PQP!!! Acabei de escrever, e quando ia postar, o fórum pede meu login e senha e apaga tudo que já tinha escrito...
Vamos recomeçar...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Eu em nenhum momento sequer levantei a hipótese de um "caso amoroso" entre Cook e Crookes. Não vi ninguém, neste thread, fazer isso. Isso, eu concordo com você, é um erro, mas não é de forma alguma um "argumento aceito pelos céticos" como um todo.
Como eu disse, esse argumento aparece ou desaparece conforme as conveniências. Trevor Hall é um grande defensor dele; Stein & Randi (no livro Sorcerer of the Kings) não fazem uso dele, pois complica na hora de explicar o caso Crookes X Eva Fay.
Sim, mas quando eu falei no assunto? Que eu saiba, não pertenço a nenhuma organização, associação, religião em conjunto com os mesmos para que a opinião deles seja subentendida como minha também... Não existe uma "religião cética" Botânico...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Quanto às publicações, talvez você esteja lendo então só os textos favoráveis, e não os contrários aos experimentos. Os métodos de Crookes, por exemplo, foram testados em outros casos fartamente documentados, como nos testes com Eusapia Palladino, e se mostraram falhos. Tanto Crookes quanto Geley foram, e são, muito criticados por pegar supostos indícios (porque tais indícios simplesmente não são comprováveis em sua grande maioria, são relatos do cientista de como as "experiências" ocorreram, mas sem nada mais que comprove que eles realmente ocorreram) e a partir deles "pular" para conclusões enormes sem demonstrar onde tais indícios sugerem, de forma inequívoca, ou ao menos uma forte probabilidade, que são fruto daquela causa específica. Junte a isso o fato de nunca ter sido possível repetir os experimentos com os mesmos resultados, na maior parte das vezes por simples recusa do médium.
É possível fazer ciência, afirmar algo, assim?
Gostaria antes de saber que bibliografia desfavorável é essa que menciona, mas não cita, e que provavelmente não li. Eu já traduzi até uns textos para o Vitor Moura, com opiniões desfavoráveis à mediunidade... Mas nada do que foi dito me impressionou. Disse você que os métodos de Crookes foram fartamente (?) testados. Por quem, onde, quando e como? E por que se chegou a essa conclusão de que eram falhos?
Falou você em RELATOS de cientistas. O que você pensa que é um trabalho científico? É um RELATO dos protocolos adotados, dos experimentos feitos, dos resultados obtidos, da interpretação desses resultados, das conclusões... É UM RELATO, meu caro. Agora por que é que um relato sobre a descrição do caule de uma planta que cresce lá nas encostas da Serra do Mar é cientificamente válido e o relato de um experimento feito com médiuns não? O princípio é o mesmo.
Sobre as falhas nos métodos empregados por Crookes: Podmore, Myers e Gurney, pela Society for Psychical Research (note, nenhum cético): Phantasms of the Living (1886) e Studies in Psychical Research (1897)
Podmore sozinho, aqui narrando os experimentos com Eusápia Palladino: Modern Spiritualism (1902) e The Newer Spiritualism (1910).
Críticas às conclusões de Crookes: Journal of Society for Psychical Research, artigos diversos, especialmente de Henry Sidgwick e Shadworth Hodgson, incidentemente dois dos fundadores originais da sociedade.
Críticas a Geley: Robin Tillyard (1926), J. G. Pratt (1940), George Price (1955), Eberhard Bauer (1984), Coleman (1994 a 1996), Polidoro e Garlaschelli (1988).
Quanto aos "relatos dos cientistas", nos mesmos são citados não somente os métodos aplicados, mas também os padrões adotados, os dados levantados e a análise dos procedimentos, tudo de forma a permitir que o experimento possa ser repetido independentemente da participação do autor inicial. O que chegou mais perto disso foi Crookes, com a citação dos métodos e alguns procedimentos, mas que não apresentou dados ou padrões. Os métodos, ainda por cima, se mostraram falhos em experimentos posteriores.
Em relação ao estudo da planta, você sabe que as coisas não são bem assim, o estudo não é imediatamente aceito como "fato científico". A grande diferença entre o "relato" do crescimento do caule da planta na Serra do Mar e os relatos mediúnicos é que você pode ir a qualquer hora até a Serra do Mar e analisar o crescimento do caule da planta, repetindo o experimento de forma a confirmar o estudo ou refutá-lo. Com a mediunidade é complicado, porque os médiuns tem a terrível tendência a não permitir que os experimentos sejam repetidos por outros pesquisadores...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Você diz que os "céticos" aceitam qualquer prova. Minha pergunta é se você realmente está se referindo a céticos mesmo ou a pessoas céticas exclusivamente em relação a fenômenos paranormais... Para os céticos, de verdade, o problema é justamente que, até hoje, nada de concreto, acima de dúvidas, foi apresentado em relação aos fenômenos mediúnicos.
Bem, eu até já deixei o Acauan irritado com isso, mas não fico fazendo muita distinção entre céticos A e B, até porque deveria ser óbvio que se são duas cabeças, elas não pensarão exatamente iguais. Eu vou é pelos argumentos que leio e que são citados, tanto pelos que se dizem céticos por aqui ou dessas comunidades céticas por aí. Em geral o que tenho visto é o que eu esperaria ver em qualquer ser humano: puxa-se a brasa para a sua sardinha. Assim, portanto, se um argumento é ridículo, se analisado com cuidado, mas endossa a fé que todos (até os céticos) trazem consigo, então esse ridículo ou não é visto ou é muito minimizado ou disfarçado.
