Morales 'convida a empresa brasileira EBX a se retirar'

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Botanico
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Re: Re.: Morales

Mensagem por Botanico »

Fernando Silva escreveu:
Claudio Loredo escreveu:Discordo que o Chávez esteja assessorando Evo Morales no bloqueio as empresas brasileiras. Não seria nada inteligente da parte dele fazer isto. Para Chávez, é fundamental um excelente relacionamento com o Brasil.

Chávez faz o que ele acha que vai ajudar a estratégia dele de se tornar um ditador populista. Não precisa ser inteligente.

O que você pensa de um sujeito que vende a maior parte de sua produção de petróleo para os EUA e, ao mesmo tempo, participa de passeatas contra os EUA?

É besteira esperar que ele seja coerente.


Sem contar que só os trouxas esquerdistas brasileiros acreditam que ele luta pelo bem do povo venezuelano. Coitados! Chaves gasta dinheiro comprando armas (que não vão dar nem pro cheiro se tiverem de enfrentar algum porta-aviões da II Guerra (Midway ou Coral Sea). TODA a economia do país está montada em cima de petróleo (um embargo ou queda de preços e o país pede falência). E aí a coisa fica no de sempre. Quem negocia com o petróleo e derivados, fica com a grana e quem tem que vender bijuterias na rua...

Ah! Em tempo. Fazendo propaganda enganosa, o Lulla fala que o Brasil agora é auto-suficiente em petróleo. Conversa pra boi dormir, pois o petróleo extraído em território brasileiro é geralmente o petróleo pesado, inútil para produzir gasolina e diesel. Daí então nossa "independência" é só para eleitor ver.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Morales

Mensagem por Fernando Silva »

Botanico escreveu:Ah! Em tempo. Fazendo propaganda enganosa, o Lulla fala que o Brasil agora é auto-suficiente em petróleo. Conversa pra boi dormir, pois o petróleo extraído em território brasileiro é geralmente o petróleo pesado, inútil para produzir gasolina e diesel. Daí então nossa "independência" é só para eleitor ver.

Na verdade, esse petróleo permite a produção de gasolina e diesel, só que as refinarias brasileiras não estão preparadas para processá-lo. É por isso que grande parte é exportada e trocada por petróleo leve.

E essa independência só vai durar uns 30 anos. Até lá, os atuais poços estarão secos. É preciso sempre achar mais jazidas.

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Claudio Loredo
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Re.: Morales

Mensagem por Claudio Loredo »

TODO GÁS

Lula, Chávez e Kirchner definem acordos e integração da Bolívia a gasoduto

Fonte Agência Carta Maior em 26/04/2006

Imagem

Chávez mais uma vez rouba a cena em encontro com seus colegas Lula e Kirchner, em São Paulo. Em coletiva de quase duas horas, ele fala dos projetos do gasoduto e de infraestrutura. Mais comedido nos ataques pessoais a Bush, não deixa, no entanto, de atacar a agressividade bélica dos EUA.

Glberto Maringoni - Carta Maior

SÃO PAULO - A pontualidade segue a mesma: uma hora e dezessete minutos de atraso. A quase meia centena de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas que se acotovelavam no mezanino do elegante hotel Sofitel, zona sul de São Paulo, estavam indóceis. “Que desrespeito, coisa mais terceiro mundo!”, “nem o subprefeito de Pinheiros faz uma coisa dessas” e “Vamombora!” eram as frases ouvidas. No relógio, 14:15 hs. da quente quarta-feira (26). A maioria estava ali desde as oito da manhã, sem almoço. Após horas de rarefeitas novidades, apenas o chanceler Celso Amorim dera uma rápida entrevista, sobre o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Nestor Kirchner e Hugo Chávez.

É o primeiro entre os três, desde a reunião de Puerto Iguazú, Argentina, em novembro de 2005, que praticamente enterrou a Alca. Na pauta, além de um encontro do mandatário brasileiro com sindicalistas, o trio detalharia a construção do Gasoduto do Sul, ambiciosa obra de mais de 10 mil quilômetros de extensão, os planos de integração comercial e a integração plena da Venezuela ao Mercosul.

