Separatistas se armam na Bolívia

[RicardoVitor]

Ué? "Viria" não, VEIO do interior do Estado e da própria capital. Essa historinha dos nordestinos "construindo São Paulo" é uma bobagem sem tamanho, a invasão em massa vinda do Nordeste ocorreu durante as décadas de 70-80, quando São Paulo JÁ era uma grande cidade, industrializada e desenvolvida.

Apresente-me esta cidade que eu não conheci.
Nasci e fui criado em São Caetano do Sul, no ABC paulista, que os indicadores apontam como referência nacional em desenvolvimento humano, graças é claro à indústria automobilística.

Esta beleza de cidade nos anos sessenta era sessenta por cento mato, como todo o ABC e como todo o entorno da Grande São Paulo ou seja, a urbanização brasileira é muito recente e os nordestinos que migraram para cá ajudaram a contruí-la sim senhor.

A industrialização do Grande ABC é um fato posterior a industrialização e ao desenvolvimento de São Paulo. O deslocamento da indústria para as cidades nos arredores de SP é recente, se deu em meados da década de 70, seguindo as transformações da própria cidade (desenvolvimento do setor de serviços e comércio). Os nordestinos NÃO ajudaram a construir São Paulo, coisíssima alguma.

E não importa como ou porque, posso afirmar com autoridade que as fábricas paulistas não existiriam sem os migrantes, assim como nossos badalados restaurantes não teriam o prestígio que tem sem eles (para quem não sabe, a maioria dos chefs da capital gastronômica do país são nordestinos ou descendentes).

Você poderia citar fontes para essa sua afirmação?

Dentre outros muitos exemplos que poderiam ser dados, mas que podem ser substituídos pelo bom senso e um pouco menos de preconceito.

Quais exemplos? Moro aqui há 26 anos e não conheço nenhuma contribuição positiva de tais imigrantes... Poderia citar? Estou curioso.

E não há preconceito algum, e sim conceito muito bem formado. Após décadas de convivência, corpo a corpo, não se pode considerar tal experiência como um pré-conceito.

[Apocaliptica]

Ele pegou um genzinho de algum índio bugre dos pampas argentinos, pois minha bisavó era da fronteira.
Resultado: não estudou, não se formou e não fez nada na vida. Pelo menos não fez filho também.

Claro que o problema do gene estava no seu caráter argentino e não no bugre.

Meu irmão fez uma transfusão de sangue uma vez, depois de uma grande cirurgia. A partir de então, passou a ter manchas problemas na pele. Minha mãe jura que é devido ao sangue que ele rebeceu na transfusão. Segundo ela, a enfermeira descreveu o doador como "um bugre".

[Najma]

Ele pegou um genzinho de algum índio bugre dos pampas argentinos, pois minha bisavó era da fronteira.
Resultado: não estudou, não se formou e não fez nada na vida. Pelo menos não fez filho também.

Claro que o problema do gene estava no seu caráter argentino e não no bugre.

...

[RicardoVitor]

Basta ler e estudar. Ou vocês têm preguiça disso também?

Temos. Sabe como é, né, Ricardito. Nem todo mundo é uma Marta ou um RicardoVitor. Mas você, ela e vários outros membros instigam em mim um desejo de ser alguém melhor e erradicar o nordeste da minha alma.

Como disse, basta ler e estudar. E ter força de vontade.

[Apocaliptica]

E A BOLÍVIA EIN GENTE???NEWS???

[Acauan]

Quais exemplos? Moro aqui há 26 anos e não conheço nenhuma contribuição positiva de tais imigrantes... Poderia citar? Estou curioso.

E não há preconceito algum, e sim conceito muito bem formado. Após décadas de convivência, corpo a corpo, não se pode considerar tal experiência como um pré-conceito.

26 anos, desde os anos 1980, tudo isto???

E ache e pense o que quiser, não vou perder meu tempo com você.

[Najma]

Teve imigração no século XIX... em 1877, bisavós do meu pai vieram do porto de Gênova pra São Paulo e foram instalados num local onde iriam criar uma comunidade que por acaso tornou-se uma das cidades mais desenvolvidas do Brasil. Não sei como eu teria nascido se eles não tivessem vindo para cá naquela época, ou se meu pai seria meu pai... Só sei que São Caetano do Sul não seria São Caetano do Sul se imigrantes italianos não tivessem imigrado para lá. Teria outro nome, provavelmente...

E VAI SER BI-CAMPEÃO PAULISTA!!!


SÃO CAETANOOOOOOOOO!!!!

Que nome lindo, não? Fala a verdade...

Meu coração se enche de alegria quando escuto SÃO CAETANO...

[betossantana]

Apresente-me esta cidade que eu não conheci.
Nasci e fui criado em São Caetano do Sul, no ABC paulista, que os indicadores apontam como referência nacional em desenvolvimento humano, graças é claro à indústria automobilística.

