Papa distorce fatos para promover a igreja diz Lancet

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Johnny
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Re: Papa distorce fatos para promover a igreja diz Lancet

Mensagem por Johnny »

Fayman escreveu:Dever-se-ia perguntar ao Green, que deve ter tido uma diarréia mental quando disse essa asneira, qual carro ele daria a um filho, um com os mais modernos equipamentos de segurança (inclusive controle de tração, que muitos carros de passeio já passam a apresentar) ou um com freios a tambor, nas quatro rodas; direção mecânica; sem airbag (desconsiderando, neste ponto, o exemplo Brasil, óbvio!!), sem cintos de segurança; sem para brisas laminado, luz de ré, setas sinalizadoras de direção, etc, e todas essas bobagens que irão incentivar os motoristas a se comportarem como suicidas em potencial!

Aí você levou a pior Fayman. Ele daria um fusca. Se um cara conseguir se matar com um fusca...melhor para ele...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Valmor
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Re: Papa distorce fatos para promover a igreja diz Lancet

Mensagem por Valmor »

Fayman escreveu:MAS QUE PUTA IMBECILIDADE!! Difícil dizer qual a mais imbecil, a afirmação do ignorante do papa ou esta.

Usando o exemplo do Valmor (só estou usando o exemplo, Valmor, a crítica não é para você, ok?)

Ok sem ressentimentos por isso, alias meu exemplo foi ilustrativo ao significado do que o Edward Green falou, coisa que como citei nem ao menos havia me ocorrido até então.

Ouso discordar de você nesse caso.
A questão do risco não só faz sentido e não deve ser sumariamente descartada como pelo que tenho visto no google tem respaldo cientifico, tanto estatístico quanto de testes comportamentais.
Mesmo que você também tenha citado alguns pontos interessantes e relevantes, nem todo ser humano é igual e sempre vai existir alguém caindo em um dos comportamentos.

A questão da segurança é assim mesmo.
Quando eu saio na rua durante o dia e em locais conhecidos, não tomo o mesmo cuidado com minha carteira que tomaria a noite em local desconhecido. Dentro de um Shopping Center ando com ela no bolso ou mesmo na mão, ao sair coloco em lugar mais seguro.
Quando vou direto ao shopping de carro levo os cartões sem problemas, quando estou a pé ou quando tenho outros afazeres, evito ficar carregando o cartão (já tive irmão pego em sequestro relâmpago).

Dependendo da situação e do quanto me sinto seguro nela, mudo meu comportamento e arrisco mais.
Minha carteira pode ser furtada durante o dia e na rua onde eu moro, eu poderia considerar a familiaridade com o local e a boa iluminação do dia como segurança extra, mas essa segurança extra me faz relaxar quanto a outras coisas que eu poderia fazer e faço durante a noite.

Todo mundo é igual?
Minha vizinha de 70 anos mantém durante o dia os mesmos cuidados da noite.

Isso tudo permite concluir que incentivar o uso de camisinha piora as coisas?
Claro que não, mas o tal do Green e a pessoa onde a postagem fala sobre ele, argumentaram sobre outra coisa.

'Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação.'

A passagem sobre o risco aumentado é somente o embasamento da questão que não se pode achar que basta distribuir camisinhas aos montes como muito se faz e achar que isso vai resolver o problema.
Como a igreja vê a questão eu não sei e pouco me importa, desconfio como já citaram outros que essa venha apenas usar parte verdadeira de um discurso para perverter a lógica e adapta-la a sua doutrina da abstinência.
Já o assunto referente a redução de risco acho pertinente e interessante para qualquer discussão sobre o assunto e deve ser levado em conta na busca de soluções para esse problema.

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Fernando Silva
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Re: Papa distorce fatos para promover a igreja diz Lancet

Mensagem por Fernando Silva »

'Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação.'

Sim, abstinência é muito eficaz.
Resta saber se alguém vai se abster. Talvez tenha funcionado em Uganda (há evidências?), mas Uganda não é propriamente um exemplo de lugar normal que possa servir de modelo ao resto do mundo.

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Fayman
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Re: Papa distorce fatos para promover a igreja diz Lancet

Mensagem por Fayman »

nem todo ser humano é igual e sempre vai existir alguém caindo em um dos comportamentos.


Concordo, tanto que disse que a afirmação é muito genérica e leva a impressão de que a esmagadora maioria age da forma proposta.

Minha carteira pode ser furtada durante o dia e na rua onde eu moro, eu poderia considerar a familiaridade com o local e a boa iluminação do dia como segurança extra, mas essa segurança extra me faz relaxar quanto a outras coisas que eu poderia fazer e faço durante a noite.