Engraçado, pelo pouco tempo que estive aqui, já vi diversos céticos tratarem de forma muito diferente os mais diferentes assuntos. Aqui mesmo, eu e a Najma estamos discutindo e respondendo detalhadamente cada post seu, enquanto outros preferem não discutir, ou responder de forma sucinta e geral, etc... Em comum, apenas o fato de não aceitar algo sem provas. Se você espera que apareça um cético assim, que aceite algo sem provas concretas, só porque alguém diz que assim deve ser, então realmente isso é um erro da sua parte, já que você está esperando justamente que um cético não seja cético.
Quanto a "puxar a brasa para sua sardinha", eu te pergunto: que sardinha? Eu e todos os outros céticos que aqui estão te respondendo não estão tentando provar nada. Muito pelo contrário, a discussão começou inicialmente com o Video, e posteriormente com você, tentando provar a "cientificidade" do espiritismo ou dos efeitos paranormais/mediúnicos (nomenclatura a sua preferência). Neste ponto, eu não vou mudar, porque não sei ser diferente, Botânico: até que se apresente um estudo que não deixe margem alguma para dúvida, eu não vou acreditar, como acontece com qualquer outra coisa em qualquer outro campo do conhecimento com que tenho contato. Isso é o ceticismo, e de forma simplificada, esse é o método científico. Me estranha muito que você, sendo um botânico, se chateie tanto com algo que deve ser parte do seu dia a dia (ou ao menos deveria).
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Vivi no meio espírita, tive conhecimento de vários casos apresentados em centros de supostas "provas científicas" da mediúnidade. Mais tarde, porém, ao procurar mais informações, verifiquei que todas elas contavam apenas parte da história ou omitiam alguns aspectos desfavoráveis, com o argumento de que "foi um ataque dos céticos".
É interessante como aparecem céticos dizendo que "já fui espírita", mas descobri a verdade depois disso ou daquilo... Até parece aquelas malas-diretas que vejo em revistas evangélicas, quando um camarada relata a sua "conversão"...
Meu caro, obviamente há gente dizendo maravilhas de uma coisa e outra dizendo "cobras e lagartos" da mesma coisa, pois não se pode agradar a todos. Eu também já li livros, os melhores são os de Carlos Imbassahy, que refutam os argumentos "céticos". Espero que não pense que, porque alguém fala desfavoravelmente, estaria então mais certo que o que fala a favor.
Botânico, se contei que fui espirita, é simplesmente porque existe um preconceito arraigado dentro do espiritismo (e que conheço bem) de que as críticas vêm sempre de quem não conhece e/ou tem medo. Isso é um fato, eu fui. Agora, não estou exigindo que acredite em mim, nem tampouco vou tentar provar para você. Acredito que com as discussões sobre o assunto você mesmo possa avaliar se eu conheço ou não o espiritismo.
Quanto a "não poder agradar a todos", estamos falando de romances, de religião ou de ciência? Não é uma questão de agradar ou não agradar, mas sim de testar uma teoria quantas vezes for preciso para comprová-la ou falseá-la, e assim construir o conhecimento... A teoria do Big Bang tem adeptos e tem críticos, não foi ainda nem comprovada nem refutada, por isso não é considerado um fato científico, não passa ainda de uma teoria, com adeptos ou não.
Quanto a falar a favor ou contra e ser mais "certo", eu nem penso nisso. Leio tanto os argumentos a favor quanto os argumentos contra, mas para considerar algo como "certo" eu espero alguma prova, que deve vir do lado dos que crêem nos fenômenos, de que eles são reais. Até lá, todos tem todo o direito de especular, quem quiser tem todo o direito de continuar estudando os supostos fenômenos em busca de provas, não vejo problema algum nisso. Só não tem o direito de esperar que eu ou qualquer outra pessoa que não tenha fé nestes fenômenos acredite nisso. E muito menos que eles sejam considerado "ciência".
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Primeiro, eu não quero que você acredite ou deixe de acreditar em nada. Quero é justamente o contrário: que você não diga que eu devo acreditar em algo, ou chamar algo de ciência, se você não pode provar, de forma inquestionável, que aquilo é ciência ou é fato.
O que eu venho querendo é que os céticos apresentem argumentação convincente do que afirmam, coisa que até hoje nunca vi. Quanto a crer ou descrer, ora, tenho visto que os céticos são muito crentes também. Só muda o objeto de crença, mas o princípio é o mesmo.
Apresentar argumentação de quê, Botânico??? Eu e todos os outros que vi te respondendo até agora neste thread não estamos tentando te convencer de nada. É você quem está tentando nos convencer da veracidade de algo. A própria lógica é quem diz que é você, e não nós, que temos que te apresentar algum argumento... Repito: eu não quero que você deixe de acreditar no que você acredita. Isso é problema seu. Agora, a partir do momento em que
você quer que eu acredite em algo, que você quer que aquilo em que você
acredita seja considerado
ciência, é você quem tem que apresentar provas de que devemos fazer isso.
Você está visivelmente confundindo os céticos com os adversários religiosos do espiritismo, como o Padre Quevedo. Ele tem interesse em provar que sua fé é falsa. Eu não. Meu único "interesse" é o de que não aceitar como verdade nada que não possa ser comprovado como verdade para mim. Se você está esperando que eu apresente argumentos para te provar que sua fé é falsa, você vai esperar em vão, porque eu não faço isso com ninguém, pelo menos não até que ele venha querer me converter.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Como você disse, o problema é que o fenômeno se apresenta assim. Assim como? O fenômeno acontece somente quando quer, quando analisado por determinadas pessoas e quando por outras não, e sempre com aparelhos insuficientes para registro. Quando aparelhos de melhor qualidade, e na época atual, com farta tecnologia de registro, os fenômenos simplesmente não acontecem mais...
