Acauan escreveu:
De qualquer modo, memórias não provam, per si, a tese de reencarnação, quando muito poderia comprovar que alguém teve acesso a memórias de outros por meios não conhecidos.
Por exemplo, uma biografia, um vídeo, um testemunho.
Acauan escreveu:
De qualquer modo, memórias não provam, per si, a tese de reencarnação, quando muito poderia comprovar que alguém teve acesso a memórias de outros por meios não conhecidos.
Dick escreveu:E se não houvesse perguntas hipotéticas?
Acauan escreveu:unknown escreveu: “Se” Stevenson tivesse conseguido tornar o tema reencarnação plausível perante a ciência, qual o principio que a ciência tomaria para explicar o porquê de reencarnarmos? Como isso se daria?
Primeiro teríamos que definir o paradigma científico aplicável. O paradigma Popperiano, dominante atualmente, estabelece limites muito claros para a teorização científica, restringido-a a modelos matemáticos descritivos e explicativos das observações de um fenômeno.
Questões tão abrangentes como as postas acima são mais do domínio da metafísica que da ciência naturalista experimental.unknown escreveu: Acredito que a ciência iria usar todo o conhecimento acumulado até então para responder, e não usar termos já definidos pelas religiões. Porém como disse, acho que a área responsável por responder essa pergunta seria a filosofia e não ciência em si (onde provavelmente a filosofia responderia com outra pergunta).
Como dito acima, a metafísica se ocupa exatamente destas questões. O problema da abordagem científica naturalista para estudo de fenômenos ditos de reencarnação é que o fenômeno não pode ser isolado para observação, pode-se isolar e estudar suas supostas manifestações, mas não o fenômeno em si.unknown escreveu: Sobre o segundo parágrafo, me corrijam se estiver errado, pois não estou tão por dentro desse assunto, não sei até que ponto é aceito o conceito de regressão de memória, ouvi de fontes (não tão confiáveis) que psicólogos estavam usando essa prática para tratar de seus pacientes, acredito que isso não seja valido perante a psicologia, mas não sei como estão as coisas sobre este assunto. O que estou querendo dizer, é que “se” existem essas informações e que poderíamos acessá-las de forma não-espontânea por uso de algum método, seria uma nova área que entra no contexto.
Terapia de vidas passadas ou regressão de memória carecem de evidências que lhes dêem credibilidade científica.
De qualquer modo, memórias não provam, per si, a tese de reencarnação, quando muito poderia comprovar que alguém teve acesso a memórias de outros por meios não conhecidos.unknown escreveu:Acredito que devemos pensar também sobre o que define a nossa singularidade na “vida atual”, tenho idéia que seria pelo físico, pela personalidade, etc. Nada que venha de outra vida ou carma, mas sim da genética, criação, relações, espaço, etc. “Se” não há uma ligação direta com outra vida, então na vida anterior éramos uma pessoa, e nessa somos outra, sem que haja intervenção da anterior e nem uma ligação direta. Então, a nossa singularidade provém do acumulo dessas vidas únicas que tivemos e que fazem parte da história (mesmo que não documentada), o que faz uma vivência ser única? A época, o espaço, as condições, as relações, etc, daquele momento único no tempo que não se repete (será que não se repete?).
A palavra singularidade é chave para compreender a individualidade que é, necessariamente, uma unidade.
Esta unidade tem consciência de si própria como tal, das outras unidades conscientes como tais e do meio onde a sua própria unidade consciente e as outras existem, se manifestam e interagem.
A questão metafísica é localizar esta unidade consciente. Nosso cérebro é um sistema de bilhões de células que só funciona porque é mantido por outros sistemas igualmente fragmentados em bilhões de componentes, daí se existe uma unidade consciente para além da multiplicidade dos elementos orgânicos que a sustentam, esta unidade consciente se projeta e localiza em algum ponto (conceito geométrico) além desta multiplicidade.
Qualquer idéia de reencarnação contém a possibilidade de esta unidade consciente se transferir para outro corpo tal como é. Tal possibilidade não existe na abordagem naturalista, segundo a qual a consciência individual não é uma unidade, mas a resultante de interações físico-químicas, em última instância, quânticas.
O conceito de reencarnação só faria sentido na abordagem naturalista se a consciência fosse uma grandeza física definível como unidade, como a carga elétrica. O problema é que também não definimos carga elétrica, que é conceito primitivo em física, o que torna o raciocínio circular.
Acauan escreveu:jaderanderson escreveu:Só gostaria de deixar registrado o quanto gostei do post do acauan a "etica espírita" que ele linkou. Terminei de ler agora, bem escrito;
Abraço
Thanks!
unknown escreveu:
Fazemos uma reflexão do “se”. Se realmente a reencarnação fosse provada cientificamente, como poderíamos atribuir o propósito da existência da reencarnação, removendo os fatores carma, auto-aperfeiçoamento e divindade?
http://pessoas.hsw.uol.com.br/reencarnacao4.htm
http://comunidade.discoverybrasil.com/e ... /234109113
Bom, não acho justo eu fazer a pergunta e me ausentar de respondê-la. Não sei muito sobre o assunto, talvez nem haja muito que se saber no momento, mas tentei formular uma resposta hipotética. Acredito que se extirparmos os fatores carma, auto-aperfeiçoamento e divindade do termo reencarnação, logo, o propósito religioso desaparece. Devemos levar em conta que o anseio de acreditar em divindades seja o mesmo para considerar a existência da reencarnação. Mas a hipotética da pergunta não é a crendice individual sob o termo, mas sim de uma hipotética validação científica. Assim, acredito que a responsabilidade da resposta para a pergunta sobre o propósito da reencarnação caberia a Filosofia, que compartilha com a Ciência uma de suas bases, a razão, embora não compartilhe o empirismo, que é a outra base da Ciência. Ou seja, minha resposta seguiria alguma linha filosófica.
