Beleza vegetariana

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Anna
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Re: Re.: Beleza vegetariana

Mensagem por Anna »

Abmael escreveu:
Washington escreveu:PQP!!!
Não sobrou nada do vegetarianismo.

Mais uma religião implacavelmente destruída.


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


O Avatar usou como argumento que os animais vivem maravilhosamente bem na natureza e nós os submetemos à vidas torturantes e citou o rebanho de milhões de gnus que migram nas savanas africanas.

Por coincidência, ontem passou um documentário na National Geographic sobre essa tal migração nas planícies do Serengeti, vou postar alguns dados aqui.

- A mortalidade dos filhotes antes do desmame varia de 40 a 60%.

- 20% dos animais morrem na migração, apenas 30% destes morrem nas garras dos predadores, o restante morre de fome, sede, doenças diversas, afogamento e exaustão.

- Os animais passam o ano todo migrando, não passam mais que um mês numa pastagem.

- Os leões e os leopardos gostam mais de atacar à noite, exaurindo ainda mais os animais que não podem dormir.

- Mais de 250.000 animais morrerão pelo caminho de pura exaustão e os migrantes são seguidos de forma implacável pelos grandes predadores da África – leões, guepardos, hienas, abutres e crocodilos -, que esperam apenas por uma oportunidade para atacar as enfraquecidas presas.

- O momento mais dramático de todos é quando o grupo precisa atravessar o Rio Mara, infestado de crocodilos, para alcançar a rica pastagem. Os mais corajosos dão o mergulho inicial e lideram milhares de outros animais para as fortes correntezas. O destino de muitos é a morte certa.

- Notei também que não há moralidade nenhuma entre os predadores, as hienas perseguem os leopardos e guepardos implacavelmente para roubar suas presas, as leoas também roubam se encontrá-los, os crocodilos são ainda mais imorais pois roubam uns dos outros, não respeitando nem mesmo a própria espécie.

- Os Gnus jamais auxiliam um semelhante em apuros, mesmo que seja seu filhote, já os leões fazem tudo em conjunto e dividem suas presas.

- Quando o leão alfa do bando fica velho, leões mais jovens o expulsam do bando na base da porrada e matam todos os filhotes para forçar novo cio das fêmeas.

Abraços,


Nem todos são tratados dessa forma. O gado por exemplo fica solto no pasto. Agora, negar que muitos grupos animais são colocados em condições torturantes também não adianta, é fato. Não adianta tapar o sol com peneira. Acho que a melhor coisa nesses casos é aceitar a realidade.

E acho que o post acima onde cita a via crucis de grupos de animais na natureza como uma vida torturante é uma antropomorfização da realidade animal. Isso é apenas a vida. A vida desses animais não é 100% dor, eles tem momentos de alegria, de brincadeira, de prazer, como qualquer ser vivo, assim como momentos críticos e difíceis com obstáculos e sofrimentos, condições duras, assim como nós. A vida dos humanos é torturante em muitos sentidos ou pelo mesnos em alguns períodos, mas nem tudo e nem sempre, existem também as coisas boas. Assim que é a Lei da vida.
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ade
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Mensagem por ade »

Anna, não “captei” o sentido do post sobre o impacto do pastejo dos bois no meio ambiente, é claro que qualquer herbívoro afeta negativamente o meio em que vive, afinal eles comem as plantas, mas o fato é que a agricultura prejudica muito mais, por exemplo se fosse feita a mesma análise que voce citou após a implantação de uma área agrícola, ao invés do gado, não seria necessário coletar os espécimes de invertebrados remanescentes para fazer as estatísticas, pois eles simplesmente não existiriam mais...

E sobre aquela citação sobre soja, qual é a moral da estória?


Anna escreveu:Além disso nem todos os campos de agro-pecuária do Sul da América do Sul foram implementados apenas com os prados naturais. MUITA floresta foi abaixo pra dar lugar a gado e agricultura, e continua indo pra colocar soja no lugar.