Vamos fazer uma distinção entre EXPERIMENTO e FENÔMENO. O primeiro pode ser feito pela nossa vontade, dentro dos nossos recursos, etc e tal. Se vai produzir resultados, aí é outra coisa. O segundo é um EVENTO, sobre o qual NÃO TEMOS CONTROLE. Ele simplesmente acontece sob certas condições ou não. Pororoca acontece lá no Rio Amazonas, mas não todo o dia: é preciso haver condições específicas de vazão e marés para que ela ocorra. Quando essas causas são identificadas, então podemos prever que vai acontecer um fenômeno assim ou assado.
Pois bem, o fenômeno mediúnico é algo parecido, apenas que suas causas não são ainda bem compreendidas. Sabemos aí no caso de materialização que o médium deve passar uns dias antes da sessão sem comer carne, no dia da sessão deve ser bem frugal e se possível até ficar em jejum, os espectadores deveriam seguir as mesmas regras. Atividade sexual deve ser evitada no dia (não por razões morais, mas energéticas), o ambiente deve ser bem limpo antes, é preciso escuridão, ao menos parcial. Pensamentos ajudam: não pedimos fé antecipada, ou seja, não se deve ir acreditando no que vai acontecer, mas sim aguardar o que virá. Dúvida nunca foi obstáculo ao progresso da Ciência; incredulidade sim. Se essas condições forem respeitadas, é provável que o fenômeno de materialização seja mais produtivo.
Agora, a materialização vai ser o que vier: podem ser corpos inteiros de pessoas, podem ser materializações parcias, podem ser rostos bem definidos e reconhecíveis, podem ser grotescos... É isso.
A qualidade do equipamento de registro não muda nada disso.
O único problema do seu argumento é que a pororoca, raios, aurora boreal, etc... não dependem de uma "preparação do observador" para acontecer. São fenômenos que não acontecem todo dia, mas presentes as condições, o observador estando ali ou não não impede que aconteçam. Ele pode pensar o que quiser, ele pode ir de camiseta vermelha ou amarela, eles não dependem do observador evitar olhar diretamente para que aconteçam. Todos os fenômenos naturais são assim. Presentes as condições, nada importa se um ou um milhão vão assistir, nada importa se os observadores acreditam ou duvidam veementemente da sua existência: eles acontecem. Existe uma
frequência e uma
coerência que simplesmente não existem nos chamados "fenômenos mediúnicos".
Mesmo em fenômenos envolvendo estudos com seres humanos isso acontece. Quando observados, e consciente de que estão sendo observados, as reações do cérebro das pessoas a estímulos apresentam o mesmo comportamento sempre: a mesma área do cérebro é ativada ao ver representações de comida, as mesmas são ativadas quando induzidas ao medo, etc... Mais uma vez, não importa o que o observador está pensando, não importa a roupa que ele está usando, não importam seus hábitos alimentares, não importa se ele acredita, duvida veementente ou simplesmente fica na dúvida. Eles acontecem.
Se existe este padrão nos fenômenos, envolvendo humanos ou não, por que com a mediúnidade seria diferente? Se os fenômenos dependem tanto assim do observador, então eles são realmente um "fenômeno natural" ou antes um "fenômeno psicológico"? Experimentos psicológicos, onde é necessário que os participantes
acreditem em algo para que o experimento tenha resultado é que envolvem tantas exigências...
E se a qualidade dos instrumentos não influencia, então por que fotos e filmagens de boa qualidade não ocorreram ainda?
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Veja o primeiro caso: Eva Carriere. Tais fenômenos só foram estudados por Charles Richet e Schrenck-Notzing. Ela nunca mais os reproduziu, em condições de estudo, para nenhum outro pesquisador. Como a "fonte" no caso era só ela mesma, os experimentos não poderiam ser repetidos. O que torna o caso o seguinte: acreditar ou não nas palavras de Richet e Screnck-Notzing. Agora me diga, a ciência pode ser feita desta forma?
O problema, meu caro, é que a Ciência É FEITA DESSA FORMA. Se dois ou mais cientistas, trabalhando independentemente, chegam a resultados parecidos, a coisa "deve" ser verdadeira. Usualmente quando os cientistas lidam com coisas "autorizadas" pela Ciência e pela comunidade científica, seus trabalhos não são postos em dúvida diretamente. O cientista não vive de reproduzir experimentos anteriores e sim busca novidades. Muitas vezes só por acaso se descobre que certo trabalho científico foi fraudulento. O azar é quando a coisa é muito importante e aí o cientista tenta fraudar. Nessa ele dança direto, tal como aquele coreano e o jovem alemão que trabalhava nos Laboratórios Bell.
E independente da ciência, também temos no nosso dia-a-dia. Mesmo que supostamente Eva não tivesse sido submetida a outras pesquisas ditas "científicas" também há outros relatos (veja o livro Materializações de Espíritos, de Paul Gibier e Ernesto Bozzano - Editora Eco, 1976), ela esteve envolvida em outras sessões com precauções a fraudes.
