Aborto

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Apocaliptica

Re: Re.: Aborto

Mensagem por Apocaliptica »

videomaker escreveu:
Apocaliptica escreveu:
videomaker escreveu:
E não é só por ser aborto clandestino, e para os viciados em cocaína tem clinica de recuperação e hospitais pra ajudar a acabar com o vício, portanto não tem nem como comparar, a mulher não recebe nenhum apoio.


Moça viciados morrem por cheirar cocaina de má qualidade, assim como gestantes morrem por se subemeter a um aborto sem qualidade! é essa a comparação!

Agora vamos encarar a realidade, quando uma mulher que não quer o bebe e não aborta, o que ela faz?
Abandona


Deveria fazer parte dessa realidade um planejamento familiar ou sexo com reponsabilidade! Vc mataria uma dessas crianças da foto? ou acha que isso não resoveria o problema do abandono? Devemos achar soluções mais justas e o aborto não é uma delas!


Claro que não é. Mas se for absolutamente necessário, e ninguém muda esta realidade da noite para o dia ( eu nem acredito que mude), precisamos ter formas de lidar com isto. Sejamos realistas.


Uma politica mais agressiva de metodos anti concepcionais, talvez ate compulsoria, não seria mais eficiente? :emoticon5:


Você está se atendo ao caráter contraceptivo de novo.
Eu sou totalmente a favor de planejamento familiar, de controle de natalidade e de métodos contraceptivos gratuitos para todos e de qualidade. Inclusive sou a favor de educarem os homens no sentido de entender que a vasectomia é um excelente método para contracepção definitiva, se assim for o escolhido ou o mais indicado.

Sou a favor de amplo diálogo nas escolas e nas famílias sobre sexo, DSTs e controle da gravidez. O que não acontece.

Sou totalmente a favor do acompanhamento pré-natal. Nem todos os exames são gratuitos. Só os básicos. Nem todos têm acesso por este Brasil afora. E nem todos homens e mulheres o julgam necessário.

Sou a favor do prazer e do amor com responsabilidade. O que nem sempre acontece, COM DOLO OU SEM DOLO.

E sou a favor das igrejas e religiões calarem a boca e se meterem em seus assuntos internos também.
Uma parte da culpa é delas. O que também não acontece.

De posse destes dados de realidade, preciso enfrentar uma forma de legitimar uma das saídas para quando o nascimento se torna um problema.

Queria que Deus não permitisse que crianças com sérias deficiências fossem geradas. Mas isto não acontece.

Queria que não existissem pais e mães doentes mentais, viciados e destrambelhados, que vai judiar, violentar e matar seus filhos depois. Mas isto acontece.

Ou seja....o mundo me coloca na obrigação se ser realista.
O aborto às vezes é a única saída.

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Fabi
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Re: Re.: Aborto

Mensagem por Fabi »

videomaker escreveu: Bom realmente vc não entendeu absolutamente nada! deixa pra lá...
Como vc não me conhece realmente vou dispensar de comentar qualquer comentario seu a respeito do que faço.
Agora achar que crianças abandonadas não deveria nem ter nascido é tão absurda essa ideia, que paro por aqui com vc moça!

Eu não disse que não deveriam ter nascido, eu disse que é o que acontece, você não vê jornal? Criança em lata de lixo, jogada no rio, e etc. Esse é a realidade e é com ela que você tem que trabalhar e não com idealismo e comparações nada a ver.

Apocaliptica

Re: Re.: Aborto

Mensagem por Apocaliptica »

Fedidovisk escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Fedidovisk escreveu:Eu não poderia obriga-lo a viver, mas também não vou acelerar seu processo de morte.


Vai deixar morrer à míngua? Se eximir da responsabilidade e de de ter compaixão? É mais cômodo? Você sente menos culpa? Eu, não.

Alguns sofrimentos são inadiáveis.


Ele escolhe por isso segundo a sua seita... sofrer é morrer? Pq n vivemos, morremos.


Não entendi o que você escreveu aqui...poderia explicar melhor?

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Ghost Dog
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Re: Re.: Aborto

Mensagem por Ghost Dog »

Acauan escreveu:
Ghost Dog escreveu: Falando em Portugal, nao se tratou de votar a favor do aborto. Isso é ridículo. Nao se pode ser a favor do aborto como se é em favor da liberdade de ter alguns vícios, como fumar. O aborto nao é vicio.


1 Este parágrafo possui a falha lógica de estabelecer arbitrariamente a correlação entre defesa do aborto e defesa do vício e depois justificar que não se pode ser a favor do aborto porque o aborto não é vício.

Aqueles que defendem o aborto são favoráveis a ele por seus próprios motivos, que derivam da conclusão de que é mais viável interromper a gestação do que continuá-la, sendo que cada um defende a viabilidade ponderando as alternativas envolvidas por seus próprios valores.


Ghost Dog escreveu: Durante 20 anos tivemos uma lei que criminalizou o aborto e nao protegeu as mulheres nem os fetos. Entao o que fazer aqui? Poderiamos ter continuado com a mesma lei (que na prática nem funcionava, porque nenhum Juiz condenou mulheres que abortam á prisao) inefeciente do ponto de vista jurídico e ético... mas decidiu-se pela mudança. Nao se trata de tomar a decisao filosófica de que um feto nao merece ser chamado de humano. Mas de reconhecer simplesmente que há uma lei que nao funcionou nunca.