Sim, a floresta do sul foi parcialmente derrubada na década de 70 do século passado, mas isto não acontece mais, as áreas agrícolas e pecuárias estão na verdade diminuindo no sul do Brasil, em função de leis que obrigam uma área de conservação permanente de 20%, alem de uma área de mata ciliar em torno dos rios e nascentes...

Anna escreveu:Não só aqui como no Cerrado, lá então a coisa tá crítica, mais de 70% do total já foi destruído. Isso não é um absurdo, é uma tremenda burrice, apoiada por Lula.


Onde você leu que mais de 70% do cerrado brasileiro já foi destruído? E se for para implantar novas lavouras que sejam necessárias, o cerrado é a opção mais adequada sim, é bem melhor que devastar a Amazônia, por exemplo...

Anna escreveu:Não é a pecuária que vai acabar com o planeta, a soja pode até ser.


Será? As áreas de cerrado que você citou, por exemplo, ficam mais férteis com o cultivo de soja, sabia?

Anna escreveu:Tão pouco a pecuária pode ser dita como a atividade que menos impacta no meio ambiente.


Em relação a agricultura, ela é menos impactante, mas em relação a um reflorestamento com arvores nativas, ou a um pomar, é claro que é mais, obviamente, não creio que isto esteja em discussão...

Anna escreveu:Além do mais, nem sei por que entramos neste debate de qual é melhor ou pior ambientalmente.


Vou refrescar a sua memória, foi pela alegação dos vegetarianos dos danos ambientais terríveis que causaria a pecuária, e por colocarem, por exemplo, os excrementos de boi como risco a saúde pública e responsabilizá-los por alergias, hepatites, cânceres e “outras doenças” apesar de existirem, proporcionalmente, mais casos destas enfermidades em cidades que em áreas de criação de gado...

Anna escreveu:Porém, tanto a pecuária quanto a agricultura podem impactar menos com o uso de análises de impacto e planos de manejo.


Correto, mas acho que não devemos nos iludir, enquanto for necessário derrubar florestas/cerrado para plantar comida e criar gado, isto será feito, e análises de impacto são inúteis enquanto não houverem condições de fiscalizar e conscientização da população do local, e planos de manejo só serão feitas se isto for economicamente viável e representar uma vantagem prática, por exemplo, evitando a erosão ou para aumentar a produtividade...

E nem TODOS os problemas podem ser sanados, coisas como a perda de habitat no local de implantação do pasto ou lavoura são inevitáveis, mas existem formas de minimizar isto, por exemplo, reservando uma faixa nas laterais dos rios para os animais e plantas nativos, criando assim corredores que preservam em parte a biodiversidade...

Outra coisa, aquela extensa bibliografia que você colocou é para impressionar, ou para mostrar que você sabe ler em inglês? :emoticon19: desculpe a brincadeira, mas eu já li alguns destes trabalhos, e posso afirmar que nem todos se aplicam a nossas condições ambientais e climáticas...

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Anna
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Mensagem por Anna »

ade escreveu:Anna, não “captei” o sentido do post sobre o impacto do pastejo dos bois no meio ambiente, é claro que qualquer herbívoro afeta negativamente o meio em que vive, afinal eles comem as plantas


Não, isso não é verdade. Vc leu os artigos e deve lembrar que em alguns deles os ungulados silvestres também foram testados e comparados com os outros componentes (gado bovino, búfalos e ovelhas) e estes não apresentam uma relação positiva com o empobrecimento da fauna do solo, era de esperar, pois se assim o fosse nenhuma floresta suportaria os bandos de ungulados e demais herbívoros silvestres. A pastagem tem relação direta com a remoção da liteira, compactação da mesma e do solo, destruição das plântulas (vegetais bebês) que afetam a sucessão vegetal, etc. É este o tema dos artigos que citei. Tratam exatamente de testes controlados e modelos estatísticos sobre o impacto de pastagem de ovelhas, bois e búfalos em áreas de pastagem distintas. Inclusive um deles usa dados de bois, búfalos, ovelhas e ungulados silvestres (herbívoros qualquer) e estes últimos não apresentaram relação positiva com empobrecimento da fauna.


, mas o fato é que a agricultura prejudica muito mais.