Sem dúvida, mas perceba que o inverso, como afirmado, não é verdadeiro para a maioria. Não é porque você está com uma jaqueta grossa, por exemplo, com a carteira fechada em um bolso interno, e este fechado por zíper, ou seja, muito mais protegida do que exposta à mão, que você passa a freqüentar, inconsequentemente, pontos perigosos como bares suspeitos, locais de tráfego de drogas, etc.

Em outras palavras, nos seus exemplos, cada vez que você sabe de antemão, que irá se expor, você SE PREVINE. Lógico que você está sujeito a ser roubado em plena luz do dia, dentro de um shopping, assim como, quem usa camisinha está sujeito a que ela estoure.

É similar a quando não existia a AIDS. Quando alguém transava com a namorada, por exemplo, usava camisinha para não engravidá-la. Caso fosse para a zona, usava para não pegar uma doença. Ou seja, as pessoas se PREVENIAM quando em situação sabida de risco. Obviamente, havia aqueles que engravidavam sei lá quantas vezes suas namoradas, e pegavam gonorréia, síflis, etc, tudo de uma vez. O que mudou hoje? Que a doença é mortal.

Não descarto os estudos comportamentais, mas de fato gostaria de saber as estatísticas. Isso ocorre em 10, 20% da população ou em 90%? Certamente varia conforme a idade, etc. Caso fosse em uma porcentagem alarmante, a AIDS teria subido em escala vertiginosa, e os estudos não mostrariam a eficácia do uso da camisinha. Mas concordo que sempre haverá aqueles que irão se expor, basta ver o número de jovens, em várias pesquisas, que dizem NÃO USAR (!!) camisinha ainda hoje!

No mais, se é para escolher um termo mais ameno, diria então que foi uma observação LEVIANA, dada exatamente a generalidade com que ela foi feita.


A passagem sobre o risco aumentado é somente o embasamento da questão que não se pode achar que basta distribuir camisinhas aos montes como muito se faz e achar que isso vai resolver o problema.


Concordo. É preciso educação. Problemas de conduta de risco valem tanto para o trânsito, como para o comportamento sexual, e tudo mais. Neste caso, camisinhas é um paliativo para tentar conter uma epidemia. Educar leva muito mais tempo.

'Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação.'


Desculpe-me, de novo, mas esta, he he, acho mais IMBECIL (não achei termo mais ameno! :emoticon16: ) do que a anterior!! Em outras palavras: Temos uma doença transmissível sexualmente. Remédio: NÃO FAÇAM SEXO até terem um parceiro fixo, e tenham certeza de que ele NUNCA fez sexo também! Isto feito, JAMAIS troquem de parceiros!!

Como se consegue a garantia deste procedimento? Teste obrigatório antes do casamento? Eliminação do divórcio? E quando um casamento acaba? As pessoas têm de voltar à abstinência até encontrar um novo parceiro fixo? Como ela saberá que ele será fixo? Como saberá por quanto tempo irá durar a nova relação? Um mês? Seis anos? Dez dias?

Fazer tais colocações, nos tempos atuais? Para mim, é piada. São por demais fantasiosas.

Como disse acima, concordo que só distribuir e conscientizar, ou melhor, avisar (porque conscientizar vai bem mais longe e demanda muito mais esforços), é pouco. Deve-se fazer bem mais, mas que sejam opções cabíveis. Verbalizar e pregar abstinência, para mim, é tão sem sentido, como não fazer nada!

Quanto à igreja, sem comentários. A ignorância com que ela, que influencia milhões de pessoas, vem tratando o problema, beira a insanidade, para não dizer, uma maneira verdadeiramente criminosa. Gostaria de saber se existem estatísticas REAIS, feitas por órgãos idôneos e independentes, que apontem o número de cristãos que praticam a abstinência. Quem sabe assim, o papa deixasse de falar tanta asneira.
Fayman

autor de:

OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE

ANJO - A FACE DO MAL
AMOR VAMPIRO
(Coletânea 7 autores)

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Benetton
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Re: Papa distorce fatos para promover a igreja diz Lancet

Mensagem por Benetton »



Valmor escreveu:
Benetton escreveu:
Moninha escreveu: Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação” — literalmente, nas palavras dele ao NRO:

“Quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, freqüentemente perde o benefício (dessa redução) correndo mais riscos do que aquele que não a usa”.


Desculpem a minha ignorância, mas alguém aí, que seja iluminado pelo "Espírito Santo", poderia, por favor, explicar-me o que o ilustre Edward Green, em sua entrevista, quis dizer com isso?

Grato.

Obs.: Os destaques foram meus.