Acauan, eu acho que não fica bem pra você contradizer pessoas nas quais nós apenas devemos nos mirar como exemplos de gente batalhadora, forte, brava e honesta como o RicardoVitor, a Najma, a Apoc e a Marta, que representam o melhor que o Brasil tem em seus territórios. Eu, como nordestino, e você, como descendente de povos nativos das Américas, devemos nos colocar em nossos devidos lugares e quem sabe possamos nos beneficiar algum dia da sociedade branca e adequada que pessoas deste calibre ajudarão a construir. É a minha opinião.

[Acauan]

Segundo ela, a enfermeira descreveu o doador como "um bugre".

Juro que não era eu.

[Apocaliptica]

Segundo ela, a enfermeira descreveu o doador como "um bugre".

Juro que não era eu.

Foi em 72. Jura que não era?

[betossantana]

Como disse, basta ler e estudar. E ter força de vontade.

Você está sendo desrespeitosamente sarcástico com alguém que vive todos os momentos de sua vida a DOR de ser nordestino, como eu, já que, como bom paulista, sabe muito bem que baianos e nordestinos em geral não têm força de vontade. Você está enfiando e torcendo o punhal em meu coração.

[Apocaliptica]

Apresente-me esta cidade que eu não conheci.
Nasci e fui criado em São Caetano do Sul, no ABC paulista, que os indicadores apontam como referência nacional em desenvolvimento humano, graças é claro à indústria automobilística.

Acauan, eu acho que não fica bem pra você contradizer pessoas nas quais nós apenas devemos nos mirar como exemplos de gente batalhadora, forte, brava e honesta como o RicardoVitor, a Najma, a Apoc e a Marta, que representam o melhor que o Brasil tem em seus territórios. Eu, como nordestino, e você, como descendente de povos nativos das Américas, devemos nos colocar em nossos devidos lugares e quem sabe possamos nos beneficiar algum dia da sociedade branca e adequada que pessoas deste calibre ajudarão a construir. É a minha opinião.

Ah nem...tira meu nome daí...eu sou preguiçosa para caramba! Meu negócio é vida mansa...

[Acauan]

Eu, como nordestino, e você, como descendente de povos nativos das Américas, devemos nos colocar em nossos devidos lugares e quem sabe possamos nos beneficiar algum dia da sociedade branca e adequada que pessoas deste calibre ajudarão a construir. É a minha opinião.

Não se assuste Beto.

Por incrível que pareça a coisa melhorou muito por aqui quanto a esta questão.

Até os anos 1980 o preconceito contra nordestinos em São Paulo era muito agressivo, seguindo a regra de que colônias identificadas como estratos mais pobres da população tendem a ser discriminados principalmente pelos outros pobres, que disputam espaço com eles.

Com a redução da migração, a ascenção de muitos nordestinos e descendentes para a classe média e a diluição dos aspectos culturais hoje é bem menos comum o termo "baiano" ser usado em comentários pejorativos.

Eles não se lembram, claro, mas os imigrantes sofreram discriminação também, a ponto de a diplomacia italiana protestar contra a forma como seus cidadãos eram tratados aqui.

Talvez leve mais algumas décadas para certos preconceitos sumirem de vez, mas estamos no caminho certo, acredite.

[Minuteman]

Estranho foi morar em SP por 3 vezes e ouvir dos próprios paulistanos coisas do tipo:

- Não gostamos de invasores.
- Nossa cidade foi invadida.
- Perdemos nossa personalidade.-
- São Paulo não é mais dos paulistanos e sim de gente de fora.
- Os nordestinos chegaram aqui e virou esta bagunça.
- Nordestino só serve para emprego que não exige muito preparo.
- Roubaram a cidade dos paulistanos, estamos fugindo para o interior.

Ouvi muito estas coisas.
E grande parte das indústrias de SP tinham na verdade, não nordestinos, mas italianos e alemães em suas linhas de montagem e plantas industriais.

Una-se a isto a observação de que há muitos garçons, por exemplo, mas chefs...em bons restaurantes? Só nos de comidas típicas nordestinas. Os grandes chefs de cuisine paulistanos são europeus ou descendentes.

Há que se perguntar qual é o tamanho dessa amostra que você chama de "paulistanos", eu nasci em São Paulo no Ipiranga mas nunca nem pisei lá depois de nascido, seria eu paulistano ?

Outra coisa, é interessante notar que essas frases que você usou são usadas por caras como Bill O'Reilly e outros da extrema direita americana pra classificar os latinos que "invadiram" os Estados Unidos.

