Botanico escreveu:Botanico escreveu:Apo escreveu:O que humor, afeto e relação positiva entre médico e paciente ( sentimentos neuronais bem terrenos- porque cerebrais)tem a ver com misturar saúde e religiosidade/espiritualidade/dogmas/fé? Quer dizer que só sinto positividade através da existência de religião ou crença em fantasmas? Eu ein...
Mas Dona Apokalipitika...
O que você pensa que são os sentimentos envolvendo religiosidade/espiritualidade/dogmas/fé?
São sentimentos neuronais também, BEM TERRENOS, ouviu?
Apo escreveu:Assim como usar drogas?
Sim. A droga causa efeitos alucinatórios por romper a dominância do hemisfério cerebral esquerdo sobre o direito (esses conceitos já vêm mudando atualmente, o cérebro é muito mais complicado e plástico do que se pensava antigamente). Ora, a AÇÃO da droga bagunçando os neurotransmissores é um efeito BEM TERRENO, CERTO?
Não percebeu minha ironia...
Usar drogas é tão terreno como usar fé e a religião é como um vício que alimenta a fé, que alimenta o vício.
Estou dizendo que para termos trocas positivas, afetivas ou profissionais com quem nos interessa, não é preciso haver drogas, interventores ou fantasia no meio.
Positividade pode vir sim de religião ou crença em fantasmas, mas haverá melhoria na empatia e na confiança entre médico e paciente se o médico botar os sentimentos religiosos do seu paciente mais pra baixo que cu de cachorro sentado só porque o "dotô" quer se mostrar muito lógico e racional? No que isso ajudará?
Apo escreveu:IHHHH, que confusão! Peralá. Uma coisa é poder juntar a fé ( de quem tem e se estiver interessado) ao processo científico, psicológico, metodológico de um tratamento, cura ou até como equilíbrio do ser ( se estas coisas o fazem ficar zen, em paz, tranquilo). Isto é quase como dar a uma criança o ursinho preferido e cheirosinho antes de entrar numa sala para um exame ou cirurgia. Mas não é o urso que cura ou promove o sucesso ou o fracasso do procedimento.
Outra coisa é o médico ( sei lá por que diabos) botar os sentimentos e crenças, ou uma pesquisa séria feita pelo paciente ou algum outro colega de profissão, no cu sei lá de quem! O que um médico sério não pode fazer e estudar como manipular a mente e o corpo de qualquer paciente através de curandeirismo, metafísica, crença cega, promessas em nome de interventores do além.
[color=#BFFF80]Será essa sua segunda proposição que o curso está pretendendo? Já entrou em contato com os docentes para saber se a ideia é essa mesma? Ou a ideia seria simplesmente fazer com que os alunos tenham CONHECIMENTO dessas coisas para saber como lidar com elas? Eu tenho uma prima que tem um problema de distúrbio bipolar (diagnóstico feito pelos meus conhecimentos de psicologia obtidos no fundo do meu quintal...). Atualmente, medicada, ela já deixou de ser testemunha de jeová. Mas quando o distúrbio estava a mil, sua mente era tão fechada que NADA que eu apresentasse como prova da falência dos ensinamentos jeovistas a convencia. Agora imagine um médico tendo de lidar com um paciente assim? Vai resolver como? Na sutileza ou na força bruta? E na segunda opção, como o paciente e seus parentes confiariam no médico, por mais coberto de razões ele esteja? Sacou?
O psiquiatra que lide de forma científica- e não se aproveitando da religiosidade dela para - com os problemas anexos ao problema central ( que é a bipolaridade dela). O resto não é problema dos demais profissionais envolvidos no tratamento dela.
Um médico, assistente social, enfeirmeiro sérios não podem usar uma fraqueza do paciente para trata-lo! Tá doido, Bot?
Ademais....você tá dizendo que TJ faz parte da alucinação bipolar dela e espiritismo jamais faria? Por quê? A DE está acima das demais religiões? Para mim é uma das mais alucinadas. Mas você não vê porque é espirita.
Apo escreveu:Já disse: um profissional sério deve ter a ética inclusive de não dar prioridade a ímpetos religiosos de quaisquer tipo, advindos de seus pacientes em detrimento da ciência. Profissional de saúde que faz isto é charlatão e não se pauta pelos princípios de sua escola científica.
Um psiquiatra, neurologista ou psicólogo sério ( estou a citar aqui especialidades que lidam com a mente, sentimentos e suas manifestações) jamais deve ceder a apelos de fundo dogmático ou que evoquem coisas do além em seus diagnósticos ou tratamentos. Muito pelo contrário, devem considerar as variadas tendências à misturar fantasia com realidade com um leque amplo de pensamentos mágicos que podem dissociar realidade de imaginação.
Sim, concordo. Mas é passar por cima da ética profissional que esse curso de pós-graduação propõe? Queria saber se já checou isso. Ementa simplificada, sem detalhes, nem sempre diz o necessário.
