Sobre a confirmação empírica

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o pensador
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Mensagem por o pensador »

Fernando escreveu:
Najma escreveu:
Fernando escreveu: Pow eu estou falando na maior cara de pau que Deus existe e que quanquer tentativa de pensá-lo como inexistente é uma falsidade, e de quebra ainda refutando o Sagan e a galera ainda não veio me malhar?

O RV já não é mais o mesmo...


É que eu venho ignorando VOCÊ... mas já que você pediu, fecho com o que o Gilga falou... :emoticon16: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Sinto muito, mas quando eu me referi "a galera" estava falando de alguém. Coisa que pra mim vc não é.


Pô cara..vc nâo precisava xingar a Najma..pisou na jaca..

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Ateu Tímido
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Ateu Tímido »

Acauan escreveu:
Fernando escreveu:
Najma escreveu:Eu acho engraçado uma coisa... o fato dos "filósofos" do RV serem tão carne de ferida. Ninguém pode dizer que eles floreiam muito as coisas a ponto de torná-las ininteligíveis para si próprios (OU não veríamos casos de um deles ir contra os princípios éticos a bel prazer enquanto aponta os "erros" alheios...) senão eles já ficam com raivinha e passam a agir feito menininhas birrentas... "Vou ignorá-la", "Ignore-me"... Infantilidade extrema. :emoticon14:

O fato é que o estudo da filosofia deveria ser algo capaz de aumentar a capacidade argumentativa de alguém e não reduzi-la a um número beirando o infinito de linhas em um texto incapazes de explicarem a idéia central de uma tese, uma vez que a incapacidade de ser objetivo e direto é um problema e não uma qualidade nem de deixar o suposto estudioso tão melindrado a ponto de ser incapaz de reconhecer quando fala bobagens sob os auspícios de citações de orelhas de livros... :emoticon14:

É um caso sério...


[Apagado pela moderação. (Acauan)]


Suspenso.


Já foi tarde...

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Gilghamesh
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Gilghamesh »

Ateu Tímido escreveu:
Acauan escreveu:
Fernando escreveu:
Najma escreveu:Eu acho engraçado uma coisa... o fato dos "filósofos" do RV serem tão carne de ferida. Ninguém pode dizer que eles floreiam muito as coisas a ponto de torná-las ininteligíveis para si próprios (OU não veríamos casos de um deles ir contra os princípios éticos a bel prazer enquanto aponta os "erros" alheios...) senão eles já ficam com raivinha e passam a agir feito menininhas birrentas... "Vou ignorá-la", "Ignore-me"... Infantilidade extrema. :emoticon14:

O fato é que o estudo da filosofia deveria ser algo capaz de aumentar a capacidade argumentativa de alguém e não reduzi-la a um número beirando o infinito de linhas em um texto incapazes de explicarem a idéia central de uma tese, uma vez que a incapacidade de ser objetivo e direto é um problema e não uma qualidade nem de deixar o suposto estudioso tão melindrado a ponto de ser incapaz de reconhecer quando fala bobagens sob os auspícios de citações de orelhas de livros... :emoticon14:

É um caso sério...


[Apagado pela moderação. (Acauan)]


Suspenso.


Já foi tarde...


Ei Ateu Tímido! :emoticon16:

Vc não entendeu a tática do Fefê! :emoticon12:

Quando ele se viu totalmente encurralado e sem saida, optou por imolar-se, atacando vergonhosamente um forista na vã tentativa de ver este tópico ir direto para o esquecimento. :emoticon12:

Mas, estou ressucitando ele prá todo mundo ver! :emoticon12:
Eu Sou Gilghamesh!
Versão: 5.1 última versão!!!! :emoticon81:
.
:emoticon81: :emoticon81: :emoticon81: :emoticon81: :emoticon81: :emoticon81:
O Mundo só será feliz à partir do dia em que enforcarmos o último político, usando como corda, as tripas do último lider religioso e cremarmos seus corpos utilizando como combustível, seus podres livros sagrados!
.
:emoticon81: :emoticon81: :emoticon81:

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Fernando
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Fernando »

Gil,

Depois de vc ter aproveitado que eu não poderia lhe responder, estou aqui novamente para mostrar que não tinha nenhuma intenção de fugir.

Antes de mais nada, creio que precise esclarecer uma ocasião da qual vc vive falando que colocou os meus argumentos no ralo e me fez sair com o rabinho entre as pernas.