Quando uma pessoa se sente segura e confortável em uma situação ela tende a ultrapassar essa zona de segurança se arriscando mais. Quanto mais seguro você se sente, mais vai arriscar.

Um motoqueiro sem proteção (capacete, luvas, cotoveleiras) sabe dos riscos que corre e procura se comportar, já um motoqueiro com todo tipo de proteção, se sente seguro pelo equipamento e por isso arrisca manobras mais ousadas e se expõe a um perigo maior que o primeiro.

No caso do comportamento sexual da para se pensar o mesmo.
Quando o risco é constante e não existe proteção, as pessoas são mais cautelosas, escolhem com mais calma um numero menor de parceiros com os quais se relacionam por mais tempo e levam mais tempo para iniciar a pratica do sexo com ele.
As pessoas se tornam mais seletivas.

Quando se sentem protegidas pela camisinha ou pilula, elas escolhem menos e ariscam mais, buscam mais parceiros e fazem sexo mais rápido. O comportamento se torna padrão, se arriscando mais e até seguindo o mesmo comportamento em algumas ocasiões onde por algum motivo a proteção venha a lhes faltar ou arriscando um sexo que pensem menos perigoso sem proteção (como gozar fora, sexo oral sem camisinha, etc).

A idéia da argumentação usada é essa, eu nunca tinha pensado nisso e achei a lógica sensata.



Tinha achado a explicação do Valmor bem interessante, mas aí veio o Fayman e ...



Fayman escreveu:
Com todo o respeito ao currículo de Edward Green, essa afirmação é de uma imbecilidade sem tamanho, principalmente pela palavra “frequentemente”, além de se mostrar tão genérica, que leva a impressão de que a esmagadora maioria das pessoas do planeta agem de tal modo!

Quer dizer que, pelos carros terem cintos de segurança, as pessoas correm mais? O mesmo deve valer para os freios a disco, e mesmo o ABS! E o que dizer dos airbags?

MAS QUE PUTA IMBECILIDADE!! Difícil dizer qual a mais imbecil, a afirmação do ignorante do papa ou esta.

Usando o exemplo do Valmor (só estou usando o exemplo, Valmor, a crítica não é para você, ok?), do motoqueiro, o que vemos na realidade? Pessoas que NÃO USAM capacetes e demais equipamentos de segurança é que são INCONSEQUENTES DÉBEIS MENTAIS, que abusam além de qualquer expectativa racional, e não raro, acabam matando quem nada tem a ver com isso. Pessoas conscientes usam capacete e demais equipamentos exatamente por serem... conscientes do perigo que correm SE NÃO utilizá-los!! O mesmo se dá com cintos de segurança.

Só um raciocínio (??) de débil mental para concluir que alguém, por estar com o cinto de segurança atrelado, irá passar faróis vermelhos em rodovias expressas, entrar de contra-mão em avenidas e corredores de ônibus, e por aí afora, e quem anda com o cinto solto, reduz a velocidade, torna-se cauteloso e “consciente” de que, em uma emergência, poderá atravessar o para brisas e ser jogado para fora do carro!

Dever-se-ia perguntar ao Green, que deve ter tido uma diarréia mental quando disse essa asneira, qual carro ele daria a um filho, um com os mais modernos equipamentos de segurança (inclusive controle de tração, que muitos carros de passeio já passam a apresentar) ou um com freios a tambor, nas quatro rodas; direção mecânica; sem airbag (desconsiderando, neste ponto, o exemplo Brasil, óbvio!!), sem cintos de segurança; sem para brisas laminado, luz de ré, setas sinalizadoras de direção, etc, e todas essas bobagens que irão incentivar os motoristas a se comportarem como suicidas em potencial!

Óbvio que sempre haverá babacas que procuram o melhor dos equipamentos para poder correr, mas essa já era sua intenção. Eles não passam a ter esse tipo de comportamento por estarem equipados; é exatamente o inverso. Procuram o que tem de melhor pois irão aloprar, com ou sem. Isso valia em 1930 e continua valendo em 2009!


E-X-C-E-L-E-N-T-E !!!

Embora o Valmor tenha seguido uma lógica explicativa do que Edward Green disse, e que até certo ponto tem o seu valor para efeito de entendimento, as comparações do Fayman são intrigantes, pois seus exemplos acima citados são pertinentes e parecem demonstrar que a suposta lógica de Edward Green poderia funcionar, se o viés da sua análise não tivesse a direção de um tremendo SOFISMA!

eh eh eh ... Vivendo e aprendendo.

Valeu, Fayman!





" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

Jules Henri Poincare - Físico e Matemático Francês.

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"Sempre que possivel, converse com um saco de cimento. Nessa vida só devemos acreditar no que é concreto."

Autor Desconhecido.


Trancado