Frases preconceituosas como "Nordestino só serve para emprego que não exige muito preparo" só servem pra mascarar de ódio uma realidade muito mais complexa, posso dar um exemplo: Proporcionalmente o Ceará, um dos estados mais pobres do país e estado onde vivo e trabalho, por vários anos colocou e continua colocando mais alunos no ITA do que o estado de São Paulo. E houveram anos em que não só a propocionalidade foi maior mas também foi maior a entrada de estudantes cearenses em números absolutos.

Esse é apenas um grão de areia no meio dessa realidade de mobilidade social que o discurso do ódio e do reducionismo sabe mascarar tão bem.

-- Anderson Fortaleza

[Acauan]

Segundo ela, a enfermeira descreveu o doador como "um bugre".

Juro que não era eu.

Foi em 72. Jura que não era?

Índio Velho era jovem demais para doar sangue naquela época.

[Acauan]

Os grandes chefs de cuisine paulistanos são europeus ou descendentes.

Não são não...

Dito por um habitué et connoisseur...

[Acauan]

E VAI SER BI-CAMPEÃO PAULISTA!!!

SÃO CAETANOOOOOOOOO!!!!

Que nome lindo, não? Fala a verdade...

Meu coração se enche de alegria quando escuto SÃO CAETANO...

Então, bis repetita:

E VAI SER BI-CAMPEÃO PAULISTA!!!

SÃO CAETANOOOOOOOOO!!!!

[Acauan]

Estranho foi morar em SP por 3 vezes e ouvir dos próprios paulistanos coisas do tipo:

- Não gostamos de invasores.
- Nossa cidade foi invadida.
- Perdemos nossa personalidade.-
- São Paulo não é mais dos paulistanos e sim de gente de fora.
- Os nordestinos chegaram aqui e virou esta bagunça.
- Nordestino só serve para emprego que não exige muito preparo.
- Roubaram a cidade dos paulistanos, estamos fugindo para o interior.

Ouvi muito estas coisas.
E grande parte das indústrias de SP tinham na verdade, não nordestinos, mas italianos e alemães em suas linhas de montagem e plantas industriais.

Una-se a isto a observação de que há muitos garçons, por exemplo, mas chefs...em bons restaurantes? Só nos de comidas típicas nordestinas. Os grandes chefs de cuisine paulistanos são europeus ou descendentes.

Felizmente, em São Paulo, da classe média para cima este discurso hoje é considerado de mau gosto.

Não é muito, mas já é um começo.

E Apo, vai por mim, fábrica paulista tinha nordestino para dar prum pau...

[Apocaliptica]

Estranho foi morar em SP por 3 vezes e ouvir dos próprios paulistanos coisas do tipo:

- Não gostamos de invasores.
- Nossa cidade foi invadida.
- Perdemos nossa personalidade.-
- São Paulo não é mais dos paulistanos e sim de gente de fora.
- Os nordestinos chegaram aqui e virou esta bagunça.
- Nordestino só serve para emprego que não exige muito preparo.
- Roubaram a cidade dos paulistanos, estamos fugindo para o interior.

Ouvi muito estas coisas.
E grande parte das indústrias de SP tinham na verdade, não nordestinos, mas italianos e alemães em suas linhas de montagem e plantas industriais.

Una-se a isto a observação de que há muitos garçons, por exemplo, mas chefs...em bons restaurantes? Só nos de comidas típicas nordestinas. Os grandes chefs de cuisine paulistanos são europeus ou descendentes.

Há que se perguntar qual é o tamanho dessa amostra que você chama de "paulistanos", eu nasci em São Paulo no Ipiranga mas nunca nem pisei lá depois de nascido, seria eu paulistano ?¨

Paulistanos, nascidos de pais paulistanos, vizinhos, amigos que fiz, colegas de trabalho do meu marido, pais de coleguinhas da minha filha, familiares TODOS do meu marido, uma família paulistana, que migrou quase toda para o interior, ou para o Paraná ou RJ. Não como você, gente que vive lá ou mora no interior, mas em contato semanal, pois tem negócios em SP. Eiu morei lá 3 vezes, ouvi isso quando dizia que me sentia estrangeira, ou ouvindo papos entre eles.

Outra coisa, é interessante notar que essas frases que você usou são usadas por caras como Bill O'Reilly e outros da extrema direita americana pra classificar os latinos que "invadiram" os Estados Unidos.

Sim, "roubar" e "invadir" foram verbos muito ouvidos por mim.

Frases preconceituosas como "Nordestino só serve para emprego que não exige muito preparo" só servem pra mascarar de ódio uma realidade muito mais complexa, posso dar um exemplo: Proporcionalmente o Ceará, um dos estados mais pobres do país e estado onde vivo e trabalho, por vários anos colocou e continua colocando mais alunos no ITA do que o estado de São Paulo. E houveram anos em que não só a propocionalidade foi maior mas também foi maior a entrada de estudantes cearenses em números absolutos.

