecedor...
PARABÉNS!

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Tranca
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Tranca »

AÇAÇINATO!!!111 PROZELITISMO!!!11
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

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Discernimento
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Discernimento »

Capitão Óbvio escreveu:Lúcifer é um ser imaginário.

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Apo
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Apo »

EUZINHAAAA nÄUN GoSTÜ DEçASS COIZZä |||!!!111
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Tranca
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Tranca »

Nem li.

Proselitismo religioso é coisa do capeta. :emoticon12:
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Lúcifer »

Tranca escreveu:Nem li.

Proselitismo religioso é coisa do capeta. :emoticon12:


E o que você pensa que eu sou?
Um servo de deus?? :emoticon12: :emoticon12:
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NadaSei
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Re: Re.: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por NadaSei »

emmmcri escreveu:Você acha que alguém vai ler isso tudo? :emoticon5:

Nem todo mundo é avesso a leitura...
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por NadaSei »

Ou seja, o Luciferianismo é uma religião como qualquer outra que no fim diz basicamente o mesmo que as outras, apesar da diferença na linguagem, símbolos e abordagem.

A mesma mensagem dita de uma forma diferente, com o foco em um espectro da mesma verdade. Tem também que passar pelos mesmos filtros.
Já declaravam isso os vedas hindus.

Valeu pelas informações, bem interessante.
Já tinha lido a bíblia satanista, mas sempre pensei que o luciferianismo fosse algo completamente distinto deste, mas pelos textos parece que tem certa ligação, principalmente na abordagem com a valorização do individuo.
Tanto para os Agnósticos como para os Deístas, ele sempre é visto como Aquele que possui em si todos os opostos, ambos se encontrando em equilíbrio. O que são os opostos senão complementos de si mesmos? Por que repudiar um e adorar a outro?
Talvez os opostos mais polêmicos sejam o bem e o mal, devido à grande ênfase dada a estas forças por vários sistemas religiosos. O dualismo é a maior prova da ignorância dos sistemas monoteístas, onde há conflito entre a Luz e as Trevas, entre a carne e o espírito, onde o triunfo do deus do Bem só ocorrerá após a eliminação do mal. Esqueçamos o conflito entre estas duas forças, tão amplamente pregado por diversas filosofias. Pensemos ao invés deste conflito em uma harmonia, que traga o equilíbrio... estas forças existem e podem exercer influência sobre nós apenas até serem confrontadas e conseguirmos transcendê-las. O bem e o mal são dois aspectos de um só ato; estão presentes dentro de cada um de nós e em toda a natureza. As polaridades antes de se chocar, se atraem, acabando por se completar e levar ao equilíbrio, e é aí que está sua importância.


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Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por NadaSei »

Existe um trecho duplicado no inicio.
Esse mesmo trecho volta a ter menção no fim, meio modificado ou com partes adicionais e, diga-se de passagem, no fim ele termina abruptamente no meio de uma sentença. :emoticon1:

Perguntinha, você é apenas um ateu interessado no assunto ou é luciferianista?
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Lúcifer
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Lúcifer »

NadaSei escreveu:Existe um trecho duplicado no inicio.
Esse mesmo trecho volta a ter menção no fim, meio modificado ou com partes adicionais e, diga-se de passagem, no fim ele termina abruptamente no meio de uma sentença. :emoticon1:

Perguntinha, você é apenas um ateu interessado no assunto ou é luciferianista?


Eu me considero um luciferiano simbólico.
Procuro viver sob os meus próprios preceitos sem me rebaixar a deidade nenhuma (se existirem).
Por favor, não faça como o famado que me chamava de deísta, pois eu só adoto a filosofia de vida e não os preceitos religiosos e adoração.
Respondido?? :emoticon45: :emoticon45:
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Discernimento
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Discernimento »

Lúcifer existe então. É isso?

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Lúcifer
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Lúcifer »

Discernimento escreveu:Lúcifer existe então. É isso?


Lógico que existo. Eu não posto aqui quase todo dia?? :emoticon12: :emoticon12:

Brincadeiras a parte, a entidade Lúcifer existe sim, em nossos pensamentos de liberdade, em nossa ânsia pelo conhecimento e, principalmente, pela vontade de vencer todos os obstáculos e não nos curvarmos a ninguém. Principalmente religiosos que pensam que sabem tudo.

