Violência avança em Medelín
Segunda maior cidade do país é tomada pela guerra do tráficoPor Eduardo L. Hooker para Infosurhoy.com—07/09/2010
O exército colombiano destacou tropas na Comuna 13, um dos bairros mais violentos em Medelín. (Raúl Arboleda/AFP/Getty Images)
MEDELÍN, Colômbia – Qual a intensidade da violência em Medelín?
A polícia registrou, este ano, 1.250 homicídios, uma média de seis mortes por dia na segunda maior cidade do país – bem acima dos 887 assassinatos registrados durante o mesmo período em 2009.
A razão? Gangues do tráfico transformaram o lugar conhecido como "Cidade da Eterna Primavera" em uma zona de guerra, na luta pelo controle do lucrativo narcotráfico na área – não importa a que preço. Os traficantes também estão extorquindo donos de negócios, forçando-os a pagar ou sofrer consequências violentas.
O que está acontecendo hoje é uma luta até a morte para controlar o tráfico de drogas em Medelín e Antioquia", declarou a senadora Piedad Córdoba, presidente da Comissão de Paz do Senado colombiano, em entrevista exclusiva ao Infosurhoy.com. "Gangues do segundo escalão lutam pelo poder deixado para trás pelos líderes que foram extraditados. O que está acontecendo em Medelín é muito complicado, porque é uma mistura de pobreza com dinheiro fácil."
“Estamos vivendo a típica confrontação entre organizações criminosas,” declarou Salazar em comunicado, “em que seus integrantes usam armamento sofisticado e respondem ao comando de estruturas hierárquicas”.
‘Coisas ainda piores podem acontecer em Medelín’
A polícia atribui a escalada da violência a dois sujeitos conhecidos como "Valenciano" e "Sebastián", suspeitos de serem ex-tenentes de "Don Berna", ex-líder da Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), que está preso no Estados Unidos por acusação de narcotráfico.
“Valenciano” e “Sebastián” estão engajados em uma guerra sangrenta que tem deixado moradores receosos de saírem de casa.
Salazar está solicitando a criação de uma comissão de inquérito, uma melhor coordenação institucional, mais recursos logísticos para facilitar as operações policiais e a disposição de mais de 200 funcionários da promotoria regional para ajudar a dar fim à violência.
"Coisas ainda piores podem acontecer em Medelín", disse Salazar.
O governador de Antioquia, Luis Alfredo Ramos, disse que a situação exige atenção imediata, porque o que está acontecendo em Medellín faz lembrar da vida na cidade sob o falecido barão da droga, Pablo Escobar, nos anos 80 e começo dos 90, quando aproximadamente 6.500 assassinatos aconteciam anualmente. Medelín ficou conhecida como "a cidade mais violenta do mundo".
"São mais de 3.500 jovens que estão em confronto na cidade de Medelín para garantir o controle do micro tráfico e a extorsão", declarou. "São necessárias medidas urgentes e especiais para enfrentar o crime e não se pode descartar a comoção interna."
http://www.infosurhoy.com/cocoon/saii/x ... feature-01