Desde já, agradeço a atenção.
zumbi filosófico escreveu:Se houvesse algo que se pudesse chamar de reencarnação, não haveria como falar em um "propósito" dela mais do que se pensa em propósito da erosão, propósito das ondas ultra-violeta, o propósito dos pernilongos, o propósito do céu ser azul, ou qualquer aspecto da realidade física.
As coisas naturais simplesmente são, as coisas só tem um propósito quando são coisas feitas por uma pessoa com um propósito em mente.
unknown escreveu:Stevenson estudou 2.500 casos durante cerca de quatro décadas e publicou livros e artigos técnicos. Ele alegava que apenas queria sugerir que a reencarnação fosse plausível, e não prová-la absolutamente. Apesar da alegação de Stevenson, seu trabalho foi amplamente rejeitado pela comunidade científica.
SE a reencarnação existisse, nossas existências não seriam tão curiosamente semelhantes ao que seriam se a reencarnação não existisse...
unknown escreveu:Olá, antes de expressar o conteúdo desse tópico, gostaria de me apresentar. Meu apelido aqui é “unknown”, logo vocês podem me chamar assim. Considero-me ateu a partir do momento em que não creio em divindades, porém compartilho de preocupações comuns com céticos quanto a assuntos sobrenaturais. Ingressei no RV para discutir, somar opiniões, expressar meu ponto de vista, pois acredito que este seja o propósito desse fórum. Então, vamos ao que interessa.
O termo em questão já foi bem discutido neste fórum. Contudo, criei este tópico para renovar o debate sobre o assunto e saber uma opinião individual dos membros deste.
Tanto no budismo, como no hinduísmo, assim como no espiritismo, e outras, o propósito da reencarnação seria o auto-aperfeiçoamento ou a anulação do carma, ou também ambos. O psiquiatra Ian Stevenson, conduziu o estudo sobre a reencarnação nos Estados Unidos até a sua morte, em 2007. Stevenson fundou a Divisão de Estudos da Personalidade no Departamento de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais da Universidade da Virgínia. Esse laboratório que mais tarde tornou-se conhecido como a Divisão de Estudos Perceptivos, é especializado em examinar crianças que lembram-se de vidas passadas, experiências de quase morte, aparições e comunicações pós-morte, experiências extracorpóreas e visões no leito de morte. É possível avaliar alguns destes casos em um documentário do Discovery Channel sobre reencarnação (http://www.youtube.com/watch?v=u9AKAg85xW4) . Stevenson estudou 2.500 casos durante cerca de quatro décadas e publicou livros e artigos técnicos. Ele alegava que apenas queria sugerir que a reencarnação fosse plausível, e não prová-la absolutamente. Apesar da alegação de Stevenson, seu trabalho foi amplamente rejeitado pela comunidade científica. O potencial de ligar duas vidas com coincidências ao invés de fatos, e a incapacidade de conduzir experimentos controlados deu abertura às críticas contra sua pesquisa.
Bom, não acho justo eu fazer a pergunta e me ausentar de respondê-la. Não sei muito sobre o assunto, talvez nem haja muito que se saber no momento, mas tentei formular uma resposta hipotética. Acredito que se extirparmos os fatores carma, auto-aperfeiçoamento e divindade do termo reencarnação, logo, o propósito religioso desaparece. Devemos levar em conta que o anseio de acreditar em divindades seja o mesmo para considerar a existência da reencarnação. Mas a hipotética da pergunta não é a crendice individual sob o termo, mas sim de uma hipotética validação científica. Assim, acredito que a responsabilidade da resposta para a pergunta sobre o propósito da reencarnação caberia a Filosofia, que compartilha com a Ciência uma de suas bases, a razão, embora não compartilhe o empirismo, que é a outra base da Ciência. Ou seja, minha resposta seguiria alguma linha filosófica.
unknown escreveu:Obrigado pelos cumprimentos e pelas respostas. Acauan eu li o que você escreveu e o tópico de referência, mas não consegui concluir muita coisa para te dar alguma réplica ainda, mas até onde eu li concordo com você.joaomichelazzo escreveu: Se a reencarnação fosse científicamente provada, logo concluíriamos que o homem tem alma. Descobriríamos também que o número de seres humanos no planeta não variaria.
Daí viria a pergunta:
Animais tem alma?
Se positivo, porque as espécies que foram extintas não reencarnaram?
Se negativo, porque só humanos tem alma?Pois é, me fiz a mesma pergunta sobre a não variação do número de seres humanos no planeta, mas com relação à alma é apenas um conceito, não? Podem existir outras definições para o nosso "eu" consciente, mas alma também não é algo provado pela ciência.
Existem estimativas que demonstram que o número de pessoas que morreram excede em muito o número das que vivem agora. Não deve ser difícil pesquisar na net.
No caso da ultima pergunta sobre só humanos terem alma, poderia lhe responder com outra pergunta:
Por que a espécie humana é a única capaz de raciocinar?
