Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativos
Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativos
Representantes da Petrobras e da Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPBF) começam, na próxima segunda-feira, a avaliar a indenização que poderá ser paga à companhia brasileira por conta da publicação do decreto de nacionalização dos setores de petróleo e gás bolivianos.
O início do processo de avaliação, a abertura formal da negociação de preços e as discussões sobre a substituição da direção das refinarias foram acertados entre representantes dos dois governos, na última quarta-feira , em La Paz. As informações foram transmitidas ontem à tarde pelo ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e contrariam a postura adotada pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que ontem, em Viena, declarou que a subsidiária da Petrobras na Bolívia tinha contratos ilegais e inconstitucionais.
Silas Rondeau disse estranhar o tom usado pelo presidente boliviano. “Eu prefiro acreditar naquilo que está escrito e assinado pelas partes”, disse, em tom de crítica.
O ministro das Minas e Energia anunciou a criação de quatro grupos formados por representantes da Petrobras e da YPFB que vão iniciar as negociações. Um grupo irá tratar da transição na gestão das duas refinarias da Petrobrás em Gualberto Villarroel, em Cochabamba, Guilhermo Elder Bell, em Santa Cruz. Para que possam tomar posse da empresa, acrescenta o ministro, o governo boliviano precisa primeiro regulamentar o decreto, o que envolve a realização do processo de auditoria que definirá se há indenização.
O outro grupo foi criado para estudar a revisão de preços. Segundo o ministro essa possibilidade está contida no contrato GSA e prevê que uma das partes tem direito de solicitar a revisão desde que se considere que há desequilíbrio. Diante da possibilidade demonstrada pela Bolívia, o ministro destacou que esse dispositivo será utilizado. Se não houver acordo, ele não descarta a possibilidade de a Petrobrás recorrer à Câmara Americana de Arbitragem, em Nova York. “Um dos pontos importantes da reunião foi o reconhecimento, por parte da Bolívia, que o contrato do GSA está em vigor e, portanto, qualquer discussão se dará dentro dos dispositivos de reajustes previstos no contrato”, disse.
O ministro Silas Rondau, que concedeu uma entrevista coletiva na tarde de ontem após se reunir com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também defendeu a atuação da Petrobras, ao dizer que a empresa mantém de forma legal investimentos em mais de 15 países. Apesar do tom contrário das declarações de fontes bolivianas, ele garantiu que a reunião foi produtiva e gerou resultados. “Temos um documento conjunto assinado pelas partes o que é um reconhecimento de que o fórum adequado é a forma adequada de discussão é o contrato”, disse.
Em nota, a Petrobras manifestou surpresa e indignação com as declarações do presidente boliviano, Evo Morales, sobre uma suposta ilegalidade de suas operações no país vizinho. “A Petrobras manifesta sua indignação diante de acusações de que a companhia possa ter, em qualquer momento, operado deliberadamente à margem da lei, seja na Bolívia ou em qualquer país onde atue”, disse a petrolífera estatal em comunicado distribuído na noite da quinta-feira.
A Petrobras sustenta que “sempre atuou estritamente dentro da lei” na Bolívia e que a sua presença no país “é resultado de acordos bilaterais”.
“A Petrobras sente-se surpreendida pelas recentes notícias que relatam acusações de ilegalidade na sua atuação na Bolívia, veiculadas imediatamente após a emissão de nota conjunta que detalhava os pontos acordados ontem à noite em La Paz”, diz a nota.
Venezuela
O ministro Silas Rondeau, antes de se reunir com representantes da Bolívia, encontrou-se com integrantes do governo da Venezuela para tratar da retomada de dez acordos entre a Petrobras e a PDVSA. Em pauta acordo de produção de etanol e a exploração de petróleo e gás e a construção de uma refinaria pelos dois governos em Pernambuco. De acordo com o ministro o prazo para exploração de seis campos foi renovado. “Retomou-se a negociação para exploração em parceira dos campos de petróleo na Venezuela, que é uma contrapartida para a construção da refinaria em Pernambuco”, disse. O ministro destacou que a construção do gasoduto entre Venezuela, Brasil, Argentina e Bolívia também foi tratado no encontro. “O plano é projetar uma interligação no continente, que vai de médio a longo prazo em um processo de integração, até a conclusão desse processo estimado para depois de 2012, conectando as principais grandes fontes da Venezuela e Bolívia com centros no Brasil e Argentina. Retomamos os cronogramas para avaliações técnicas e econômicas desse projeto”, ressaltou.
O início do processo de avaliação, a abertura formal da negociação de preços e as discussões sobre a substituição da direção das refinarias foram acertados entre representantes dos dois governos, na última quarta-feira , em La Paz. As informações foram transmitidas ontem à tarde pelo ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e contrariam a postura adotada pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que ontem, em Viena, declarou que a subsidiária da Petrobras na Bolívia tinha contratos ilegais e inconstitucionais.
Silas Rondeau disse estranhar o tom usado pelo presidente boliviano. “Eu prefiro acreditar naquilo que está escrito e assinado pelas partes”, disse, em tom de crítica.
O ministro das Minas e Energia anunciou a criação de quatro grupos formados por representantes da Petrobras e da YPFB que vão iniciar as negociações. Um grupo irá tratar da transição na gestão das duas refinarias da Petrobrás em Gualberto Villarroel, em Cochabamba, Guilhermo Elder Bell, em Santa Cruz. Para que possam tomar posse da empresa, acrescenta o ministro, o governo boliviano precisa primeiro regulamentar o decreto, o que envolve a realização do processo de auditoria que definirá se há indenização.