Não vejo por que voltar a questão da agricultura impactar mais. Acho que já é um consenso neste tópico, não? Pelo menos pra mim isso nunca esteve em discussão.
O que não parecia estar claro para o colega Spitfire é que a pecuária não é uma atividade que causa pouquíssimo impacto ambinetal


E sobre aquela citação sobre soja, qual é a moral da estória?


Nenhuma. Era apenas uma resposta à pergunta de um colega sobre quais os grãos que poseriam ser usados para fabricar alimento para animais-gado. Como está lá no próprio post.

Onde você leu que mais de 70% do cerrado brasileiro já foi destruído?


Não lembro bem... acho que foi em um artigo de 2004 do Miguel (Pesquisador da USP) na Ciencia Hoje, não tenho certeza se foi lá... Porém me lembro claramente que em 2002 os números já eram 55% da área nativa do Cerrado desmatada segundo as estimativas de perda de área do Cerrado encomendada a 7 especialistas pela Conservation International. Os dados do Geo-2002 também mostraram que a área total de Cerrado nativo do Estado de Goiás diminuíram de 22 para 20% naquela época. Enfim... não devo ter me enganado tanto em minhas lembranças parcas. Quem puder confirmar ou desconfirmar colocando o número atual, eu agradeço!


E se for para implantar novas lavouras que sejam necessárias,

Creio que seja necessária uma justificativa ímpar para essa grande necessidade de destruir o resto do que já teve mais da metade destruído destinada para o mesmo fim e paro o mesmo persiste. Creio que seja mais lógico que o manejo da porcentagem já em uso seja suficiente.

o cerrado é a opção mais adequada sim, é bem melhor que devastar a Amazônia, por exemplo...


Só pode ser adequado pra quem acha que acabar com o restinho da savana mais rica do planeta faz sentido, e é muito necessário, quando mais da metade do mesmo já atende ao quesito em questão. A mim parece uma estupidez, adequado seria implementar reservas estratégicas o quanto antes para evitar que acabe como a Mata Atlântica.

Será? As áreas de cerrado que você citou, por exemplo, ficam mais férteis com o cultivo de soja, sabia?


Todas? Gostaria de ler os artigos e análises que tratam disso, poderia me dar as referências?

Mas, ainda que isso ocorra tudo que foi desmatado para plantio de soja não volta, a perda da riqueza e os desequilíbrios sistêmicos a longo prazo não acabam por que solos se tornaram férteis. Isso tudo depende do seu conceito de acabar com o planeta. Pra mim um planeta sem seus representantes naturais é um grande cemitério, um quadro degradante da perda dos maiores tesouros e belezas que existem no mundo. Isso pra mim é um planeta acabado, triste, e desagradado, como as grandes metrópoles e seus montes de morros pelados que vemos pela estrada. Feio. É como uma mulher estuprada e espancada, até que de tão desfigurada não se consegue reconhecer a beleza exuberante que um dia ostentou.
Porém eu não espero que as pessoas pensem ou sintam como eu.


Correto, mas acho que não devemos nos iludir, enquanto for necessário derrubar florestas/cerrado para plantar comida e criar gado, isto será feito, e análises de impacto são inúteis enquanto não houverem condições de fiscalizar e conscientização da população do local, e planos de manejo só serão feitas se isto for economicamente viável e representar uma vantagem prática, por exemplo, evitando a erosão ou para aumentar a produtividade...


Não adiantam apenas análises de impacto sem projetos de manejo. É simples. É preciso querer antes de tudo. Quanto a ser economicamente viável e representar uma vantagem prática, temos milhares de exemplos maravilhosos aqui no Estado do Amazonas através dos projetos de desenvolvimento sustentável do INPA, UFAM, FVA, IPAAM, etc. E ao contrário do que pensam as comunidades estão mais abertas do que fechadas para soluções.