O problema, Botânico, é que a ciência NÃO É FEITA DESTA FORMA. O fato de dois cientistas chegarem ao mesmo resultado demonstra indícios de que "podem estar no caminho certo", mas somente a partir da repetição dos experimentos e do acontecimento frequente do mesmos resultados é que a teoria passa a ser aceita como "fato". Um exemplo disso é a descoberta da estrutura do DNA. Dois cientistas de renome, Wilkins e Pauling, trabalhando separados e de forma independente, chegaram à conclusão de que a mesma era formada por uma única hélice. Ao mesmo tempo, dois estudantes, Watson e Crick, descobriram a estrutura de hélice dupla. Pela sua argumentação, hoje estudaríamos a composição genética dos seres vivos baseados em um modelo de hélice simples. No entanto, o modelo que se "estabeleceu" foi aquele com maior relação com a realidade, aquele que conseguiu se "comprovar" como certo.
Na continuação do seu argumento, continuo usando o exemplo de Watson e Crick. Os dois estudantes, ao anunciar a dupla hélice, estavam indo contra o ícone da química de sua época, Linus Pauling. Parte da comunidade científica chegou inclusive a criticá-los. No entanto, em experiências feitas por outros pesquisadores que não os três inicialmente envolvidos, após o anúncio, demonstraram que a estrutura de dupla hélice "funcionava" melhor, explicava melhor o comportamento dos genes, tinha mais
relação com a realidade. Conclusão: A estrutura de dupla hélice foi adotada, a de uma hélice, ainda que defendida por Linus Pauling, foi abandonada, e a ciência continuou sua busca pelo conhecimento.
É lógico que a ciência não é a "manifestação da perfeição", onde tudo funciona sempre às mil maravilhas. Mas a ciência permite sempre que seus postulados sejam revistos. Este mecanismo garante, como a história tem demonstrado, um grande grau de autonomia desta em relação às crenças de quem com ela está envolvido.
No caso de Eva Carriere, tudo o que aconteceu foram algumas demonstrações de que este ou aquele método de fraude não era possível (como os mágicos que mostram o fundo da cartola em um circo). Experimentos como os que afirmaram que fizeram Richet e Screnck-Notzing nunca foram repetidos.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Se eu te falasse agora que eu vi um elefante rosa voador... Eu não acredito naquilo, então não aceito como prova as fotos de baixa qualidade e o relato de algumas pessoas.
Como sempre os céticos elaboram exemplos mirabolantemente absurdos e querem que entendamos que mediunidade é a mesma coisa desses exemplos. Olha, meu caro, há relatos de MUITAS PESSOAS, entre elas cientistas conceituados, os quais não consigo pensar que motivos teriam para mentir em favor de algo que sabiam ser fraudulento. Especialmente se este algo só serviria para despretigiá-los perante seus colegas. Há fotos de baixa qualidade e outras de melhor qualidade, mas o problema não é a qualidade e sim o que se diz estar ali fotografado. Você alega mais adiante que um médium só foi examinado por um ou dois, mas acontece que há todo um conjunto de médiuns que foram examinados por outro conjunto de cientistas, ou seja, no final forma-se um bolo bem volumoso de experimentos independentes. Se não significa nada para você, para mim é muita coisa.
Eu te apresentei um fenômeno que desafiaria as leis naturais conhecidas, como é afirmado a respeito da mediunidade. Pessoas afirmando verem coisas são provas ou indício da veracidade de algo? O monstro do Lago Ness e os vampiros tem mais avistamentos que fenômenos mediúnicos, então para você o monstro do Lago Ness e os vampiros são fatos científicos?
De resto, o caso dos cientistas! Se você se interessar, dê uma olhada nos estudos da natureza e função do diabo levadas a cabo na Europa, tanto na Idade Média quanto após o Renascimento. Você fica surpreso com a quantidade de cientistas sérios, como Roger Bacon, Thomas Hobbes e Adam Smith, discutiram sobre a natureza e o comportamento de Lúcifer... Não é uma questão de cientistas necessariamente cometendo fraudes, ou de cientistas "tendo algo a ganhar". Muitos simplesmente acreditaram nos fenômenos, e esta fé influenciou no seu trabalho. Não é algo novo na história, e nem por isso estamos estudando se o demônio era essencialmente mal ou um ser bom degradado ou estudando se o sêmen do demônio pode ou não fecundar uma mulher...
Quanto aos estudos, é um conjunto de cientistas e um conjunto de médiuns, mas cada elemento ligado a um outro elemento, ou grupo de elementos, específicos, e cujos experimentos não puderam ser repetidos.
Quanto ao "não significa para você mas significa para mim" não tem importãncia nenhuma no que tange a ser ou não um fato científico. Se você está falando de sua fé pessoal, realmente o que importa é o que as coisas significam para você, você deve acreditar no que quiser acreditar e pode ter certeza de que não vou tentar te convencer do contrário (embora isso também não impeça que eu tenha críticas à sua doutrina). Agora, quando você tenta colocar isso como "ciência", como "fato", como "algo incontestável", aí definitivamente não importa o que "significa para você" ou para mim, ou para qualquer um. Importa somente o fato de as provas apresentadas serem inquestionáveis, não deixarem margens para dúvidas de que aquilo é assim.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:]Quanto ao caso de Otília Diogo, a realidade é um pouco diferente da apresentada por você.
Poderia por favor me dizer onde você obteve as informações corretas sobre essa realidade diferente?
