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spink
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 6962.shtml



26/03/2006 - 09h16
Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin


FREDERICO VASCONCELOS
da Folha de S.Paulo

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) direcionou recursos da Nossa Caixa para favorecer jornais, revistas e programas de rádio e televisão mantidos ou indicados por deputados da base aliada na Assembléia Legislativa.

Documentos obtidos pela Folha confirmam que o Palácio dos Bandeirantes interferiu para beneficiar com anúncios e patrocínios os deputados estaduais Wagner Salustiano (PSDB), Geraldo "Bispo Gê" Tenuta (PTB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB).

A cúpula palaciana pressionou o banco oficial para patrocinar eventos da Rede Vida e da Rede Aleluia de Rádio. Autorizou a veiculação de anúncios mensais na revista "Primeira Leitura", publicação criada por Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele é cotado para assessorar Alckmin na área econômica. Recentemente, a Quest Investimentos, empresa de Mendonça de Barros, foi escolhida para gerir um novo fundo da Nossa Caixa.

O banho de ética anunciado pelo candidato tucano à Presidência da República torna-se uma ducha de água fria com o resultado de uma auditoria na área de publicidade da Nossa Caixa, que revela o descontrole nas contas, e com a investigação, pelo Ministério Público do Estado, a partir de denúncia anônima, sobre o uso político-partidário do banco oficial.

Entre setembro de 2003 e julho de 2005, as agências de propaganda Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. e Colucci Propaganda Ltda. continuaram prestando serviços sem amparo legal, pois o banco não renovara os contratos, conforme a Folha revelou em reportagem de dezembro último. O caso está sendo apurado pelo promotor de Justiça da Cidadania Sérgio Turra Sobrane.

Ao analisar 278 pagamentos às duas agências no período em que operaram sem contrato --no total de R$ 25 milhões--, a auditoria interna apontou irregularidades em 255 operações (91,73%).

Não foram localizados documentos autorizando pagamentos que somavam R$ 5,1 milhões. Em 35% dos casos, não havia comprovantes da realização dos serviços. Em 62,23%, os pagamentos não respeitaram o prazo mínimo legal de 30 dias. O patrocínio de campanhas de marketing direto era autorizado verbalmente.

A responsabilidade por esses pagamentos é atribuída ao ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior, 48, ex-auditor do banco, com 28 anos de casa. Ele admitiu ter liberado pagamentos em valores acima dos limites que podia autorizar e, a partir de 2002, sem ter procuração para tal. "Reafirmo que assumi a responsabilidade pela liberação dos pagamentos, dados sua urgência e os interesses da instituição", afirmou à comissão de sindicância.

Ele foi demitido por justa causa, em dezembro, pelo presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, sob a acusação de "mau procedimento", "desídia" e "indisciplina". O ex-presidente do banco Valdery Frota de Albuquerque também foi responsabilizado.

Pressões

Por entender que a comissão de sindicância poupou outros envolvidos, inclusive o presidente do banco, o ex-gerente preparou um relatório de 42 páginas em que revela outras irregularidades e as pressões que recebeu do Palácio dos Bandeirantes. "Houve atendimentos a solicitações de patrocínio e mídia, de deputados estaduais da base aliada, nas ocasiões de votação de projetos importantes para o governo do Estado", afirma Castro Júnior nessa peça.

O ex-gerente explicitou: "Por ser um órgão do governo do Estado, a pressão de cunho político para liberação de anúncios, verbas para eventos e patrocínios sempre foi muito forte. Fosse através da Secretaria da Comunicação, diretamente por deputados, vereadores, secretarias de Estado, do gabinete do governador, para atendimentos de natureza política, para sustentação da base política do governo do Estado".

Há suspeitas de que o esquema envolve outras empresas do Estado. Consultadas, Sabesp, Prodesp, CDHU e Dersa não responderam questionário da Folha.

O direcionamento da publicidade pelo Palácio dos Bandeirantes veio à tona com a quebra de sigilo da correspondência (e-mails) de Castro Júnior, autorizada pela direção do banco nas investigações.

Essa troca de mensagens indica que as determinações para a veiculação de interesse dos tucanos partiram do assessor especial de Comunicação do governo do Estado, jornalista Roger Ferreira.

Ele atuou nas equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Foi chefe da Assessoria de Comunicação da Caixa Econômica Federal, entre 1999 e 2002, na gestão de Valdery Frota de Albuquerque, que o levou para assessorá-lo na Nossa Caixa.

Jornada dupla

Antes de trabalhar com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, Ferreira foi assessor da presidência da Nossa Caixa, entre março e outubro de 2003. Recebia R$ 17 mil mensais, salário superior ao do presidente do banco. O jornalista foi contratado pela agência Full Jazz, empresa cujos serviços deveria controlar. A agência pagava a Ferreira, que fornecia nota fiscal da RF Produções e Editora Ltda., com sede em São Lourenço da Serra (SP).