E nem TODOS os problemas podem ser sanados, coisas como a perda de habitat no local de implantação do pasto ou lavoura são inevitáveis,


Quanto a perda de habitat, uma análise dos inventários de componentes bioológicos locais associadas a imagens Landsat e radar podem definir quais as melhores áreas para serem desmatadas. Como no caso do relatório da RDS Piranha postada anteriormente. O importante é manter os componentes representativos do local e áreas que sejam conectores de ambientes e de alto índice de riqueza e composição para manterem como garantia da fauna local.


mas existem formas de minimizar isto, por exemplo, reservando uma faixa nas laterais dos rios para os animais e plantas nativos, criando assim corredores que preservam em parte a biodiversidade...


Foi o que eu disse antes, isso tudo é feito através de um planejamento de manejo da área.

Outra coisa, aquela extensa bibliografia que você colocou é para impressionar,


Bem, se eu quisesse impressionar usaria usaria minha foto de biquini ou mini saia no avatar.

ou para mostrar que você sabe ler em inglês? :emoticon19:


Não apenas ler, como falar e escrever. :emoticon7: Ah, e também sei flertar, namorar e casar com nativos do idioma.

Acho que vc não leu o post com atenção, a citação é referência a afirmação que eu fiz logo acima das citaçãos

Existem pastagens que desmatam a área para colocar os bois, existem pastagens realizadas em áreas não desmatadas, os bois são colocados em bosques naturais e florestais sem que seja necessário modificações no mesmo. Estas teoricamente não causariam impacto; porém ao contrário do que se imagina esse forma de pastagem impacta sim.

A maioria dos foristas aqui são ávidos por informação e têm o bom hábito de apresentar referências e links para suas afirmativas, e uma boa parte lê as referências indicadas.



desculpe a brincadeira, mas eu já li alguns destes trabalhos, e posso afirmar que nem todos se aplicam a nossas condições ambientais e climáticas...


Então vc não se lembra direito deles por isso sua afirmação é equivocada. O efeito do tipo de clima não influencia significativamente, ou seja não é um efeito que altere o resultado desta questão ecológica, até por que houve repetição para isolar e avaliar efeito de sazonalidade na maoria deles. Tão pouco ou impedem o uso de modelos para essas análises em nosso país, tb não alterou muito o resultado em países diferentes como Austrália, África, Estados Unidos e países da região Oriental. Existem milhares de artigos tratando deste tema, muitos estão na lista de referências destes que apresentei.

Os modelos para medir e avaliar o efeito da pastagens de bois, ovelhas, e búfalos na composião da fauna de solo também vem sendo testados no Brasil, um exemplo é apresentado no post acima do mencionado, onde apresentei o fragmento do meu relatório final para o plano de manejo da RDS Piranha. Independente das diferenças climáticas a relação é positiva.
Editado pela última vez por Anna em 05 Jul 2006, 06:03, em um total de 4 vezes.
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Anna
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Mensagem por Anna »

ade escreveu:Anna, não “captei” o sentido do post sobre o impacto do pastejo dos bois no meio ambiente, é claro que qualquer herbívoro afeta negativamente o meio em que vive, afinal eles comem as plantas


Não, isso não é verdade. Vc leu os artigos e deve lembrar que em alguns deles os ungulados silvestres também foram testados e comparados com os outros componentes (gado bovino, búfalos e ovelhas) e estes não apresentam uma relação positiva com o empobrecimento da fauna do solo, era de esperar, pois se assim o fosse nenhuma floresta suportaria os bandos de ungulados e demais herbívoros silvestres. A pastagem tem relação direta com a remoção da liteira, compactação da mesma e do solo, destruição das plântulas (vegetais bebês) que afetam a sucessão vegetal, etc. É este o tema dos artigos que citei. Tratam exatamente de testes controlados e modelos estatísticos sobre o impacto de pastagem de ovelhas, bois e búfalos em áreas de pastagem distintas. Inclusive um deles usa dados de bois, búfalos, ovelhas e ungulados silvestres (herbívoros qualquer) e estes últimos não apresentaram relação positiva com empobrecimento da fauna.


, mas o fato é que a agricultura prejudica muito mais.


Não vejo por que voltar a questão da agricultura impactar mais. Acho que já é um consenso neste tópico, não? Pelo menos pra mim isso nunca esteve em discussão.
O que não parecia estar claro para o colega Spitfire é que a pecuária não é uma atividade que causa pouquíssimo impacto ambinetal


E sobre aquela citação sobre soja, qual é a moral da estória?


