Segundo o santo papa, ateus são nazistas

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Johnny
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Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Johnny »

Papa associa ateus a nazistas e abre nova polêmica em visita
Associação protesta contra sugestão de que ateísmo levou nazistas ao extremismo; papa participa hoje de culto na igreja anglicana

O papa Bento 16 participa nesta sexta-feira de um culto da Igreja Anglicana em Londres, em meio a uma polêmica provocada por um discurso em que fez uma associação entre o ateísmo e o nazismo.

Bento 16 chegou na quinta-feira ao Reino Unido para a primeira visita de Estado de um líder da Igreja Católica. No seu primeiro pronunciamento no Reino Unido, diante da rainha Elizabeth 2ª em Edimburgo, Bento 16 falou sobre "uma tirania nazista que tenta erradicar Deus da sociedade". Ele também pediu que a Grã-Bretanha evite "formas agressivas de secularismo".

"Até mesmo durante as nossas vidas, nós conseguimos lembrar como a Grã-Bretanha e seus líderes se levantaram contra a tirania nazista que queria erradicar Deus da sociedade e negava nossa humanidade comum a muitos, especialmente os judeus, que eram vistos como indignos de viver", disse Bento 16.

"Quando formos refletir sobre as lições sombrias do extremismo ateísta do século 20, nunca nos deixemos esquecer de como a exclusão de Deus, religião e virtude da vida pública leva em última instância a uma visão truncada do homem e da sociedade e, portanto, a uma visão reducionista das pessoas e seus destinos."

Repercussão

A Associação Humanista da Grã-Bretanha disse que as declarações do papa são "surreais". "A noção de que foi o ateísmo dos nazistas que os levou ao extremismo e a visões cheias de ódio, ou que [o ateísmo] de alguma forma alimenta a intolerância na Grã-Bretanha hoje, é uma calúnia terrível contra aqueles que não acreditam em Deus", afirma a associação em uma nota.

"A noção de que são as pessoas não religiosas no Reino Unido que hoje querem impor suas opiniões - vinda de um homem cuja organização se empenha internacionalmente em impor sua forma estreita e excludente de moralidade, além de enfraquecer os direitos humanos de mulheres, crianças, gays e muito outros - é surreal."

Diante da repercussão das declarações do papa, um porta-voz do Vaticano buscou atenuar a polêmica. Federico Lombardi disse que Bento 16 "sabe muito bem do que se trata a ideologia nazista", em referência à participação do pontífice na Juventude Hitlerista quando ele tinha 14 anos. Na época, o alistamento no grupo era obrigatório para todos os jovens alemães.

Após ser recebido pela rainha Elizabeth 2ª em Edimburgo, na Escócia, ele rezou uma missa a céu aberto para 70 mil pessoas em Glasgow.

Bento 16 deixou a Escócia e viajou para Londres na noite de quinta-feira. Ele foi recebido pelo prefeito Boris Johnson e seguiu para a Nunciatura Apostólica de Wimbledon, onde está hospedado.

Em Londres

Nesta sexta-feira, ele vai se encontrar com cerca de 4 mil jovens da St. Mary's University College, no subúrbio londrino de Twickenham, em um evento chamado de Grande Assembleia. A Igreja Católica afirma que o evento é uma oportunidade para homenagear o trabalho de mais de 2 mil escolas católicas na Grã-Bretanha, que recebem apoio do Estado.

Muitas pessoas já estão no local para receber o pontífice. Cerca de cem manifestantes também estão no local com faixas de protesto contra a posição do Vaticano sobre anticoncepcionais, abusos sexuais cometidos por padres e direitos de homossexuais.

Também na sexta-feira, ele vai se encontrar com outros líderes religiosos britânicos, entre eles o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, que comanda a Igreja Anglicana.

O encontro no palácio de Lambeth, em Londres, tem um simbolismo histórico. Até o rei Henrique 8º romper as relações com o Vaticano no século 16, o palácio abrigava arcebispos católicos. A visita do papa ao local é vista como um gesto de reconciliação entre católicos e anglicanos.

Em seguida, ele fará um discurso em Westminster Hall, para parlamentares britânicos. Acredita-se que o papa fará seu discurso mais político diante dos parlamentares e poderá fazer uma comparação entre os valores católicos e o conceito de "Grande Sociedade", do primeiro-ministro David Cameron.