- se bem que tenho minhas duvidas sobre isso, até porque houveram testes que provaram que golfinhos e macacos raciocinam. Porém não sei a validade disso, mas o fato é que a nossa espécie tem maior capacidade de raciocínio que outras. Toda via, também não acho que essa comparação influencie de a nossa espécie ter alma e as outras não, mas é legal para levantar um questionamento. Acredito que se realmente tivéssemos alma, os animais também teriam, não entenderia porque seriamos os únicos.
Os animais não tem alma possuem apenas o princípio inteligente.Na penúltima pergunta, até onde eu sei, pelo menos no espiritismo, a reencarnação pode se dar a espécies diferentes, você não fica preso a uma única espécie. Na verdade, até onde eu sei o espiritismo acredita que a espécie humana é superior aos animais, pois se reencarnarmos novamente em um animal seria uma regressão.
Pessoalmente, se houvesse reencarnação, não seria com o propósito de auto-aperfeiçoamento, mas sim um aperfeiçoamento geral (ou talvez da Terra). Isto porque, não começamos do zero, certo?
A terra quanto planeta não evolui. A proposta é a evolução do ser humano.Quando nascemos já houveram pessoas anteriores a nós, exemplo, quando nasci já existia aviões, mas o homem que o inventou já havia morrido, contudo, faço uso do avião. Também não tenho consideração pelo conceito de alma, espírito ou perispírito, ou seja, não creio no carma acumulativo e anulativo. Pra mim, se existisse reencarnação e existissem vidas passadas a esta que vivo, o carma permaneceria nas minhas ações e na próxima vida eu viveria na reação dessa ação, exemplo, se numa vida eu matei determinadas pessoas, na vida seguinte não haverá essas pessoas ou descendentes diretos que estas pessoas poderiam ter, ou coisas que elas poderiam ter feito, se eu não as tivesse matado em uma vida anterior.
Acauan escreveu:salgueiro escreveu:Vou usar o exemplo do Stevenson, caso ele tivesse conseguido provar cientificamente a reencarnação através das crianças seria somente isso. Existe a reencarnação, ponto. Então como poderíamos buscar a resposta de por que ela existe ? De que modo teríamos essa resposta ?
Sal, a pergunta "existe reencarnação?" tem que ser precedida pela "o que significa reencarnação?".
Uma coisa é provar cientificamente (se é que isto pertence à definição de "científico") que a "essência espiritual" do ser humano se reconstitui e continua vivendo em outros seres, tal como sua "essência orgânica" faz exatamente e outra muito diferente é provar que a identidade individual de cada ser humano específico migra por vários corpos físicos.A essência espiritual não se decompõe - é imortal.
O máximo que se poderia comprovar cientificamente (e que nunca foi e possivelmente nunca será) é que as memórias (conscientes e inconscientes) de determinado indivíduo comprovam sem resquício de dúvida que ele é um determinado outro indivíduo vivendo em outro corpo. O problema é que compartilhar memórias com alguém não implica em ser este alguém.As experiências místicas são incomunicáveis ao passo que as observações científicas são e devem ser comunicáveis. Não existe ciência sem demonstrabilidade pública. No caso de Stevenson, o que ele dizia era; Veja o que encontrei. Examine do jeito que quiser, Faça suas próprias perguntas. Elabore testes que deixei de elaborar e se conseguir uma explicação mais racional para este fenônemo, por favor me conte. Isto também é ciência, não é? Mas esta situação envolve questões que muitos cientistas não levam a sério.
Acauan escreveu:Reid escreveu:isso tudo poderia ser resumido em um tipo de "ciclo da vida" agora oq deixa alguns encucados
seria o "eu", "consciencia e inconscientes", "memórias", oq acontece com essas coisas?
uma das hipoteses q eu do q sao coisas formados pelo "fisico" tbm e q acabam se "distribuindo"
nesse suposto ciclo q ocorre
Esta é a questão decisiva.
O "eu" individual como entidade absoluta em si própria é um conceito desenvolvido, em última instância, pelo cristianismo.
Antes da filosofia cristã o "eu individual" era uma percepção mitológica dispersa, não um conceito filosófico definido.
Tanto quanto no modernismo filosófico o "eu individual" é posto em dúvida pelo marxismo, relativismo, desconstrucionismo e afins.
A base da reencarnação do espiritismo kardecista é a existência absoluta do indivíduo que não se dispersa ou transforma mesmo com a morte, o que acaba por se tornar uma contradição do kardecismo, pois se esta essência individual é tão definida não será uma infinidade de reencarnações que irão alterá-la, em oposição ao princípio cristão de que esta alma individual, após a morte, responde sozinha por suas próprias decisões (o efeito físico de sua essência individual imutável).
Acauan escreveu:salgueiro escreveu:É o que estou tentando dizer Acauan, abordando a visão do reencarnacionismo ocidental que era o que Stevenson pesquisava. O máximo que se conseguiria concluir, provar, é que determinada individualidade não pereceu de forma definitiva, está em outro "corpo" em outro tempo.
Sal,O máximo que se poderia provar é que memórias desta indiviualidade tida como morta se manifesta em outra viva, o que não prova que as duas individualidades sejam a mesma.
unknown escreveu:Acauan escreveu:
Uma coisa é provar cientificamente (se é que isto pertence à definição de "científico") que a "essência espiritual" do ser humano se reconstitui e continua vivendo em outros seres, tal como sua "essência orgânica" faz exatamente e outra muito diferente é provar que a identidade individual de cada ser humano específico migra por vários corpos físicos.
