Relação incestuosa

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Caro Colega
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Relação incestuosa

Mensagem por Caro Colega »

por Moabe Giudice

Há algumas décadas pouco se comentava sobre criacionismo e evolucionismo na mídia. Porém, nos últimos anos esse debate saiu do anonimato e passou a ganhar editorias nos principais veículos de comunicação. Revistas como Superinteressante, Galileu e Veja têm acentuado as discussões entre as teorias. Estudiosos do assunto e a favor do criacionismo como Michelson Borges questionam o posicionamento da mídia. Segundo eles não existe inépcia jornalística em ouvir os dias lados.

Michelson Borges é jornalista, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é editor de notícias da Revista Adventista, da Casa Publicadora Brasileira e Conexão JA. Mestrando em Teologia pelo Unasp e autor de vários livros entre eles “Nos Bastidores da Mídia”. Tem participado de seminários criacionistas por todo Brasil. Além de ser mantenedor do blog http://www.criacionismo.com.br.

Canal da Imprensa - O assunto criacionismo e mídia têm ganhado mais destaque na imprensa nos últimos anos. A que você atribui isso?

Michelson Borges - Creio que isso se deva a uma preocupação excessiva de muitos pesquisadores e educadores darwinistas que temem uma expansão criacionista ou mesmo do movimento do design inteligente. É verdade que nos Estados Unidos essa discussão tem forte viés político, mas esse não é o caso aqui no Brasil (com exceção da iniciativa polêmica dos Garotinho, no Rio de Janeiro). Além disso, minha formação e meus estudos bíblicos me levam a crer que há também (e talvez principalmente) um motivo espiritual/profético por trás de tudo isso.

CI - A mídia tem favorecido uma das teorias (criacionismo ou evolucionismo) ou ela tem sido neutra nesse debate?

Borges - Quem dera fosse, pelo menos, neutra. Pelo fato de o criacionismo ter forte componente religioso, a mídia de modo geral o trata como pseudo-ciência, ignorando as bases científicas do modelo e os cientistas criacionistas que fazem boa ciência e conseguem conciliar bem a fé e a pesquisa científica. Fico até admirado ao perceber que há certa orquestração (não sei se consciente ou não) por parte dos meios de comunicação, quando o tema é a controvérsia entre criacionismo e darwinismo. Mas entendo (embora não concorde com isso) que essa belicosidade é alimentada pela mídia, pois isso vende jornal.

CI - Que tipo de abordagem midiática poderia tornar esse debate imparcial?

Borges - A abordagem jornalística salutar de se ouvir os “dois lados”. Na 5ª São Paulo Research Conference – “Teoria da Evolução, Princípios e Impacto”, evento promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisas da USP, em maio de 2006, ficou claro que a mídia nacional não pratica jornalismo científico objetivo, apartidário e pluralista, quando o assunto é Darwin. O colunista da Folha de S. Paulo Marcelo Leite, em sua palestra sobre como a mídia cobre a controvérsia da evolução, deixou clara a postura de seu jornal quando lida com criacionistas: “Não damos espaço!”. Isso significa que um dos principais preceitos éticos do jornalismo – o dever de jamais frustrar a manifestação de opiniões divergentes e o livre debate de idéias, nas palavras de Maurício Tuffani ­– está longe de ser praticado nas redações. O livre debate de idéias cedeu espaço ao fundamentalismo inspirado no naturalismo filosófico. E isso é mau.

CI - Qual é o verdadeiro papel da mídia nesse conflito?

Borges - O da desinformação, infelizmente. Um exemplo: quase todos os meios de comunicação, quando tratam do movimento do design inteligente (DI), o classificam como outro tipo de criacionismo. Como praticamente já sedimentaram o preconceito contra criacionistas, ao associar o DI com o criacionismo, a mídia acaba evitando as discussões científicas que o DI propõe. Isso é como blindar o darwinismo, impedindo que suas insuficiências epistêmicas sejam expostas e debatidas. Há bons livros no mercado sobre isso, como, por exemplo, Darwin no Banco dos Réus, recém-lançado pela Editora Cultura Cristã, e o clássico A Caixa Preta de Darwin, de Michael Behe (Jorge Zahar). Mas quantos dos que lêem Superinteressante, Galileu e Veja vão ler esses livros e fazer comparações?