Pelo que eu me lembro discutíamos sobre livre-arbítrio. Vc definia o livre-arbítrio como escolha completamente livre. A minha resposta foi que a minha definição era diferente, e por isso não estaríamos a falar da mesma coisa. Eu disse sim que iria estudar mais sobre o assunto, não pq me senti derrubado por vc, mas pq queria ler os escritores de tradição cristã pra ver se o que ELES chamavam de livre-arbítrio tinha alguma coisa a ver com o que VC chamava.

O que quer dizer que de forma alguma vc me refutou. E de forma alguma me deixou sem saída. Apenas não quis continuar discutindo pq simplesmente não estávamos falando da mesma coisa. Se vc quer continuar se enganando e dizendo que fez meus argumentos irem pelo ralo tudo bem, eu não me importo.


Partindo dessa premissa, então, quando o ser humano ainda não tinha a capacidade de pensar como nós hoje possuímos, e éramos simples animais ainda nos degraus iniciais da evolução, deus não existia!


Não. Não estou dizendo que a existência de Deus depende do nosso pensamento. Estou dizendo que uma vez que percebemos que Deus existe pela força de sua definição, não podemos fingir que ele não existe.

Por exemplo, quando duvido da minha existência me apercebo enquanto um ser pensante. Não é o ato de pensar que garante a existência, afinal, pedras não pensam mas existem, mas a percepção de que eu seja algo pensante enquanto duvido da minha existência. Nesta experiência eu sou mostrado pra mim mesmo como existente.

Da mesma forma quando entendemos que um ser cuja essência envolve a existência existe não fazemos existir uma coisa que não existia antes. Apenas percebemos que existe algo cuja essência é existir.


Vc parte da premissa do raciocínio, da elaboração consciente do pensamento, mas esquece que o ser humano, levou milhares de anos para atingir esse estágio evolutivo, onde o mesmo é capaz de formular questões existenciais.

Partindo dessa premissa, então, quando o ser humano ainda não tinha a capacidade de pensar como nós hoje possuímos, e éramos simples animais ainda nos degraus iniciais da evolução, deus não existia!


Não. Eu não disse que Deus existe pq nós pensamos. Se nós não pensássemos nunca poderíamos ter certeza da existência de Deus ou mesmo de sua inexistência. Mas justamente pq pensamos podemos ter certeza da sua existência.

Esquece, que independente do ser humano existir, tudo o mais que pertence à realidade, existe sem a necessidade de um observador. Humano. emoticon12

Se amanhã, uma hecatombe riscar do mapa sideral nosso planeta, o universo continuará EXISTINDO.

Da forma que vc colocou sua tese, então, se o homem deixa de existir, deus também se evapora, pois depende do que o ser humano pensante tem da percepção do sentimento.


Eu não esqueci isso. Muito pelo contrário, eu defendo justamente isso quando digo que quando percebemos que um ser cuja essência é existir existe nescessáriamente. Mesmo se deixássemos de existur ele continuaria existindo.

Agora, o mais hilário é que vc não quer perceber isso, e usa uma premissa pouco criativa, apresentando Copérnico, como uma resposta válida NA VÃ TENTATIVA DE DESMONTAR MINHA REFUTAÇÃO. emoticon12

Copérnico existindo ou não, racionalizando ou não, sentindo ou não, pensando ou não, de maneira nenhuma afeta a realidade, o universo continua a existir, independente dele ter existido ou não.

Eu concordo que exista uma realidade independente do nosso pensamento. O problema é que da forma como vc coloca, parece que nada do que pensamos interfere no que conhecemos como parte própria desta realidade.

Tudo bem dizer que o universo não mudou quando Copérnico fez suas descobertas. O grande problema, ao meu ver, é dar a entender que o nosso conhecimento do universo tal como ele é hoje não dependa em absolutamente das TEORIAS copernicanas.
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Fernando
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Fernando »

Vamos lá, Gil. Agora eu estou aqui, agora vc pode falar coisas e eu me defender.
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Flavio Costa
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Flavio Costa »

Fernando escreveu:Vamos lá, Gil. Agora eu estou aqui, agora vc pode falar coisas e eu me defender.

