Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em frango
Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em frango
Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em frangos
Por Krittivas Mukherjee
MUMBAI, Índia (Reuters) - A gripe aviária continuava com sua marcha implacável através do mundo na terça-feira, dia em que a Malásia e a Hungria entraram para o rol dos países que registraram surtos da doença.
Na Índia, centenas de moradores de uma área atingida pela gripe aviária comparecem a postos de saúde improvisados.
Ao menos 15 países registraram surtos da doença em aves neste mês, uma indicação de que o vírus (o H5N1), que matou mais de 90 pessoas, dissemina-se rapidamente.
Acredita-se que as aves migratórias sejam uma das formas de disseminação da doença que, desde 2003, já apareceu em mais de 30 países. Desses, sete tiveram casos entre seres humanos.
A Bósnia confirmou seu primeiro caso da gripe aviária na segunda-feira. A Malásia disse que o H5N1 havia matado frangos perto de sua capital. Testes também mostraram que o vírus estava presente em três cisnes encontrados mortos na Hungria, na semana passada, disse o governo na terça-feira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na segunda-feira que as mutações sofridas pelo vírus parecem tê-lo tornado mais mortal para os frangos e mais resistente ao meio ambiente, mas sem aumentar os riscos para os seres humanos.
"A contaminação de pessoas continua a ser algo raro. O vírus não passa facilmente das aves para os seres humanos ou de pessoa para pessoa", afirmou a OMS em seu site (http://www.who.int).
Cientistas, porém, afirmam que o vírus já desenvolveu a capacidade de infectar outras espécies de animais e temem que ele possa sofrer mutações tais que o capacitem a passar facilmente de uma pessoa a outra.
Na Índia, dez pessoas foram colocadas de quarentena, enquanto as autoridades tentam conter um grande surto entre as aves antes que a doença tome conta do segundo país mais populoso do mundo.
Até agora, não há nenhum caso confirmado de contaminação de seres humanos no território indiano, mas milhares de pessoas já foram submetidos a testes, por precaução.
"Desde segunda-feira à noite, cerca de 500 pessoas compareceram a postos de atendimento improvisados em Navapur (uma cidade da Índia) a fim de serem atendidas devido a tosses e resfriado", afirmou T.P. Doke, diretor de saúde para o Estado de Maharashtra (oeste).
Doke disse que equipes de saúde completaram a operação de ir de porta em porta atrás de pessoas doentes em Navapur, tendo examinado mais de 30 mil moradores da cidade. Outra autoridade do Estado afirmou que, até agora, 300 mil aves tinham sido sacrificadas.
Na Europa, autoridades de vários países pediram que a população continue a ingerir carne de aves.
Segundo a OMS, a carne bem cozida e os ovos de aves não oferecem perigo de contaminação. Essas garantias, porém, não conseguiram até agora acalmar os consumidores. A venda do produto despencou na região, em partes da África e agora na Índia.
Na Itália, 30 mil funcionários do setor aviário perderam o emprego devido a uma queda de 70 por cento nas vendas.
Autoridades egípcias afirmaram que a doença espalha-se agora para outras regiões do país.
(Com reportagem de Adeel Halim em Nandurbar, Rina Chandran em Mumbai, Kamil Zaheer em Nova Délhi, Richard Waddington em Genebra, Maggie Fox em Washington e Krisztina Than em Budapeste)
http://br.news.yahoo.com/060221/5/123um.html
Por Krittivas Mukherjee
MUMBAI, Índia (Reuters) - A gripe aviária continuava com sua marcha implacável através do mundo na terça-feira, dia em que a Malásia e a Hungria entraram para o rol dos países que registraram surtos da doença.
Na Índia, centenas de moradores de uma área atingida pela gripe aviária comparecem a postos de saúde improvisados.
Ao menos 15 países registraram surtos da doença em aves neste mês, uma indicação de que o vírus (o H5N1), que matou mais de 90 pessoas, dissemina-se rapidamente.