O máximo que se poderia comprovar cientificamente (e que nunca foi e possivelmente nunca será) é que as memórias (conscientes e inconscientes) de determinado indivíduo comprovam sem resquício de dúvida que ele é um determinado outro indivíduo vivendo em outro corpo. O problema é que compartilhar memórias com alguém não implica em ser este alguém.Bom, em resposta ao primeiro parágrafo, a idéia desse tópico seria remover os termos carma, auto-aperfeiçoamento e divindade, pois o propósito disso seria remover todos os termos já estipulados pelas religiões à reencarnação, isto inclui o termo “essência espiritual” citado por você e “alma” citado por joaomichelazzo, e sim tentar dar um porque ao fenômeno reencarnação, sem um cunho religioso pré-definido. “Se” Stevenson tivesse conseguido tornar o tema reencarnação plausível perante a ciência, qual o principio que a ciência tomaria para explicar o porquê de reencarnarmos? Como isso se daria? Acredito que a ciência iria usar todo o conhecimento acumulado até então para responder, e não usar termos já definidos pelas religiões. Porém como disse, acho que a área responsável por responder essa pergunta seria a filosofia e não ciência em si (onde provavelmente a filosofia responderia com outra pergunta).
Repito - impossível desenvolver o assunto eliminando o aspecto religioso ou místico. Também não devemos invalidar pesquisas realizadas com quase 3.000 casos porque foram desprezadas pela comunidade científica.Sobre o segundo parágrafo, me corrijam se estiver errado, pois não estou tão por dentro desse assunto, não sei até que ponto é aceito o conceito de regressão de memória, ouvi de fontes (não tão confiáveis) que psicólogos estavam usando essa prática para tratar de seus pacientes, acredito que isso não seja valido perante a psicologia, mas não sei como estão as coisas sobre este assunto. O que estou querendo dizer, é que “se” existem essas informações e que poderíamos acessá-las de forma não-espontânea por uso de algum método, seria uma nova área que entra no contexto. Acredito que devemos pensar também sobre o que define a nossa singularidade na “vida atual”, tenho idéia que seria pelo físico, pela personalidade, etc. Nada que venha de outra vida ou carma, mas sim da genética, criação, relações, espaço, etc. “Se” não há uma ligação direta com outra vida, então na vida anterior éramos uma pessoa, e nessa somos outra, sem que haja intervenção da anterior e nem uma ligação direta. Então, a nossa singularidade provém do acumulo dessas vidas únicas que tivemos e que fazem parte da história (mesmo que não documentada), o que faz uma vivência ser única? A época, o espaço, as condições, as relações, etc, daquele momento único no tempo que não se repete (será que não se repete?).
A TVP é aceita no meio espírita, só isto.Todo trabalho realizado não é reconhecido. No mais somos espíritos e a vida tem sua continuidade tanto encarnado como desencarnado.Obs.: Devemos levar em consideração que o termo regressão, vem de regredir, o que quer dizer que a vida atual é superior a vivencia anterior. Ou seja, vai de acordo com o conceito de auto-aperfeiçoamento pela reencarnação.
Acauan escreveu:unknown escreveu: “Se” Stevenson tivesse conseguido tornar o tema reencarnação plausível perante a ciência, qual o principio que a ciência tomaria para explicar o porquê de reencarnarmos? Como isso se daria?
Primeiro teríamos que definir o paradigma científico aplicável. O paradigma Popperiano, dominante atualmente, estabelece limites muito claros para a teorização científica, restringido-a a modelos matemáticos descritivos e explicativos das observações de um fenômeno.
Questões tão abrangentes como as postas acima são mais do domínio da metafísica que da ciência naturalista experimental.
unknown escreveu: Acredito que a ciência iria usar todo o conhecimento acumulado até então para responder, e não usar termos já definidos pelas religiões. Porém como disse, acho que a área responsável por responder essa pergunta seria a filosofia e não ciência em si (onde provavelmente a filosofia responderia com outra pergunta).
unknown escreveu: Sobre o segundo parágrafo, me corrijam se estiver errado, pois não estou tão por dentro desse assunto, não sei até que ponto é aceito o conceito de regressão de memória, ouvi de fontes (não tão confiáveis) que psicólogos estavam usando essa prática para tratar de seus pacientes, acredito que isso não seja valido perante a psicologia, mas não sei como estão as coisas sobre este assunto. O que estou querendo dizer, é que “se” existem essas informações e que poderíamos acessá-las de forma não-espontânea por uso de algum método, seria uma nova área que entra no contexto.
Terapia de vidas passadas ou regressão de memória carecem de evidências que lhes dêem credibilidade científica.
De qualquer modo, memórias não provam, per si, a tese de reencarnação, quando muito poderia comprovar que alguém teve acesso a memórias de outros por meios não conhecidos.
unknown escreveu:Acredito que devemos pensar também sobre o que define a nossa singularidade na “vida atual”, tenho idéia que seria pelo físico, pela personalidade, etc. Nada que venha de outra vida ou carma, mas sim da genética, criação, relações, espaço, etc. “Se” não há uma ligação direta com outra vida, então na vida anterior éramos uma pessoa, e nessa somos outra, sem que haja intervenção da anterior e nem uma ligação direta. Então, a nossa singularidade provém do acumulo dessas vidas únicas que tivemos e que fazem parte da história (mesmo que não documentada), o que faz uma vivência ser única? A época, o espaço, as condições, as relações, etc, daquele momento único no tempo que não se repete (será que não se repete?).
