Por Francisco Menezes
Se há altura em que todos somos católicos, é nos feriados religiosos. Não há ateu, agnóstico, ou católico de bancada, que na altura do feriado religioso não se compadeça daquilo que está a ser celebrado-pelo menos, o suficiente para não ir trabalhar. Por muito rígidas que sejam as várias religiões que nos queiram recrutar, com um dado podem contar: sempre que for para não trabalhar, podem contar conosco. Já aplicamos á nossa vida princípios provenientes de religiões mais antigas que a católica. Do islamismo, tiramos o bigode, a poligamia e a higiene diária. Do judaísmo, a careca e as alheiras de Mirandela. A religião católica tem essa idéia maravilhosa, a do feriado religioso, tão bem transmitida ao mercado de trabalho. Mas podiam ir mais longe. Por exemplo: podiam aplicar o conceito da ressurreição aos produtos lácteos. Quem não compraria iogurtes, que depois de apodrecerem, voltassem a ficar óptimos? "Sudario light", o teu iogurte. A questão da vida após a morte, aplicada ao mercado financeiro, era um golpe de gênio! Fazia-se com as prestações bancárias o mesmo que se faz com o pecado: começar a pagar só depois de morto. A confissão e redenção, esse reset espiritual, que maravilha! Subornávamos, corrompíamos, defraudávamos; ao fim do dia íamos à PJ, confessávamos tudo, e pronto! No dia seguinte podíamos começar outra vez! Mas pronto. Até lá, o feriado já não é mau. Mesmo que não acredite em nenhum Messias, nem no pai Dele, vou comemorar o Seu nascimento. Mesmo que "imaculada concepção" seja um conceito demasiado abstracto para qualquer macho latino compreender, não vou trabalhar. Mesmo nunca tendo lido nada na bíblia sobre uma lebre traficante de ovos de chocolate, vou ficar em casa
Feriados religiosos
Feriados religiosos
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
- Luis Dantas
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Re.: Feriados religiosos
Eu sei que não é para levar a sério... mas que feriados religiosos são um assunto interessante, isso são.
"Faça da tua vida um reflexo da sociedade que desejas." - Mahatma Ghandi
"First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win." - describing the stages of establishment resistance to a winning strategy of nonviolent activism
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- Ben Carson
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E quem disse que o islamismo é mais antigo que o catolicismo?
Dez anos atrás eu trabalhava no departamento de pessoal. Minha chefa era uma católica ferrenha. Ela recebeu um comunicado eletrônico esclarecendo sobre procedimentos a serem adotados em relação a festas sagradas e outros feriados religiosos de religiões minoritárias, como o judaísmo e o islamismo. (No âmbito da administração pública federal.) O ofício determinava que as permissões fossem concedidas, com a contrapartida de que a ausência deveria ser compensada posteriormente.
Ao ler o documento minha chefa começou a resmungar, insatisfeita. Achava aquilo um absurdo. Um privilégio inaceitável. Um prêmio à ociosidade. Uma colega nossa, sem religião, interferiu observando que era o mesmo caso dos católicos, que também tinham direito a seus feriados religiosos. Foi então minha vez de me manifestar, dizendo que a grande diferença é que os adeptos de outras religiões podiam faltar ao trabalho nesses dias, mas precisavam compensar suas ausências, enquanto os católicos não precisavam compensar, pois suas datas sagradas são feriados. E que, se fosse para dar tratamento isonômico a todos, os dias santos católicos deveriam ser dias de trabalho normal, ao qual os católicos poderiam não comparecer, desde que os compensassem posteriormente. Aí ela não quis continuar o assunto!
Dez anos atrás eu trabalhava no departamento de pessoal. Minha chefa era uma católica ferrenha. Ela recebeu um comunicado eletrônico esclarecendo sobre procedimentos a serem adotados em relação a festas sagradas e outros feriados religiosos de religiões minoritárias, como o judaísmo e o islamismo. (No âmbito da administração pública federal.) O ofício determinava que as permissões fossem concedidas, com a contrapartida de que a ausência deveria ser compensada posteriormente.
Ao ler o documento minha chefa começou a resmungar, insatisfeita. Achava aquilo um absurdo. Um privilégio inaceitável. Um prêmio à ociosidade. Uma colega nossa, sem religião, interferiu observando que era o mesmo caso dos católicos, que também tinham direito a seus feriados religiosos. Foi então minha vez de me manifestar, dizendo que a grande diferença é que os adeptos de outras religiões podiam faltar ao trabalho nesses dias, mas precisavam compensar suas ausências, enquanto os católicos não precisavam compensar, pois suas datas sagradas são feriados. E que, se fosse para dar tratamento isonômico a todos, os dias santos católicos deveriam ser dias de trabalho normal, ao qual os católicos poderiam não comparecer, desde que os compensassem posteriormente. Aí ela não quis continuar o assunto!

Todo mundo ri...
Mas só o TRIcolor é tri!
Diálogo Universitário, Jesus Voltará, Primeira Leitura, E Agora?
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- Luis Dantas
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Ben Carson escreveu:E quem disse que o islamismo é mais antigo que o catolicismo?
Eu também achei estranho. Mas se você perguntar ao cristãos ortodoxos (da Grécia, Rússia, etc) imagino que eles concordarão. Do ponto de vista deles o Catolicismo foi criado uns quatrocentos anos depois do Islã.
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