Uma das políticas sociais de Cameron, chamada de "Grande Sociedade", tem como objetivo fortalecer ações comunitárias, com estímulo a programas de voluntariado. Bento 16 encerra o dia participando de um culto com uma serviço ecumênico na Abadia de Westminster com o arcebispo de Canterbury.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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DarkWings
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por DarkWings »

Deixa eu ver.... eu sou ateu.. logo eu devo ser nazista... ops.... não não sou...
Aliás, quem é mesmo que serviu ao exército do nefasto Hitler mesmo?
O segundo turno das eleições é dia 31/10, Halloween.
Não perca a chance de enfiar uma estaca no vampiro!

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zumbi filosófico
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por zumbi filosófico »

Christopher Hitchens contra o Papa

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 22 de março de 2010


Em artigo publicado no Wall Street Journal do último dia 15, Christopher Hitchens acusa o Papa Bento XVI de haver acobertado um crime de pedofilia em 1979, entre outros inumeráveis, e sugere que o Pontífice deve ser processado por isso.

Nem comento o estilo. Entremeado de menções ao “fedor” e à “sujidade” do caráter de Bento XVI, ele vibra em todas as cordas midiáticas da indignação estereotipada – o mais alto sentimento moral que algumas almas conseguem alcançar. O raciocínio que Hitchens segue para chegar à sua conclusão reflete, de maneira condensada, toda a deformidade estrutural da mente moderna.

Se o Papa deve responder perante a Justiça comum, é evidente que os critérios dela prevalecem, no caso, sobre as regras internas da Igreja. Mas, se é assim, eles devem vigorar não só para julgar o alegado acobertamento, mas também, e prioritariamente, o crime acobertado. Ora, o padre pedófilo acusado em 1979 de abusar de um menino de onze anos na cidade alemã de Essen nunca foi julgado nem muito menos condenado pela Justiça comum. Não havendo a respeito uma sentença transitada em julgado, ninguém tem, em nome da Justiça, o direito de proclamar que houve crime. Se nem o crime é confirmado, como pode sê-lo o seu “acobertamento”? Pela lógica, é preciso provar primeiro uma coisa, depois a outra, não ao contrário. O que houve, em vez de prova judicialmente válida, foi apenas uma suspeita séria, com base na qual o então cardeal Ratzinger ordenou que o acusado fosse submetido a tratamento psiquiátrico e removido para um posto administrativo em Munique onde não tivesse contato com crianças. Logo depois, no entanto, o vigário-geral de Munique, Gerhard Gruber, sabe-se lá por que, retransferiu o padre para funções pastorais onde ele não demorou a ser alvo de novas acusações de abuso sexual. Hitchens assegura que a culpa foi toda de Ratzinger, mas não dá nenhuma prova disso exceto a opinião de um ex-empregado da Embaixada do Vaticano em Washington, segundo o qual o então chefe da Congregação para a Doutrina da Fé era um administrador meticuloso ao qual esse detalhe “não poderia” ter escapado. Ou seja: o Papa deve ser punido pela Justiça porque alguém achou que ele “deveria” saber do acobertamento, por terceiro, de uma conduta que nem sequer fôra comprovada como crime, seja pela Justiça comum, seja pela investigação interna na Igreja.

Hitchens, evidentemente, não quer nem saber como funciona a Justiça cuja intervenção ele invoca. Quer condenar um cúmplice antes de provado o crime e confirmado seu autor principal; e quer condená-lo mediante a simples opinião de um terceiro que não testemunhou nem o crime nem a cumplicidade.

Mas, se ele não entende os princípios jurídicos do mundo leigo cuja autoridade ele pretende sobrepor à da Igreja, muito menos entende as regras desta última.