O outro grupo foi criado para estudar a revisão de preços. Segundo o ministro essa possibilidade está contida no contrato GSA e prevê que uma das partes tem direito de solicitar a revisão desde que se considere que há desequilíbrio. Diante da possibilidade demonstrada pela Bolívia, o ministro destacou que esse dispositivo será utilizado. Se não houver acordo, ele não descarta a possibilidade de a Petrobrás recorrer à Câmara Americana de Arbitragem, em Nova York. “Um dos pontos importantes da reunião foi o reconhecimento, por parte da Bolívia, que o contrato do GSA está em vigor e, portanto, qualquer discussão se dará dentro dos dispositivos de reajustes previstos no contrato”, disse.
O ministro Silas Rondau, que concedeu uma entrevista coletiva na tarde de ontem após se reunir com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também defendeu a atuação da Petrobras, ao dizer que a empresa mantém de forma legal investimentos em mais de 15 países. Apesar do tom contrário das declarações de fontes bolivianas, ele garantiu que a reunião foi produtiva e gerou resultados. “Temos um documento conjunto assinado pelas partes o que é um reconhecimento de que o fórum adequado é a forma adequada de discussão é o contrato”, disse.
Em nota, a Petrobras manifestou surpresa e indignação com as declarações do presidente boliviano, Evo Morales, sobre uma suposta ilegalidade de suas operações no país vizinho. “A Petrobras manifesta sua indignação diante de acusações de que a companhia possa ter, em qualquer momento, operado deliberadamente à margem da lei, seja na Bolívia ou em qualquer país onde atue”, disse a petrolífera estatal em comunicado distribuído na noite da quinta-feira.
A Petrobras sustenta que “sempre atuou estritamente dentro da lei” na Bolívia e que a sua presença no país “é resultado de acordos bilaterais”.
“A Petrobras sente-se surpreendida pelas recentes notícias que relatam acusações de ilegalidade na sua atuação na Bolívia, veiculadas imediatamente após a emissão de nota conjunta que detalhava os pontos acordados ontem à noite em La Paz”, diz a nota.
Venezuela
O ministro Silas Rondeau, antes de se reunir com representantes da Bolívia, encontrou-se com integrantes do governo da Venezuela para tratar da retomada de dez acordos entre a Petrobras e a PDVSA. Em pauta acordo de produção de etanol e a exploração de petróleo e gás e a construção de uma refinaria pelos dois governos em Pernambuco. De acordo com o ministro o prazo para exploração de seis campos foi renovado. “Retomou-se a negociação para exploração em parceira dos campos de petróleo na Venezuela, que é uma contrapartida para a construção da refinaria em Pernambuco”, disse. O ministro destacou que a construção do gasoduto entre Venezuela, Brasil, Argentina e Bolívia também foi tratado no encontro. “O plano é projetar uma interligação no continente, que vai de médio a longo prazo em um processo de integração, até a conclusão desse processo estimado para depois de 2012, conectando as principais grandes fontes da Venezuela e Bolívia com centros no Brasil e Argentina. Retomamos os cronogramas para avaliações técnicas e econômicas desse projeto”, ressaltou.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Claudio Loredo
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Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
Johnny, faltou a fonte da notícia.
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Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
MITOS DA NACIONALIZAÇÃO
Fonte: Revista Carta Capital desta semana
Mal-entendidos comuns na cobertura dos eventos da Bolívia
Evo confiscou investimentos de 1,5 bilhão de dólares da Petrobras
A Bolívia desapropriou 50% do capital de uma subsidiária, menos de 4% do investimento da Petrobras naquele país. A empresa contestará na Justiça o poder de o governo nomear diretores e assumir o controle antes de revogar a lei de privatização e definir a indenização. A Bolívia quer descontar 25 milhões de dólares em gás armazenado na subsidiária quando da privatização, por 102 milhões de dólares.
Os acionistas da Petrobras sofreram grandes prejuízos
O impacto da nacionalização sobre os resultados da empresa é muito pequeno em relação a seu lucro total e muito menor que seus ganhos com cada aumento de 1 dólar no barril do petróleo, tanto que as cotações de suas ações subiram no dia seguinte à nacionalização.
Evo Morales é um fantoche de Chávez
O apoio técnico e jurídico do governo da Venezuela é importante para viabilizar a nacionalização, mas não se trata de ordem de Caracas e sim da reivindicação central do movimento social boliviano.
A nacionalização boliviana vai fazer subir ou faltar o gás de botijão
Não só a capa como o texto da IstoÉ afirmam esse absurdo, mas o gás usado em botijão é gás liquefeito de petróleo, que nada tem a ver com a Bolívia.
A nacionalização não funcionou em lugar algum
Nacionalizar os recursos naturais foi importante para o desenvolvimento de vários países, inclusive México, Brasil, Venezuela, Irã e Arábia Saudita.
A Petrobras foi discriminada em relação a outras petroleiras estrangeiras
A empresa brasileira perde mais em termos absolutos por ser a maior produtora e ter sua produção concentrada em campos maiores, cujos custos unitários são presumivelmente menores e foram, por isso, mais taxados.
A Petrobras continuou a investir na Bolívia, apesar dos riscos
Os investimentos no país foram reduzidos ao mínimo desde 2003, quando começou a agitação em torno da nacionalização do gás e petróleo.
A nacionalização tem grande impacto na inflação
Mesmo que haja aumento do gás boliviano e este seja repassado pela Petrobras, o impacto sobre o custo de vida é menor que o de reajustes rotineiros dos derivados de petróleo e do álcool. Seu peso direto no IPCA é 0,1%.