Do relato dos repórteres d'O Cruzeiro chamados para registrar o caso.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Em primeiro lugar, não esqueça de comentar que o consultório médico não foi um lugar escolhido pelos repórteres, mas pelo grupo que iria apresentar a sessão. Em segundo lugar, o local e as pessoas foram realmente revistados, mas eles eram repórteres, não especializados no assunto, e revistaram um local desconhecido. Ainda assim, isso por si só não invalidaria o experimento, com toda a certeza. Nem tampouco vou entrar na questão das fotos.
Quando não conseguem encontrar uma brecha, eu noto que os céticos apelam para esse tipo de argumento: os caras não tinham competência para fazer a coisa. Então os cientistas que estudaram e endossaram os médius são apresentados pela comunidade cética como burros e incompetentes. Eles não eram capacitados a fazer esse tipo de estudo; mágicos sim o seriam. E agora aí no caso da Otília: eles eram repórteres e não mágicos, estavam revistando um lugar desconhecido (por que então não combinaram um lugar por eles escolhido?), mas que ainda assim era pequeno e fácil de se revistar. E se não invalida o experimento, então qual é o problema?
Quem disse que os cientistas não eram capacitados? Capacitados eram, e este é apenas mais um dos problemas: por que sendo capacitados, não puderam trazer provas mais convincentes, ou não insistiram para que os experimentos fossem repetidos por outros grupos ou em ambientes diferentes?
De resto, não torça as minhas palavras, Botânico. Vou repetir o que disse: "Ainda assim,
isso por si só não invalidaria o experimento, com toda a certeza."
Por si só. Caso fosse só esse o problema, não invalidaria. Juntando isso com os outros problemas apresentados, com certeza cria dúvidas quanto ao experimento. E não combinaram em um local diferente porque o grupo de médiuns foi quem escolheu o local.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Mas as coisas são um pouco diferentes da situação de "um experimento genuíno e a prova de falhas".
O primeiro ponto que levanto é a muito frequente, em experimentos como este, separação da médium por uma cortina. A pergunta é: Por quê esta separação? Por que os efeitos não podem ocorrer com a médium visível a todos?
Porque a iluminação direta do médium impede ou dificulta muito a formação do ectoplasma. Florence Marryat fez um experimento com a fantasma Kate King, iluminando-a fortemente com três bicos de gás abertos ao máximo. A fantasma derreteu-se e sumiu à vista de todos. Então, meu caro, ESTE É UM PROBLEMA DO FENÔMENO EM SI. Mas o ambiente NÃO ESTAVA TOTALMENTE ESCURO: havia um luz vermelha fraca ali.
Engraçado, com Home não havia problemas de iluminação...
E a luz vermelha, como narrado pelos próprios repórteres e por Rizzini, foi apagada após a prece de abertura.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Além disso, o ambiente ficou totalmente no escuro, e fotografias só podiam ser tiradas quando expressamente autorizadas pelo espírito. Ou seja, a médium (que não foi algemada nem presa na gaiola pelos repórteres, mas por um grupo de médicos escolhido por ela e seus colegas) não podia ser vista durante as aparições, e fotos não eram totalmente liberadas.
Engraçado: quem a algemou foi justamente um dos repórteres, que inclusive era repórter policial, o Nilo Oliveira. Além de algemas, usou correias grossas, com pontas fechadas com esparadrapo e rubricadas por ele. Pode me dizer de onde tirou essa informação de que foram os médicos que a algemaram? Desde quando os repórteres concordariam com isso?
Tirei a informação da própria matéria d' O cruzeiro, onde Nilo Oliveira afirma que não foi permitido a ele amarrar a médium, informação confirmada pelo livro Materializações em Uberaba, de Jorge Rizzini, que afirma ter sido a médium amarrada "pelos próprios médicos".
Veja o trecho (que difere das informações apresentadas por você):
" Após verificação da temperatura do ambiente e pesagem de todos os presentes, foram introduzidos na referida jaula Otília Diogo, coberta por uma camisola de cor negra, e o Sr. Feitosa. Em seguida foram amarrados
pelos próprios médicos.
Nos pés, foram colocadas fortes correias com cadeados (grifo meu); nos pulsos, ao invés de correias, algemas policiais prendendo também o braço da cadeira. Algemas do tipo espanhol: quanto mais o preso procura libertar-se, mais apertam os pulsos."
Materializações em Uberaba, RIZZINI, Jorge. Ed. Livro Fácil - Nova Luz EditoraBotanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Além disso, não é verdade que "nada descobriram de errado na ocasião". Os repórteres, na matéria que narrava o encontro e que recebeu o nome de "Farsa da Materialização", narraram uma série de indícios de fraude, como: a presença de seios e cabelos compridos na aparição masculina, as roupas de ambas as aparições eram as mesmas, fios da roupa de irmão Josefa, encontrados após a sessão, eram fios comuns e não "ectoplásmicos",
Que eu saiba, não foi dito que os repórteres colheram amostras diretas do ectoplasma na forma de fios das roupas. O que houve é que um deles catou UM fio que achou no chão e, sem qualquer indício, alegou que saiu das materializações.
Eu não disse que colheram amostras diretas do vestido, disse que colheram amostras, que realmente foram do chão, mas fios de vestido de uma cor que só estava sendo vestida pela "materialização".
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:a semelhança entre Otília e a manifestação masculina,
Essa eu não vi. Falam muito é da semelhança da médium com a fantasma, que teria sido mãe dela. O Encosto aqui tem um site onde estão postadas essas fotos. Cate-as lá e compare as semelhanças, então.
Como concordado por todos os repórteres presentes, "a única diferença visível entre dna. Otília e Alberto era a barba".