ESPAÇO ABERTO

Parco em imagens e informações, o espaço estava aberto para Chávez. Nenhum dos jornalistas falava sério sobre retirar-se de um evento no qual uma das estrelas do cenário internacional dá as caras. Tanto que, ao entrar, de terno azul escuro impecável e ar tranqüilo, Chávez foi saudado por uma curta salva de palmas. Dominou o ambiente sem abrir a boca. Vários ministros venezuelanos estavam na sala.

Ensaiou desculpas, alegando que a coletiva não estava prevista, mas que resolvera falar sobre “tão importante reunião”. Seus colegas, que zarparam pouco antes, perderam generosos espaços na mídia continental. O clima lembrou as longas e informais entrevistas dadas pelo mandatário no palácio de Miraflores, em Caracas, para jornalistas internacionais. Largas elipses, citações de personagens históricos e tiradas espirituosas fazem parte de seu arsenal. Mas há um certo refinamento no discurso. Os ataques pessoais à Bush perdem evidência, enquanto critica de forma contundente a política e os atos da Casa Branca. “Não tenho nenhuma razão para duvidar da palavra das autoridades iranianas sobre seu programa nuclear pacífico”, responde, ao ser perguntado sobre uma possível invasão. Querem atacar o país como fizeram com o Iraque e o Afeganistão, assegura.

COMUNIDADE ANDINA MORREU

Mas sua ênfase principal vai para os problemas regionais. “A Venezuela saiu da Comunidade dos Países Andinos porque esse grupo morreu. Quando um de seus membros resolve fazer tratados de livre comércio (TLCs) com os EUA, não há conciliação possível. Ou se tem o grupo, ou se negocia isoladamente com os norte-americanos”. A Venezuela exerceu sua soberania. Os EUA fazem uma ofensiva com os TLCs, como o acertado com a Colômbia e não nos restou alternativa, fala pausadamente..

Chávez aproveita-se das perguntas sobre o gasoduto e mostra ser essa sua atual menina dos olhos. Maior obra civil projetada no Ocidente, seus números finais sequer foram calculados. “É muito cedo”, diz ao microfone. “Os trabalhos começam agora, terão várias ramificações pelo Brasil, Argentina e demais países, empregará um milhão de pessoas e só serão finalizados em 2017”.

Perguntado se a eleição de Lula seria fundamental para o prosseguimento da obra, Chávez responde na lata: “Se fosse brasileiro, votaria em Lula”. Frases adiante, pondera. “Mas é uma construção tão fundamental, que existirá independentemente de quem venha a governar nossos países”. E explica: se o gasoduto não for construído, teremos um apagão energético em três ou quatro anos no coração do continente. “Se prevalecesse a visão dos anos 1990, a visão do neoliberalismo, do Consenso de Washington e do Estado mínimo, não haveria escoamento para o gás”. A frase serve de gancho para outra de suas idéias fixas. “É a materialização de nossa união, é a garantia de nossa independência e soberania”. E cita os tópicos da integração: Telesul, Petrosul, Banco do Sul e Gasoduto do Sul.

Outra pergunta. Olha para os lados, em meio a profusão de fios, cabos, objetivas e braços erguidos. “Você. De onde é?”. A repórter quer saber da viabilidade econômica da obra.

INTEGRANDO A BOLÍVIA

“Se pensássemos apenas em ganhos e lucros, não estaríamos aqui. Estaríamos fazendo um gasoduto para o norte”. Puxa mapas e dados. “Um vício de militar”, brinca. “Olhem este aqui. Os Estados Unidos consomem 20 milhões de barris de petróleo por dia”. Pausa rápida. “Por dia”, repete. E agora vejam quanto produzem: “oito milhões”. Nova pausa. “Nunca terão autonomia petroleira, nunca”. E volta ao gás. “Queremos integrar a Bolívia a esse projeto. Juntos, Venezuela e Bolívia, detêm 80% das reservas do produto da América do Sul”. Tem encontro marcado com Evo Morales, sábado (30), em Cuba. Junto com Fidel, enfatiza. “Vamos discutir a integração via ALBA, a Aliança Bolivariana das Américas, nossa alternativa à Alca”.