A Petrobras vai explorar gás em Santos e dispensar a Bolívia
O Brasil aumentará de 40% para 62% a participação do gás nacional até 2010, mas a demanda continuará a crescer e a importação ainda aumentará em volume, dos atuais 24 milhões de metros cúbicos diários para 38 milhões. Importar de outros países – seja por via marítima, seja pelo gasoduto venezuelano – custaria hoje 8 dólares por milhão de BTUs, mais caro do que o aumento de 2 dólares pedido pela Bolívia, com o qual o gás chegaria a 7,50 dólares na distribuidora.
Fonte: Revista Carta Capital desta semana
Mal-entendidos comuns na cobertura dos eventos da Bolívia
Evo confiscou investimentos de 1,5 bilhão de dólares da Petrobras
A Bolívia desapropriou 50% do capital de uma subsidiária, menos de 4% do investimento da Petrobras naquele país. A empresa contestará na Justiça o poder de o governo nomear diretores e assumir o controle antes de revogar a lei de privatização e definir a indenização. A Bolívia quer descontar 25 milhões de dólares em gás armazenado na subsidiária quando da privatização, por 102 milhões de dólares.
Os acionistas da Petrobras sofreram grandes prejuízos
O impacto da nacionalização sobre os resultados da empresa é muito pequeno em relação a seu lucro total e muito menor que seus ganhos com cada aumento de 1 dólar no barril do petróleo, tanto que as cotações de suas ações subiram no dia seguinte à nacionalização.
Evo Morales é um fantoche de Chávez
O apoio técnico e jurídico do governo da Venezuela é importante para viabilizar a nacionalização, mas não se trata de ordem de Caracas e sim da reivindicação central do movimento social boliviano.
A nacionalização boliviana vai fazer subir ou faltar o gás de botijão
Não só a capa como o texto da IstoÉ afirmam esse absurdo, mas o gás usado em botijão é gás liquefeito de petróleo, que nada tem a ver com a Bolívia.
A nacionalização não funcionou em lugar algum
Nacionalizar os recursos naturais foi importante para o desenvolvimento de vários países, inclusive México, Brasil, Venezuela, Irã e Arábia Saudita.
A Petrobras foi discriminada em relação a outras petroleiras estrangeiras
A empresa brasileira perde mais em termos absolutos por ser a maior produtora e ter sua produção concentrada em campos maiores, cujos custos unitários são presumivelmente menores e foram, por isso, mais taxados.
A Petrobras continuou a investir na Bolívia, apesar dos riscos
Os investimentos no país foram reduzidos ao mínimo desde 2003, quando começou a agitação em torno da nacionalização do gás e petróleo.
A nacionalização tem grande impacto na inflação
Mesmo que haja aumento do gás boliviano e este seja repassado pela Petrobras, o impacto sobre o custo de vida é menor que o de reajustes rotineiros dos derivados de petróleo e do álcool. Seu peso direto no IPCA é 0,1%.
A Petrobras vai explorar gás em Santos e dispensar a Bolívia
O Brasil aumentará de 40% para 62% a participação do gás nacional até 2010, mas a demanda continuará a crescer e a importação ainda aumentará em volume, dos atuais 24 milhões de metros cúbicos diários para 38 milhões. Importar de outros países – seja por via marítima, seja pelo gasoduto venezuelano – custaria hoje 8 dólares por milhão de BTUs, mais caro do que o aumento de 2 dólares pedido pela Bolívia, com o qual o gás chegaria a 7,50 dólares na distribuidora.
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Chega a ser surreal.
Por pura questão ideológica, Claudio Loredo não vê maiores problemas em não honrar contratos.
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O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
Mundo tolo e inocente do Claudio:


Re: Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de
Claudio Loredo escreveu:
A despeito do panfletarismo ideológico da revista Carta Maior, há um erro físico na gravura.
Não sou um especialista em Física (os que são podem ajudar), mas, até onde sei, a alta pressão de dentro para fora impede que o botijão exploda.
Fonte:
13,4 V, 30 A, Chaveada com proteção de sobrecarga, curto circuito e sistema de proteção contra transientes por varistor de alta velocidade. Ventilação forçada por duas ventoinhas de 4 " e regulação melhor que 0,5 % brincadeirinha. Mas pô meu, dá um tempo, larga do meu pé. Sempre coloco as fontes, mas estava com pressa e acabei esquecendo de recortar o link. Toma aí...
Link - Clique aqui
gente estressada...
{Alterado por Claúdio para conserto do link que estava grande desconfigurando a página}
13,4 V, 30 A, Chaveada com proteção de sobrecarga, curto circuito e sistema de proteção contra transientes por varistor de alta velocidade. Ventilação forçada por duas ventoinhas de 4 " e regulação melhor que 0,5 % brincadeirinha. Mas pô meu, dá um tempo, larga do meu pé. Sempre coloco as fontes, mas estava com pressa e acabei esquecendo de recortar o link. Toma aí...
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O ENCOSTO escreveu:Chega a ser surreal.
Por pura questão ideológica, Claudio Loredo não vê maiores problemas em não honrar contratos.
Em todos os contratos existem clausulas prevendo indenizações contra seu descumprimento. Neste momento, conforme diz a materia postada pelo Johnny, a Bolivia está negociando com a Petrobras o pagamento dessas indenizações.