Acredita-se que as aves migratórias sejam uma das formas de disseminação da doença que, desde 2003, já apareceu em mais de 30 países. Desses, sete tiveram casos entre seres humanos.
A Bósnia confirmou seu primeiro caso da gripe aviária na segunda-feira. A Malásia disse que o H5N1 havia matado frangos perto de sua capital. Testes também mostraram que o vírus estava presente em três cisnes encontrados mortos na Hungria, na semana passada, disse o governo na terça-feira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na segunda-feira que as mutações sofridas pelo vírus parecem tê-lo tornado mais mortal para os frangos e mais resistente ao meio ambiente, mas sem aumentar os riscos para os seres humanos.
"A contaminação de pessoas continua a ser algo raro. O vírus não passa facilmente das aves para os seres humanos ou de pessoa para pessoa", afirmou a OMS em seu site (http://www.who.int).
Cientistas, porém, afirmam que o vírus já desenvolveu a capacidade de infectar outras espécies de animais e temem que ele possa sofrer mutações tais que o capacitem a passar facilmente de uma pessoa a outra.
Na Índia, dez pessoas foram colocadas de quarentena, enquanto as autoridades tentam conter um grande surto entre as aves antes que a doença tome conta do segundo país mais populoso do mundo.
Até agora, não há nenhum caso confirmado de contaminação de seres humanos no território indiano, mas milhares de pessoas já foram submetidos a testes, por precaução.
"Desde segunda-feira à noite, cerca de 500 pessoas compareceram a postos de atendimento improvisados em Navapur (uma cidade da Índia) a fim de serem atendidas devido a tosses e resfriado", afirmou T.P. Doke, diretor de saúde para o Estado de Maharashtra (oeste).
Doke disse que equipes de saúde completaram a operação de ir de porta em porta atrás de pessoas doentes em Navapur, tendo examinado mais de 30 mil moradores da cidade. Outra autoridade do Estado afirmou que, até agora, 300 mil aves tinham sido sacrificadas.
Na Europa, autoridades de vários países pediram que a população continue a ingerir carne de aves.
Segundo a OMS, a carne bem cozida e os ovos de aves não oferecem perigo de contaminação. Essas garantias, porém, não conseguiram até agora acalmar os consumidores. A venda do produto despencou na região, em partes da África e agora na Índia.
Na Itália, 30 mil funcionários do setor aviário perderam o emprego devido a uma queda de 70 por cento nas vendas.
Autoridades egípcias afirmaram que a doença espalha-se agora para outras regiões do país.
(Com reportagem de Adeel Halim em Nandurbar, Rina Chandran em Mumbai, Kamil Zaheer em Nova Délhi, Richard Waddington em Genebra, Maggie Fox em Washington e Krisztina Than em Budapeste)
http://br.news.yahoo.com/060221/5/123um.html
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
- Aurelio Moraes
- Mensagens: 19637
- Registrado em: 23 Out 2005, 18:26
- Localização: São José dos Campos, S.P
- Contato:
Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em f
Tomara que atinja os crentes burros. 

Re: Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal
Mr.Hammond escreveu:Tomara que atinja os crentes burros.
Tomara q atinja soh os burros.



"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
- Simão_Bacamarte
- Mensagens: 280
- Registrado em: 22 Dez 2005, 15:41
- Localização: Rio Branco - Acre
- Contato:
Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em f
Existe coisa mais paradoxal do que um crente com medo que um virus evolua?
Um amigo meu que não acredita no neodarwinismo, disse para mim certa vez, que morria de medo que surgissem supervirus com o tempo, e ainda por cima tem pastor que prega que esses são os indicios do fim.
Como pode um pastor que contra a evolução (a teoria pow) pregar que através dela, virá o Armagegon.. risos... Isso que é um paradoxo...
Um amigo meu que não acredita no neodarwinismo, disse para mim certa vez, que morria de medo que surgissem supervirus com o tempo, e ainda por cima tem pastor que prega que esses são os indicios do fim.