A palavra singularidade é chave para compreender a individualidade que é, necessariamente, uma unidade.
Esta unidade tem consciência de si própria como tal, das outras unidades conscientes como tais e do meio onde a sua própria unidade consciente e as outras existem, se manifestam e interagem.
A questão metafísica é localizar esta unidade consciente. Nosso cérebro é um sistema de bilhões de células que só funciona porque é mantido por outros sistemas igualmente fragmentados em bilhões de componentes, daí se existe uma unidade consciente para além da multiplicidade dos elementos orgânicos que a sustentam, esta unidade consciente se projeta e localiza em algum ponto (conceito geométrico) além desta multiplicidade.
Qualquer idéia de reencarnação contém a possibilidade de esta unidade consciente se transferir para outro corpo tal como é. Tal possibilidade não existe na abordagem naturalista, segundo a qual a consciência individual não é uma unidade, mas a resultante de interações físico-químicas, em última instância, quânticas.
O conceito de reencarnação só faria sentido na abordagem naturalista se a consciência fosse uma grandeza física definível como unidade, como a carga elétrica. O problema é que também não definimos carga elétrica, que é conceito primitivo em física, o que torna o raciocínio circular.
Fernando Silva escreveu:Acauan escreveu:
De qualquer modo, memórias não provam, per si, a tese de reencarnação, quando muito poderia comprovar que alguém teve acesso a memórias de outros por meios não conhecidos.
Por exemplo, uma biografia, um vídeo, um testemunho.
Deise Garcia escreveu:Não se pode dissociar reencarnação de religião porque existe misticismo em tudo quanto fazemos. Já reparou que dificilmente ouvimos alguém pedir vitamina de manga ou com manga, entre outras frutas?
Deise Garcia escreveu:As experiências místicas são incomunicáveis ao passo que as observações científicas são e devem ser comunicáveis. Não existe ciência sem demonstrabilidade pública. No caso de Stevenson, o que ele dizia era; Veja o que encontrei. Examine do jeito que quiser, Faça suas próprias perguntas. Elabore testes que deixei de elaborar e se conseguir uma explicação mais racional para este fenônemo, por favor me conte. Isto também é ciência, não é? Mas esta situação envolve questões que muitos cientistas não levam a sério.
Deise Garcia escreveu:O que não muda é sua essência humana, quanto ser inteligente. A evolução através das reencarnações aprimora a essência divina.
Somos todos cristãos a partir do momento que acreditamos em Cristo, mas este cristão a que você se refere acredita em duas personalidades distintas. A primeira é aquela que se faz de morta (material) e que vive a vida como entende ser melhor, e a segunda é o espírito (eterno) que paga eternamente pelo que o espertinho se divertiu.
Deise Garcia escreveu:Pode até ser assim para quem observa de longe, mas é muito diferente para quem assiste de perto. Relembro um dos livros de Stevenson onde ele diz mais ou menos assim:- as fronteiras de tudo aquilo que consideramos realidade são muito menos definidas do que imaginamos. A realidade deveria ser repensada com categorias absolutamente revolucionárias dos conceitos que estamos acostumados a configura-las. Quem somos nós, afinal? Geneticistas, biólogos e cientistas tem passado décadas lutando uns contra os outros para serem os primeiros a criar, ou pelo menos definir, a consciência. Nenhum deles sequer, vislumbrou uma solução.
Deise Garcia escreveu:Com certeza você já ouviu falar do princípio da indeterminação. A pergunta que os cientistas fazem determinam a resposta que a natureza dá.
Deise Garcia escreveu:Fernando Silva escreveu:Acauan escreveu:
De qualquer modo, memórias não provam, per si, a tese de reencarnação, quando muito poderia comprovar que alguém teve acesso a memórias de outros por meios não conhecidos.
Por exemplo, uma biografia, um vídeo, um testemunho.
Sim e não! Uma criança, por exemplo, nunca iria se deter neste tipo de informação.
Deise Garcia escreveu:Com certeza você já ouviu falar do princípio da indeterminação. A pergunta que os cientistas fazem determinam a resposta que a natureza dá.
Luis Dantas escreveu:Se reencarnação existisse, Sal, e fosse pelo menos um pouco semelhante ao que a DE prega, haveria consequências. Consequências essas que não se percebe no mundo real, a não ser talvez com muita boa vontade e um grau considerável de auto-ilusão.
zumbi filosófico escreveu:A encarnação é um vício da alma. Devemos buscar não nos reencarnar para atingir o nirvana. O reino animal é parasita do reino fantasmal.Os fantasmas, normalmente vistos como parte ou até "propriedade" nossa, são geralmente tidos, quando desencarnados, como seres de capacidades fantásticas: velocidade incrível, capacidade de se ter todos os sentidos mesmo sem se ter órgãos sensoriais para interagir com o mundo material, capacidades cognitivas sem a necessidade de cérebro, indestrutibilidade, e em alguns casos, capacidades de interações com o mundo material do tipo "poltergeist", se não me engano, havendo relatos até de tremores em casas provocados por fantasmas.
