rapha... escreveu:
"(...) Surge para mim uma outra imagem: Nietzsche está saindo de um hotel em Turim. Vê diante de si um cavalo e um cocheiro lhe dando chicotadas. Nietzsche se aproxima do cavalo, abraça-lhe o pescoço sob o olhar do cocheiro e explode em soluços.
"Isso aconteceu em 1889 e Nietzsche já estava, também ele, distanciado dos homens. Em outras palavras: foi precisamente nesse momento que se declarou sua doença mental. Mas, para mim, é justamente isso que confere ao gesto seu sentido profundo. Nietzsche veio pedir ao cavalo perdão por Descartes. Sua loucura (portanto, seu divórcio da humanidade) começa no instante em que chora pelo cavalo.
"(...) [e] a humanidade, "senhora e proprietária da natureza", prossegue sua marcha adiante."[/b][/i]
Eu vou me meter nessa conversa só uma vez e é para dizer que quando se está usando animais para alimento, não se está impondo sofrimento ao mesmo da mesma forma que a um cavalo sendo chicoteado. Comemos animais porque animais, assim como vegetais, são fonte de energia para nossos corpos incapazes de realizar fotossíntese e com isso extrair a energia diretamente do solo e do ar...
Em regiões onde não há grande variedade de vegetais, como em regiões desérticas e árticas, o consumo de animais é a única fonte de alimento possível. Quem acha que não se deve comer animais, que se limite apenas a dizer que prefere comer vegetais por uma questão de inapetência a gorduras e proteina de origem animal e não que pessoas que se alimentam de carne são "assassinas" ou coisas do gênero.
Ninguém vai comer seu cachorro ou gato num banquete mas já houve casos de bebês recém nascidos servirem de antepasto... Não se diz que "comunistas comem criancinhas" à toa. Durante o período negro em que Stalin sentenciou à morte milhões de pessoas em regiões de gelo eterno, ou durante o período em que os egípcios viram seus vales verdejantes sendo tragados pelo deserto depois de décadas sem chuvas há milênios atrás, os bebês e crianças pequenas eram fonte de alimento sim, tudo devidamente documentado.
O fato é que tudo depende da fome e da vontade de comer, sendo que o repúdio a esse ou aquele alimento só existe quando há fartura de recursos e a possibilidade de escolher o que se colocará no prato. Caso contrário, o instinto de sobrevivência fala mais alto... e apenas quem deseje boicotar a própria vida pensará na dor de comer um animal.