Ele é que não tem frequentado muito este ambiente.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
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salgueiro
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por salgueiro »

Fernando escreveu:Vamos lá, Gil. Agora eu estou aqui, agora vc pode falar coisas e eu me defender.


Ele está no período de férias do RV

Bjs


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Fernando
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Fernando »

Alguém tem o e-mail dele?
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Fernando
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Fernando »

Bom, e o tema continua aberto. Ainda estou disposto a defender não apenas que o método da verificação empírica não é o único, como que não é o melhor. Ninguém se habilita?
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Jack Torrance
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Jack Torrance »

Fernando escreveu: Alguém tem o e-mail dele?


Mande uma MP. Quando fizer isso irá para o e-mail dele uma mensagem de que alguém lhe enviou uma MP.
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Flavio Costa
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Flavio Costa »

Pronto, já li os argumentos e pulei as ofensas.

Para fazer um resumo de suas idéias e confirmar meu entendimento, o que você propõe é:

1) Deus é a totalidade das coisas, existentes ou reais, totalidade esta que podemos identificar com o universo.

2) Você declara não ser panteísta, pois o universo não deve ser adorado.

3) O Deus que você propõe (seguindo Espinoza) não é infinitamente bom, nem infinitamente justo, nem qualquer outra antropomorfização, ele é apenas a totalidade infinita.

4) A existência de Deus não pode ser provada ou desmentida pela validação empírica (em outras palavras, Deus não é objeto de estudo científico).

5) Sua principal tese é que o conhecimento científico (validação empírica) é inferior à experiência intelectual, pois apenas esta última possibilita chegarmos a alguma certeza.

Minha argumentação se dará bastante em torno do questionamento da sua noção de estímulo sensorial, aguardo a confirmação dos pontos que eu expus acima para evitar que eu cometa a falácia do espantalho.
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Fernando
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Mensagem por Fernando »

Olá, Flávio!

Não tinha visto sua resposta.


Flavio Costa escreveu: 1) Deus é a totalidade das coisas, existentes ou reais, totalidade esta que podemos identificar com o universo.


Na verdade eu estava conversando com o Acauan num outro tópico e ele fez eu perceber uma coisa. O universo não é Deus, pois Deus é infinitamente infinito. Já o universo, pelo que sabemos, é finito.

Flavio Costa escreveu: 2) Você declara não ser panteísta, pois o universo não deve ser adorado.


Sim. Isso seguindo a tese espinosana.

Flavio Costa escreveu: 3) O Deus que você propõe (seguindo Espinoza) não é infinitamente bom, nem infinitamente justo, nem qualquer outra antropomorfização, ele é apenas a totalidade infinita.


Pois é. Isso pode aparecer como um problema. Pois na medida que falamos de um ser infinitamente infinito, todos os atributos positivos deveriam ser-lhe presentes. Leibniz, por exemplo, dizia que qualquer atributo positivo que falemos é pertencente a Deus. Daí poderia vir a acusação de que a negação destes atributos seria uma limitação de Deus, e que este Deus não é infinitamente infinito, tal como é definido.

Eu confesso que não sei como Espinosa sairia dessa. Pois lembro de ter lido em textos dele que ele nega estas coisas que ele chama de antropomorfização, mas não lembro de nenhuma outra passagem de algum texto onde ele trate desta consequência que mensionei. (Eu não sou leitor da Etica por isso esta falha muito provavelmente é falta de conhecimento meu mesmo)

Talvez a solução do problema pudesse ser encontrada no estudo dos modos de conhecimento. Eles são basicamente imaginação, razão e intelecto. Falar sobre os modos de conhecimento já é um pepino enorme, mas eu vou resumi-los aqui de uma forma bem sucinta, tentando deixar de lado toda problemática apurada pelos comentadores. O intelecto sempre percebe coisas concretas, reais e existentes ou por sua própria essência, ou pela sua causa próxima. Por exemplo, percebo que um ser cuja essência envolve a existência existe, ou quando percebo a união entre alma e corpo a partir do conhecimento de que a alma é a idéia do corpo, e, assim sendo, tudo que acontece a um, acontece tb no outro. A razão sempre nos dá hipóteses universais. Por isso mesmo todo conhecimento racional é necessário, porém hipotético, e vai do efeito para a causa. Por exemplo quando sei que a minha alma está unida ao meu corpo pq quando meu corpo é afetado é a minha alma quem sente e não a de nenhum outro. Ou então quando, pelo conhecimento da essência da visão e das leis da óptica sei que o sol é menor do que parece e também sua medida exata. Pela razão sempre temos um conhecimento parcial e mutilado. Através dela podemos conhecer as coisas de uma forma incompleta. Por exemplo, quando sei que a água é boa para apagar o fogo pq sempre que joguei água no fogo, este se extinguiu. Sei isso não por necessidade, mas apenas pq me faltaram exemplos contrários. Ou então quando seu a data do meu nascimento. Sei isso por ouvir dizer, e, assim sendo, a prórpia coisa da qual falo é substiruída por um um sinal. Por isso posso estar sendo enganado quando conheço pela imaginação. Mas tb posso estar acertando. Pode ser que a minha data de nascimento seja de fato aquela, e que a água sera realmente boa para apagar o fogo.