2Este argumento propõe que cada vez que uma proibição legal não produza os resultados desejados, a melhor alternativa é suprimir a proibição.
Isto é obviamente absurdo.
Uma analogia é a proposta de admitir que nos lugares onde a repressão legal ao roubo não funcionou, as pessoas devem se dispor voluntariamente a entregar seus pertences aos ladrões, pois isto impediria que muitos morressem nas represálias dos assaltantes às vítimas que se recusassem.


Ghost Dog escreveu: Podemos continuar, é claro, com a eterna questou filosófica. Mas seria nao ético nao mudar uma lei que criminaliza e apesar de tudo nao evita o aborto.


3Estou muito curioso em saber como você concluiu que seria não ético não mudar a lei que criminaliza o aborto por não evita-lo, sem concluir que seria não ético não mudar todas as leis que criminalizam todos os delitos que não são evitados.

Ghost Dog escreveu:Uma lei que nao criminaliza (e isto nao significa liberalizar) pelo menos abre a possibilidade da mulher ter aconselhamento de médicos e psicólogos de forma oficial... em hospitais e clinicas. Para que depois ela possa decidir de forma mais informada. Para mim o primeiro objectivo é eliminar o aborto clandestino... e depois reduzir o numero total de abortos.

Com a criminalizaçao isso nao seria possível.


4Nos países onde o aborto não é crime não existe absolutamente nada nas legislações aprovadas que determine que o objetivo é "depois" reduzir o número de abortos.
O aborto apenas passa a ser um ato legalizado e fim.


1 - nao percebi. Onde está o erro? Mas a crítica assenta bem no Video.

2 - O assunto é o Aborto (uma coisa de cada vez). Uma lei que nao funciona, com uma penalizaçao que os juízes nao aplicam, que impede a mulher a ter acesso a aconselhamento... é uma lei justa e ética?

3 - Um vez mais. Um assunto de cada vez.

4 - Mas torna possível outras medidas em vez de manter o buraco negro do aborto clandestino.

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Fedidovisk
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Re: Re.: Aborto

Mensagem por Fedidovisk »

Apocaliptica escreveu:
Fedidovisk escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Fedidovisk escreveu:Eu não poderia obriga-lo a viver, mas também não vou acelerar seu processo de morte.


Vai deixar morrer à míngua? Se eximir da responsabilidade e de de ter compaixão? É mais cômodo? Você sente menos culpa? Eu, não.

Alguns sofrimentos são inadiáveis.


Ele escolhe por isso segundo a sua seita... sofrer é morrer? Pq n vivemos, morremos.


Não entendi o que você escreveu aqui...poderia explicar melhor?


Eu não deixo nada, ele opta por morrer segundo seus princípios... cada um escolhe o seu destino. ( seriado de kung-fu)

O que diz que ele está a sofrer? No seu ponto de vista, ele apenas atende a vontade divina, e morrer em ''cristo'' (ou qualquer outra filosofia) para um ''cristão'', significa quase que ''nascer''.

Não encontrei o sofrimento, só a rendenção...

Ps: Perdão Apocaliptica, mas este e qualquer outro tópico, poderei apenas retornar a responder amanha.

Apocaliptica

Re: Re.: Aborto

Mensagem por Apocaliptica »

Fedidovisk escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Fedidovisk escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Fedidovisk escreveu:Eu não poderia obriga-lo a viver, mas também não vou acelerar seu processo de morte.


Vai deixar morrer à míngua? Se eximir da responsabilidade e de de ter compaixão? É mais cômodo? Você sente menos culpa? Eu, não.

Alguns sofrimentos são inadiáveis.


Ele escolhe por isso segundo a sua seita... sofrer é morrer? Pq n vivemos, morremos.


Não entendi o que você escreveu aqui...poderia explicar melhor?


Eu não deixo nada, ele opta por morrer segundo seus princípios... cada um escolhe o seu destino. ( seriado de kung-fu)

O que diz que ele está a sofrer? No seu ponto de vista, ele apenas atende a vontade divina, e morrer em ''cristo'' (ou qualquer outra filosofia) para um ''cristão'', significa quase que ''nascer''.

Não encontrei o sofrimento, só a rendenção...

Ps: Perdão Apocaliptica, mas este e qualquer outro tópico, poderei apenas retornar a responder amanha.


Não precisa pedir perdão, querido... :emoticon4:

Depois continuamos, se quiser. Beijos!