Nenhuma. Era apenas uma resposta à pergunta de um colega sobre quais os grãos que poseriam ser usados para fabricar alimento para animais-gado. Como está lá no próprio post.

Onde você leu que mais de 70% do cerrado brasileiro já foi destruído?


Não lembro bem... acho que foi em um artigo de 2004 do Miguel (Pesquisador da USP) na Ciencia Hoje, não tenho certeza se foi lá... Porém me lembro claramente que em 2002 os números já eram 55% da área nativa do Cerrado desmatada segundo as estimativas de perda de área do Cerrado encomendada a 7 especialistas pela Conservation International. Os dados do Geo-2002 também mostraram que a área total de Cerrado nativo do Estado de Goiás diminuíram de 22 para 20% naquela época. Enfim... não devo ter me enganado tanto em minhas lembranças parcas. Quem puder confirmar ou desconfirmar colocando o número atual, eu agradeço!


E se for para implantar novas lavouras que sejam necessárias,

Creio que seja necessária uma justificativa ímpar para essa grande necessidade de destruir o resto daquilo que já teve mais de sua metade destruído, destinada para este mesmo fim. Creio que seja mais lógico que o manejo da porcentagem já em uso seja suficiente.

o cerrado é a opção mais adequada sim, é bem melhor que devastar a Amazônia, por exemplo...


Só pode ser adequado pra quem acha que acabar com o restinho da savana mais rica do planeta faz sentido, e é muito necessário, quando mais da metade do mesmo já atende ao quesito em questão. A mim parece uma estupidez, adequado seria implementar reservas estratégicas o quanto antes para evitar que acabe como a Mata Atlântica.

Será? As áreas de cerrado que você citou, por exemplo, ficam mais férteis com o cultivo de soja, sabia?


Todas? Gostaria de ler os artigos e análises que tratam disso, poderia me dar as referências?

Mas, ainda que isso ocorra tudo que foi desmatado para plantio de soja não volta, a perda da riqueza e os desequilíbrios sistêmicos a longo prazo não acabam por que solos se tornaram férteis. Isso tudo depende do seu conceito de acabar com o planeta. Pra mim um planeta sem seus representantes naturais é um grande cemitério, um quadro degradante da perda dos maiores tesouros e belezas que existem no mundo. Isso pra mim é um planeta acabado, triste, e desagradado, como as grandes metrópoles e seus montes de morros pelados que vemos pela estrada. Feio. É como uma mulher estuprada e espancada, até que de tão desfigurada não se consegue reconhecer a beleza exuberante que um dia ostentou.
Porém eu não espero que as pessoas pensem ou sintam como eu.


Correto, mas acho que não devemos nos iludir, enquanto for necessário derrubar florestas/cerrado para plantar comida e criar gado, isto será feito, e análises de impacto são inúteis enquanto não houverem condições de fiscalizar e conscientização da população do local, e planos de manejo só serão feitas se isto for economicamente viável e representar uma vantagem prática, por exemplo, evitando a erosão ou para aumentar a produtividade...


Não adiantam apenas análises de impacto sem projetos de manejo. É simples. É preciso querer antes de tudo. Quanto a ser economicamente viável e representar uma vantagem prática, temos milhares de exemplos maravilhosos aqui no Estado do Amazonas através dos projetos de desenvolvimento sustentável do INPA, UFAM, FVA, IPAAM, etc. E ao contrário do que pensam as comunidades estão mais abertas do que fechadas para soluções.


E nem TODOS os problemas podem ser sanados, coisas como a perda de habitat no local de implantação do pasto ou lavoura são inevitáveis,


Quanto a perda de habitat, uma análise dos inventários de componentes bioológicos locais associadas a imagens Landsat e radar podem definir quais as melhores áreas para serem desmatadas. Como no caso do relatório da RDS Piranha postada anteriormente. O importante é manter os componentes representativos do local e áreas que sejam conectores de ambientes e de alto índice de riqueza e composição para manterem como garantia da fauna local.


mas existem formas de minimizar isto, por exemplo, reservando uma faixa nas laterais dos rios para os animais e plantas nativos, criando assim corredores que preservam em parte a biodiversidade...