Não sei o por quê desse fenômeno no ITA. E nem por que no ITA especificamente.

Esse é apenas um grão de areia no meio dessa realidade de mobilidade social que o discurso do ódio e do reducionismo sabe mascarar tão bem.

-- Anderson Fortaleza

Enxergar ódio nisso também já é preconceito demais.O seu discurso com essa colocação é que parece carregado de ódio.
E também não vejo porque chamar isto de mobilidade social, como se fosse uma grande coisa. O social é móvel por definição, pelo menos nas sociedades onde há Estado de Direito.

[Acauan]

Esse é apenas um grão de areia no meio dessa realidade de mobilidade social que o discurso do ódio e do reducionismo sabe mascarar tão bem.

Mobilidade social que é uma das características de São Paulo.
Muitos dos nordestinos migrantes estão hoje na classe média (ou além), lugar onde dificilmente estariam se ficassem em seus estados de origem.

Mérito deles e de São Paulo.

[Apocaliptica]

Segundo ela, a enfermeira descreveu o doador como "um bugre".

Juro que não era eu.

Foi em 72. Jura que não era?

Índio Velho era jovem demais para doar sangue naquela época.

Ah desculpa... :

[Aranha]

- Discursos preconceituosos estão sempre acima da razão.

Abraços,

[Apocaliptica]

Estranho foi morar em SP por 3 vezes e ouvir dos próprios paulistanos coisas do tipo:

- Não gostamos de invasores.
- Nossa cidade foi invadida.
- Perdemos nossa personalidade.-
- São Paulo não é mais dos paulistanos e sim de gente de fora.
- Os nordestinos chegaram aqui e virou esta bagunça.
- Nordestino só serve para emprego que não exige muito preparo.
- Roubaram a cidade dos paulistanos, estamos fugindo para o interior.

Ouvi muito estas coisas.
E grande parte das indústrias de SP tinham na verdade, não nordestinos, mas italianos e alemães em suas linhas de montagem e plantas industriais.

Una-se a isto a observação de que há muitos garçons, por exemplo, mas chefs...em bons restaurantes? Só nos de comidas típicas nordestinas. Os grandes chefs de cuisine paulistanos são europeus ou descendentes.

Felizmente, em São Paulo, da classe média para cima este discurso hoje é considerado de mau gosto.

Não é muito, mas já é um começo.

E Apo, vai por mim, fábrica paulista tinha nordestino para dar prum pau...

Não...tudo bem, vou acreditar. Mas isto quando, Acauan? As tias avós do meu marido era descendentes de italianos, e pegaram pesado em linhas fabris nas décadas de 40 e 50. Pode ser isto? Ou é informação mal passada? Uma delas até´perdeu um dedinho, tadinha...a outra perdeu a audição de um ouvido...

[Acauan]

Não...tudo bem, vou acreditar. Mas isto quando, Acauan? As tias avós do meu marido era descendentes de italianos, e pegaram pesado em linhas fabris nas décadas de 40 e 50. Pode ser isto? Ou é informação mal passada? Uma delas até´perdeu um dedinho, tadinha...a outra perdeu a audição de um ouvido...

Os italianos pegaram uma onda de industrialização, nos anos trinta e quarenta, enquanto os nordestinos pegaram a segunda, da indústria automobilística, nos anos cinquenta a setenta.

Nesta segunda onda os italianos já eram mestres, ou seja, profissionais especializados que ocupavam cargos de chefia, enquanto o trabalho operário propriamente dito era feito em sua maioria por migrantes.

Para se ter uma idéia, coisa que pouca gente hoje acredita, o pessoal de recursos humanos da Volkswagen saia em peruas para recrutar trabalhadores nas rodoviárias, dada a escassêz de mão de obra no boom automobilístico (veja bem, a VW onde hoje jovens bem formados, que falam inglês e dominam computação disputam uma vaga nas linhas de montagem).

Foi aí que a italianada passou em massa para a classe média, muitos pelas portas das ferramentarias que asseguravam altos salários mesmo para trabalhadores manuais, no caso altamente especializados.

E daí também parte do preconceito, já que italianos e nordestinos dividiam o mesmo ambiente, com aqueles olhando com desprezo os que passaram a ocupar posições que uma geração atrás eram deles.

É uma síndrome universal, os piores racistas são os que disputavam espaço com os negros, assim como boa parte do preconceito contra nordestinos vinha de uma disputa de espaço entre eles e paulistas.

Quando estratificação social separou as classes médias das operárias, inclusive geograficamente, a coisa amainou e o preconceito passou a ser genérico contra o povo da periferia, independente da origem.

[Najma]

Só sei que São Caetano do Sul não seria São Caetano do Sul se imigrantes italianos não tivessem imigrado para lá.

Pelo menos uma certa família de tupis autóctones ajudou um pouquinho...

Com certeza...