A agência cobrava esses "serviços" do banco, com acréscimo de 10% a título de honorários. Trata-se de forma de driblar a legislação que veda a contratação sem licitação de serviços de publicidade e divulgação.

Segundo Castro Júnior, "a partir de sua contratação, o sr. Roger Ferreira passou a manter estreito relacionamento com as duas agências de propaganda, por ordem da presidência, coordenando as ações de marketing, notadamente aquelas pertinentes a campanhas e anúncios na mídia".

"Ele não poderia jamais ser contratado pela agência. Houve uma ilegalidade", diz o advogado Toshio Mukai, especialista em contratos e licitações públicas. Com a saída de Ferreira, Monteiro determinou a contratação da jornalista Shirley Emerich, para substituí-lo, no mesmo esquema da Full Jazz e o mesmo salário. Ela deixou a Nossa Caixa em julho de 2005, com o rompimento do contrato com a agência. Castro Júnior diz que não havia rubricas contábeis específicas para os pagamentos mensais dessas contratações.
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spink
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26/03/2006 - 09h15
Governo de SP e banco negam favorecimento


da Folha de S.Paulo

"É absolutamente falso que os gastos em comunicação do Governo do Estado de São Paulo obedeçam a quaisquer critérios que não sejam os técnicos", afirmou Roger Ferreira, assessor especial de comunicação do governo Geraldo Alckmin. "O dinheiro é pouco e é usado tecnicamente."

O banco "possui autonomia para realizar a sua comunicação da maneira que considerar mais adequada", e o governo "não faz interferências nessas ações e não interfere nas ações de comunicação de outras estatais", disse.

O secretário disse que a sindicância concluiu "não haver despesas não-justificadas nem acima dos padrões nos serviços de comunicação". Sobre a contratação dele pelo banco, disse que "o porte da instituição justifica a contratação de uma assessoria de imprensa profissional, feita de forma inteiramente legal".

A Nossa Caixa informou a Ferreira que os veículos citados pela Folha receberam apenas 1% do total de gastos de comunicação do banco, que no período fez veiculações em mais de 500 veículos.

"Pobreza enorme"

O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, disse que não consegue "ver direcionamento político na veiculação de anúncios de R$ 200 mil e poucos", diante dos R$ 18 milhões que o banco gastou em publicidade no período sob investigação. "Dizer que é direcionamento político é de uma pobreza enorme."

Monteiro afirmou que quem decide a propaganda é a Nossa Caixa. Sobre o pagamento antecipado ao evento no Credicard Hall, disse que "se não pagar metade antes, não tem show". "É diferente de prestação de serviços."

Sobre a contratação de Roger Ferreira, na gestão anterior, disse que essa prática é comum: "Assessoria parlamentar e assessoria de imprensa são contratadas por notória especialização. Esse especialista não entende de licitação".

"O governador não mistura as situações. Não tinha negócios comigo, não dá nada para deputados", disse Wagner Salustiano (PSDB). "Não tenho publicidade do governo há mais de um ano. Quem procurou a revista foi a agência de publicidade do governo, da Caixa. (...) Não tenho culpa se a Caixa e as agências de publicidade estavam com problemas, usando verbas indevidas."

"A revista é bem conceituada, recebeu prêmio. Vendia para o governo pelo preço que vendia para a iniciativa privada", disse.

Rui Nogueira, diretor de redação da "Primeira Leitura", negou favorecimento. "A revista, de circulação nacional, 25.000 exemplares, teve durante algum tempo anúncios da Nossa Caixa, de página dupla, recebidos e pagos, como todas as outras publicidades. E ponto final", afirmou.

"Não me parece que a Nossa Caixa anunciou na revista porque ela é tucana. Então, o Santander e o governo de Pernambuco também anunciaram porque é tucana", afirmou Nogueira.

Questionado se o pedido para a veiculação partiu de Roger Ferreira, explicou que o procedimento foi feito pela gerência comercial da revista. "A gente tem um gerente comercial, esse gerente faz o serviço de procura de anúncios."

A assessoria do deputado Vaz de Lima (PSDB) afirmou que não existe um "Jornal D'Hoje" em Araçatuba, como citado na correspondência, mas em São José do Rio Preto, e que acha "difícil" ter havido favorecimento.

O deputado Afanázio Jazadji (PFL) confirmou que a Nossa Caixa veiculou "pouca coisa" na Radional, com nota fiscal por meio da Full Jazz. Ele disse que o banco, a Sabesp e a Secretaria de Educação veicularam anúncios na rádio, "coisa esporádica".