Essas capacidades são praticamente todas perdidas quando os fantasmas estão encarnados em seres vivos, mais especificamente em humanos, desde que o aprisionamento do fantasma tenha se dado suficientemente precocemente no desenvolvimento embriológico do sistema nervoso ou mesmo na fecundação - uma vez que nos relatos de possessões os espíritos parecem ter poderes incomuns, não relatados em casos de encarnação normal pré-natal. Ao mesmo tempo, costuma-se supor que os seres vivos, desprovidos de um espírito, também sejam praticamente nulos em capacidades cognitivas, mesmo as mais banais se devendo a eles, sendo cérebros apenas recipientes-prisões, e tradutores das capacidades cognitivas espirituais para os corpos físicos.
Por isso, é lógico supor que a relação entre animais avançados (Reino Hominal e seres espirito-evolutivamente mais próximos no Reino Animal) e espírito seja de parasitismo, só que com aquele que normalmente se tem como "hóspede" - o corpo material - sendo o explorador, e não o explorado.
Praticamente não há qualquer ganho concebível nessa relação eco-espiritualógica para os fantasmas, pois eles apenas têm suas imensas capacidades normais extremamente limitadas, de forma até sem igual nos casos bio-biológicos, de parasitismo ordinário. Já os organismos vivos, inversamente, têm sua habilidade de perpetuação e reprodução auxiliada pelas capacidades conferidas pelos espíritos capturados através da encarnação, mesmo que isso represente uma redução dramática das capacidades dos espíritos desencarnados.
Algumas vertentes religiosas que relatam sobre a reencarnação sugerem que esse fenômeno é no entanto voluntário, e enfatizam até mesmo as limitações auto-impostas como partindo de livre-escolha dos espíritos parasitados. Sob uma primeira análise isso pode parecer algo estranho à relação de parasita e parasitado, onde mais comumente o parasita tem algum mecanismo para sorrateiramente se aproveitar do parasitado contra sua vontade, e o hospedeiro potencial por sua vez comumente evita a contaminação por parasitas. Isso poderia sugerir que na verdade a relação é alguma forma de mutualismo, de altruísmo recíproco, cuja vantagem oferecida ao espírito apenas não nos é conhecida. Essa hipótese é no entanto menos parcimoniosa e pode ser descartada se tivermos como referência alguns casos especiais de parasitismo.
Alguns parasitas -- o vírus da raiva e o Toxoplasma são os exemplos mais conhecidos -- têm a capacidade de controlar o comportamento de suas vítimas, o que aumenta as chances do parasita em completar seu ciclo reprodutivo. Em termos de seleção natural, por gerações, parasitas que de alguma forma foram capazes de controlar seus hóspedes de forma que melhor os servissem na reprodução, deixaram mais descendentes, e assim aperfeiçoaram gradualmente esse controle comportamental.
Um caso similar parece estar ocorrendo com a relação entre fantasmas e seres do Reino Hominal. A alteração do comportamento pode ser tida como uma forma de vício, uma dependência das experiências materialistas. Isso é reforçado pela tendência humana ao vício e ao apreço por experiências que nublam suas capacidades mentais e motoras, como a ingestão de álcool e uso de outras drogas.
A experiência espiritual pode ser vista como um análogo ao estado alterado sob o uso de drogas e ao alcoolismo e outros vícios, em torno dos quais também surgiram racionalizações análogas às freqüentes negações dos viciados sobre seus vícios. Nesse caso, na forma de religiões: o carma, sua quitação, e a imposição de auto-flagelação é na verdade parte de um complexo ritual vicioso masoquista que os seres vivos impuseram aos seres espirituais, como forma de capturá-los para o seu benefício próprio.
As próprias religiões, são tidas por alguns como uma forma de vírus - outros parasitas - que controlam o comportamento humano. Essa hipótese, apesar de originalmente puramente materialista, pode no entanto ser usada para explicar a relação dos seres vivos com o mundo espiritual.
Como argumento final pela parcimônia da hipótese de parasitismo, 99% de todos os seres vivos são parasitas. O parasitismo é regra na biologia, e as características da relação entre humanos e espíritos parecem demonstrar que nós não somos uma exceção.
zumbi filosófico escreveu:Se a mente fosse "recebida" e não criada no cérebro, o cérebro não precisaria diferir tanto em diferentes espécies. Qualquer cérebro que fosse suficiente para controlar tronco e membros mais ou menos parecidos como os nossos, como os pequenos lagartos, ou, na pior das hipóteses, de sagüis, seria o bastante.
Até se poderia prever um tamanho de cérebro inversamente correlato à suposta presença de um fantasma-titeteiro, já que poderia se dizer que os seres que não o tem precisam de "componentes" materiais a mais suprir esse déficit.
Ao mesmo tempo, mesmo que se aceitasse que existissem diversas coisas como telepatia, psicocinese, cura por orações e até reencarnação (coisas para as quais não se tem evidências fortes o suficiente para se dizer que são coisas que ocorrem mesmo), a mente ainda não precisaria ser algo "além" do cérebro. E não sendo, não precisaria ser algo de acordo com qualquer visão espiritualista tradicional. Poderia ser que "módulos" diversos como "inteligência verbal", "inteligência matemática", "inteligência social", eventuais sub-módulos destes e as próprias memórias, fossem "fantasminhas" independentes; e que a consciência em si não existisse senão quando essas "coisas" estão "possuindo" um cérebro.
o anátema escreveu:Só vale se dizer que uma hipótese foi testada quando há algo que pudesse refutá-la especificamente. Como eu já falei várias vezes pelo fórum, se pode inventar outras explicações finais para os supostos fenômenos, tradicionalmente ditos espíritas, mesmo "pseudo-explicações" igualmente mágicas e que não realmente explicam nada, mas que dão as observações proximais como verdadeiras.