Enquanto a "entidade" Jeová é toda repressão, não poder fazer nada do que se queira ou goste, Lúcifer é a liberação. Se não fazemos mal a outrem ou se é com permissão de outrem, tudo é permitido. Está entendendo?

Assim como os ateus e céticos, o nosso único limite são as regras e leis que regem cada país, cidade ou região. Respeitamos para sermos respeitados. Não incomodamos para não sermos incomodados.

Eu, pelo menos, pensa assim dessa maneira e procuro viver esses preceitos. É claro que existem exeções, assim como existem bons cristãos e maus cristãos. Mas, resumindo, é isso.
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Discernimento »

Lúcifer escreveu:
Discernimento escreveu:Lúcifer existe então. É isso?


Lógico que existo. Eu não posto aqui quase todo dia?? :emoticon12: :emoticon12:

Brincadeiras a parte, a entidade Lúcifer existe sim, em nossos pensamentos de liberdade, em nossa ânsia pelo conhecimento e, principalmente, pela vontade de vencer todos os obstáculos e não nos curvarmos a ninguém. Principalmente religiosos que pensam que sabem tudo.

Enquanto a "entidade" Jeová é toda repressão, não poder fazer nada do que se queira ou goste, Lúcifer é a liberação. Se não fazemos mal a outrem ou se é com permissão de outrem, tudo é permitido. Está entendendo?

Assim como os ateus e céticos, o nosso único limite são as regras e leis que regem cada país, cidade ou região. Respeitamos para sermos respeitados. Não incomodamos para não sermos incomodados.

Eu, pelo menos, pensa assim dessa maneira e procuro viver esses preceitos. É claro que existem exeções, assim como existem bons cristãos e maus cristãos. Mas, resumindo, é isso.

Se lúcifer existe e é inteligente por que ele se deixa se pintar tão feio assim? Cheio de sangue e talz. Pra ter conhecimento e ser justo tem que ser feio desse jeito?

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Lúcifer
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Lúcifer »

Mas quem pintou Lúcifer daquela maneira foram os representandes da ICAR na Idade Média, para poder assustar os fiéis e novos convertidos, incuntindo-lhes o medo.

Lúcifer, se a entidade existir, não está dando a mínima pra isso. Ele não aje como a entidade Javé que precisa ser reconhecido a toda hora e ser adorado a toda hora. Não existe provocação que você não liga? Então! Com a entidade Lúcifer é a mesma coisa.
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Discernimento
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Discernimento »

Lúcifer escreveu:Mas quem pintou Lúcifer daquela maneira foram os representandes da ICAR na Idade Média, para poder assustar os fiéis e novos convertidos, incuntindo-lhes o medo.

Lúcifer, se a entidade existir, não está dando a mínima pra isso. Ele não aje como a entidade Javé que precisa ser reconhecido a toda hora e ser adorado a toda hora. Não existe provocação que você não liga? Então! Com a entidade Lúcifer é a mesma coisa.

Então ele aceitou a pintura da ICAR. Não me parece lógico.

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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Apo »

Discernimento escreveu:
Lúcifer escreveu:Mas quem pintou Lúcifer daquela maneira foram os representandes da ICAR na Idade Média, para poder assustar os fiéis e novos convertidos, incuntindo-lhes o medo.

Lúcifer, se a entidade existir, não está dando a mínima pra isso. Ele não aje como a entidade Javé que precisa ser reconhecido a toda hora e ser adorado a toda hora. Não existe provocação que você não liga? Então! Com a entidade Lúcifer é a mesma coisa.

Então ele aceitou a pintura da ICAR. Não me parece lógico.


Foi a única coisa sexy que a ICAR inventou, porque aqueles santinhos são tão deprimentes...

Ah, não esquecendo de Jesus, que é um gato e tanto! :emoticon45:
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Re: ESTUDO SOBRE O LUCIFERIANISMO

Mensagem por Discernimento »

Apo escreveu:...

Ah, não esquecendo de Jesus, que é um gato e tanto! :emoticon45:


Está inventada a teofilia. :emoticon45:

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