Sim é! Este curso é declaradamente e assumidamente voltado para o uso de uma suposta vida espiritual para tratar e se relacionar com seus pacientes! Charlatanismo e caso de polícia.
Ou você acha que todo curso de Medicina deveria contemplar toda a variedade de crenças e deuses durante seus procedimentos e medicações? Sim, porque só usar aquilo no qual você acredita não pode ser ético ou moral né, Bot?
Mas parece que isso não chegou até você ou ao pessoal cético por aqui. Religiosidade (não religião em si) é um sentimento que existe nas pessoas. Até os ateus são religiosos, queiram ou não!
Apo escreveu:Pode acreditar que não, Bot. Só exsite religiosidade em quem está moldado para tal.
Mas Dona Apokalipitika...
A NEGAÇÃO da religião TAMBÉM É UMA RELIGIOSIDADE. Simplesmente o negativista colocou para si o papel que seria de um clérigo ou livro sagrado.
Apo escreveu:Ba este argumento da negação é muito frouxo, querido. Next. Quer dizer que se nego que gosto de cigarro, é por que sou uma apreciadora do fumo? Se nego que existe Papai Noel é porque, no fundo, acredito nele? Sem esta.
Considerando que outros já se meteram nessa conversa e criticaram esse ponto em questão, deixe-me explicar melhor.
A NEGAÇÃO religiosa é RELATIVA.
Verdade. A negação religiosa é relativa entre os religiosos que não compartilham dos mesmos princípios de fé.[/quote]
Eu nego os ensinamentos, postulados, interpretações e submissão incondicional à liderança imposta aos jeovistas. Contudo sou simpático aos ensinamentos espíritas e há coisas que não aceito, impostas pela Federação Espírita Brasileira de alguns anos atrás (felizmente já passou por uma boa reforma).
Exatamente. Entre vocês, que tem fés variadas em deuses variados, que puxam a sardinha cada qual pro seu fogo, tudo é relativo sempre com relação à professada por cada um de vocês.
E quem não não aceita dogmas e princípios daquilo em que acredita, está sendo desonesto consigo mesmo e com a sua lógica. Ou seja, para que se prender a uma religião que diz coisas que nos parecem desapropriadas? Precisa? Pra quê? Não pode viver apenas com seus pensamentos, evolução filosófica sobre a vida e o resto do que possa existir no...universo?
O ateu pode NEGAR a crença em Deus ou deuses e as religiões instituídas, mas SUBSTITUI isso tudo por outras crenças.
Como assim? Você está chamando de crença a neutralidade e dinâmica do cético, do agnóstico e do ateu? Isto é absurdo, já se explicou isto e crentes em geral não querem, não conseguem ou não podem aceitar porque isto colocaria em cheque sua necessidade de se pautar por alguma coisa além do que eles interpretam como o caos sem sentido.
Não há crença de fundo religioso fixa num ateu. Ele não liga para deuses, entes, ideologias metafísicas. Nem precisa ter dogmas ou metáforas para seguir em frente. Não entram em parafuso quando se defrontam com possibilidades infinitas sobre o que pode ser e o que pode não ser, principalmente as limitações de nossa reles e frágil vida humana.
Veja só o caso do camarada Stalin. Ele negava a religião ortodoxa, mandou até demolir um monumento nacional, a grande catedral de Moscou, seu Estado era obrigatoriamente ateu, etc e tal. Contudo, ele tinha PROFUNDA fé na religião marxista.
Você está comparando ateus, céticos e agnósticos a um maluco ditador tirano? Stalin não tinha fé religiosa no sentido da religiosidade que estamos falando aqui. Sua ideologia era a sua religião no sentido de criar dogmas para tiranizar uma sociedade politicamente!
Bot, esta sua comparação é, para mim, o suprasumo da síntese das limitações intelectuais de um crente fanático! Nego-me a discutir com este tipo de argumento obtuso.
Tanta fé ele tinha nela, que mandou executar o pesquisador Giorgi D. Karperchenko porque este fazia pesquisa genética. Acontece que a genética é a negação do marxismo, pois prevê mudanças e evolução por obra e graça do Espírito Santo. Já a fé marxista diz que a evolução se dá por trabalho, por esforço. Portanto a genética está necessariamente errada, enquanto que o lamarquismo, que prevê a evolução como resultado de esforço e trabalho, é que está correto. Invoco o testemunho de Lisenko para atestar essa certeza científica...
Então é isso o que estou dizendo. Aquele que nega uma crença, certamente acredita em outra.
Barbaridade.
Teria você entendido certo ou errado a proposta do curso em questão? Uma coisa é se usar a ferramenta religiosidade para negociar um relacionamento com os pacientes numa situação de respeito mútuo. Muito outra seria chamar os pastores para fazer orações de cura e fazer crer que isso funciona melhor do que um tratamento médico. Acho que não é essa a proposta do curso em questão.