Pois bem. Mas a imaginação tb pode criar idéias fictícias. Tal como a idéia de pégaso ou de minotauro. Desta forma ela tb pode criar atributos imaginários para Deus. Talvez daí venha a idéia de que se alegar que Deus é infinitamente justo seja uma antromorfização. Pois simplesmente se pegam atributos finitos imaginando-os como infinitos. Desta forma não se poderia negar a infinitude de Deus, pois tais atrubutos não seriam concretos, mas meramente imaginários, tais como o pégaso e o minotauro o são.


Flavio Costa escreveu: 4) A existência de Deus não pode ser provada ou desmentida pela validação empírica (em outras palavras, Deus não é objeto de estudo científico).


O que quero dizer é que não se pode fazer um experimento de Deus. Assim sendo, não seria possível fazer ciência dele. Mas entendendo aqui ciência extritamente por este fazer experimental da física, da química e da biologia.

O termo era usado por Aristóteles para designar uma opinião racional justificável. Ou seja, falar em ciência era falar em um conhecimento intersubjetivo e que se pode provar com certeza.

Com o passar dos séculos este termo foi se modificando frente ao grande sucesso da física galilelaica. Até que as correntes positivistas surgiram dizendo que o único conhecimento que poderia ser chamado de ciência era a física, e que toda a metafísica deveria ser banida (o engraçado é que tiveram que fazer uma metafísica, irresponsável diga-se de passagem, para t entar concretizar este projeto).

Daí se vem esta idéia muito presente no RV de que ciência é apenas o conhecimento da física e das ciências experimentais. E entendido esta forma, não existe ciência de Deus, pois ele não pode ser verificado de forma imediata atravez da experiência.

Mais tarde Popper mostrou que o método experimental fazia com que o nosso conhecimento da natureza nunca fosse certo. Mas no entanto o termo continuou sendo usado.

No sentido que é anterior, é possível fazer uma ciência de Deus. Aliás, a rigor, são DUAS ciências, a teologia e a metafísica, que podem coincidir em muitos pontos. Agora se formos entender por ciência o que é passível de experimento, aí não será possível fazer ciência de Deus.

Mas isso gera um problema. Pois de certa forma quanto mais conhecemos a natureza, mais conhecemos a Deus e a nós mesmos. Pois de certa forma Deus está diretamente ligado com a natureza. Toda natureza existe nele. E por isso toda ela é ele. Desta forma descobrir como a natureza funciona é conhecer Deus. Levando estas coisas em consideração poderíamos dizer que sempre que fazemos um experimento, experimentamos Deus. Mas estes experimentos não nos mostram de forma imediata Deus. Para tal, é necessária toda uma metafísica.


Flavio Costa escreveu: 5) Sua principal tese é que o conhecimento científico (validação empírica) é inferior à experiência intelectual, pois apenas esta última possibilita chegarmos a alguma certeza.


A idéia que quero defender é: 1) existe um tipo de conhecimento diferente do conhecimento experimental; 2) este tipo de conhecimento é mais perfeito pois nos faz conhecer as coisas com clareza e distinção, e, por isso mesmo, com certeza; 3) ele é melhor que o conhecimento experimental, pois este obriga a conhecer a realidade hipoteticamente, enquanto aquele nos faz conhecer a coisa em sua totalidade.

Tudo isso com o intuito de questionar autores como Carl Sagan e seus discípulos quando dizem que a ciência é falha, mas é a única forma de conhecimento que temos. E sempre que criticamos este caráter falho da ciência nos pedem que mostremos outro conhecimento melhor que o aceitarão.