A quebra de contrato, que é algo que pode acontecer, em nada afetará a confiabilidade na Bolivia tanto é que, conforme diz a reportagem da Carta Capital:
"... a estadunidense PanAndean, sócia minoritária da Petrobras e da Repsol em campos nacionalizados, propôs construir uma termoelétrica para exportar eletricidade à Argentina e ao Brasil, além de fábricas de uréia em Tarija e Santa Cruz. O grupo chinês Chou reafirmou seu interesse em explorar petróleo e gás na Bolívia, o que parece afastar o fantasma do fim dos investimentos estrangeiros no país. Surpresa? "
A Bolívia já teve mais de 180 presidentes em seus 180 anos de história desde sua independência. O que mais tem afetado a confiabilidade na Bolivia é essa constante mudança de governo. Quebrar contratos é pouco diante disto.
Um governo popular, que atende as necessidades da população, é a garantia que a Bolivia pode dar ao mundo de que as constantes e intempestivas transições governamentais são coisas do passado. Se hoje ela teve que quebrar contratos, amanhã não terá mais se o governo continuar voltando-se a atender os interesses nacionais.
Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
Evil Morales disse, em Viena, que nem passa pela cabeça dele pagar indenizações.
E, analisando o aspecto ideológico do presidente boliviano, pagar qualquer tipo de indenização iria contra o caráter "revolucionário" das nacionalizações.
E, analisando o aspecto ideológico do presidente boliviano, pagar qualquer tipo de indenização iria contra o caráter "revolucionário" das nacionalizações.
Editado pela última vez por rapha... em 16 Mai 2006, 23:20, em um total de 1 vez.
Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
Cara, a economia boliviana é menor do que a economia de Caxias. Eles NÃO tem meios de pagar qualquer cláusula rescisória.
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Re: Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de
Samael escreveu:Cara, a economia boliviana é menor do que a economia de Caxias. Eles NÃO tem meios de pagar qualquer cláusula rescisória.
Então... deveriam devolver tudo e ainda pagar indenizações pelas invasões à Petrobrás e pela perda de produção advinda disso.
Como?
Dos 50% que eles tinham direito nos lucros... algum tempo com 0% talvez pagasse, não?
O certo seria isso. Logicamente, esta não é a intenção do Morales.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
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Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
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Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
HISTÓRIA E MEMÓRIA
Sobre a Bolívia, a história de "um país que não existe"
Fonte: Agência Carta Maior
A tragédia se repete, girando como um peão: há cinco séculos, a fabulosa riqueza da Bolívia amaldiçoa os bolivianos, que são os pobres mais pobres da América do Sul. “A Bolívia não existe”: não existe para seus filhos. A análise é do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
Autor: Eduardo Galeano
Uma imensa explosão de gás: esse foi o desfecho popular que sacudiu toda a Bolívia e culminou com a renúncia do presidente Sánchez de Lozada, que fugiu deixando atrás de si um rastro de mortos.
O gás iria ser enviado para a Califórnia, a preço ruim e a troco de mesquinhas regalias, através de terras chilenas que em outros tempos haviam sido bolivianas. A saída do gás por um porto do Chile colocou sal na ferida, em um país que há mais de um século vem exigindo, em vão, a recuperação do caminho para o mar que perdeu em 1883, na guerra vencida pela Chile.
A rota do gás, no entanto, não foi o motivo mais importante da fúria que ardeu por todas as partes. Outra fonte essencial foi a indignação popular, que o governo respondeu a balas, como de costume, regando de mortos ruas e caminhos. As pessoas se indignaram porque se negaram a aceitar que ocorra com o gás o que antes ocorreu com a prata, o salitre, o estanho e todo o resto.
A memória dói, mas ensina: os recursos naturais não renováveis se vão sem dizer adeus, e jamais regressam. ..
Por volta de 1870, um diplomata inglês sofreu, na Bolívia, um desagradável incidente. O ditador Mariano Melgarejo lhe ofereceu uma taça de chicha, uma bebida nacional feita de raiz fermentada; o diplomata agradeceu, mas disse que preferia chocolate. Melgarejo, com sua habitual delicadeza, obrigou-o a beber uma enorme tigela quente de chocolate e depois o fez passear em um burro, montado ao contrário, pelas ruas de La Paz. Quando a rainha Victória, em Londres, tomou conhecimento do assunto, mandou trazer um mapa, colocou uma cruz de tinta sobre o país e sentenciou: “A Bolívia não existe!”.
Várias vezes ouvi esta história. Ocorreu assim? Pode ser que sim, pode ser que não.
Mas a frase, atribuída à arrogância imperial, se pode ler também como uma involuntária síntese da atormentada história do povo boliviano. A tragédia se repete, girando como um peão: há cinco séculos, a fabulosa riqueza da Bolívia amaldiçoa os bolivianos, que são os pobres mais pobres da América do Sul. “A Bolívia não existe”: não existe para seus filhos.
Na época colônia, a prata de Potosi foi, durante mais de dois séculos, o principal alimento do desenvolvimento capitalista da Europa. “Vale um Potosi” se dizia para elogiar algo que não tinha preço.
Em meados do século 16, a cidade mais populosa, mais cara e mais decadente do mundo brotou e cresceu aos pés da montanha que provinha prata. Essa montanha, a chamada Cerro Rico, tragava os índios.
“Estavam os caminhos cobertos, que parecia que se mudava o reino” escreveu um rico mineiro de Potosi: as comunidades se esvaziavam de homens, que de todas as partes marchavam, prisioneiros, rumo à boca que conduzia às escavações. Do lado de fora, temperatura de inverno. Dentro, o inferno. De cada dez homens que entravam, somente três saíam vivos. Mas os condenados à mina, que pouco duravam, geravam a fortuna dos banqueiros flamencos, genoveses e alemães, credores da coroa espanhola, e eram esses índios que possibilitaram a acumulação de capitais que converteu a Europa no que a Europa é.
