Físico consegue teletransportar um átomo

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Físico consegue teletransportar um átomo

Mensagem por Apo »

Físico consegue teletransportar um átomo


23/01/2009 - 09h02

Um grupo de pesquisadores dos EUA anunciou ontem o sucesso de um experimento com teletransporte que, pela primeira vez, conseguiu transmitir matéria entre dois locais.

A técnica já tinha tido sucesso com o teletransporte de luz, mas um estudo na edição de hoje da revista "Science", assinado por físicos da Universidade de Maryland, descreve o teletransporte de um átomo (na verdade um íon, átomo eletricamente carregado) do metal itérbio pelo espaço de um metro: uma distância enorme, em termos quânticos.

Para decepção dos fãs de ficção científica, porém, não é ainda um dispositivo como o da espaçonave da série de TV "Jornada nas Estrelas" que fazia a tripulação se desmaterializar em um lugar e se materializar em outro, do nada. O que os cientistas fizeram agora foi transportar características físicas de uma partícula de itérbio para outra, instantaneamente.

Não é pouca coisa, se considerarmos que aquilo que define a essência dos átomos que compõem as pessoas também são essas características, que os físicos chamam de "estados quânticos". Em teoria, é possível teletransportar um grupo maior de átomos, mas as dificuldades técnicas crescem exponencialmente com o tamanho e complexidade do objeto a ser transmitido.

A principal perspectiva de aplicação da técnica, porém, não é mesmo o transporte público. O teletransporte de átomos individuais, por enquanto, acena como um modo de armazenar e transmitir informações em computadores quânticos --máquinas com poder de cálculo imenso, que por enquanto só existem mesmo em teoria.

Com o sucesso do experimento, os cientistas já falam agora na possibilidade de criar uma "internet quântica".

"Os íons atômicos usados no experimento servem como uma excelente 'memória quântica', para guardar informação, algo que seria difícil fazer usando apenas fótons" disse à Folha Steven Olmschenk, físico que liderou o experimento. "O protocolo de teletransporte que demonstramos aqui pode ser um componente vital de computadores quânticos."

Ação fantasma

O teletransporte de partículas foi concebido em teoria em 1993 e realizado pela primeira vez em 1997. Outro grupo dos EUA teletransportou fótons --partículas de luz-- entre dois pontos. Só depois de uma década, porém, é que se conseguiria o teletransporte de uma partícula de matéria, anunciado agora por Olmschenk.

O truque por trás dos experimentos é um fenômeno que os físicos chamam de emaranhamento --uma espécie de ligação instantânea entre duas partículas que podem estar distantes. Quando uma é manipulada em um ponto, a outra imediatamente se altera também.

Por ser altamente contraintuitiva, a ideia que fundamentou o emaranhamento era altamente criticada algumas décadas atrás. O próprio Albert Einstein, um dos padrinhos da física quântica, rejeitava esse tipo de "telepatia" entre partículas, que chamava de "ação fantasma à distância".

Mas os fatos --uma série de experimentos, na verdade-- calaram o grande gênio. Hoje é consenso entre cientistas que o emaranhamento existe, apesar de físicos e filósofos ainda estarem debatendo como interpretar a realidade por trás dele.

Segundo o físico brasileiro Amir Caldeira, da Unicamp, o anúncio de um experimento como o de Olmschenk era uma questão de tempo. "Ele não teve uma originalidade de ideia física, mas foi original na maneira com que aplicou as coisas", disse. Caldeira lidera uma rede brasileira para pesquisa de informação quântica, campo que está fervilhando agora.

Olmschenk diz que a grande dificuldade do experimento foi manipular partícula por partícula sem perder informação. Em meio à corrida pelo computador quântico, ele diz que espera poder contribuir para os debates de questões mais filosóficas com seu experimento.

"O estado de emaranhamento de fato demonstra a estranheza da física quântica, e o estudo dos mecanismos pelos quais ele é criado e destruído é de grande interesse", diz.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cien ... 3501.shtml
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Re: Físico consegue teletransportar um átomo

Mensagem por Apo »

Agora que vi que a notícia é de Janeiro deste ano.
Já tinham postado aqui? Se já, desculpem.
:emoticon1:
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Pedro Reis
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Re: Físico consegue teletransportar um átomo

Mensagem por Pedro Reis »

Eu já tinha lido. Será que vamos ver o teletransporte da Entreprise ainda este século?

Mas eu não tinha coragem de entrar no teletransporte da TAM não.