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o anátema
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Re: Re.: Aborto

Mensagem por o anátema »

videomaker escreveu:Tem gente morrendo porque cheira cocaina com pó de marmore! logo devemos cobrar do governo cocaina de boa qualidade e assim evitar mas mortes! a logica é essa? :emoticon5:


Não, a lógica é que:

- o óvulo e o zigoto são muito similares, mudam numas configurações de ácidos nucléicos, e nisso, são iguais à quaisquer das inúmeras células do corpo de qualquer um, que morrem todos os dias, sem que hajam implicações morais;

- o óvulo pode morrer, e ninguém liga, inclusive as pessoas comumente defendem a morte de óvulos em oposição à tantas gravidezes consecutivas quantas forem possíveis;

- alguns tipos de tumores que se formam duma "auto-fecundação" do óvulo, com genoma indistinguível daquele de um embrião ou feto, também podem ser "abortados" sem que as pessoas liguem - não é feito qualquer esforço para tentar salvá-lo;

- fetos anencefálicos também podem ser abortados de acordo com muitos;

- a maioria das pessoas considera que pessoas com morte cerebral podem ser desligadas de seus aparelhos de suporte à vida;

- abortos espontâneos não são considerados homicídios culposos (não intencionais), nem mesmo "abortos culposos", ainda que o que esteja ocorrendo seja essencialmente o mesmo, e pudesse ser evitado, ainda que não engravidando, em caso de quaisquer dúvidas.


Por isso, seria também lógico que não fosse crime o aborto nesses estágios em que o organsimo em desenvolvimento é suficientemente análogo ao óvulo, ou a algo incompleto, semi-morto ou malformado.

Adicionalmente, se não fosse crime, é argumentável que muitas pessoas teriam melhor qualidade de vida. É um posicionamento, contrário daquilo que costuma ser colocado, muito mais ético e responsável do que aquele de se dizer que as pessoas tem que "assumir a responsabilidade" de uma gravidez indesejada e dar um jeito. Não está se assumindo a responsabilidade apenas pela própria vida, mas pela de outra(s) pessoa(s).

O a defesa daquilo que costumam chamar de "assumir a responsabilidade" é na verdade a defesa de um orgulho irresponsável.

Paterniadade/maternidade não é brincadeira, não pode ser algo assumido, apesar do despreparo, só pela honra de assumir, por vaidade; da mesma forma que se você acidentalmente fere alguém gravemente não é de forma alguma responsável que mesmo sem treinamento médico tente remediar a situação como puder, no improviso, lembrando do que já viu no seriado "plantão médico".

Claro, isso é uma opinião minha apenas, e não é de forma alguma necessariamente ligado à situação hipotética do aborto ser legalizado. Poderia ser, e nem por isso as pessoas teriam que abortar apenas por se encontrem despreparadas para ter o filho, continuar batendo no peito estufado e assumindo a trepada, e depois se virando como puder para tentar cuidar do filho, que tomara que tenha sorte.
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

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betossantana
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Re: Re.: Aborto

Mensagem por betossantana »

Fedidovisk escreveu:Por isso minha única exceção é em casos de estupro.


A vida do feto fruto de estupro vale menos?
É um problema espiritual, chupe pau!

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Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.


A vida do feto fruto de estupro vale menos?
É um problema espiritual, chupe pau!

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betossantana
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Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Um embrião in vitro se assemelha em sua condição às células sexuais, cuja a possibilidade de desenvolvimento como ser humano depende de decisões, intervenções e combinações externas.


Assemelha nada, o embrião já tem individualidade genética.
É um problema espiritual, chupe pau!

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Re: Re.: Aborto

Mensagem por betossantana »

Fedidovisk escreveu:Não quis de forma nenhuma causar atrito, mas a que me refiro trata-se do ponto de vista do BEBÊ.


Bebês NÃO TÊM "pontos de vista". Somos NÓS que os fornecemos a eles.
É um problema espiritual, chupe pau!

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.


A vida do feto fruto de estupro vale menos?


Não, dai a diferenciação entre tolerável e desejável.

Uma coisa é proibir a uma mulher que concebeu um filho por livre e espontânea vontade de interromper esta gravidez.
Outra muito diferente é impor esta mesma proibição a uma mulher que engravidou por conta de um ato de violência, contra o qual era indefesa.

Nos dois casos o feto é inocente.
É louvável que a mulher opte, espontaneamente por manter a gravidez até o final e após o parto entregue o filho para adoção caso não o queira ou, em um ato supremo de abnegação, aceite a criança como filho, independente das conidções em que foi concebido.

Caso a mulher entenda que não quer ter um filho gerado contra a sua vontade, não cabe ao direito julgado pela sociedade obrigá-la a ver crescer em seu ventre um ser que a cada dia lhe faz lembrar o ato abjeto do qual foi vítima.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
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Dá que ouçamos tua voz!

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Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.


A vida do feto fruto de estupro vale menos?


Não, dai a diferenciação entre tolerável e desejável.

Uma coisa é proibir a uma mulher que concebeu um filho por livre e espontânea vontade de interromper esta gravidez.
Outra muito diferente é impor esta mesma proibição a uma mulher que engravidou por conta de um ato de violência, contra o qual era indefesa.

Nos dois casos o feto é inocente.
É louvável que a mulher opte, espontaneamente por manter a gravidez até o final e após o parto entregue o filho para adoção caso não o queira ou, em um ato supremo de abnegação, aceite a criança como filho, independente das conidções em que foi concebido.

Caso a mulher entenda que não quer ter um filho gerado contra a sua vontade, não cabe ao direito julgado pela sociedade obrigá-la a ver crescer em seu ventre um ser que a cada dia lhe faz lembrar o ato abjeto do qual foi vítima.