O que obteve a Bolívia com tudo isso? Uma montanha oca, uma incontável quantidade de índios assassinados pelo cansaço, e uns tantos palácios habitados por fantasmas.
No século 19, quando a Bolívia foi derrotada na chamada Guerra do Pacífico, não só perdeu sua saída para o mar e ficou encurralada no coração da América do Sul. Perdeu, também, seu salitre.
A história oficial, que é a história militar, conta que o Chile ganhou essa guerra. Mas a história real comprova que o vencedor foi o empresário britânico John Thomas North. Sem disparar um tiro ou gastar um centavo, North conquistou territórios que haviam sido da Bolívia e do Peru e se converteu no rei do salitre, que era à época o fertilizante imprescindível para alimentar as cansadas terras da Europa.
No século 20, a Bolívia foi o principal abastecedor de estanho do mercado internacional.
As latas de sopa, que deram fama a Andy Warhol provinham das minas que produziam estanho e viúvas. Nas profundidades das escavações, o implacável pó de silício matava por asfixia. Os operários apodreciam seus pulmões para que o mundo pudesse consumir estanho barato.
Durante a segunda Guerra Mundial, a Bolívia contribuiu para a causa aliada vendendo seu mineral a um preço dez vezes mais baixo do que o baixo preço de sempre. Os salários dos operários se reduziram a nada, houve greve, as metralhadoras cuspiram fogo. Simon Patiño, dono do negócio e senhor do país, não teve que pagar indenizações porque a matança por metralhadas não é acidente de trabalho.
À época, o senhor Simon pagava 50 dólares de imposto de renda, mas pagava muito mais para o presidente da nação e a todo seu gabinete. Ele havia sido um morto de fome tocado pela varinha mágica da fortuna. Suas netas e netos ingressaram na nobreza européia; casaram-se com condes, marqueses e parentes de reis.
Quando a revolução de 1952 destronou Patiño e nacionalizou o estanho, restava pouco mineral, não mais que restos de meio século de desaforada exploração a serviço do mercado mundial.
Há mais de 100 anos, o historiador Gabriel René Moreno descobriu que o povo boliviano era “cerebralmente incapaz”. Ele havia posto na balança um cérebro indígena e outro mestiço e havia comprovado que pesavam entre cinco e dez onças a menos que o cérebro da raça branca.
Com o passar do tempo, o país que não existe segue enfermo de racismo. Mas o país que quer existir, onde a maioria indígena não tem vergonha de ser o que é, não culpa o espelho.
Essa Bolívia, farta de viver em função do progresso alheio, é o país de verdade. Sua história, ignorada, abunda em derrotas e traições, mas também em milagres dos quais são capazes de fazer os desapreciados, quando deixam de desapreciar a si mesmos e quando deixam de brigar entre si.
No ano 2000 ocorreu um caso único no mundo: uma população desprivatizou a água. A chamada “guerra da água” ocorreu em Cochabamba. Os camponeses marcharam desde os vales e bloquearam a cidade. A população apoiou. Foram atacados com balas e gases, o governo decretou estado de sítio. No entanto, a rebelião coletiva continuou, sem recuar, até que na investida final a água foi arrancada das mãos da empresa Bechtel. (A empresa, com sede na Califórnia, recebe agora um consolo do presidente Bush, que a premia com contratos milionários no Iraque.).
Faz alguns meses, outra explosão popular em toda Bolívia venceu nada menos que o Fundo Monetário Internacional. No entanto, o FMI vendeu caro sua derrota, cobrou mais de 30 vidas assassinadas pelas chamadas forças da ordem, mas o povo cumpriu sua façanha. O governo não teve outro remédio a não ser anular o imposto aos salários, que o FMI havia mandado aplicar.
Agora, é a guerra do gás. A Bolívia dispõe de enormes reservas de gás natural. Sanches de Lozada havia chamado de “capitalização” à sua privatização mal dissimulada, mas o país que quer existir acaba de demonstrar que não tem memória fraca. Outra vez a velha história de riqueza que se evapora em mãos alheias? “O gás é nosso direito” proclamam os panfletos e as manifestações. O povo exigia e seguirá exigindo, uma vez mais, que o gás seja posto a serviço da Bolívia, em lugar de a Bolívia se submeter, novamente, à ditadura de seu subsolo. O direito à autodeterminação, que tanto se invoca e tão pouco se respeita, começa por aí.
A desobediência popular fez a corporação Pacific LNG, integrada pela Repsol, British Gás e Panamericana Gas (que se supõe ser sócia da empresa Enron, famosa por seus virtuosos costumes) perder um valioso negócio. Tudo indica que a corporação viera com intenção de ganhar US$ 10 para cada dólar investido.
Por sua parte, o fugitivo Sánchez de Lozada perdeu a presidência. Seguramente, não perdeu o sono. Sobre sua consciência pesa o crime de mais de 80 manifestantes, mas essa não foi sua primeira carnificina e este porta-voz da modernização não se atormenta por nada que não seja rentável. Afinal, ele pensa e fala em inglês, mas não é o inglês de Shakespeare: é o de Bush.
Tradução: Norian Segatto
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Re: Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de
Claudio Loredo escreveu:
A análise é do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
Observação: Ele é o autor de "As Veias Abertas da América Latina", livro que os autores de "O Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano" elegeram para a refutação final.
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Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
Pra quem nunca viu e nem sabe se existe...


"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Claudio Loredo
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Re.: Petrobras e YPFB começam a calcular indenização de ativ
Solidariedade - Em defesa da soberania do povo boliviano
Manifesto de Redes, Campanhas, Movimentos Sociais e Organizações Brasileiras em Apoio ao Povo Boliviano!!!