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Re: Físico consegue teletransportar um átomo

Mensagem por Apo »

Não sei, não...mas eu queria muito me teletransportar para uma caixa de bombons agora... :emoticon36:
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Darkside
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Re: Físico consegue teletransportar um átomo

Mensagem por Darkside »

Apo escreveu:Agora que vi que a notícia é de Janeiro deste ano.
Já tinham postado aqui?


Já. viewtopic.php?f=1&t=18370&p=368588

Apo escreveu:Se já, desculpem.
:emoticon1:


Não desculpo.
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

Alan Kardec, Obras Póstumas Pág. 237

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Fernando Silva
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Re: Físico consegue teletransportar um átomo

Mensagem por Fernando Silva »

http://www.inovacaotecnologica.com.br/n ... 0115090324

Fusão Nuclear a frio, O Retorno: Cientistas encontram novas evidências
24/03/2009

Um equipamento experimental de fusão a frio produziu estes padrões de trilhas triplas, que os cientistas acreditam ter sido feitas pelos nêutrons resultantes de uma reação de fusão nuclear.

Pesquisadores norte-americanos divulgaram resultados de uma pesquisa que oferece novas evidências para a existência das chamadas reações nucleares de baixa energia, mais conhecidas como fusão a frio.
Fusão nuclear "a quente"
A fusão nuclear é a fonte de energia das estrelas. Se domada na Terra, a tecnologia poderá representar uma fonte de energia virtualmente inesgotável e sem poluição. A energia seria gerada a partir do deutério, um isótopo de hidrogênio que pode ser extraído da água do mar.

Atualmente existem dois grandes projetos científicos em andamento tentando produzir a fusão nuclear "a quente" para a geração de eletricidade: o Iter e o Hiper (veja Megalaser tentará criar fusão nuclear para gerar eletricidade).

Fusão nuclear a frio
A fusão a frio, que seria muito mais barata e simples, veia à tona em 1989, quando Martin Fleishmann e Stanley Pons afirmaram ter verificado a fusão nuclear em um equipamento de mesa, chamado célula eletrolítica. Contudo, outros cientistas não conseguiram reproduzir o experimento e o interesse no assunto declinou rapidamente.

Mas não para Pamela Mosier-Boss e sua equipe. Utilizando o princípio da célula eletrolítica de Fleishmann e Pons ligeiramente modificado, os pesquisadores afirmam ter provas de que a fusão a frio realmente ocorreu.

"Nossa descoberta é muito significativa. Pelo que sabemos, este é o primeiro relato científico da produção de nêutrons de alta energia a partir de um equipamento de reação nuclear de baixa energia," diz Pamela.

Trilhas triplas de nêutrons
Os pesquisadores inseriram um eletrodo feito com uma liga de níquel e ouro em uma solução de cloreto de paládio misturada com "água pesada" - ou deutério - em um processo chamado codeposição.

Quando a célula recebe uma corrente elétrica, dá-se uma reação química que dura poucos segundos. Os cientistas então utilizaram um plástico especial, chamado CR-39, para rastrear e capturar quaisquer partículas de alta energia que pudessem ser emitidas durante a reação, incluindo quaisquer nêutrons emitidos durante a fusão dos átomos de deutério. Um átomo de deutério contém apenas um nêutron e um próton em seu núcleo.

No final do experimento, eles examinaram o plástico sob o microscópio e descobriram padrões de "trilhas triplas", minúsculos aglomerados de buracos adjacentes que parecem originar-se de um único ponto central.

Nêutrons emitidos por fusão
Os pesquisadores afirmam que as trilhas foram feitas por partículas subatômicas liberadas quando os nêutrons se chocaram contra o plástico e que esses nêutrons teriam se originado de reações de fusão nuclear, provavelmente combinando ou fundindo os núcleos de deutério.
"As pessoas sempre perguntaram 'Onde estão os nêutrons'?" diz Pamela. "Se você tiver uma fusão nuclear acontecendo, então você terá que ter nêutrons. Nós agora temos evidências de que há nêutrons presentes nas reações nucleares de baixa energia."

Instrumentos errados
Quando os primeiros experimentos de fusão a frio foram descartados pela comunidade científica, no início dos anos 1990, o principal argumento utilizado foi de que era extremamente difícil utilizar os instrumentos eletrônicos convencionais para detectar o pequeno número de nêutrons produzidos pela reação.
Pode ser que os nêutrons sempre estivessem lá e tudo o que faltava era uma melhor ideia de como detectá-los.

Agora os pesquisadores planejam efetuar novos estudos para descobrir exatamente como sua célula eletrolítica de fusão a frio funciona, um conhecimento que será essencial para eles possam controlar e equipamento e utilizá-lo para fins práticos.

Trancado