Enfim...uma visão sensata. O ser humano tem limites. Precisamos entender isto.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Um embrião in vitro se assemelha em sua condição às células sexuais, cuja a possibilidade de desenvolvimento como ser humano depende de decisões, intervenções e combinações externas.


Assemelha nada, o embrião já tem individualidade genética.


Fertilização in vitro é um processo não natural e portanto enquadrado em padrões diferentes da fertilização no útero.

Se a identidade genética do embrião está definida, sua capacidade de se desenvolver por si só não está.
O que determina a identidade de um embrião humano é que sua jornada rumo a se tornar um ser humano pleno depende apenas que não a impeçam.

Um embrião artificialmente gerado depende de procedimentos clínicos complexos para ser classificado em condição semelhante.
Nós, Índios.

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Mensagem por Acauan »

o anátema escreveu:
Acauan escreveu:O fato é que aquilo que nos faz humanos, seja lá o que for, não está presente no espermatozóide, uma célula que se lha dada todas as condições ambientais para que se desenvolva, por si só nunca resultará em outra coisa.
Para que um espermatozóide resulte em ovo, embrião e feto são necessários uma segunda célula e todo um processo de combinação.


Eu acho válida a comparação com o óvulo, que morre cotidianamente em menor quantidade, e é, por volume e composição, mais similar ao zigoto.


O óvulo é uma célula haplóide, o que por si só já estabelece diferença suficiente com relação ao feto.

o anátema escreveu:
Acauan escreveu:O ovo, embrião ou feto, pelo contrário, não depende de outros elementos e combinações externos a ele próprio para se tornar um ser humano completo, precisando apenas que as condições ambientais para seu desenvolvimento sejam fornecidas.


E isso o define como ser humano "porque sim". É simplesmente ácido-nucléico-centrismo.

O fato de depender de outros elementos e combinações externas, poderia se argumentar, não faz do óvulo em nada menos humano, menos digno.

O zigoto também recebe elementos e combinações externas, apenas não mais de classe genética. Bebês recém nascidos também recebem, o que garanre o resto de seu desenvolvimento saudável, e as pessoas adultas também recebem para poderem continuar a viver.

O estágio pré-fecundação da vida humana é apenas um momento mais oportuno de se interromper o desenvolvimento de um ser humano (ou mais), não algo que não tem nada a ver com a história.


Esta abordagem define, explicitamente, que o aborto é uma questão apenas de oportunismo.
Não foi colocado na argumentação acima qualquer evidência contrária à proposta de que o feto concebido se tornará um ser humano pleno, bastando para isto que fatores externos não o impeçam.

A afirmação de que o óvulo não é em nada menos digno que o embrião esbarra no fato de que o feto já possui em seu material genético as instruções biológicas que definirão o indivíduo humano futuro, ao contrário do gameta.
Isto faz sim do óvulo menos digno, pois ele por si só não pode ser associado a um indivíduo humano antes da fecundação. Em outras palavras, o óvulo pode ser, o feto É, sendo que SER é condição sine qua non para identificação da dignidade.


o anátema escreveu:
Acauan escreveu:A concepção materialista de que qualquer identidade humana só pode ser reconhecida no feto a partir da formação e do funcionamento do sistema nervoso central possui uma contradição evidente, pois se fundamenta em um misticismo sobre o que seria identidade humana.

Se a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto, todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética.
Quando se defende que o feto só passa a ter identidade humana após a formação do sistema nervoso central, entendemos esta identidade humana como algo imaterial que passa a incorporar o feto a partir de certo ponto do processo de formação do sistema nervoso.


Bem, a fecundação também é vista por muitos pró-vida como a entrada da alma no corpo.

Mas de qualquer forma, não tem nada a ver com qualquer coisa imaterial que entrasse no corpo. Por exemplo, um computador. Você só tem um computador mesmo com todos seus componentes, e só "acreditamos" que o computador seja um computador quando todos seus componentes estão montados corretamente e eles estão funcioanando. As peças de computador desmontadas não são um computador, nem o manual de instruções sozinho, que ensina a montar.

Não tem nada de imaterial na montagem do computador e em estar ligado. Se há um momento chave em que o técnico coloca o processador e em seguida o liga, isso não teve nada de imaterial. É a mesma coisa com o desenvolvimento embriológico.


Não é a mesma coisa de modo algum.
Podemos montar e desmontar um computador quantas vezes quisermos. Se seguirmos os procedimentos certos e usarmos peças não defeituosas ele funcionará perfeitamente.
Também se montarmos dois computadores de projeto idêntico com peças idênticas eles serão máquinas idênticas.

Desmonte um ser humano, em qualquer fase de seu desenvolvimento e ele morrerá.
Nenhuma tecnologia conhecida poderá fazer com que o reagrupamento correto de seus componentes o fará voltar a vida.

Do mesmo modo, mesmo que fosse possível agrupar órgãos humanos idênticos, mesmo assim teríamos indivíduos com semelhanças e diferenças, como ocorre com os gêmeos univitelinos.