Quanto à mãe de Otília, não foi "Irmã Josefa", mas sim Maria Luisa Barbosa.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:a constatação de que os pés de Otília Diogo estavam praticamente soltos após a sessão,
Se o repórter não a prendeu direito e qualquer movimento afrouxaria as correias...
Pena que Rizzini concorda com os repórteres com o fato de que os médicos é que amarraram...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:a não permissão do uso de infravermelho aos repórteres,
Essa foi uma piada deles: não permitiram o uso do infravermelho, pois dissolveria o ectoplasma... Qualquer um que conheça Espiritismo sabe muito bem que isso não acontece. O uso do infravermelho seria muito bem vindo. Se não usaram, é porque não quiseram (ou porque aí seria muito difícil alegar fraude).
Foi piada deles ou de Waldo Vieira? Ele afirmou que a sala deveria ficar em escuridão total, caso contrário poderia "atrapalhar a manifestação", e esta foi a razão que ele afirmou para impedir os repórteres de usar o infravermelho. Quanto à escuridão total, veja o trecho do livro de Rizzini:
"... Tudo pronto, os médicos sentaram-se em seus lugares. Waldo Vieira leu um trecho do Evangelho, abrindo em nome de Deus a reunião e, em seguida, foi apagada a lâmpada do consultório.
A sala ficou em escuridão total."
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:os repórteres, apesar de poder revistar todos, não puderam revistar justamente a médium,
Bem, a médium foi convidada a vestir uma camisola preta (pois as formas materializadas apresentavam-se como brancas) e isso foi feito à vista dos repórteres Jorge Audi e Mário de Moraes. Ao final da sessão, ela teve o seu fino vestido rasgado...
O que, de forma alguma, equivale a uma revista. E sua informação está errada, a única a ver a troca de roupas foi a jornalista Wanda Marlene, que acompanhou dona Otília a um quarto contíguo.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:os repórteres tinham lugares já previamente marcados para que sentassem,
Na hipótese de você ter o artigo original em mãos, vá lá e leia direito: na página 74, o repórter José Franco diz que os médicos mandaram que ESCOLHESSEM os lugares que desejassem sentar. Já na pág. 75, o Mário de Moraes diz "Que sentássemos nas nossas cadeiras previamente determinadas. Nenhum ficou ao lado do outro companheiro da revista." Qual dos dois está dizendo a verdade?
As cadeiras estavam posicionadas e não poderiam ser mudadas de lugar. Eles podiam escolher, mas não podiam mover as cadeiras. Ao menos é o que contam os repórteres na série de artigos, e não vi declarações de Waldo ou Chico Xavier refutando isso...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu: Já o os repórteres não puderam participar dos procedimentos para imobilizar a médium, a manifestação masculina não falava, nos pés da médium existiam indícios de giz, e um círculo de giz tinha sido feito em volta da jaula justamente para verificar se ela tinha saído da mesma (os repórteres queriam usar talco em todo o chão do ambiente, mas os médicos e a médium não aceitaram).
Bem, eu já disse que quem imobilizou a médium foi justamente o repórter Nilo Oliveira. Quanto ao giz e talco, já antes desse experimento, a médium se viu acusada de fraude pois houve quem usasse do talco, e durante a sessão, ELE PRÓPRIO PISOU ali para acusá-la de fraude. Por isso o talco não foi aceito (e também não prova nada: por que, se o espírito materializado pisasse nele, não deveria deixar marca?). Os espíritos nessa sessão apareceram vestindo meias, mas A MARCA DE GIZ ESTAVA NO PÉ DESCALÇO DA MÉDIUM! Como isso aconteceu? Explicação simples: o próprio repórter fizera a marca. Agora se os céticos tiverem outra que salve a honra dos repórteres...
Não, Nilo não imobilizou a médium, segundo o próprio Rizzini.
O talco poderia deixar indícios no pé da médium, não poderia?
Ou seja, você não acredita na fraude de Otília, mas acredita na fraude do repórter. Eis o problema com os fenômenos mediúnicos: sempre temos que acreditar em alguém, nunca as coisas são feitas de forma a não deixar dúvidas...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Além disso, após denúncia feita na polícia, a primeira perícia policial, feita pela polícia carioca, indicou indícios de fraude (por justiça, a pedido do grupo de médiuns, uma segunda perícia foi feita, desta vez pela polícia paulista, que contrariava a perícia carioca. Até hoje não se sabe qual das duas perícias estava "certa").
NÃO FOI FEITA DENÚNCIA ALGUMA! O repórteres do Cruzeiro procuraram o perito Carlos Éboli e o convenceram de que era tudo fraude e que ele "só tinha que apontar o que seria indício de fraude". A revista então publicou uma reportagem com as fotos onde se apontava que "seriam indícios de fraude isto ou aquilo". Antes dessa publicação, Jorge Rizzini e Luciano dos Anjos participaram do programa Volante do Pallut e lá denunciaram a farsa da reportagem. O Carlos Éboli, visivelmente irritado, foi ao encontro dos dois e avisou do seu trabalho sobre a análise das fotos. Foi então que Rizzini levou as fotos até o perito Carlos Petit e este então deu um LAUDO (coisa que Éboli não fez!) dizendo que o que era apontado pela revista como indício de fraude não era condizente. Bem, quanto a dizer qual das perícias é a certa, experimente você: confronte o que disse Éboli com o laudo de Petit e compare as fotos e veja quem está com a razão. Agora jogar na dúvida (não se sabe...) é muito fácil e comum nas falas céticas.