Como pode um pastor que contra a evolução (a teoria pow) pregar que através dela, virá o Armagegon.. risos... Isso que é um paradoxo...
Re: Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal
Simão_Bacamarte escreveu:Existe coisa mais paradoxal do que um crente com medo que um virus evolua?
Um amigo meu que não acredita no neodarwinismo, disse para mim certa vez, que morria de medo que surgissem supervirus com o tempo, e ainda por cima tem pastor que prega que esses são os indicios do fim.
Como pode um pastor que contra a evolução (a teoria pow) pregar que através dela, virá o Armagegon.. risos... Isso que é um paradoxo...
Microevolução nao eh = a macroevolução .
A primeira eh provada cientificamente,a segunda eh uma extrapolação



"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
- Simão_Bacamarte
- Mensagens: 280
- Registrado em: 22 Dez 2005, 15:41
- Localização: Rio Branco - Acre
- Contato:
Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em f
emmmcri, prove. 

Re: Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal
Simão_Bacamarte escreveu:emmmcri, prove.
Quem postula macroevolução eh vc , cabe a vc provar.



"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
- Simão_Bacamarte
- Mensagens: 280
- Registrado em: 22 Dez 2005, 15:41
- Localização: Rio Branco - Acre
- Contato:
Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal em f
emmmcri, se funciona em um, porque não se encaixaria no outro, se ambos seguem a regras necessárias para que o algoritmo dê certo?! hehehe dúvidas? go to google.
Re: Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal
Mr.Hammond escreveu:Tomara que atinja os crentes burros.
Se os crentes resolverem rezar para se proteger (apenas) então com certeza!
O segundo turno das eleições é dia 31/10, Halloween.
Não perca a chance de enfiar uma estaca no vampiro!
Não perca a chance de enfiar uma estaca no vampiro!
Re: Re.: Gripe aviária se espalha e vírus parece mais letal
Simão_Bacamarte escreveu:emmmcri, se funciona em um, porque não se encaixaria no outro, se ambos seguem a regras necessárias para que o algoritmo dê certo?! hehehe dúvidas? go to google.
O q eh provado eh varia;oes limitadas e rapidas e soh!!
O resto fruto de imaginacao fertil de evolucionista.



"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
Medo na contagem regressiva
Cientista britânico prevê transmissão entre humanos do vírus H5N1, causador da doença, num prazo de 18 meses
LONDRES - O alarme disparado pelo avanço do número de casos de gripe das aves na Europa tornou-se mais sombrio, ontem, com o cálculo feito por um cientista da Grã-Bretanha. Embora a Organização Mundial de Saúde insista que ainda não há razão para temer a transmissão do vírus H5N1 para humanos, o virologista John Oxford calcula que o prazo para que isso ocorra seja de 18 meses.
- Estimamos que, nesse período, a cepa letal sofrerá seguidas mutações, originando uma forma que permitirá a transmissão. Não estamos falando de uma década, mas de meses - advertiu o pesquisador da Universidade de Queen's Mary, em Londres. Oxford, que é um dos poucos especialistas na doença no país, acredita que o governo tenha posto em prática medidas adequadas para prevenir uma epidemia da gripe.
- Pode-se prevenir, mas é quase impossível evitar que chegue aqui - completou.
O cálculo de Oxford não é gratuito, e a avaliação é parcialmente corroborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ontem, em seu site na internet, a OMS informou que as mudanças observadas no H5N1 a partir da migração de pássaros na Europa não foram suficientes ainda para aproximá-lo dos humanos. Tais mutações seriam, por exemplo, a capacidade de ser transportado por aves migratórias por grandes distâncias e matá-las em grande número.