Não somos computadores.
Não somos máquinas.
E nossa dignidade humana reside justamente nos desdobramentos deste fato.


o anátema escreveu:
Acauan escreveu:Os únicos elementos materiais recebidos pelo feto ao longo de todo seu desenvolvimento são, em sentido amplo, nutrientes vindos da mãe. Propor que a materialidade da condição humana vem de fora do feto implica em defender que o conceito de humanidade pode ser definido como um fluxo de proteínas, o que é obviamente absurdo.

Bem, não é exatamente um "fluxo" de proteínas mas um estado mais geral cuja descrição meramente molecular não é possível, por isso há a embriologia.

É extremamente irônico que a condição humana como sendo um estado de organização protéica seja visto como "absurdo" (e lembrando que nem é bem esse o caso, mas uma organização num nível maior), enquanto é perfeitamente razoável que a mesma condição possa ser dada por um estado de organização (bem inferior, diga-se de passagem) de outra classe de moléculas.


Destaquei o "sentido amplo" em que usei os termos empregados justamente para resumir a complexidade dos processos biológicos envolvidos.
No mais não há ironias na proposição colocada.
Em momento algum foi feito qualquer julgamento sobre a condição humana ser ou não um estado de organização protéica, mas evidenciado o fato irrefutável de que ou a condição material que define o feto como ser humano está presente no próprio ou necessita de alguma elemento material recebido de fora.
Não há como fugir a esta questão sem admitir três possibilidades: que a materialidade da condição humana do feto lhe é imanente, que esta materialidade lhe é provida por um elemento externo, cabendo então definir qual seria ou que não há influência de um elemento material na definição da humanidade do feto.

É impossível, logicamente, fugir a estas três possibilidades.


o anátema escreveu:
Acauan escreveu:Pode-se afirmar que a materialidade da condição humana não está no fluxo de materiais que formam o feto, mas no processo de formação, cuja identidade é estabelecida por um determinado estágio em que determinados componentes estão formados ou funcionando.

Ora, se a identidade humana está no processo de formação de seus componentes constitutivos é lógico concluir que o processo precede e determina estes componentes, não o contrário.


Pode-se defender que não é um processo, mas um estado, aliado aos processos vitais comuns à todas as células vivas também.

Aí pode-se considerar certos tipos de células diversas, ou tecidos apesar de vivos, como indignos de proteção à "vida humana"; pode-se considerar que pessoas, cujos órgãos em grande parte estão vivos, na verdade estão "mortas", se por exemplo, lhes faltar o cérebro, e etc.


E o que é um processo senão uma seqüência de estados que obedecem a uma ordem estabelecida que precede e define estes estados e não o contrário?

A condição humana de um indivíduo normal só se define porque a somatória de seus estados identifica um processo cujos produtos são a consciência individual, a capacidade de expressar esta consciência individual e a capacidade de se fazer compreendido por outras individualidades que manifestam processo semelhante.

Biologicamente falando não há nada em nossa estrutura de células que não possa ser encontrada com diferenças mínimas em um sapo, mas é simplesmente absurdo considerar que por conta de os estados celulares dos homens e dos sapos serem semelhantes, a dignidade imanente de ambos também deva ser.


o anátema escreveu:
Acauan escreveu:Se o processo precede e determina os estágios de formação, então é o processo e não os estágios que deveriam definir materialmente a condição humana, sendo que todo este processo já está materialmente contido no código genético do feto.

Isso é mais ou menso como dizer que um prédio é uma planta ou uma construção. Não importa que o processo preceda o estado, e que a planta precede o processo, que a tinta da caneta do arquiteto precede a planta, etc. Olha-se lá e se diz se tem prédio ou não. Se tem, tem, se não, não tem.


Mesmo o exemplo dado sendo um caso óbvio de falsa analogia, dado que um prédio não é vivo e não tem dignidade imanente, as questões discutidas aqui, ainda assim podemos utilizá-lo.

Um feto está lá, tanto quanto um prédio inacabado está lá.
Algum arquiteto, engenheiro ou dono de construtora em sua sã consciência diria "este prédio não está acabado, logo não há problema algum em derrubá-lo"?
Obviamente não, pois mesmo um prédio inacabado possui identidade suficiente como prédio para que sua demolição só se justifique em casos extremos, em que o prosseguimento da construção implicasse em algum risco incontornável.

No caso do feto, há o fato diferencial e decisivo que suas "plantas" lhe são intrínsecas.
Enquanto o prédio depende de plantas externas e construtores externos para se formar, o feto possui em sua codificação genética todos os dados para sua própria construção, bastando a ele que lhe sejam fornecidos os materiais necessários.

Mostre um prédio com tais capacidades e considerarei sua comparação válida.


o anátema escreveu:
Acauan escreveu:Se em condições normais todo o processo de formação do feto já está previamente definido em seu material genético, então os estágios do processo representam apenas o mesmo processo ao longo do tempo.
São, pois, condições determinadas e não condições determinantes.


Sob condições normais, as espécies tem previamente geneticamente determinado o impulso sexual, mesmo antes da maturação sexual. Sob condições normais, isso leva à fecundação dos óvulos pelos espermatozóides. Isso não pode ser excluído do processo. O estado de fecundação do óvulo é então algo determinado, e não determinante.