"O que o governo bancava foi algo tão diminuto", completou. "Não sei de cabeça quanto foi veiculado, mas informei ao Ministério Público, não tenho que esconder nada."

Para Afanázio, "é óbvio" que o governo Alckmin orientava a publicidade da Nossa Caixa. Ele disse que a gestão cortou os anúncios em seu programa pouco antes da eleição do deputado Rodrigo Garcia (PFL), presidente da Assembléia Legislativa, como forma de retaliação, já que não votou em Edson Aparecido (PSDB).

"Cortou porque eu não ia votar no candidato dele. Uma forma que ele tinha, como "olha, não vou mais anunciar no seu programa, não vou liberar mais isso", um tipo de uma chantagem. "Vota no meu candidato que eu libero verbas", prometeram mil e uma coisas, não diretamente ele [Alckmin], mas seus secretários, inclusive o pessoal que cuidava de publicidade", disse o deputado.

Quanto ao e-mail em que Saint'Clair Vasconcelos diz que precisava "acalmar o deputado", o pefelista disse desconhecer do que se trata. "Esquisito isso. Acalmar seria o quê? Votos? Eu jamais negocio votos, isso é loucura", diz.

O deputado estadual Geraldo "Bispo Gê" Tenuta (PFL) negou que tenham sido veiculados anúncios da Nossa Caixa ou de qualquer outra estatal na Rede Gospel e afirmou nunca ter ouvido falar da agência Full Jazz. "O pior de tudo é que é uma denúncia anônima, que está querendo denegrir a minha imagem."

João Monteiro Neto, diretor da Rede Vida, negou favorecimento ao canal e disse que era "desafeto" do candidato tucano à Prefeitura de Barretos em 2004, Antonio Cesar Gontijo de Abreu. "Gontijo andava muito irritado com as nossas organizações", disse.

"A verba do governo do Estado na Rede Vida é ridícula", afirmou Monteiro Neto. "Ficamos profundamente chateados com o valor que o governo dispõe, especialmente a Nossa Caixa", que, segundo ele, investe mais em outras emissoras e "não pôs um centavo" na Rede Vida em 2005.

Oscar Colucci afirmou que "o banco nunca pediu para fazer publicação em jornal ou revista de ninguém". "A Colucci fazia mídia altamente profissional, técnica. Se o jornal era de um padeiro ou de um político, a diferença é nenhuma." Colucci disse que não recebeu pedidos da Casa Civil.

Lárcio Benedetti, da Articultura, disse que a empresa foi procurada pelo banco para planejar uma diretriz de patrocínio, área em que é especializada. "O trabalho foi aprovado, mas pouco antes de finalizado, o banco informou que, por questões administrativas, não daria seqüência ao projeto."

Saint'Clair de Vasconcelos, da Contexto, e Maria Christina de Carvalho Pinto, da Full Jazz, não se manifestaram. O deputado Edson Ferrarini (PTB), o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros e a organização do Troféu Talento de Música Cristã não responderam aos recados deixados pela Folha até o início da noite de sexta-feira.
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zencem
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penna escreveu:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u76959.shtml



26/03/2006 - 09h15
Governo de SP e banco negam favorecimento


***


Não acreditem nas justificativas do Picolé de chuchú.

Sugiro aos Petistas proporem o seguinte acordo com o Alkmin:

Quebrar os sigilos bancários e telefônicos dele, ou de algum de seus laranjas envolvidos no caso.

Como parte do acordo, o PT permitiria a mesma quebra de sigilo do cidadão Paulo Okamoto, para investigar as caridades que ele fez ao seu amigo bravateiro Lula da Silva.

Seria uma troca justa e o povo ficaria muito grato pelo show de transparência.



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spink
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Ministério Público vai investigar denúncias contra Alckmin
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FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online

A administração do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) virou alvo de várias investigações dentro do Ministério Público de São Paulo. Cinco delas foram iniciadas nesta segunda-feira. Alckmin deixou o governo na semana passada para disputar a Presidência da República.

Segundo o Ministério Público, dois dos procedimentos preparatórios para investigação envolvem diretamente Alckmin e estão sendo apurados pelo gabinete do Procurador-Geral de Justiça, Rodrigo César Rebello Pinho --que tem a prerrogativa de investigar atos administrativos de governadores e ex-governadores.

Entre as investigações está a suposta irregularidade na doação de 400 peças do estilista Rogério Figueiredo para Lu Alckmin. O Ministério Público também quer saber se houve irregularidade no patrocínio institucional de R$ 60 mil da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) para a revista Ch'an Tao, da Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, presidida pelo médico Jou Eel Jia, acupunturista de Alckmin.