Também tenho o intuito de debater este orgulho que muitos foristas tem pela ciência ser um conhecimento que pode ser sempre corrigido, por oposição a um conhecimento dogmático. Pois eles acham que qualquer verdade absoluta é um dogma. E que por isso devem se orgulhar da falibilidade da ciência.

Tudo bem, reconhecer seus erros é uma virtude. Dizer que seus erros fazem dela o melhor modo de conhecimento justamente por fazer dela falha é uma estravagância. Pois é à verdade absoluta que a ciência almeja, porém nunca consegue alcançar. Dizer que um projeto que é falido desde o seu começo é o melhor justamente por ser falido é um orgulho que eu não consigo entender. E que só pode ser enunciado, ao meu ver, mediante a ignorância de sua própria história.
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{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

Fernando:

Neste texto não estou usando a palavra verificação no sentido positivista, ou seja, no sentido de que a experiência pode provar uma teoria científica, mas num sentido mais amplo no qual mesmo o falseamento entraria, que é a idéia de que o conhecimento verdadeiro deve passar pelo crivo da experiência.

E o que seria o conhecimento verdadeiro? A ciência é empirica, procura o como e não o porquê ou a coisa em si. Perguntas inefáveis como o sentido disto tudo, o que é ser um electron, ou qual a sensação que a joana tem ao ver a cor azul, não são feitas pela ciência. A ciência tem um lado pragmático. Se uma explicação funciona e faz boas previsões... então continua a ser aceite... até que alguma experiência ou observação (lado empirico em ação) ponha a explicação em causa. Depois parte-se para outra. Sem dramas ou obceções com a verdade.

{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

Fernando:

A partir disso, também percebi que é muito comum entre os ateus o discurso de que Deus não existe em virtude da impossibilidade de se fazer alguma experiência dele.

O meu argumento é este. Deus é um sujeito e não um fenomeno repetitivo e objetivo. Não se podem criar experiências reprodutiveis que mostrem sempre os mesmos resultados quando se trata de coisas como deuses. Que experiência seria feita? Que métodos se usariam? Quando uma equipa independente repetisse a experiência obteria os mesmos resultados? Só se Deus não fosse um sujeito mas um objeto...

{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

Fernado:

O problema deste contra argumento é que por mais não percebamos imediatamente o átomo, sabemos que ele existe pois existem efeitos que podem ser constatados empiricamente que só são explicados a partir da existência deste. Ou seja, embora não exista uma confirmação empírica da própria coisa, sabemos que tal coisa existe a partir dos seus efeitos. Já Deus não mostra efeitos tão objetivos. O único efeito que ele mostra, segundo muitos destes teístas, é subjetivo e completamente pessoal, e, portanto, não pode ser compartilhado com mais ninguém.

Eu também acho o argumento de Sagan fracote. Para mim Deus é algo que tem a ver com algo de muito concreto. É uma explicação para o porquê de haver design ou para explicar porque razão existem tantos parametros na natureza que se fossem ligeiramente diferentes não permitiriam que o universo tivesse estrutura (quanto mais vida). Podemos ver nisto tudo uma escolha consciente. Ou então podemos dizer que há um multiverso. Até esta questão ser resolvida (por exemplo, encontrando outros universo), a ideia de um criador não pode ser descartada como fantasia.

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Johnny
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Johnny »

Tem muito gay aqui. E cada vez chega mais...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

Vai se fuder Johnny... :emoticon12:

{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

E pára de beber tanta capirosca... isso é coisa de gay que quer esquecer que é gay... :emoticon12:

{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

A propósito... uma pessoa já não pode dizer o que pensa sem que apareça um gay bebado a chamar de gay quem é é articulado? Pelos vistos devo sentir vergonha pela minha genialidade e conhecimento multifacetado. Estás enganado Johnny. Não sinto vergonha. Não adiantas vires com merdas comigo... :emoticon12:

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Flavio Costa
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Flavio Costa »

{por nome aqui} escreveu:Eu também acho o argumento de Sagan fracote. Para mim Deus é algo que tem a ver com algo de muito concreto. É uma explicação para o porquê de haver design ou para explicar porque razão existem tantos parametros na natureza que se fossem ligeiramente diferentes não permitiriam que o universo tivesse estrutura (quanto mais vida). Podemos ver nisto tudo uma escolha consciente. Ou então podemos dizer que há um multiverso. Até esta questão ser resolvida (por exemplo, encontrando outros universo), a ideia de um criador não pode ser descartada como fantasia.