Sua comparação é inválida pelo fato de igualar uma condição extremamente genérica com uma comparação extremamente específica.
Impulso sexual implica em que qualquer óvulo poderá ou não ser fecundado por qualquer espermatozóide gerando qualquer indivíduo potencial.

Uma vez que um determinado óvulo foi fecundado por um determinado espermatozóide definiu-se um indivíduo real, que em sendo um indivíduo humano possui o direito de reivindicar para si a dignidade que lhe é devida através daqueles que a reconhecem e falam em seu nome.


o anátema escreveu:
Acauan escreveu:Se o estágio de formação do feto é condição determinada pelo feto, não pode ser uma condição determinante do feto, logo é irracional afirmar que tal fator possa ser usado para se definir se o feto possui ou não identidade humana.


Se o estágio gamético dos veículos dos genes é condição determinada pelos genes, não pode ser uma condição determinante dos genes, logo é irracional afirmar que tal fator possa ser usado para se definir se os gametas possuem ou não identidade humana.


Se repassar as postagens feitas verá que quem propôs que os estágios ou estados definem alguma coisa nesta discussão foi você.

O código genético não define um estado e sim uma seqüência ordenada de estados, ou seja, um processo.

Não há modo de se adotar o código genético como identificador da condição humana sem considerar que os estados produzidos por ele são coadjuvantes e não protagonistas desta determinação.
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Saudações.

Acauan escreveu:
Se a identidade genética do embrião está definida, sua capacidade de se desenvolver por si só não está.
O que determina a identidade de um embrião humano é que sua jornada rumo a se tornar um ser humano pleno depende apenas que não a impeçam.



Se ainda depende que não a impeçam, sua capacidade de se desenvolver POR SI SÓ não existe.


Um embrião artificialmente gerado depende de procedimentos clínicos complexos para ser classificado em condição semelhante.


Acauan

Complexo, na minha opinião, é o utero. Ainda não inventamos algo que o substitua.

Já que, segundo você, o texto que abre o tópico abordou somente a visão materialista do tema, não acha errado misturar definições como "identidade humana"? Creio ser impossível deixar a questão moral de lado.

Outra coisa: SE um dia desenvolverem um utero artificial, a criança que sair desse equipamento após 9 meses será menos humano?
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Mais cedo ou mais tarde vão desvirtuar o propósito inicial do tópico, então...
Acauan, gostaria de saber sua opinião sobre aborto em casos de estupro, anencefalia e risco de morte para a gestante.


Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.
Anencefalia é uma anomalia que já fez ao feto o que o aborto poderia fazer.


Apáte escreveu:Também sobre os métodos de inseminação os quais é necessário que se descarte vários embriões para que um, com sorte, chegue ao útero. E o que fazer com os que já estão congelados. (sobre pesquisa com células tronco embrionárias, nem preciso perguntar)


Embriões in vitro não são embriões in uter.
Um embrião no útero se desenvolverá por si só, bastando que não o destruam.
Um embrião in vitro se assemelha em sua condição às células sexuais, cuja a possibilidade de desenvolvimento como ser humano depende de decisões, intervenções e combinações externas.



Brevissimo comentario por escassez de tempo.

Excelente o texto inicial, concordo plenamente, ja tendo externado opinioes similares em algumas ocasioes.

Tenho apenas que ressalvar o aborto em caso de estupro, pois na medida que se agrega dignidade humana ao embriao in utero, essa nao pode jamais ser relativizada pela deficiencia moral de seu pai, sendo ambos individuos diferentes associados somente por uma relacao de parentesco, mas nao de cumplicidade.

Mesmo sendo solidario a dor assaz severa da mae, qualquer julgamento de valor calcado no carater sagrado da vida humana impediria o aborto entendo que o mal causado por esse e incomensuravelmente maior que o mal que originou a gravidez e que esta causara a mae.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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O ENCOSTO
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Mensagem por O ENCOSTO »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Mais cedo ou mais tarde vão desvirtuar o propósito inicial do tópico, então...
Acauan, gostaria de saber sua opinião sobre aborto em casos de estupro, anencefalia e risco de morte para a gestante.


Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.
Anencefalia é uma anomalia que já fez ao feto o que o aborto poderia fazer.


Apáte escreveu:Também sobre os métodos de inseminação os quais é necessário que se descarte vários embriões para que um, com sorte, chegue ao útero. E o que fazer com os que já estão congelados. (sobre pesquisa com células tronco embrionárias, nem preciso perguntar)


Embriões in vitro não são embriões in uter.
Um embrião no útero se desenvolverá por si só, bastando que não o destruam.
Um embrião in vitro se assemelha em sua condição às células sexuais, cuja a possibilidade de desenvolvimento como ser humano depende de decisões, intervenções e combinações externas.



Brevissimo comentario por escassez de tempo.

Excelente o texto inicial, concordo plenamente, ja tendo externado opinioes similares em algumas ocasioes.

