Apo escreveu:marta escreveu:Apo escreveu:Grande novidade! Por que as religiões ( e seus seguidores iu simpatizantes) ficam creditando estas noções e instintos básicos e óbvios a seus dogmas, doutrinas e ideologias - e excluindo os que não as seguem destas capacidades? Que idéia mais esdrúxula, falaciosa, desonesta e desprezível. Até porque coloca os não religiosos num patamar de animais incapazes de praticar o bem, ou de serem conscientes, ou de escolherem por si só a quem devem ou podem ajudar. Isto é ofensivo e discriminatório.
Como sempre - e os espíritas são mestres nisto, MESMO NEGANDO - se acham de alguma forma superiores!
Mas na verdade, o motivo só pode ser outro: sem um dogma, sem um cabresto, não conseguem ser o que deveriam por simplesmente serem humanos!
Quando leio este tipo de blablabla, tenho cada vez mais orgulho de não me "filiar" a nada deste naipe. Tenho discernimento suficiente e a consciência operando livremente para não precisar desta ODE AO EGO.
Vocês deveriam se envergonhar.
Outra coisa interessante é essa idéia de consciência, de mostrar seu interior conforme seus preconceitos e blablabla. Que coisa mais ridícula, pra não dizer piegas pra caralho.
Parece até que as pessoas que não são religiosas ou espirituosas (porque espiritismo NÃO É RELIGIÃO) julgam que ateus não tem sentimento, não se comovem com desgraças e são pessoas sem piedade. Isso é mentira.
O problema é que cada qual tem A SUA FORMA DE VER A VIDA, VER O OUTRO e sua forma de FAZER CARIDADE.
Essa conversa lembrou-me a Lu Alckmin, então primeira dama do estado, em visita aqui na cidade contou que quando começou a fazer as primeiras reuniões com mulheres carentes para falar de saúde, família, blablabla, ela notou que a maioria delas ficavam inquietas e não prestavam atenção. No final da palestra, Lu procurou saber o por quê do comportamento das mulheres. Começou perguntando se elas não gostaram da palestra e se não acharam o assunto de interesse delas. Diante da resposta positiva, ela perguntou por que então elas não estavam prestando atenção e elas responderam que estavam com fome.
Ela disse: "quem tem fome, não quer saber de nada. A nutrição é a primeira necessidade de um ser humano". Foi por isso que ela lançou o curso de panificação e passou a montar pequenas padarias nas Assistências Sociais para ensinar as mulheres a fazer pão. Esse fato aconteceu na inauguração da padaria aqui na AS. De fato, nessa padaria já se formaram inúmeras mulheres que hoje vivem de fazer pães e salgadinhos pra fora. Foi o início de vida para muita gente. Pra mim, caridade é isso.
Caridade não é uma ato, uma medição de esforços, não é contábil e muito menos material ou deve servir de marketing ou alívio para nossa culpa perante as "injustiças sociais".
É uma postura que está inserida na empatia pela dor alheia e genuína. Pode ser uma forma de travar consigo mesmo algum tipo de expiação, mas não é isto apenas e nem necessariamente. Varia de pessoa para pessoa e não pode ser passível de julgamento por critério algum de consenso. Caridade não é uma forma de agir demonstravel e nem cobrável. É natural de todo ser humano que tenha amor, compaixão, pena, ânsia, desespero e até um desejo impulsivo de ajudar aos demais. Os motivos e intensidades, assim como a disponibilidade são absolutamente individuais e a ajuda humanitária tem sua representação no todo. Quem ajuda e faz propaganda que ajuda só quer que seu ego seja engrandecido a custa de atos visíveis e reconhecidos ( o que deveria ser um pecado imoral).
Somos humanos. Uns mais sensíveis, outros menos. Uns mais crédulos, inocentes ( porque o mundo tá cheio de usurpador e chantagista). Outros fazem o bem de outra forma.
Na verdade, esta coisa de usar caridade para compensar nossas falhas ou nossos trunfos, nega que a natureza é a mesma para todos: a História nasceu antes de nós, continuamos passando por ela e muito pouco interessa se alimentamos mais uma boca. Enquanto isto, nossos filhos estão a mercê de desgovernos e de gente má. Ninguém consegue ser perfeito e tapar todas as lacunas. A gente faz o que pode e julga que deve.
Caridade é entender as diferenças e respeitar nossos limites. Se vou dar mais dinheiro, mais esmola, mais bens materiais, mais abracinhos nos velhinhos de um asilo ou se vou me proteger ao levantar um estranho estabacado no meio da rua é problema de cada um. Já ajudei muita gente pra me sentir uma pessoa de bem. Definitivamente, a grande maioria não merecia porra alguma! Muito pelo contrário.
É oferecer condições reais do indivíduo sair da miséria e viver uma vida digna e não alimentar o pobrismo. Essa gente que faz da pobreza, profissão.
Isto aqui já adentra em questões politicas e ideológicas. Mas ver a pobreza ou as carências variadas como culpa nossa e ainda se sentir obrigado a fazer alguma coisa é o ó.
Caridade pode ser aquele papo de ser amigo em todas as horas, ouvir os problemas do outro, deixar de fazer nossas coisas porque o amigo ta sempre enrascado etc etc. Mesmo assim é um equívoco e uma cobrança hipócritas. Muito amigo é mimado demais e arranja problema sem solução, só para ficar nos sugando. Tudo tem limite.
Outra matéria interessante que eu acabei de fazer foi na assistência jurídica gratuita da OAB. Dos 200 atendimentos, em média, mensais, 90% são de: pedido de pensão alimentícia, revisão de pensão alimentícia, execução de pensão alimentícia e reconhecimento de paternidade.
As freguesas mais conhecidas lá são aquelas: profissão mãe. Tem 5, 6, 7 filhos, um com cada pai, e move as ações de pensão alimentícia respectivas e passam a vida dentro da OAB processando um, processando outro.
Depois a turma dos caridosos e folantropos vem pedir sacolinhas, creches e o caralho pros filhos dessas vagabundas. Sai fora. Eu trabalho pra caramba pra sustentar as crias dessa gentalha. Vão à merda!
Ah se catar!
Espíritas deveriam adotar esta gente! Aqui e pra toda a eternidade!