Outra investigação apura a suposta aquisição em duplicidade por parte da Nossa Caixa de 500 fornos a gás --por R$ 400 mil-- para doação ao programa das padarias artesanais que Lu Alckmin criou ao presidir o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.

Por fim, os promotores também investigam um contrato para informatização da Nossa Caixa.

A investigação que envolve a verba publicitária da Nossa Caixa foi iniciada na última quinta-feira. As demais foram abertas hoje.

Na Promotoria da Justiça e Cidadania, o promotor Sérgio Turra Sobrane preside os processos investigatórios sobre a verba publicitária da Nossa Caixa e os vestidos de Lu Alckmin. A revista Ch'an Tao é investigada pela promotora Andréa Chiaratti. Os demais ainda não foram definidos. No gabinete, os inquéritos são presididos por Pinho.
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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil ... 200620.htm


Ministério Público classifica despesa como "irregular" e quer saber como o projeto foi aprovado

Nossa Caixa gastou R$ 1 mi em álbum sobre São Paulo

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Nossa Caixa gastou cerca de R$ 1 milhão para produzir um álbum comemorativo dos 450 anos de São Paulo, em 2004, e R$ 1,6 milhão para campanha e anúncios em rádio e TV associando o banco ao aniversário da cidade.
Esses gastos são questionados nos autos da investigação sobre publicidade e patrocínios da Nossa Caixa, no Ministério Público. Há dúvidas sobre compatibilidade dos preços, aprovação do projeto e autorização das despesas.
O projeto envolveu a produção de um álbum com o trabalho de 45 dos melhores fotógrafos brasileiros. Vindos de vários Estados, eles foram convidados para fotografar a cidade em 24 horas no dia do aniversário de São Paulo.
Hospedados em um hotel da capital, com todas as despesas pagas, eles receberam, segundo os organizadores, "cachê simbólico". O projeto incluiu um seminário com historiadores e uma exposição permanente de fotos.
No depoimento à comissão de sindicância da Nossa Caixa, em julho do ano passado, o ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior disse que os "grandes patrocínios" do banco -como o Projeto SP-450- "eram todos coordenados" por Roger Ferreira, então assessor da presidência da Nossa Caixa, na gestão de Valdery Frota de Albuquerque, em 2003.
Há, nos autos, a autorização do gerente de marketing para a criação da logomarca do Projeto-450, no valor de apenas R$ 22,5 mil. Castro Júnior diz que o projeto completo foi desenvolvido por ordem expressa de Ferreira.
O jornalista assessorou a presidência do banco antes de assumir a assessoria especial de Comunicação do governo Geraldo Alckmin. Ferreira foi exonerado, a pedido, no último dia 27, depois da reportagem da Folha revelando o direcionamento de recursos da Nossa Caixa para veículos indicados ou mantidos por deputados estaduais da base aliada.
Entre 88 e 93, Ferreira trabalhou na Folha como repórter e redator. Foi colunista político do jornal "Folha da Tarde", entre 93 e 95.
Castro Júnior disse que o Projeto SP-450 "foi aprovado em reunião da diretoria executiva, em evento na cidade de Embu" e que "não houve a participação das agências de propaganda".
O livro de fotografias sobre São Paulo foi encomendado à Divulgadora Bueno & Bueno, do Rio Grande do Sul, dos irmãos Fernando e Eduardo Bueno. Eles são sócios na "Buenas Idéias", firma que também prestara serviços à Caixa Econômica Federal, na gestão de Valdery, quando Roger Ferreira chefiava a assessoria de comunicação do órgão federal.
"O convite foi feito diretamente a mim por Valdery Albuquerque, então presidente Nossa Caixa. Eu o havia conhecido quando fiz o livro sobre a outra Caixa, a Federal", diz Eduardo Bueno.
Castro Júnior disse à comissão de sindicância que, depois da aprovação do projeto, em Embu, "passou a racionalizar e negociar as fases do projeto diretamente com a empresa contratada, conseguindo modificar e reduzir vários custos". Segundo ele, inicialmente previsto para custar R$ 1,5 milhão, o custo final ficou em R$ 800 mil. O banco informou que o preço final ficou em R$ 917 mil.
Nos documentos no Ministério Público, o Projeto-450 é um dos itens nas despesas enquadradas como "irregulares": ou seja, pagamento de valores sem autorização da autoridade competente.
Foram analisados 278 protocolos, no total de R$ 25,3 milhões. Os auditores do banco não teriam encontrado nos arquivos do departamento de marketing "expedientes" que totalizam R$ 5,1 milhões, entre os quais o projeto do aniversário de São Paulo.
Relatório nos autos registra que, no caso dos anúncios de rádio e TV e da campanha dos 450 anos de São Paulo, "não existe memorando autorizando as despesas".
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

Trancado