Vetores importantes, patos domesticados têm capacidade de resistir à doença, conseguindo hospedar o vírus por longas distâncias e expeli-lo em grandes quantidades. Isso possibilita a disseminação para novas regiões quando os pássaros migratórios começarem a voltar a seus territórios de reprodução, disse a OMC. As características principais do H5N1 continuam as mesmas de abril do ano passado, quando 6 mil aves foram encontradas mortas num lago no interior da China. Os vírus detectados nos focos da Nigéria, Iraque e Turquia eram virtualmente idênticos aos do Lago Qinghai.
Em tese, a mutação não é uma questão de ''se'', mas de ''quando''. Até agora, como atesta a OMS, não se registraram alterações significativas no vírus. Mas uma observação estatística em relação a outras patogenias ilustra o quanto já foi mudado. Segundo pesquisadores escoceses e americanos, 38 espécies perigosas de vírus e outros organismos identificadas nos últimos 25 anos já teriam sofrido mutações para afetar humanos.
Os mesmos cientistas afirmam que, se o H5N1 sofresse a mutação, seria apenas parte de uma alarmante tendência. E se juntaria a mais de 1.400 tipos de bactérias, vírus, protozoários, fungos, vermes e outros seres que ameaçam a saúde humana.
O professor Mark Woolhouse, da Universidade de Edinburgo, avalia que a crescente quantidade de infecções transmitidas de animais para humanos poderia ser atribuída a fatores como a expansão comercial e o número de viajantes. Outro fator incluiria a expansão das cidades rumo a ambientes naturais como florestas tropicais.
Woolhouse, que apresentou as conclusões num encontro da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em Saint Louis, nos EUA, sustenta sua argumentação em um aspecto claro. A velocidade da mutação teria se tornado rápida demais para ser considerada apenas um reflexo evolutivo.
- Novos patógenos estão sendo detectados à uma taxa de um ou dois por ano. Seres humanos sempre foram atacados, mas isso está acontecendo em uma velocidade maior e precisamos agir - analisou, antes de acrescentar: - É preciso descobrir de onde estão vindo, por que estão surgindo e o que podemos fazer a respeito.
A pesquisa, publicada no jornal Trends in Ecology and Evolution , destaca os perigos de infecções chamadas ''zonóticas'', que são transmitidas de animais para humanos. O pesquisador afirma que uma vasta quantidade de espécies funciona como hospedeiro para organismos que poderiam afetar humanos.
A lista vai de vacas e galinhas a ratos, morcegos e a civeta, um roedor responsável pela disseminação do vírus da Sars. Outros exemplos de doenças '' zoonóticas'' incluem tuberculose, varíola e até a Aids.
Quase 60% das espécies conhecidas de patógenos humanos são zoonóticos. Mas a cientista Nina Marano, do Centro Nacional para Doenças Infecciosas de Atlanta, Geórgia, afirma que 75% das novas doenças se originaram de animais. Woolhouse afirma que veterinários e médicos precisam se ajudar mutuamente no sentido de identificar ameaças em potencial.
- Estudantes de veterinária precisam aprender as implicações para a saúde pública das moléstias que estudam - avaliou. - Tais doenças novas, em qualquer livro, são citadas só com os primeiros casos em humanos - completa. Para o pesquisador, a ajuda desses alunos poderia antecipar isso
Cientista britânico prevê transmissão entre humanos do vírus H5N1, causador da doença, num prazo de 18 meses
LONDRES - O alarme disparado pelo avanço do número de casos de gripe das aves na Europa tornou-se mais sombrio, ontem, com o cálculo feito por um cientista da Grã-Bretanha. Embora a Organização Mundial de Saúde insista que ainda não há razão para temer a transmissão do vírus H5N1 para humanos, o virologista John Oxford calcula que o prazo para que isso ocorra seja de 18 meses.
- Estimamos que, nesse período, a cepa letal sofrerá seguidas mutações, originando uma forma que permitirá a transmissão. Não estamos falando de uma década, mas de meses - advertiu o pesquisador da Universidade de Queen's Mary, em Londres. Oxford, que é um dos poucos especialistas na doença no país, acredita que o governo tenha posto em prática medidas adequadas para prevenir uma epidemia da gripe.
