Remakes de Séries de Ficção Científica

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Aranha
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Remakes de Séries de Ficção Científica

Mensagem por Aranha »


Dias atrás, recebi um e-mail de uma leitora desta humilde coluna onde era questionado meu entusiasmo pelo remake de “Battlestar Galactica”, cuja segunda temporada está prestes a estrear por aqui, pelo canal pago TNT. A decepção dela com o remake produzido por Ronald D. Moore estava calcada justamente naquilo que essa nova versão de “Battlestar Galactica” parece ter de mais marcante: sua visão sombria do universo da série original. É bom lembrarmos que “Battlestar Galactica” original, do final dos anos 70, fez vários fãs mas nunca foi muito bem vista pela crítica, que sempre a encarou como um pastiche de Star Wars. Já o remake da série conseguiu a proeza de ser bem recebida por uma crítica que normalmente tem pouca boa vontade com a ficção científica. Só esse feito já justifica os aplausos que Moore e sua equipe de criação vêm recebendo.

Remakes vem sendo uma constante no cinema americano dos últimos 10 anos e existem várias explicações para este fenômeno que não apenas as óbvias que os críticos costumam citar. Mas, no caso da TV, mais especificamente sobre séries de ficção científica, talvez o título desse artigo seja um exagero. Até o momento, pelo menos, apenas o remake de “Battlestar Galactica” está no ar. É verdade que circularam alguns boatos sobre um possível remake da série “O Túnel do Tempo”, criada nos anos 60 por Irwin Allen. Mas o projeto nunca saiu do papel.

O problema de se criar um remake de uma série famosa é que o público que conheceu a série original criou laços emocionais com ela que um remake não tem condições de criar. Por outro lado, os mais jovens não têm a referência da série antiga e podem acabar vendo uma obra que, não raramente, foi completamente deturpada em sua nova versão. Infelizmente não é fácil encontrar um ponto de equilíbrio entre esses dois extremos. Mas Ronald D. Moore conseguiu esse feito com “Battlestar Galactica”. Isso explica o entusiasmo de muitos fãs e críticos de ficção científica com a série.

Talvez o êxito de Moore se explique porque sua versão de “Battlestar Galactica” é uma produção do SCI FI Channel, isto é, um canal exclusivo para o público que a série se destinava. Se fosse uma série originalmente vinda de uma TV aberta provavelmente seria muito mais “podada” em suas características básicas que a fizeram ser tão diferente da ficção científica da TV atual.

Mas será que a atual “Battlestar Galactica” poderá gerar uma onda de remakes de séries de FC famosas? Talvez seja um pouco cedo para dar uma resposta definitiva para esta pergunta pois a série está ainda em sua segunda temporada. Além disso, as coisas na TV são um pouco diferentes do que ocorre no cinema. Um remake para a telona deve gerar um impacto imediato e não tem a obrigação de criar um laço de fidelidade com o público, como uma série semanal de TV tem que fazer se quiser continuar no ar. Mesmo um canal segmentado como o SCI FI Channel não se arriscaria a lançar um “pacote” com mais três ou quatro remakes de outras séries de FC famosas baseado apenas no êxito de “Battlestar Galactica”. Os custos seriam grandes demais e exigiria do canal um grau de liberdade criativa que mesmo um canal com o perfil do SCI FI Channel não se arriscaria em mergulhar.

Pessoalmente nada tenho contra remakes. Eles podem gerar boas surpresas como “Battlestar Galactica”, mesmo que raras. No fim das contas o público sai ganhando com os remakes pois pode estimular as produtoras a lançar as séries originais em DVD. Quem não gostaria de poder rever em DVD séries um tanto raras como “Os Invasores” ou “UFO”, por exemplo? Eu gostaria...


FONTE:Coluna do Alf

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

Trancado