Ou seja, tenho que escolher entre as acusações dos repórteres ao grupo de médiuns e as acusações dos espíritas aos repórteres? Eu tenho que "crer" em um lado? Extremamente científico...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Ou seja, mais uma vez, o experimento não se mostrou totalmente a prova de falhas. Além disso, Waldo Vieira, que foi um dos organizadores da experiência, havia prometido aos repórteres a oportunidade de outras sessões com a médium, com maior participação destes. Mas após a de Uberaba não falou mais no assunto.
Essa promessa NUNCA EXISTIU. O Waldo não tinha autoridade sobre a médium e não podia garantir nada. Além disso, com toda uma série de reportagens mentirosas, chamando a médium de puta pra baixo e os médicos, Chico e Waldo de canalhas, farsantes e salafrários, por que deveriam ainda assim mostrar a maior boa vontade e colaborar com esses repórteres?
A primeira reportagem não foi ofensiva, caro Botânico. E não poderiam fazer então os experimentos com repórteres de outras revistas?
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Ou seja, os "eventos" sempre ocorrem com fatos ou características que põe em dúvida sua autenticidade. É culpa dos céticos isso? Mas isso poderia ser facilmente resolvido, se o fenômeno é uma realidade. Basta que a "espiritualidade" permitisse que um, e somente um, médium de efeitos físicos passasse por uma série de exames, em diferentes laboratórios, presididos por diferentes grupos de cientistas céticos, todos com livre registro de todas as formas, e sem qualquer condição do médium, para que todas as dúvidas fossem sanadas. Mas, até hoje, isso não aconteceu...
Continuo insistindo que isso ACONTECEU MUITAS VEZES... Mas a opinião da comunidade cética é bem conhecida, não? Ainda continuamos com o mesmo problema: por que uma ou mais fotos convenceriam? Não seriam feitas as mesmas alegações de fraude, de montagem (muito melhorada agora com a computação gráfica) ou, se nada de falso fosse encontrado nas fotos, como garantir que a coisa fotografada é uma materialização? Muito que bem, temos toda uma nova aparelhagem nos dias de hoje, mas os céticos não nos garantem que o uso dela calaria a boca dos outros céticos que não se envolveram com a coisa.
Me conte um caso onde um mesmo médium participou de experiências em diversos ambientes e presididas por diversos cientistas então? Por que simplesmente não permitir a repetição dos eventos, para "calar a boca" dos céticos? Argumentar falta de parcialidade para esconder a incapacidade de realizar alguma coisa é um truque antigo, Botânico...
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:Os efeitos físicos podem ser verdadeiros? Em hipótese, sim. Mas para que a vontade daqueles que querem que seja um fenômeno indiscutível, um fato, seja atendida, há que aparecer um caso documentado de forma inquestionável. Não é questão de te convencer a não acreditar. É um caso de vocês darem a nós, céticos, uma prova de que devemos acreditar.
UM CASO DOCUMENTADO DE FORMA INQUESTIONÁVEL? Que gracinha! Então me diga aí como fazemos os experimentos que darão origem a esse caso e como é que vai ser documentado de forma inquestionável. Agora é isso que estou cobrando da comunidade cética, já que essa insiste que todo o resto não serve para nada.
Um mesmo médium. Diferentes laboratórios. Diferentes grupos de cientistas. Nenhuma condição imposta. Repetição, mesmos resultados. Nada fora do método científico, Botânico,nada além do que foi ou é pedido para qualquer teoria científica.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:São vários os bons motivos que eu dou para que "vocês percam tempo conosco": vocês mesmos afirmam que o que fazem é ciência. Vocês mesmos afirmam que o espiritismo veio para trazer a verdade, de forma racional, ao mundo. Vocês mesmos vivem criticando a "ciência ortodoxa" que não aceita os efeitos sobrenaturais. Vocês mesmos dizem que o que "estudam" são fatos inegáveis. Vocês mesmos dizem que é hora do mundo prestar mais atenção às "verdades além da matéria". Você mesmo, assim como outros espíritas, espiritualistas, ocultistas e outros que acreditam e estudam casos "paranormais"/"mediúnicos" participam de fóruns de céticos como este para argumentar em favor do seu ponto de vista...
Houve um período, entre 1850 e 1930, em que se produziram muitos trabalhos científicos sobre mediunidade. Mas como já foi dito, a comunidade científica não deu a mínima para isso. Tal coisa, a mediunidade, não podia existir, nem acontecer, pois contraditava as leis naturais pelas quais nós guiamos a nossa querida ciência. Assim então, babau. Embora médiuns de efeito físico existam até hoje, não vemos porque a posição dessa comunidade científica mudaria, nem por que os céticos mudariam.
1° - Os trabalhos sempre deixaram margens para dúvidas. Não adianta me culpar, ou culpar "os céticos". Basta que a "espiritualidade" permita que se realize a coisa direito.
2° - Dois estudantes não podiam contrariar o ícone da Química moderna. Mas o fizeram. E seu trabalho foi aceito, enquanto o de Linus Pauling não.
3° - Cadê os médiuns de efeitos físicos de hoje, então? Nenhum deles consegue fazer o quê se alegava que muitos faziam na época. Por quê?
Botanico escreveu: Se o que vão reproduzir serão OS MESMOS EXPERIMENTOS, servindo-se DOS MESMOS recursos de registros (fotos, filmes, vídeos, infravermelho, etc) o que isso vai resultar de novo? Por que seriam mais convincentes hoje se os do passado são rejeitados?
