Sempre encrencamos em um ponto. O do decaimento da partícula sem causa.
Eu já andei trocando figurinhas com alguns físicos. Vou citar o que um físico me escreveu.
"Em MQ temos a possibilidade do aparecimento de partículas, estas por sua fez podem surgir sem uma causa aparente,do "nada", este fenômeno ocorre devido ao princípio de incertza de Heisenberg aplicado ao eletromagnetismo.
Em geral estas partículas possuem a característica de serem partículas virtuais, ou seja, desaparecem antes mesmo de serem detectadas. Mas existem casos em que estas podem ser detectadas.
O nada em MQ está mais ligado ao vácuo quântico, que seria toda a região com total ausencia de matéria. É neste Vácuo Quântico (VQ) que surgem as partículas virtuais.
O VQ possui uma base, o espaço-tempo, que não é nada, mas tambem não podemos definí-lo com palavras, e sim por visões matemáticas.Há quem acredite que o universo tenha surgido do nada mesmo, e que a ergia total dele seja zero. ou seja, seriamos feitos do nada. mas antes dos 10^-32 segundos, nõa podemos afirmar nada com base em conceitos físicos, logo só podemos falar em nada relacionado ao VQ. Como dizia Kant, a verdadeira essência da matéria não podemos conhecer.
É difícil falar em MQ em liguangem não matemática, mas o nada em MQ não é o mesmo nada que temos segundo o senso comum. Não existe um princípio de causalidade tbam, mas falemos disto depois.... "
Então eu desconfio que todos os nossos arranca rabos não passaram de mal entendidos onde usamos um conceito de nada completamente diferente.
O que vc me diz?
Acertando as contas com o Fayman
Acertando as contas com o Fayman
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
Re: Acertando as contas com o Fayman
Fernando escreveu: Sempre encrencamos em um ponto. O do decaimento da partícula sem causa.
Sobre o assunto, em ”O Tecido do Cosmo” Brian Greene dedica uma seção as possibilidades estudadas pelos físicos. Abaixo, reproduzirei algumas partes (que tiver o livro, viu Fay, poderá ver o texto a contar da página 241).
“(...) Não conseguimos evitar o desejo de nos aprofundarmos e entendermos como a mecânica quântica interage com a experiência comum – como ela supera o hiato entre a função de onda e a observação e qual é a realidade subjacente à observação. (...)
Um enfoque, cujas raízes históricas remontam a Heisenberg, é abandonar a visão de que as funções de onda são características objetivas da realidade quântica e vê-las, simplesmente, como uma representação do que conhecemos sobre a realidade. Antes de fazermos uma medição, não sabemos onde está o elétron e, segundo este ponto de vista, a nossa ignorância quanto a sua localização fica refletida na função de onda do elétron, que descreve as diversas posições em que ele pode estar. No momento em que medimos a sua posição, no entanto, o conhecimento do seu paradeiro modifica-se repentinamente (...) Essa mudança súbita de visão, de acordo com esta perspectiva, reflete-se em uma mudança súbita na função de onda do elétron:ela entra repentinamente em colapso (...) Então, segundo este enfoque, o colapso abrupto da função de onda não oferece nenhuma surpresa: ele corresponde a nada mais do que à abrupta mudança de conhecimento que experimentamos quando aprendemos algo novo.
Um segundo enfoque, iniciado em 1957 por Hugh Everett, aluno de Wheeler, nega que as funções de onda entrem em colapso. Ao contrário, todo e qualquer resultado potencial incorporado à função de onda vê a luz do dia. A luz do dia que cada umd eles vê, no entanto, ocorre em seus respectivos universos separados. Segundo este enfoque, a Interpretação de Muitos Mundos, o conceito do ‘universo’ sofre uma ampliação e passa a incluir inumeráveis ‘universos paralelos’ – inúmeras versões do nosso universo – de modo que tudo o que a mecânica quântica prevê que possa ocorrer, mesmo que com probabilidades mínimas, efetivamente ocorre ao menos em um dos exemplares do universo. (...)
Uma terceira proposição, desenvolvida na década de 1950 por David Bohm (...), segue um caminho completamente diferente. Bohm argumentou que as partículas, como elétrons têm posições e velocidades definidas, como na física clássica e como esperava Einstein. Mas, por causa do princípio da incerteza, essas características ficam ocultas. São exemplos da variáveis ocultas (...). Para Bohm, essa incerteza representava um limite para o que podemos conhecer, mas não representava nada com relação aos atributos das próprias partículas. Essa hipótese não viola o resultado de Bell porque (...) ter propriedades definidas que são proibidas pela incerteza quântica não é proibido. Só a localidade é proibida, e o enfoque de Bohm não é local. Ao contrário, Bohm imaginava que a função de onda de uma partícula é um elemento separado da realidade, que existe além da própria partícula. (...)
Um quarto enfoque, desenvolvido pelos físicos italianos Giancarlos Ghirardi, Alberto Rimini e Tullio Weber, toma a corajosa iniciativa de modificar a equação de Schrödinger de uma maneira astuta, que praticamente não produz efeito sobre a evolução das funções de onda das partículas individuais, mas exerce um impacto extraordinário sobre a evolução quântica, quando aplicada a objetos “grandes” e cotidianos. A modificação proposta vê as funções de onda como intrinsecamente instáveis. Mesmo sem nenhuma intromissão, dizem os pesquisadores, mais cedo ou mais tarde todas as funções de onda entram em colapso, por suas próprias razões, e tomam a forma de uma agulha. (...)”
A decorrência já foi abordada pelo Fayman em um outro tópico (se não me engano era a Realidade Quântica). Todas esta hipóteses tem seus defensores e detratores, devido a apresentarem aspectos que não podem ser investigados ou que não resolvem todo o “problema” do colapso da função de onda. Ainda segundo Geene, a decorrência é a mais aceita dentre os físicos.
Abç
Leo