A BOLÍVIA TEM DIREITO À SOBERANIA SOBRE SUAS RIQUEZAS!
Fonte: Centro de Mídia Independente
Os Movimentos Sociais, organizações, redes e demais entidades, reconhecem o direito do povo boliviano de controlar suas riquezas naturais e de iniciar, com o governo Evo Morales, a reconstrução da sua identidade nacional e popular! A soberania não se discute, se respeita!
Durante cinco séculos os bolivianos sofreram a sangria de seus recursos naturais não renováveis pelas potências coloniais e imperiais. Os minerais preciosos foram levados pela Europa para enriquecer suas nações e financiar suas guerras fratricidas. O estanho foi levado como matéria-prima para produtos industriais da Europa e dos EUA. Ficaram os buracos, a pobreza e o esquecimento.
O Presidente Evo Morales, com o apoio maciço da população, decretou a nacionalização dos campos e das refinarias estrangeiras na Bolívia. O que havia prometido, e já havia anunciado ao mundo inteiro, ele cumpriu. Meio século depois do Brasil, a Bolívia nacionaliza suas riquezas energéticas. Por que não reconhecer para a nação irmã o direito que reivindicamos como legítimo para nós e que deu origem à nossa maior estatal, a Petrobrás? Hoje a riqueza natural boliviana está praticamente reduzida ao petróleo e ao gás natural. E, por obra e graça da atividade predatória dos países ricos, a Bolívia é hoje o país mais empobrecido da América do Sul.
No afã de atacar esta decisão, a mídia brasileira finge ignorar a diferença entre nacionalização e expropriação. A vitória eleitoral de Morales foi significativa e ele se sente comprometido com a emancipação do povo que o elegeu. Seu gesto precisa ser entendido como um cumprimento de promessa, uma ação simbólica que visa mostrar ao povo e ao mundo que a Bolívia vai recuperar o controle sobre seu próprio destino e vai ter seu próprio projeto de desenvolvimento!
No Brasil, a mídia e a ampla gama de políticos de direita vai ao ataque. Há alguns anos, a sociedade organizada fez campanha contra o gasoduto Brasil-Bolívia. Eram anos de Itamar presidente. Um argumento vigoroso era a ameaça ambiental que o duto representava. Mas havia outro argumento. As grandes transnacionais dos combustíveis – Amoco-Chevron, Total, Repsol, BP, queriam garantir ganhos transferindo despesas da construção do duto para a Petrobrás. Apesar das evidências de mau negócio que o gasoduto representaria para o Brasil, foram impostos à Petrobrás o custo da construção, o risco cambial, a cláusula take-or-pay e a obrigação de compra de gás por US$ 60 por kwh para a venda por apenas US$ 4. A imprensa, na época, aplaudiu. E o prejuízo de então foi muito maior do que o que a mesma imprensa acena agora em consequência da decisão do governo Morales. Por que é que a imprensa foi conivente, então, e hoje vocifera contra a Bolívia – seria por um subito acesso de nacionalismo?
Ao contrário. Trata-se de defender os ganhos de uma empresa estatal – a Petrobrás – cujas ações são hoje controladas por acionistas privados dos EUA na proporção de 60%, sendo 49% de estadunidenses e 11% de testas-de-ferro no Brasil. Fruto do criminoso gesto do então-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao assinar a Lei n. 9478/1997, que emenda a Constituição de 1988, quebrando o monopólio estatal e concedendo a empresas vencedoras de licitação de exploração de jazidas a propriedade do produto bruto e o direito de exportá-lo. Esta Lei também permite a venda de ações da Petrobrás a estrangeiros. Em tempos de crescente demanda internacional e escassez sempre maior deste produto, é irracional do ponto de vista estratégico que o Brasil esteja renunciando ao controle sobre seu petróleo e sobre sua comercialização. O mesmo podemos dizer da Companhia Vale do Rio Doce, privatizada pelo mesmo presidente Cardoso, em meio a ruidoso escândalo, por um valor cerca de 10 vezes inferior ao seu valor corrente de mercado, e muitas vezes mais em relação ao valor das suas reservas minerais.
O presidente Evo Morales mostra firmeza ao cumprir sua promessa de campanha: reaver o controle sobre os recursos naturais do seu país. Ele dá seguimento às lutas dos movimentos sociais pela reconquista do controle sobre suas águas, e ao seu compromisso de convocar uma Assembléia Constituinte e de nacionalizar os combustíveis fósseis bolivianos. A negociação com as empresas afetadas está certamente na sua agenda. Morales insiste que não houve nem haverá confisco, mas sim sociedade com parceiros de outros países tendo em vista o projeto de uma Bolívia das bolivianas e dos bolivianos. A parte minoritária do controle acionário dessas empresas permanecerá em mãos dos parceiros estrangeiros, a começar pela Petrobrás. Mas essa negociação se fará a partir de uma clara posição soberana por parte da Bolívia.
Está criado o contexto para acordos que, talvez pela primeira vez na história recente daquele país, virão beneficiar as duas partes sem prejuízo da que é economicamente mais fraca. Gesto do passado, como dizem os jornais? Antes, gesto do futuro, um futuro cuja aurora se anuncia em vários rincões desta América do Sul historicamente sangrada.
Que o Brasil, e os outros países da região, compreendam o significado emancipador do gesto do governo Morales! Que aproveitem a ocasião para aprofundar seus laços de integração, construindo com firmeza uma integração solidária do Cone Sul, criando e ampliando gradualmente a integração energética do continente, e levando adiante, com firmeza e coragem, a construção solidária de uma comunidade sul-americana baseada no respeito à diversidade cultural, na cooperação e na solidariedade.