Mas a fé cética... Sabe como ela é, né?
Apo escreveu:Negociar um relacionamentocom o paciente através da espiritualidade??? Você considera isto uma relação baseada em respeito?
Ferramenta esta que só existe na mente em fantasia, como outras, que se possa usar para auto-convencimento. Daí a transformar isto em curso com bases científicas, pra mim, é muita picaretagem e pior: quem disse a esta gente que todo paciente que eles tratarem vai "funcionar" na base do convencimento metafísico. Comigo ou faz medicina séria ou passa longe.
Mas não é esta a questão: esta faculdadezinha de merda não será um centro universitário reconhecido no Brasil inteiro por excelência alguma ( como eles afirmam ser). O vestibular deles e as aulas devem ser uma piada.
[color=#BFFFFF]Bem, se você já verificou CIENTIFICAMENTE isso tudo para afirmar o que diz... Ou se está apenas supondo. Como eu disse, o paciente pode ser religioso e em nome da Ciência, insultá-lo por isso trará bons resultados ao lado científico do tratamento?
Apo escreveu:Expliquei acima. Não precisa insultar. Apenas desconsiderar para fins científicos sérios. Se fosse assim tão necessário, tratamentos sem apelos religiosos não resultariam em cura. E toda Medicina teria fundo metafísico, o que não é absolutamente observável em escolas de renome histórico e comprovadamente vanguardistas, como toda Ciência que se preza.
Está vendo só como funciona a fé? Você tem fé na Ciência... tanto assim que fica indignada se acha que esta fé está sendo ameaçada por alguma coisa que cheire a religião. Se entendi direito, o tal curso propõe que os médicos NÃO PERCAM DE VISTA o fundo metafísico que pode vir junto com o paciente. Já você acha que, em nome da Ciência, tal fundo sequer deve ser considerado.
Entendi direito?
Que merda é esta de Fé na Ciência? Mais uma falácia obtusa que crentes usam para satisfazer sua necessidade de não ficar sozinhos no barco da credulidade no além!
Sendo ameaçada? Não me faça rir com uma asneira infantil destas.
Bot, presta atenção, se conseguir acompanhar uma coisa tão simples:
- O mundo e a civilização sobrevivem e evoluem APESAR da mordaça, da ignorância e do atraso tirano das RELIGIÕES.
- Ateus não crêem em deuses, tal como são criados pelos que aceitam que a idéia da existência de deuses existam e tenham poder de criação e gestão sobre tudo - mesmo que eles sumam de vez em quando.
- EU NÃO CREIO EM CIÊNCIA. A Ciência é apenas resultado da evolução da parte da inteligência da raça humana. Pode nos ajudar e pode nos destruir, o que é apenas resultado do uso que fazemos dela. Ciência é tudo que lhe cerca, muito mais do que deuses e seres esdrúxulos. Ciência é mais do que Leis da Física, é perceber algumas leis que movem partes do que podemos ter acesso, como o planeta em que estamos ou um pouco além do que nossos olhos podem ver - mas que instrumentos feitos por nossa inteligência podem ver. É mais do que Leis da Química, da Engenharia e da Teconogia, mas a capacidade de perceber, teorizar e agir sobre tal natureza, como realizar uma cirurgia à distância, transmitida para o mundo todo.
É ter a capacidade de usar tal natureza associando ferramentas intelectuais e naturais para erguer uma pirâmide, um prédio de design estético belíssimo e que sirva para que pessoas desfrutem de uma melhor qualidade de vida. Também serve para quem fazer porcaria que desaba e morre um monte de gente. Arquitetura é Arte e Ciência, e paixão, e retrato de uma época e pensar. Tudo é Ciência, mas todas as ciências não são Fé em entes metafísicos.Um Engenheiro ou Médico não pode construir ou operar rezando e sim estudando, experimentando ou usando o que outros o ensinaram. Ciência se constrói o dia todo e todos os dias através dos tempos!
O que não faz de um ateu um crente na Ciência de forma cega, Bot! Porque a Ciência admite errar porque é ela não se arvora a depositar suas vicissitudes ou trunfos e conquistas num ente externo magnâmimo ou interventor, ou bonzinho, ou concessor, ou punitivo ou o que conduz o caos como julga necessário à espécie humana num planetinha de merda.
Não cabeça do ateu ou do cético estas bobagens que transcendem o que pode e deve ser feito com nossas capacidades humanas é totalmente irrelevante. Pode dar certo e pode dar errado, pode funcionar agora e nunca funcionar, pode ser bom e pode ser mau. Ciência não é deus. Ciência é fazer e não pedir, esperar ou implorar. Ciência não é um ente, é a capacidade ( ou incapacidade) humana de modificar o que encontra a sua volta. Difícil?