Uma calvinista explica a ausência de livre arbítrio

[Apo]

Eu que não perco mais meu tempo com estes exercícios de lógica em cima de uma fantasia que só serve pra pegar justamente quem não consegue ter lógica alguma!

Eu era mais feliz quando apenas não acreditava. Começa a conjecturar em cima de malucos que andam pelo mesmo labirinto se batendo e se matando, só pode almejar encontrar a Medusa.

[Tarcísio]

Levado às últimas conclusões o calvinismo é brutal, mas também é a única interpretação fundamentalista que faz sentido lógico, que pode ser resumido em "Deus faz o que quer e se você não gostou, foda-se".

O Problema do Mal não é problema nenhum para o calvinista, uma vez que Mal, para eles, é o que Deus considera mal.
Se isto cria um paradoxo humano, de novo, foda-se, só existiria problema se criasse um paradoxo divino.

Já outras vertentes cristãs tem que cortar um sete para explicar este e outros problemas teológicos relativos a um Deus perfeito criar e manter um mundo imperfeito - que será imperfeito eternamente, uma vez que o inferno não se extinguirá segundo seus próprios preceitos.

Não se pode tratar de um mundo completo e perfeito que sua consciência não alcança?

Por exemplo, e se vivemos num mundo perfeito prerenderizado?

Todas as possibilidades são.
Tudo é coincidência e providência.
Sua consciência é apenas um sintoma da incapacidade do seu processador biológico de perceber a pintura inteira, que por isso fica vagando quadro-a-quadro criando a ilusão de movimento, sentido, direção, unicidade.

Existe livre arbítrio nessa situação? Sim.

[Acauan]

O Calvinismo faz sentido exclusivamente dentro de suas premissas, como qualquer sistema lógico.

- No entanto, ele é derivado do texto bíblico, com o qual suas premissas entrão em contradição em vários versículos, não há como conciliar 100%.

As premissas calvinistas não entram em contradição com o texto bíblico pela própria definição de premissas – o texto bíblico é interpretado a partir das premissas e não o inverso.
O que se denuncia, isto sim, é a contradição intrínseca do fundamentalismo bíblico sola scriptura, no qual a interpretação está acima do texto, o que é uma inversão da hierarquia, pois o texto bíblico seria necessariamente divinamente inspirado e a interpretação não necessariamente.

Não dentro das premissas calvinistas de soberania divina.

- No princípio da soberania sim, mas o da predestinação é bastante questionável.

Na verdade a predestinação é uma conclusão teológica inevitável. Tanto que até Católicos Romanos a admitem dentro de sua própria interpretação.

Arminianistas também são predestinistas e mesmo Católicos Romanos admitem a predestinação positiva. O problema dos dois últimos é encarar o problema do Mal, ponto no qual os calvinistas estão racionalmente mais tranquilos, mesmo que o bom senso intuitivo reaja com repulsa ao Deus que pregam.

- Os Arminianistas afirmam que Deus sabe de antemão quem vai se salvar e quem não vai, não que Deus determina.

Saber de antemão quem vai se salvar é preciência e não predestinação.
O Arminianismo é TÃO predestinista quanto o Calvinismo, a diferença é que Calvino entendeu que a predestinação é incompatível com o livre arbítrio humano, enquanto Arminius propôs a tese da predestinação condicional, que tenta conciliar o que o Calvinismo considera inconciliável – predestinação e livre arbítrio humano.

[Fernando Silva]

Mandei estas singelas perguntas:

1. Como você sabe que você vai ser salva?
2. E se, daqui para a frente e até o final dos tempos, ninguém mais for salvo?
3. E se ninguém for salvo e o céu ficar vazio?

Recebi esta singela resposta:

seu comentário não cabe respostas

Acho que toquei num nervo exposto...