3 de maio de 2006.
Subscrevem este manifesto:
4ª Semana Social Brasileira – CNBB
ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
AMAR - Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária/Paraná
APROMAC - Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte/Paraná
Campanha Brasileira contra a ALCA/OMC
Ceci Juruá/Rio de Janeiro
CESE- Coordenadoria Ecumênica de Serviço
CEFURIA - Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo - Curitiba/PR/Brasil
CENTRAC - Centro de Ação Cultural
CENTRO DE ESTUDOS AMBIENTAIS - CEA
CEPIS - Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae/São Paulo/Brasil
CIMI – Conselho Indigenista Missionário
Coordenação da Auditoria Cidadã da Dívida – Brasil
Convergencia de los Movimientos de los Pueblos de las Américas (COMPA)
Centro memorial Dr.Martin Luther King, Habana, Cuba
CPT – Comissão Pastoral da Terra
Dom Demétrio Valentini – Bispo de Jales/SP
Dom José Mauro Pereira Bastos – Bispo de Guaxupé e Vice-presidente da CPT
Dom Thomas Baldoino – Conselheiros da CPT
Dom Xavier Gieles – Presidente da CPT
Eber & Claudine Ferrer/ Lucerna/Suiça
FAOR-Forum da Amazônia Oriental
FASE - Solidariedade e Educação
FASE-Programa Amazônia
UNIPOP - Universidade Popular
FNPP - Fórum Nacional de Participação Popular
Fundação Danielle Mitterrand - France Libertes/França
Grito dos Excluídos Continental
Grito dos/as Excluídos/as do Brasil
IBRADES - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
Instituto São Paulo de Cidadania e Política
Jubileu Sul/Brasil
Jubileu Sur/Américas
Marcha Mundial de Mulheres
Maria Amália M. V. B. de Oliveira - Associação dos Engenheiros da Petrobrás/RJ
MEP - Movimento Evangélico Progressista
Movimento Nova Inconfidencia-MNI
MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
PACS – Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul
PAD-Amazônia
Pastora Nanci Cardoso – Igreja Metodista
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo/SP
Sindicato dos Economistas do Rio de Janeiro
Associação Americana de Juristas AAJ - Rama Rio de Janeiro
PRAXIS - DIREITOS HUMANOS EM AÇÃO
REBRIP - Rede Brasileira Pela Integração dos Povos
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Itaitinga
CECA - Centro Ecumênico de Evangelização, Capacitação e Assessoria
CAPINA
SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia/Pernambuco
Coletivo Leila Diniz/RN
Fórum Cearense de Mulheres
Advocaci Advocacia Cidadã pelos Direitos Humanos
ENESSO - Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social
Manifesto de Redes, Campanhas, Movimentos Sociais e Organizações Brasileiras em Apoio ao Povo Boliviano!!!
A BOLÍVIA TEM DIREITO À SOBERANIA SOBRE SUAS RIQUEZAS!
Fonte: Centro de Mídia Independente
Os Movimentos Sociais, organizações, redes e demais entidades, reconhecem o direito do povo boliviano de controlar suas riquezas naturais e de iniciar, com o governo Evo Morales, a reconstrução da sua identidade nacional e popular! A soberania não se discute, se respeita!
Durante cinco séculos os bolivianos sofreram a sangria de seus recursos naturais não renováveis pelas potências coloniais e imperiais. Os minerais preciosos foram levados pela Europa para enriquecer suas nações e financiar suas guerras fratricidas. O estanho foi levado como matéria-prima para produtos industriais da Europa e dos EUA. Ficaram os buracos, a pobreza e o esquecimento.
O Presidente Evo Morales, com o apoio maciço da população, decretou a nacionalização dos campos e das refinarias estrangeiras na Bolívia. O que havia prometido, e já havia anunciado ao mundo inteiro, ele cumpriu. Meio século depois do Brasil, a Bolívia nacionaliza suas riquezas energéticas. Por que não reconhecer para a nação irmã o direito que reivindicamos como legítimo para nós e que deu origem à nossa maior estatal, a Petrobrás? Hoje a riqueza natural boliviana está praticamente reduzida ao petróleo e ao gás natural. E, por obra e graça da atividade predatória dos países ricos, a Bolívia é hoje o país mais empobrecido da América do Sul.
No afã de atacar esta decisão, a mídia brasileira finge ignorar a diferença entre nacionalização e expropriação. A vitória eleitoral de Morales foi significativa e ele se sente comprometido com a emancipação do povo que o elegeu. Seu gesto precisa ser entendido como um cumprimento de promessa, uma ação simbólica que visa mostrar ao povo e ao mundo que a Bolívia vai recuperar o controle sobre seu próprio destino e vai ter seu próprio projeto de desenvolvimento!
No Brasil, a mídia e a ampla gama de políticos de direita vai ao ataque. Há alguns anos, a sociedade organizada fez campanha contra o gasoduto Brasil-Bolívia. Eram anos de Itamar presidente. Um argumento vigoroso era a ameaça ambiental que o duto representava. Mas havia outro argumento. As grandes transnacionais dos combustíveis – Amoco-Chevron, Total, Repsol, BP, queriam garantir ganhos transferindo despesas da construção do duto para a Petrobrás. Apesar das evidências de mau negócio que o gasoduto representaria para o Brasil, foram impostos à Petrobrás o custo da construção, o risco cambial, a cláusula take-or-pay e a obrigação de compra de gás por US$ 60 por kwh para a venda por apenas US$ 4. A imprensa, na época, aplaudiu. E o prejuízo de então foi muito maior do que o que a mesma imprensa acena agora em consequência da decisão do governo Morales. Por que é que a imprensa foi conivente, então, e hoje vocifera contra a Bolívia – seria por um subito acesso de nacionalismo?