CI - Quais interesses estão por trás dessas coberturas midiáticas?

Borges - Os físicos e cosmólogos há muito buscam a “teoria do tudo” para explicar a complexidade do Universo, mas ainda não tiveram sucesso nessa empreitada hercúlea. Por outro lado, chama atenção a tentativa de fazer do darwinismo essa “teoria explica tudo”. Na publicação científica Evolutionary Applications é dito que a teoria de Darwin pode ser capaz de explicar a complexidade e diversidade não só dos elementos bióticos, mas até mesmo de aspectos relevantes em agricultura, biomedicina, biotecnologia, mudança climática, biologia da conservação, biologia da doença, administração de piscicultura e vida selvagem, floresta e biologia de invasão. Numa reportagem publicada na Superinteressante, chegaram a afirmar que o darwinismo poderia explicar inclusive a origem do Universo, mesmo não havendo consenso entre os cientistas com respeito a essa origem! Maior triunfalismo impossível! Então, o darwinismo cobre toda a realidade, inclusive cósmica?! Para mim, a disseminação do darwinismo tem muito a ver com a manutenção do status quo materialista neste mundo.



CI - A mídia influencia ou está sendo influenciada por essas ideologias? (criacionismo e evolucionismo)

Borges - É um ciclo vicioso. Uma “relação incestuosa”, como diz um amigo meu. O materialismo darwinista tomou conta do mundo acadêmico, fonte onde a mídia bebe. Assim, um influencia o outro.

CI - Nas coberturas sobre o tema, como você analisa a maneira como os jornalistas escrevem suas reportagens? Falta especialização ou domínio do assunto?

Borges - Entendo os desafios do jornalismo científico numa sociedade cientificamente analfabeta. O problema é que, na busca por vender e alcançar o público, esse tipo de jornalismo acaba se tornando muito superficial (com raras exceções, como é o caso da Scientific American). Agora junte superficialidade com preconceito e imagine o que dá. O povo que ainda lê alguma coisa está aos poucos sendo condicionado para repudiar os criacionistas como fundamentalistas, antiintelectuais, esquizofrênico, obscuros, e por aí vai (Marcelo Gleiser chama até de “criminoso” quem ensina o criacionismo).

CI - A sociedade está consciente dessa discussão e dos interesses dessas abordagens?

Borges - Infelizmente, não. Esse tipo de debate ocorre em outras esferas que não são acessíveis ao grande público. E o jornalismo, que deveria fazer a ponte entre eles, está falhando nisso.

CI - O assunto é de interesse público?

Borges - Bem, aí é outra história. Será que uma sociedade alimentada por anos a fio com “papinha midiática” (novelas, humorísticos, BBBs) estaria interessada em questões como: De onde viemos? Para onde vamos? Qual a origem do Universo e da vida? Teriam os primeiros seres vivos realmente surgido numa espécie de “sopa orgânica”? Será que a árvore da vida de Darwin e a evolução humana estão tão bem firmadas assim e resistem a uma crítica bem embasada? Os mecanismos da evolução são suficientes para explicar a complexidade dos sistemas bioquímicos? Tornar esses temas “palatáveis” é desafio do jornalismo científico.

CI - O fato de a teoria criacionista ser baseada em crenças religiosas prejudica sua imagem na imprensa?