Tenho apenas que ressalvar o aborto em caso de estupro, pois na medida que se agrega dignidade humana ao embriao in utero, essa nao pode jamais ser relativizada pela deficiencia moral de seu pai, sendo ambos individuos diferentes associados somente por uma relacao de parentesco, mas nao de cumplicidade.

Mesmo sendo solidario a dor assaz severa da mae, qualquer julgamento de valor calcado no carater sagrado da vida humana impediria o aborto entendo que o mal causado por esse e incomensuravelmente maior que o mal que originou a gravidez e que esta causara a mae.



É por essas e outras que prefiro a legalização.

Vejo muita contradição nessa forma de pensar. Se estamos falando de fetos saudaveis, humanos, etc, etc e blabla bla, como é possivel tolerar a morte de alguns sendo que todos são iguais?

E quanto às análises sob a ótica materislista, propostas no inicio do tópico?
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Ghost Dog
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Re.: Aborto

Mensagem por Ghost Dog »

É uma questao de consciencia. É preferivel assim. É dificil a alguns aceitar que muita gente Boa na sociedade aceite a despenalizaçao do aborto. De alguma forma essa gente nao acha o aborto comparável ao assassinato de alguém que já ve a luz neste mundo. E eu acho que os "anti-abortistas" nao sentem que é a mesma coisa também...

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Mais cedo ou mais tarde vão desvirtuar o propósito inicial do tópico, então...
Acauan, gostaria de saber sua opinião sobre aborto em casos de estupro, anencefalia e risco de morte para a gestante.


Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.
Anencefalia é uma anomalia que já fez ao feto o que o aborto poderia fazer.


Apáte escreveu:Também sobre os métodos de inseminação os quais é necessário que se descarte vários embriões para que um, com sorte, chegue ao útero. E o que fazer com os que já estão congelados. (sobre pesquisa com células tronco embrionárias, nem preciso perguntar)


Embriões in vitro não são embriões in uter.
Um embrião no útero se desenvolverá por si só, bastando que não o destruam.
Um embrião in vitro se assemelha em sua condição às células sexuais, cuja a possibilidade de desenvolvimento como ser humano depende de decisões, intervenções e combinações externas.



Brevissimo comentario por escassez de tempo.

Excelente o texto inicial, concordo plenamente, ja tendo externado opinioes similares em algumas ocasioes.

Tenho apenas que ressalvar o aborto em caso de estupro, pois na medida que se agrega dignidade humana ao embriao in utero, essa nao pode jamais ser relativizada pela deficiencia moral de seu pai, sendo ambos individuos diferentes associados somente por uma relacao de parentesco, mas nao de cumplicidade.

Mesmo sendo solidario a dor assaz severa da mae, qualquer julgamento de valor calcado no carater sagrado da vida humana impediria o aborto entendo que o mal causado por esse e incomensuravelmente maior que o mal que originou a gravidez e que esta causara a mae.


Desculpe, cabeção...mas não faz a menor idéia do que seja esta dor, suportar uma gravidez de 9 meses e dar à luz. Tudo isto sob o trauma de um estupro, muitas vezes coletivo, com requintes de crueldade física e moral( trauma mesmo, destrutivo, desestruturante da identidade, da vontade de viver, da esperança e que se instala como um monstro de forma irreversível por toda a vida).

É acabar com a vida que ainda existe nesta mulher. Para depois ela entregar o bebê ( que será rejeitado desde sempre, porque não há outro jeito) para sei lá criar.

Não vejo dignidade alguma nisto. Moralidade então, zero.
Editado pela última vez por Apocaliptica em 12 Mar 2007, 11:31, em um total de 1 vez.

Apocaliptica

Re: Re.: Aborto

Mensagem por Apocaliptica »

Ghost Dog escreveu:É uma questao de consciencia. É preferivel assim. É dificil a alguns aceitar que muita gente Boa na sociedade aceite a despenalizaçao do aborto. De alguma forma essa gente nao acha o aborto comparável ao assassinato de alguém que já ve a luz neste mundo. E eu acho que os "anti-abortistas" nao sentem que é a mesma coisa também...


É por ser bons e humanos que aceitam. Não como contraceptivo, já disse aqui centenas de vezes. Mas é uma possibilidade que se tem ( mãe, pai, família e médicos) , quando alguma coisa dá muito errado.

Precisamos ser humanos e não robôs ditadores da moral, olhando apenas a biologia com a tirania do criador.

A vida é muito mais do que isso. E a vida da mãe começou primeiro. Por que a do feto tem prioridade?

Se hou ver, por exemplo, risco de vida e um dos dois precisar ser sacrificado, é notório e histórico que o feto é sacrificado.
Assim você não deixa toda uma família sofrendo a perda.
E a mulher pode ter outros filhos, se não houver um problema que impeça.

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Najma
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Re.: Aborto

Mensagem por Najma »

A questão é bem essa: liberdade de escolher entre ter um filho ou não ter, sendo assistida pelo estado, sem ter que recorrer às clínicas clandestinas. Qual o limite para que o aborto aconteça sem ser criminoso, é questão de discussões. A legalidade da opção de abortar é fundamental para evitar que crimes contra as mulheres que não desejam ter seus filhos em determinado momento, por quaisquer motivos que sejam.
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Najma
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Mensagem por Najma »

Apocaliptica escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Mais cedo ou mais tarde vão desvirtuar o propósito inicial do tópico, então...
Acauan, gostaria de saber sua opinião sobre aborto em casos de estupro, anencefalia e risco de morte para a gestante.