O exemplo mais freqüente que dou é, em vez de serem fantasmas, consciências flutuantes, poderiam ser só memórias flutuantes, inconscientes. Meio como CDs ou disquetes das vidas das pessoas que morreram.
Observações de aparente consciência de "fantasmas", poderiam ser o subconsciente das pessoas envolvidas, ou de alguma delas, criando uma "pseudo-consciência", da mesma forma que criamos inconscientemente pessoas nos nossos sonhos, que agem convincentemente para nós como se fossem pessoas independentes.
Tanto essa hipótese como os espiritismos tradicionais são "aprovados" por qualquer aparente verificação a favor dum espiritismo tradicional. Não tem como discernir. Aí as pessoas preferem o tradicional que foi inventado há um tempão simplesmente por ser tradicional, pela "autoridade", o culto à personalidade dos proponentes, e por ter maior apelo sentimental.
o anátema escreveu:Botanico escreveu:o anátema escreveu:Botanico escreveu:Sem querer ser chato, mas alguém aí explicou alguma coisa?
Explica em algo menos que as teorias espíritas clássicas? Não, explica tanto ou mais, apenas não é uma consciência flutuante de um falecido que é baixada e que se apodera do corpo duma pessoa, mas as memórias flutuantes de algum falecido apenas. (talvez não só dos falecidos)
Seu Ana-Thema, é o seguinte:
Pela teoria espírita, as memórias, gostos, idiossincrasias, preconceitos, afinidades, individualidade, etc e tal de um dado falecido FICAM TODAS REUNIDAS NUM ÚNICO PACOTE o qual chamamos espírito do tal falecido. E são exatamente essas coisas que observamos nos fenômenos de incorporação (que apesar do nome, não tem nada a ver com posse ou entrada de espírito num corpo).
O espírito A não sabe nada, ou sabe pouco, sobre o espírito B. Algo estranho de acontecer quando é o médium que fica caçando, ainda falta explicar como, memórias por aí.
Na teoria alternativa, gostos, idiossincrasias, preconceitos, afinidades, individualidade, contam como memórias sobreviventes, desprovidas de consciência.
Essas coisas seriam observadas nos fenômenos de incorporação, que talvez tenham mais a ver com algo mais literal do que o espiritismo tradicional supõe ser; ser meio como colocar um CD no drive e então o computador tem de fato essas memórias.
E apenas as memórias. O processamento existe apenas no CPU/cérebro, não flutuando por aí. Só as memórias flutuariam, tal como a consciência E as memórias flutuariam.
Daí o subconsciente, de maneira similar à que ocorre em sonhos, reconstruiria o falecido a partir dessas memórias recebidas. Ou essas memórias passariam gradualmente à mente consciente exaptando os mecanismos cerebrais que se tem para quando ouvimos pessoas, novamente, mais ou menos como nos sonhos também, o que seria talvez equivalente às situações em que supõem que o espírito está próximo a um médium falando coisas para ele.
As memórias talvez sejam "caçadas" quando os médiuns, consciente ou inconscientemente, se concentram numa pessoa ou conhecimentos específicos. Ou talvez a consciência dos vivos que conhecem a pessoa (ou não) exerçam alguma influência sobre a localização dos principais pacotes de memórias das pessoas. Isso poderia atrair as memórias da pessoa específica, talvez dentro dum raio determinado, talvez em qualquer lugar no universo (talvez elas sejam meio "onipresentes", apenas não acessadas pela maioria das pessoas, na maior parte do tempo). Ou pode ainda ser qualquer coisa que faça as coisas funcionarem aparentemente exatamente como se fosse o espiritismo tradicional, só que não sendo.
Rupert Sheldrake, cientista alternativo que acho que é respeitado pelo Vitor Moura, por exemplo, tem idéias similares à essas, no entanto ele concebe esses mecanismos principalmente como explicação para fenômenos culturais e transmissão de informações mentais entre seres vivos.
o anátema escreveu:videomaker escreveu:
Bom não explicou nada mas uma vez! Boa tentativa de "misturar" o experimentado, com o absurdo das teorias do consciente- flutuante- e disponivel- para se saber- coisas do-
outro! Ou seja conversa pra boi dormir...
Não, consciência flutuante é a teoria espírita tradicional.
O "absurdo" que propus é que em vez de serem consciências e memórias flutuantes sobreviventes, sejam só as memórias, e o subconsciente das pessoas vivas, mais psicocinésia criem ilusões dos fenômenos espíritas como convencionalmente interpretados, porém os mecanismos por trás são outros, em parte.