Foi o que eu disse antes, isso tudo é feito através de um planejamento de manejo da área.

Outra coisa, aquela extensa bibliografia que você colocou é para impressionar,


Bem, se eu quisesse impressionar usaria usaria minha foto de biquini ou mini saia no avatar.

ou para mostrar que você sabe ler em inglês? :emoticon19:


Não apenas ler, como falar e escrever. :emoticon7: Ah, e também sei flertar, namorar e casar com nativos do idioma.

Acho que vc não leu o post com atenção, a citação é referência a esta afirmação que eu fiz logo acima das citações:

Existem pastagens que desmatam a área para colocar os bois, existem pastagens realizadas em áreas não desmatadas, os bois são colocados em bosques naturais e florestais sem que seja necessário modificações no mesmo. Estas teoricamente não causariam impacto; porém ao contrário do que se imagina esse forma de pastagem impacta sim.


A maioria dos foristas aqui são ávidos por informação e têm o bom hábito de apresentar referências e links para suas afirmativas, e uma boa parte lê as referências indicadas.



desculpe a brincadeira, mas eu já li alguns destes trabalhos, e posso afirmar que nem todos se aplicam a nossas condições ambientais e climáticas...


Então vc não se lembra direito deles por isso sua afirmação é equivocada. O efeito do tipo de clima não influenciam significativamente nos resultados finais ou impedem o uso dos modelos em nosso país, tão pouco alterou muito o resultado em países diferentes como Austrália, África, Estados Unidos e região Oriental. Existem milhares de artigos tratando deste tema, na lista de referencias destes que apresentei.

Os modelos para medir e avaliar o efeito da pastagens de bois, ovelhas, e búfalos na composião da fauna de solo também vem sendo testados no Brasil, um exemplo é apresentado no post acima do mencionado, onde apresentei o fragmento do meu relatório final para o plano de manejo da RDS Piranha. Independente das diferenças climáticas a relação é positiva.
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ade
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Mensagem por ade »

Anna escreveu:Não, isso não é verdade. Vc leu os artigos e deve lembrar que em alguns deles os ungulados silvestres também foram testados e comparados com os outros componentes (gado bovino, búfalos e ovelhas) e estes não apresentam uma relação positiva com o empobrecimento da fauna do solo, era de esperar, pois se assim o fosse nenhuma floresta suportaria os bandos de ungulados e demais herbívoros silvestres. A pastagem tem relação direta com a remoção da liteira, compactação da mesma e do solo, destruição das plântulas (vegetais bebês) que afetam a sucessão vegetal, etc. É este o tema dos artigos que citei. Tratam exatamente de testes controlados e modelos estatísticos sobre o impacto de pastagem de ovelhas, bois e búfalos em áreas de pastagem distintas. Inclusive um deles usa dados de bois, búfalos, ovelhas e ungulados silvestres (herbívoros qualquer) e estes últimos não apresentaram relação positiva com empobrecimento da fauna.

Sim, mas lembro que li nos artigos citados que existem também outras variáveis importantes em relação ao empobrecimento do solo alem do tipo de animal, ou seja, influem a quantidade dos mesmos no local, seu peso e a forma como comem a vegetação (arrancando ou cortando o pasto), alem do fato do gado ser introduzido em locais onde não existia originalmente, assim o impacto sobre o local tende a ser maior, mas se não é verdade que todos os herbívoros afetam negativamente o meio, então a solução é simples, vamos substituir o gado comum pelos ungulados silvestres, em grande numero, que não teremos problemas... será?

Bem, sobre 55% do cerrado estar devastado, parece que você foi até otimista, existem fontes que alegam uma destruição de 80%...

“O cerrado é a segunda maior região biogeográfica do Brasil, se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares, englobando 12 estados. Sua área "core", ou nuclear, ocupa toda a área do Brasil central, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a região sul de Mato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o Distrito Federal e norte de São Paulo.”