Considero o aborto tolerável para os casos de estupro e risco de morte da mãe, ficando claro que tolerável é diferente desejável.
Anencefalia é uma anomalia que já fez ao feto o que o aborto poderia fazer.


Apáte escreveu:Também sobre os métodos de inseminação os quais é necessário que se descarte vários embriões para que um, com sorte, chegue ao útero. E o que fazer com os que já estão congelados. (sobre pesquisa com células tronco embrionárias, nem preciso perguntar)


Embriões in vitro não são embriões in uter.
Um embrião no útero se desenvolverá por si só, bastando que não o destruam.
Um embrião in vitro se assemelha em sua condição às células sexuais, cuja a possibilidade de desenvolvimento como ser humano depende de decisões, intervenções e combinações externas.



Brevissimo comentario por escassez de tempo.

Excelente o texto inicial, concordo plenamente, ja tendo externado opinioes similares em algumas ocasioes.

Tenho apenas que ressalvar o aborto em caso de estupro, pois na medida que se agrega dignidade humana ao embriao in utero, essa nao pode jamais ser relativizada pela deficiencia moral de seu pai, sendo ambos individuos diferentes associados somente por uma relacao de parentesco, mas nao de cumplicidade.

Mesmo sendo solidario a dor assaz severa da mae, qualquer julgamento de valor calcado no carater sagrado da vida humana impediria o aborto entendo que o mal causado por esse e incomensuravelmente maior que o mal que originou a gravidez e que esta causara a mae.


Desculpe, cabeção...mas não faz a menor idéia do que seja esta dor, suportar uma gravidez de 9 meses e dar à luz. Tudo isto sob o trauma de um estupro, muitas vezes coletivo, com requintes de crueldade física e moral( trauma mesmo, destrutivo, desestruturante da identidade, da vontade de viver, da esperança e que se instala como um monstro de forma irreversível por toda a vida).

É acabar com a vida que ainda existe nesta mulher. Para depois ela entregar o bebê ( que será rejeitado desde sempre, porque não há outro jeito) para sei lá criar.

Não vejo dignidade alguma nisto. Moralidade então, zero.


Assino embaixo...
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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Apocaliptica escreveu:Desculpe, cabeção...mas não faz a menor idéia do que seja esta dor, suportar uma gravidez de 9 meses e dar à luz. Tudo isto sob o trauma de um estupro, muitas vezes coletivo, com requintes de crueldade física e moral( trauma mesmo, destrutivo, desestruturante da identidade, da vontade de viver, da esperança e que se instala como um monstro de forma irreversível por toda a vida).

É acabar com a vida que ainda existe nesta mulher. Para depois ela entregar o bebê ( que será rejeitado desde sempre, porque não há outro jeito) para sei lá criar.

Não vejo dignidade alguma nisto. Moralidade então, zero.



A questao nao pode se desvirtuar para o fato de um homem poder ou nao compreender a dor de uma mulher nessas condicoes.

Eu nao sei se posso compreender completamente, e acho que isso e pouco importante diante do fato de que uma vez que se preze pela vida do feto o mesmo que se preza por qualquer outra forma de vida humana, a dimensao da dor dessa mulher nunca poderia justificar a eliminacao de uma vida.

Por mais que alguem possa deixar outra pessoa infeliz, sendo essa pessoa inocente, ela nao pode ser eliminada pura e simplesmente por conta da infelicidade que ela representa.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Apocaliptica escreveu:Desculpe, cabeção...mas não faz a menor idéia do que seja esta dor, suportar uma gravidez de 9 meses e dar à luz. Tudo isto sob o trauma de um estupro, muitas vezes coletivo, com requintes de crueldade física e moral( trauma mesmo, destrutivo, desestruturante da identidade, da vontade de viver, da esperança e que se instala como um monstro de forma irreversível por toda a vida).

É acabar com a vida que ainda existe nesta mulher. Para depois ela entregar o bebê ( que será rejeitado desde sempre, porque não há outro jeito) para sei lá criar.

Não vejo dignidade alguma nisto. Moralidade então, zero.



A questao nao pode se desvirtuar para o fato de um homem poder ou nao compreender a dor de uma mulher nessas condicoes.

Eu nao sei se posso compreender completamente, e acho que isso e pouco importante diante do fato de que uma vez que se preze pela vida do feto o mesmo que se preza por qualquer outra forma de vida humana, a dimensao da dor dessa mulher nunca poderia justificar a eliminacao de uma vida.

Por mais que alguem possa deixar outra pessoa infeliz, sendo essa pessoa inocente, ela nao pode ser eliminada pura e simplesmente por conta da infelicidade que ela representa.


Isto significa que você vai condenar a vida de quem nasceu primeiro ( e que pode ser mãe de outras crianças já), para priorizar a vida do feto.

Quem nasceu primeiro? Por que essa parcialidade?

Trancado