Fazendo direito, não deixando espaço para dúvidas. Repetição. Diferentes ambientes. Diferentes grupos de cientistas. Um mesmo médium. Até a televisão hoje em dia se interessaria em registrar o evento, para tornar ainda mais difícil a realização de fraudes. Mas quem deve decidir se querem ou não é vocês. Caso não queiram, só vão ter que se conformar em deixar de lado a afirmação de que o espiritismo é uma ciência.
Botanico escreveu:Lord of Dreams escreveu:A comunidade científica não "deu ouvidos" a isso porque os "experimentos científicos" sempre deixavam margens para dúvidas de sua autenticidade, como disse acima, e nunca ocorria um que pudesse ser reproduzido em outra ocasião com outro grupo e de forma inquestionável. O tratamento dado ao assunto não é diferente do dado à teoria da evolução, por exemplo. Até hoje, dentro da comunidade científica, diversos são os pontos em discussão, e os únicos pontos ditos comprovados são aqueles que já foram extensamente discutidos e extensamente comprovados por vários grupos diferentes de pesquisadores. Não é essa a pretensão do espiritismo, ser uma ciência? Então que receba o mesmo tratamento de todas as ciências.
Se vocês não vêem o por quê de mudar a posição da comunidade científica quanto a isso, então por que querem que o espiritismo seja considerado uma ciência, e perdem tanto tempo produzindo textos e mais textos afirmando que o espiritismo é uma ciência? Contraditório, desdenhar aquilo que quer ser...
Reproduzir "os mesmos experimentos" com os "mesmos recursos" ou recursos superiores como temos hoje em dia vai permitir demonstrar que não é um caso isolado passível de fraude, mas situações onde há uma repetição, uma coerência, que comprovem que existe realmente o fenômeno, e não é apenas fruto de fraudes ou erros. Exatamente o que se faz em qualquer investigação/experimento científico hoje em dia.
O Espiritismo tem que decidir isso: ou se assume somente como uma religião, e então realmente não há nada a provar, porque tudo se resumirá à fé, que por definição não pede provas, ou continua com sua reivindicação de ser ciência mas se conforma em seguir os ditâmes do método científico, que exigirá a comprovação, em todos os fatores, de seus experimentos, tanto quanto exige em qualquer área e sobre qualquer assunto. (Basta lembrar que, até hoje, o Big Bang não é considerado um fato científico justamente porque não foi possível, até hoje, apresentar provas incontestáveis de que tudo se deu como diz a teoria).
[color=#ffff80] O problema nosso neste aspecto científico é que o objeto da experiência não é um sal, um rato, uma planta... São pessoas. E as pessoas PENSAM, JULGAM E AVALIAM conveniências. Se isso incomoda a comunidade cética, fazer o que? Pior é quando essa dita comunidade puxa o tapete do médium, prometendo uma coisa, mas mudando tudo no meio do caminho, de forma que o médium seja visto como um farsante, sem que se tivesse provado farsa alguma. Teve o caso aí de uma jovem russa, que se dizia capaz de ver dentro do corpo das pessoas e dizer que doenças teriam. Bem, os céticos fizeram um experimento fajuto com ela (com apenas sete pacientes), com nota de corte muito alta (ela tinha de acertar no mínimo 5 – essa tática era para forçar um falso negativo) e embora tivesse sido acordado que seria apenas um teste geral, sem que fosse emitido qualquer relatório conclusivo, o que os céticos fizeram foi exatamente isso: concluíram que ela não tinha poder algum e portanto era tudo balela. Bem, se é com esse tipo de gente que os médiuns vão ter de lidar, então volta-me a pergunta: _ Para quê perder tempo com eles?
Quanto ao Espiritismo ser científico ou não, diante de tanta hostilidade, o melhor é ser científico para consumo próprio, sem pretender aprovação da comunidade científica. Aliás Kardec mesmo comentou com um cético:
_ Cada profissional tem a sua especialidade: se você vai construir uma casa, não vai confiar esse trabalho a um músico; se está doente, não vai se tratar com um arquiteto; se está com um caso judicial para resolver, não vai consultar um dançarino. E finalmente, por que em questões de teologia, vamos pedir conselhos a um químico ou astrônomo? Eles têm a suas especialidades e a ciência em que militam não poderiam lhes dar subsídios para cuidar desse caso.
É isso.
Eu nunca puxei o tapete de nenhum médium, e você não tem base alguma para acusar todo cético pelas atitudes de uma pessoa que você acha ser uma cética. Seria o mesmo que eu dissesse que todo espirita é uma fraude porque as irmãs Fox se declararam uma fraude. Não afirmo isso nem quanto aos médiuns de efeitos físicos. Digo apenas que, até hoje, não foi apresentada prova convincente de que tais efeitos acontecessem. Mas, sou cético mesmo, e também não alego que "isso nunca poderá acontecer". Porém, até que aconteça, isso não é ciência, e eu não tenho por que acreditar.
Também me pergunto? Para que perder tempo com a gente? Se o espiritismo condena tanto aqueles que não acreditam no que ele diz ser verdade, para quê perder tempo querendo se tornar uma ciência? Nisso eu concordo com você, não entendo. É muito mais simples se assumir como uma religião e acabar com toda essa discussão.
De resto, só volto a repetir: você não querendo me forçar a acreditar em algo, ou chamar de ciência algo que não foi provado de forma inquestionável, você pode acreditar no que quiser, não é absolutamente problema meu.
É isso.
Believe on the power of the dreams, but never on the contents of it.