Ao contrário. Trata-se de defender os ganhos de uma empresa estatal – a Petrobrás – cujas ações são hoje controladas por acionistas privados dos EUA na proporção de 60%, sendo 49% de estadunidenses e 11% de testas-de-ferro no Brasil. Fruto do criminoso gesto do então-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao assinar a Lei n. 9478/1997, que emenda a Constituição de 1988, quebrando o monopólio estatal e concedendo a empresas vencedoras de licitação de exploração de jazidas a propriedade do produto bruto e o direito de exportá-lo. Esta Lei também permite a venda de ações da Petrobrás a estrangeiros. Em tempos de crescente demanda internacional e escassez sempre maior deste produto, é irracional do ponto de vista estratégico que o Brasil esteja renunciando ao controle sobre seu petróleo e sobre sua comercialização. O mesmo podemos dizer da Companhia Vale do Rio Doce, privatizada pelo mesmo presidente Cardoso, em meio a ruidoso escândalo, por um valor cerca de 10 vezes inferior ao seu valor corrente de mercado, e muitas vezes mais em relação ao valor das suas reservas minerais.
O presidente Evo Morales mostra firmeza ao cumprir sua promessa de campanha: reaver o controle sobre os recursos naturais do seu país. Ele dá seguimento às lutas dos movimentos sociais pela reconquista do controle sobre suas águas, e ao seu compromisso de convocar uma Assembléia Constituinte e de nacionalizar os combustíveis fósseis bolivianos. A negociação com as empresas afetadas está certamente na sua agenda. Morales insiste que não houve nem haverá confisco, mas sim sociedade com parceiros de outros países tendo em vista o projeto de uma Bolívia das bolivianas e dos bolivianos. A parte minoritária do controle acionário dessas empresas permanecerá em mãos dos parceiros estrangeiros, a começar pela Petrobrás. Mas essa negociação se fará a partir de uma clara posição soberana por parte da Bolívia.
Está criado o contexto para acordos que, talvez pela primeira vez na história recente daquele país, virão beneficiar as duas partes sem prejuízo da que é economicamente mais fraca. Gesto do passado, como dizem os jornais? Antes, gesto do futuro, um futuro cuja aurora se anuncia em vários rincões desta América do Sul historicamente sangrada.
Que o Brasil, e os outros países da região, compreendam o significado emancipador do gesto do governo Morales! Que aproveitem a ocasião para aprofundar seus laços de integração, construindo com firmeza uma integração solidária do Cone Sul, criando e ampliando gradualmente a integração energética do continente, e levando adiante, com firmeza e coragem, a construção solidária de uma comunidade sul-americana baseada no respeito à diversidade cultural, na cooperação e na solidariedade.
3 de maio de 2006.
Subscrevem este manifesto:
4ª Semana Social Brasileira – CNBB
ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
AMAR - Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária/Paraná
APROMAC - Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte/Paraná
Campanha Brasileira contra a ALCA/OMC
Ceci Juruá/Rio de Janeiro
CESE- Coordenadoria Ecumênica de Serviço
CEFURIA - Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo - Curitiba/PR/Brasil
CENTRAC - Centro de Ação Cultural
CENTRO DE ESTUDOS AMBIENTAIS - CEA
CEPIS - Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae/São Paulo/Brasil
CIMI – Conselho Indigenista Missionário
Coordenação da Auditoria Cidadã da Dívida – Brasil
Convergencia de los Movimientos de los Pueblos de las Américas (COMPA)
Centro memorial Dr.Martin Luther King, Habana, Cuba
CPT – Comissão Pastoral da Terra
Dom Demétrio Valentini – Bispo de Jales/SP
Dom José Mauro Pereira Bastos – Bispo de Guaxupé e Vice-presidente da CPT
Dom Thomas Baldoino – Conselheiros da CPT
Dom Xavier Gieles – Presidente da CPT
Eber & Claudine Ferrer/ Lucerna/Suiça
FAOR-Forum da Amazônia Oriental
FASE - Solidariedade e Educação
FASE-Programa Amazônia
UNIPOP - Universidade Popular
FNPP - Fórum Nacional de Participação Popular
Fundação Danielle Mitterrand - France Libertes/França
Grito dos Excluídos Continental
Grito dos/as Excluídos/as do Brasil
IBRADES - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
Instituto São Paulo de Cidadania e Política
Jubileu Sul/Brasil
Jubileu Sur/Américas
Marcha Mundial de Mulheres
Maria Amália M. V. B. de Oliveira - Associação dos Engenheiros da Petrobrás/RJ
MEP - Movimento Evangélico Progressista
Movimento Nova Inconfidencia-MNI
MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
PACS – Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul
PAD-Amazônia
Pastora Nanci Cardoso – Igreja Metodista
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo/SP
Sindicato dos Economistas do Rio de Janeiro
Associação Americana de Juristas AAJ - Rama Rio de Janeiro
PRAXIS - DIREITOS HUMANOS EM AÇÃO
REBRIP - Rede Brasileira Pela Integração dos Povos
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Itaitinga
CECA - Centro Ecumênico de Evangelização, Capacitação e Assessoria
CAPINA
SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia/Pernambuco
Coletivo Leila Diniz/RN
Fórum Cearense de Mulheres
Advocaci Advocacia Cidadã pelos Direitos Humanos
ENESSO - Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social