Um copo d’água. Com a caneta na mão, indaga, “que pergunta mais, mais uma?”. Situação política? “A direita está desesperada no continente”, responde. Agora será no Peru, “Estamos falando bye-bye para o presidente Toledo. Espero que Ollanta Humala vença”.

Um repórter de televisão insiste. Quer saber de onde virá o dinheiro para tocar todos os planos. Confortável, com o petróleo batendo o recorde histórico de preços, ultrapassando os 75 dólares o barril, Chávez não perde o traquejo: “dos governos, dos estados e da iniciativa privada”. Há muitos empresários de porte querendo investir em projetos que dêem certo, como o do gasoduto, ressalta.

A esquerda está avançando, garante ele. “E que queremos com isso? Queremos o socialismo, não apenas para melhorar a vida das pessoas, mas para podermos viver em paz, sem guerras”.

Uma hora e cinqüenta minutos depois de iniciada a conversa, um locutor anuncia o fim da sessão. Chávez levanta-se, enquanto as pessoas o cercam para abraços, fotos e autógrafos. Ele ri. Parece estar em casa. Nem sinal da inquietação coletiva inicial.

Lula e Kirchner realmente perderam um bom lugar na foto.


- Fotos: Ricardo Stuckert

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Fernando Silva
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Re.: Morales

Mensagem por Fernando Silva »

Faltou dizer que a Venezuela se recusa a informar quais são suas reservas de gás natural, o que teria que ser conhecido antes que se possa determinar a viabilidade econômica do novo gasoduto saindo da Venezuela.

E o candidato Ollanta Humala é um novo Chávez, com uma família de radicais. Sua mãe defende o extermínio dos gays, por exemplo.

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spink
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Re.: Morales

Mensagem por spink »

Apimentando um pouco...


http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=helio


Quando leio e releio pela décima vez (sei praticamente de cor) as belíssimas palavras do escritor de "As veias rasgadas da América Latina", me surpreendo com outras palavras, essas ditas na televisão. Jornalistas (?) brasileiros, que jamais levantaram a voz para defender o Brasil contra os escravocratas de fora, tentam intimar o presidente Morales, intimidando-o para que entregue suas riquezas, como fizeram 90 por cento dos antecessores.

Além da venalidade, subserviência e falta de credibilidade desses trânsfugas do interesse da humanidade, uma enorme alegria: Morales é altamente articulado, sabe pensar, refletir e se exprimir, e não deixa nada sem resposta. E com firmeza, responde a tudo, sempre colocando com prioridade total o interesse da Bolívia. Frustrando os intermediários da espoliação.

Pergunta que fizeram a Evo Morales: "O senhor não acha que expulsando um brasileiro que quer montar siderúrgica na Bolívia pode chegar ao rompimento de relações com o Brasil?". Resposta tranqüila: "O Brasil é o nosso irmão maior pelo tamanho, população e repercussão, jamais iremos contra o Brasil". Explicação deste repórter: esse "brasileiro" que quer montar siderúrgica na Bolívia é o aventureiro EIKE Batista, dono dessa EBX. Seria "trágico se não fosse cômico" que Brasil e Bolívia conflitassem tendo no fundo Eike Batista.

O Brasil é representado nessas negociações pela Petrobras. E assim como defendi e defendo a Petrobras desde o início contra todas as pressões, defendo também a liberdade de negociação de Morales em favor do seu país. A empresa brasileira é imprescindível para a Bolívia, não para explorar o país, mas sim para ajudar no seu desenvolvimento. É preciso tolerância, bom senso, lealdade dos dois lados.

A vida inteira coloquei o desenvolvimento do Brasil no caminho correto: crescer mas não como país imperialista e sim ajudando seus vizinhos. Inclusive lutei contra o presidente FHC, que pretendia cometer o crime supremo de DOAR a Petrobras. Não conseguiu mas implantou a Lei 9478, que prejudicou imensamente a empresa e o Brasil.

Que pseudos jornalistas sem convicções se ofereçam para favorecer Daniel Dantas, perdão, Eike Batista, seria caso de mandado de segurança. Acusados de "trapalhadas" no Brasil, não podem intervir para PRESSIONAR um presidente da Bolívia que só quer defender o seu povo. E que não luta contra o Brasil, só pretende se aliar a ele.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

Trancado