Borges - Acaba prejudicando porque a religião de modo geral está desgastada, por conta dos desmandos e da violência que muitos cometem em nome da fé. Tome como exemplo os ataques ácidos do Dawkins no seu Deus, um Delírio. Ali, o biólogo de Oxford coloca todas as religiões no mesmo “saco” e ataca um deus estereotipado, que nada tem a ver com o Deus da Bíblia, quando bem compreendido. Fazer isso é o mesmo que dizer que todos os cientistas são impostores ou mal intencionados pelo fato de ter havido fraudes na ciência. Ou então dizer que a ciência não presta porque inventaram a bomba atômica. Há bons cientistas e há bons religiosos. Há a boa ciência e há a boa religião. Discernir entre uma e outra é uma das grandes empreitadas da vida.

CI - Nessas coberturas midiáticas, você acredita que o criacionismo está em desvantagem?

Borges - Sim, porque ele não é devidamente apresentado ao público. Quando as pessoas têm acesso a informações sólidas e confiáveis sobre o tema, ficam surpresas ao perceber que o criacionismo é coerente com os fatos e que a pesquisa científica é perfeitamente passível de harmonização com a fé. Que o digam Isaac Newton, Galileu Galilei, Blaise Pascal, Ruy Vieira e Marcos Eberlin.

Fonte: site Canal da Imprensa

Caro C :emoticon16: lega
"Agradeço a Deus por me emprestar diariamente o coração que pulsa, o oxigênio que respiro, o solo em que caminho e milhões de intens para que eu exista. Ele suportou meu cético ateísmo, me levou a encontrar a Sua assinatura atrás da cortina da existênica e me fez enxergar que Seu sonho de ver a espécie humana unida, fraterna e solidária é o maior de todos os sonhos." - (Augusto Cury)
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Lúcifer
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Lúcifer »

E eu pensando que ele iria abordar as questões das relações incestuosas MESMO!!
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Caro Colega
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Caro Colega »

:emoticon131:
"Agradeço a Deus por me emprestar diariamente o coração que pulsa, o oxigênio que respiro, o solo em que caminho e milhões de intens para que eu exista. Ele suportou meu cético ateísmo, me levou a encontrar a Sua assinatura atrás da cortina da existênica e me fez enxergar que Seu sonho de ver a espécie humana unida, fraterna e solidária é o maior de todos os sonhos." - (Augusto Cury)
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Lúcifer »

Caro Colega escreveu::emoticon131:


Caro Colega, de forma alguma eu quis desdenhar de seu tópico, mas quando você colocou relação incestuosa, logo imaginei que você tivesse colocado a noticia de mais alguém que foi preso por relação incestuosa ou algum estudo histórico onde esse tipo de relação ocorria, como por exemplo no antigo Egito ou as filhas de Ló (creio que foi ele) que transaram com ele para poderem lhe dar algum descendente.

Tudo certo agora? :emoticon45:
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Fernando Silva
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Fernando Silva »

CI - O fato de a teoria criacionista ser baseada em crenças religiosas prejudica sua imagem na imprensa?

Borges - Acaba prejudicando porque a religião de modo geral está desgastada, por conta dos desmandos e da violência que muitos cometem em nome da fé.


Se a teoria criacionista se baseia em crenças religiosas, então, automaticamente, ela deixa de ser ciência e deveria permanecer confinada aos locais de culto religioso.

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Felipp Jarbas
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Felipp Jarbas »

E "A Caixa Preta de Darwin" já é um clássico! :emoticon22:
Afirmação extraordinária requer evidência extraordinária.Carl Sagan

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Johnny
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Johnny »

O Caro Coléga vai responder às perguntas deixadas no topico anterior?
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Fernando Silva
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:O Caro Coléga vai responder às perguntas deixadas no topico anterior?

Não. A tática dos criacionistas é ignorar as perguntas embaraçosas até que sejam esquecidas e sempre abrir novos tópicos com as mesmas bobagens, como se fossem grandes novidades.

Ou fazer alarde de qualquer pequena divergência entre cientistas como se isto fosse o fim da ciência.

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Anna
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Re: Relação incestuosa

Mensagem por Anna »

Lúcifer escreveu:E eu pensando que ele iria abordar as questões das relações incestuosas MESMO!!


Eu também... :emoticon26:
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

Trancado