- Pode-se prevenir, mas é quase impossível evitar que chegue aqui - completou.
O cálculo de Oxford não é gratuito, e a avaliação é parcialmente corroborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ontem, em seu site na internet, a OMS informou que as mudanças observadas no H5N1 a partir da migração de pássaros na Europa não foram suficientes ainda para aproximá-lo dos humanos. Tais mutações seriam, por exemplo, a capacidade de ser transportado por aves migratórias por grandes distâncias e matá-las em grande número.
Vetores importantes, patos domesticados têm capacidade de resistir à doença, conseguindo hospedar o vírus por longas distâncias e expeli-lo em grandes quantidades. Isso possibilita a disseminação para novas regiões quando os pássaros migratórios começarem a voltar a seus territórios de reprodução, disse a OMC. As características principais do H5N1 continuam as mesmas de abril do ano passado, quando 6 mil aves foram encontradas mortas num lago no interior da China. Os vírus detectados nos focos da Nigéria, Iraque e Turquia eram virtualmente idênticos aos do Lago Qinghai.
Em tese, a mutação não é uma questão de ''se'', mas de ''quando''. Até agora, como atesta a OMS, não se registraram alterações significativas no vírus. Mas uma observação estatística em relação a outras patogenias ilustra o quanto já foi mudado. Segundo pesquisadores escoceses e americanos, 38 espécies perigosas de vírus e outros organismos identificadas nos últimos 25 anos já teriam sofrido mutações para afetar humanos.
Os mesmos cientistas afirmam que, se o H5N1 sofresse a mutação, seria apenas parte de uma alarmante tendência. E se juntaria a mais de 1.400 tipos de bactérias, vírus, protozoários, fungos, vermes e outros seres que ameaçam a saúde humana.
O professor Mark Woolhouse, da Universidade de Edinburgo, avalia que a crescente quantidade de infecções transmitidas de animais para humanos poderia ser atribuída a fatores como a expansão comercial e o número de viajantes. Outro fator incluiria a expansão das cidades rumo a ambientes naturais como florestas tropicais.
Woolhouse, que apresentou as conclusões num encontro da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em Saint Louis, nos EUA, sustenta sua argumentação em um aspecto claro. A velocidade da mutação teria se tornado rápida demais para ser considerada apenas um reflexo evolutivo.
- Novos patógenos estão sendo detectados à uma taxa de um ou dois por ano. Seres humanos sempre foram atacados, mas isso está acontecendo em uma velocidade maior e precisamos agir - analisou, antes de acrescentar: - É preciso descobrir de onde estão vindo, por que estão surgindo e o que podemos fazer a respeito.
A pesquisa, publicada no jornal Trends in Ecology and Evolution , destaca os perigos de infecções chamadas ''zonóticas'', que são transmitidas de animais para humanos. O pesquisador afirma que uma vasta quantidade de espécies funciona como hospedeiro para organismos que poderiam afetar humanos.
A lista vai de vacas e galinhas a ratos, morcegos e a civeta, um roedor responsável pela disseminação do vírus da Sars. Outros exemplos de doenças '' zoonóticas'' incluem tuberculose, varíola e até a Aids.
Quase 60% das espécies conhecidas de patógenos humanos são zoonóticos. Mas a cientista Nina Marano, do Centro Nacional para Doenças Infecciosas de Atlanta, Geórgia, afirma que 75% das novas doenças se originaram de animais. Woolhouse afirma que veterinários e médicos precisam se ajudar mutuamente no sentido de identificar ameaças em potencial.
- Estudantes de veterinária precisam aprender as implicações para a saúde pública das moléstias que estudam - avaliou. - Tais doenças novas, em qualquer livro, são citadas só com os primeiros casos em humanos - completa. Para o pesquisador, a ajuda desses alunos poderia antecipar isso
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).