Arrebatado nas ondas de um entusiasmo belicoso pueril, ele vai muito além do episódio de 1979 e acusa o então cardeal Ratzinger de haver, como chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada pelo Papa João Paulo II de investigar os casos de pedofilia na Igreja, “acobertado” todos esses crimes de uma vez. Qual a base dessa acusação? Ratzinger teria transmitido aos bispos uma ordem de que as denúncias de pedofilia fossem investigadas em segredo, dentro da Igreja, sem nada comunicar à polícia e à imprensa durante dez anos. O documento que comprova isso seria uma carta confidencial parcialmente citada – sem reprodução fotográfica – no Observer de 24 de abril de 2005. Não sei se a carta é autêntica, mas, mesmo que o seja, o fato é que Hitchens, como aliás o próprio Observer, finge ignorar os dois pontos principais do texto. Primeiro: a Igreja aí reservava-se o direito à investigação secreta somente nos casos em que as alegadas vítimas já houvessem completado dezoito anos de idade; nos quais, portanto, não houvesse riscos imediatos para crianças. Segundo: a instrução abrangia, é claro, só as denúncias feitas internamente na Igreja, que não tinham sido ainda levadas à polícia ou à mídia, seja pelas vítimas, seja por quem quer que fosse. Por que deveria a Igreja permitir que casos ainda não comprovados em investigação interna, e que nem mesmo as vítimas ou seus parentes tinham denunciado às autoridades civis, se transformassem em escândalos públicos por iniciativa de bispos ávidos de brilhar na mídia como paladinos dos direitos humanos? Como chamar de “acobertamento” a mera iniciativa de bloquear um falatório prematuro que arriscaria inculpar inocentes e estimular milhares de Hitchens a destampar mais uma vez, agora sob lindos pretextos moralistas e humanitários, todas as latrinas da fúria anticristã?

O Evangelho mesmo, a rigor, proíbe que cristãos levem suas queixas à Justiça comum antes de tentar resolvê-las na Igreja (I Cor., 6:1-11). Hitchens tenta forçar a Igreja a renegar-se, a humilhar-se ante o altar da Justiça leiga, cujas normas, no entanto, o próprio Hitchens se permite aplicar às avessas. Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço.

Nunca fui um admirador do ex-cardeal Ratzinger, longe disso, tenho contra ele muitas queixas engasgadas, mas confesso que seu desempenho como Papa está me surpreendendo – não em tudo, é claro, mas especialmente na sua maneira de lidar com os casos de pedofilia. Foi ele quem reabriu as investigações sobre os “Legionários de Cristo” (e seu braço leigo, Regnum Christi), mesmo depois da morte do líder e pedófilo-mor dessa poderosa entidade, Marcial Maciel Degollado. Foi ele quem, tão logo recebeu os primeiros resultados do inquérito, mandou suspender a prescrição de dez anos, que, se era justa e normal em outros casos, se revelou capaz de prejudicar inúmeras vítimas mantidas em silêncio ao longo de décadas pelo herético e abjeto “voto de segredo” imposto por aquela malfadada organização a seus noviços. Negar que esse homem quer a verdade sobre esses episódios é negar a própria verdade.

O ateísmo é uma atitude humana normal, mas o ódio ao cristianismo enlouquece, embora nem todos os afetados dessa síndrome personifiquem essa loucura com a ênfase espetacular de Christopher Hitchens. Este não odeia a Igreja porque nela há pedófilos (se fosse assim odiaria também a ONU, onde os pedófilos são mais numerosos e mais cínicos). Ele já a odiava antes disso, e nunca tentou camuflar seu sentimento. A única novidade no seu artigo é a mudança de tática. Antes ele achava que podia vencer os cristãos no debate de idéias. Derrotado e humilhado em recente confronto polêmico com o escritor católico Dinesh D’Souza, passou pela transmutação que já se tornou rotineira em ateístas militantes desmoralizados: não podendo sobrepujar intelectualmente seus adversários, quer enviá-los à cadeia.


Comente este artigo no fórum:

http://www.seminariodefilosofia.org/forum/15




http://www.olavodecarvalho.org/semana/100322dc.html
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Apáte
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Apáte »

Olavo de Carvalho escreveu:O ateísmo é uma atitude humana normal

A cada texto fica mais evidente que os adversários de Olavo não o conhecem e o odeiam pelos motivos errados.
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Fernando Silva
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Fernando Silva »

Quando o sebento fez parte da juventude hitlerista, ele teve que adotar o ateísmo?

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Apo
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Apo »

Ele não fez parte assim como o acusam, era um soldadinho de Deus levando um pouco de luz aqueles desajustados. Por isto, o nazismo praticamente foi extinto da face da Terra. Logo, a missão do Papedófilo se cumpre agora como chefe da ICAR.
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Anna
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Anna »

Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Judas
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Judas »



Olha a foto que vi no link:

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Como alguém pode se dizer católico em pleno século XXI, onde toda essa podridão está escancarada na internet, nos jornais, na cara de todo mundo!

Sério, atualmente quando alguém fala em pedofilia, a primeira coisa que me vem à cabeça é religião.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Anna
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Re: Segundo o santo papa, ateus são nazistas

Mensagem por Anna »

Richard Dawkins' Speech at Protest the Pope March

http://www.youtube.com/watch?v=q_0kFU7IfPM
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

Trancado