Apesar que escreves de forma parecida com o Miguel, tuas idéias estão demasiado ingênuas neste tópico. Deve ser outra pessoa.
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- Luis Inácio, 20/10/2006

{por nome aqui}
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

Eu sou sempre outra pessoa...
E apesar de ingénuo... não és capaz de refutar o que disse. Atreve-te... :emoticon12:

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Flavio Costa
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Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Flavio Costa »

Existe vida na Terra e não existe nos milhares de outros planetas que conhecemos.

A raridade da vida é compatível com a dificuldade em reunir as condições em que ela pode acontecer, não há nada de extraordinário nisso. Seria extraordinário se ela ocorresse por toda parte, mas é justamente o contrário disso, e enquanto isso o universo está cheio de planetas inúteis que nunca serão vistos por qualquer ser inteligente. Então porque eles teriam sido criados?
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{por nome aqui}
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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por {por nome aqui} »

Flavio Costa escreveu:Existe vida na Terra e não existe nos milhares de outros planetas que conhecemos.

A raridade da vida é compatível com a dificuldade em reunir as condições em que ela pode acontecer, não há nada de extraordinário nisso. Seria extraordinário se ela ocorresse por toda parte, mas é justamente o contrário disso, e enquanto isso o universo está cheio de planetas inúteis que nunca serão vistos por qualquer ser inteligente. Então porque eles teriam sido criados?


E os 6 números cósmicos de Martin Rees? Para justificar as coincidências de ajustamento que levam a que haja estrutura no universo tens de encontrar algo semelhante a um sem número de universos (é a lógica da tua analogia dos muitos planetas). Foi o que eu quis dizer quando falei em resolver a questão. Até lá não sabes se houve uma escolha ou se temos muitos universos. O que eu formulei foi o principio antrópico fraco...

{por nome aqui}
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Mensagem por {por nome aqui} »

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Just six numbers govern the shape, size, and texture of our universe. If their values were only fractionally different, we would not exist: nor, in many cases, would matter have had a chance to form. If the numbers that govern our universe were elegant--1, say, or pi, or the Golden Mean--we would simply shrug and say that the universe was an elegant mathematical puzzle. But the numbers Martin Rees discusses are far from tidy. Was the universe "tweaked" or is it one of many universes, all run by slightly different, but equally messy, rules? This is familiar ground, though rarely so comprehensively explored. What makes Rees's book exceptional is his conviction that cosmology is as materialistic and as conceptually simple as any of the earth sciences. Indeed, cosmology is simpler in one important respect: once the starting point is specified, the outcome is in broad terms predictable. All large patches of the universe that start off the same way end up statistically similar. In contrast, if the Earth's history were re-run, it could end up with a quite different biosphere. Rees demonstrates how the cosmos is full of "fossils" from which we can deduce how our universe developed as surely as we infer the earth's past from the relics found in sedimentary rocks. Rees's theme is nothing less than the colossal richness of the universe. It is an ambitious book, but if anything, it deserves to be longer. --Simon Ings, Amazon.co.uk

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Re: Re.: Sobre a confirmação empírica

Mensagem por Flavio Costa »

{por nome aqui} escreveu:E os 6 números cósmicos de Martin Rees? Para justificar as coincidências de ajustamento que levam a que haja estrutura no universo tens de encontrar algo semelhante a um sem número de universos (é a lógica da tua analogia dos muitos planetas). Foi o que eu quis dizer quando falei em resolver a questão. Até lá não sabes se houve uma escolha ou se temos muitos universos. O que eu formulei foi o principio antrópico fraco...

Não conheço esses números, mas dos planetas, sabemos como funciona. Do universo (ou, possivelmente, do multiverso) não sabemos, então usar o que não sabemos para "justificar" Deus é o que se chama "Deus das lacunas".

Mesmo supondo que há apenas um universo, a possibilidade de que Deus exista (e por isso as coisas funcionam) ou que não exista (e só sabemos disso porque acabou acontecendo) é de 50% cada uma. Deus só perde terreno nas probabilidades se começarmos a considerar um "Deus moral", que aí envolve outros problemas.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006

Trancado