Em que isso é mais absurdo do que o espiritismo tradicional? Em absolutamente nada... dá conta de todas as mesmas observações, e tem exatamente o mesmo nível de provas "físicas" que perispírito, cordão de prata e sei lá mais o quê: nenhuma. O que demonstra que essas coisas só são acreditadas por dogmatismo.
o anátema escreveu:http://news.independent.co.uk/people/profiles/article1221568.ece
Kim Noble é uma das aproximadamente 20 almas encarnadas em um só corpo, ao longo de 45 anos desse corpo carnal. As personalidades, diferentemente de vários casos similares em alguns graus, não se comunicam umas com as outras quando uma está com o domínio do corpo, apenas através de recados ou por intermédio de outras pessoas. Algumas das alters dela inclusive sabem e aceitam a condição como distúrbio dissociativo de personalidade, mas a maioria julga ser apenas ela mesma, e bobagem a afirmação de que outras pessoas vivem no corpo dela, mesmo alter como uma garota de cerca de 15 anos, apesar de estar num corpo de 45 que aparenta até mais.
Os cientistas materialistas defendem que isso seja na verdade um "distúrbio dissociativo de identidade", causado por traumas no decorrer da vida "real" dela, que a dissociação de identidades seja uma espécie de "truque" para lidar com os eventos traumáticos.
Tudo isso pode ser refutado porque, há algum tempo, um dos alters, Patricia King, começou a pintar, e o hábito, e o fato de deixar os materiais de pintura à disposição dos outros, fizeram com que aproximadamente 15 personalidades também começassem a pintar, cada uma com seu estilo único. Tal como no caso dos médiuns que recebem pintores mortos, isso prova definitivamente que o corpo dela é anomalamente habitado por múltiplas almas:
http://www.saatchi-gallery.co.uk/yourga ... a/574.html
Certa vez inclusive uma alter deixou um recado, fazendo uma sugestão artística à outra com alguma nota, ao que a autora respondeu com "cuide de sua vida".
Eu acredito que esse fenômeno seja amplamente negligenciado pela reencarnologia espírita, e proponho que os eventos traumáticos coloquem o cérebro, ou receptáculo almal, num estágio "aberto" suscetível à novas encarnações de almas, que são "sugadas" caso estejam nas adjacências.
(O que pode ou não estar relacionado à carma; como o Vitor Moura sempre dizia, não há ainda documentação muito boa favorável ao carma. Mas talvez todas essas pessoas tivessem problema em dividir seu espaço com outras.)
Talvez os traumas ou o estado decorrente de um, permitindo reencarnações múltiplas sejam em algo análogo ao momento da encarnação natural, o que talvez revolucione a ligação interdisciplinar entre a embriologia ou talvez até a obstetrícia espírita e a reencarnacionologia propriamente dita. Se costuma dizer que o parto é muito traumatizante para o bebê, quem sabe não é esse trauma que permite a encarnação como evento de última hora? Evidência: na Bíblia, está colocado que Deus deu alma a Adão com o sopro de sua respiração, e a respiração só se inicia no parto. Por outro lado, a reencarnaciologia clássica costuma colocar a reencarnação como ocorrendo antes ou próxima à fecundação, ainda nos gametas ou no zigoto; talvez em algo relacionado à parede celular de alguns neurônios em comum com a parede celular de óvulos, espermatozóides ou no óvulo no momento da fecundação, esteja a resposta à condição de Kim Noble.
Outra interpretação não dogmático-materialista possível seria que essas outras almas não estão propriamente encarnadas, mas que ela as recebe momentâneamente como uma espécie anômala de "médium de alto fluxo". Essa hipótese talvez encontre algum problema nas amnésias das almas que ficam "na espera" enquanto alguma das outras está em posse do corpo.
o anátema escreveu:Sendo que memórias de vidas passadas freqüentemente são postas como evidência de que a pessoa de fato viveu aquela vida da qual supõe se lembrar, alguns espiritologistas possivelmente já colocaram que talvez o fenômeno do deja vu seja algo relacionado, uma breve percepção de já termos vivido algo similar, hipótese geralmente desmentida por assunções dogmáticas cético-materialistas.
Mas o que imaginei seria se em vez de ser uma lembrança de uma vida passada diferente, não poderia ser uma lembrança daquela mesma vida, ocasionada por uma auto-reencarnação em loop temporal. A pessoa morre, desencarna, e em vez de reenarnar em outro indivíduo numa data adiante do tempo, é levada a retroceder no tempo e reencarnar, nesse caso, como ela mesma.
Talvez seja uma nova chance de não cometer novamente os mesmos erros que já cometemos, naquela mesma vida, em vez de numa outra.
Isso levanta também a possibilidade de que reencarnações em loops temporais possibilitem não apenas a auto-reencarnação, mas também casos de hetero-reencarnação convencionais, mas cronologicamente não-lineares.
Esses dois fenômenos explicariam diversas coisas, como:
- a existência de grandes gênios, de pessoas adiante de sua época, que seriam na verdade reencarnações de pessoas vindas do futuro;
- premonições, desde aquelas mais limitadas, pertinentes praticamente apenas à mesma vida, que seriam por loops de auto-reencarnações, quando prodígios como Nostradamus e talvez a mãe Diná, hetero-reencarnações de pessoas com maiores conhecimentos sobre períodos adiante daquele no qual reencarnaram.
- Casos de percepções extra sensoriais esporádicas, poderiam ser deja vus ocasionados pela auto-reencarnação.
Também muitos relatos inconsistentes de memórias de hetero-encarnações supostamente do passado exterior histórico, ou ecto-passado, seriam possivelmente memórias do endo- ou auto-passado individual do espírito, mas ocorridas no ecto-futuro geral.