“...Ema, Veado Ozotocerus bezoarticus, Aves e mamíferos ameaçados de extinção: apenas 1% do cerrado está protegido. Faltam parques - Embora a totalidade da biodiversidade da região ainda esteja longe de ser conhecida, ninguém duvida que a destruição do cerrado é uma desgraça que precisa ser evitada. E pode. Nem o conservacionista mais ferrenho, no entanto, imagina que seja necessário barrar a expansão da agricultura e o crescimento das cidades. ”A superfície do cerrado não precisa ser toda ocupada para gerar um excedente agrícola. Se todas as terras fossem plantadas, além de extinguir a fauna e a flora, correríamos um risco muito grande de degradar o solo e provocar erosão“, explica José Roberto Peres, diretor de pesquisa da Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa. Segundo seus cálculos, usando técnicas modernas de manejo do solo, em uma área de 50 milhões de hectares, cinco vezes a atualmente cultivada no cerrado, é possível decuplicar a produção, chegando a 300 milhões de toneladas de grãos por ano. O importante para que os bichos e plantas sobrevivam não é frear o avanço econômico, mas manter virgens áreas representativas da diversidade vegetal e animal, com a criação de parques e reservas...”


Concordo com tudo o que o Peres falou, mas se dos 200 milhões de Ha de cerrado original, restam não mais de 20%, ou 40 milhões de Ha, segundo alegam entidades ambientais, e como são cultivados 10 milhões de Ha, e usados para pasto aproximadamente 50 milhões de Ha, segundo dados oficiais, então os outros 100 milhões de Ha foram devastados pela mineração, estradas, represas, cidades, queimadas irresponsáveis, etc..., ou seja, a responsabilidade da pecuária na destruição deste ambiente não seria tão grande assim...

Anna escreveu:
Ade escreveu:Será? As áreas de cerrado que você citou, por exemplo, ficam mais férteis com o cultivo de soja, sabia?

Todas? Gostaria de ler os artigos e análises que tratam disso, poderia me dar as referências?

Sim, isto ocorre em TODAS as áreas cultivadas de cerrado, não tenho tempo agora para procurar referencias técnicas sobre isso, mas deve ser muito fácil encontrar, estou falando por experiência própria, trabalhei anos nesta região e sei que o cerrado tem uma fertilidade natural baixíssima, e para viabilizar a produção agrícola é indispensável o aumento desta fertilidade, o que é obtido com a aplicação continuada de calcáreo e fertilizantes, e são feitas análises de solo anuais para verificar o nível dos nutrientes, e observa-se uma relação direta da fertilidade dos solos com o numero de ciclos de produção, ou colheitas. Assim, conforme o tempo passa, a fertilidade vai aumentando, e se o solo for irrigado, permitindo colheitas anuais duplas, ou triplas, o tempo necessário para atingir uma alta fertilidade é diminuído, mas normalmente isso ocorre depois de uns 5 anos de cultivo...

Anna escreveu:Então vc não se lembra direito deles por isso sua afirmação é equivocada. O efeito do tipo de clima não influencia significativamente...


Então a temperatura e a precipitação não afetam significativamente o ciclo vital e a recomposição da fauna do solo, e esta se comporta do mesmo modo na Austrália, nos Estados Unidos, ou na Amazônia, em regimes similares de manejo? Desculpe a pergunta pessoal, você é Bióloga?

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Ayyavazhi
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Mensagem por Ayyavazhi »


Olá, pessoal.

Estou um pouco afastado do fórum e não terei tempo para participar adequadamente deste debate. Peço desculpas pelos posts não respondidos e adianto que provavelmente não poderei responder nenhum outro pelos próximos dias. Para economizar o tempo que eu não tenho, vou resumir tudo em um único post.


Anna,

Eu te amo.


Abmael,

Fique tranqüilo, eu não vou dizer que te amo. Principalmente depois de você ter, pela segunda vez, deturpado minhas palavras. Eu nunca disse que os animais vivem maravilhosamente bem, na natureza, e nunca neguei os momentos de violência de que são protagonistas. E, me perdoe a impaciência, não vou explicar de novo o que já foi exaustivamente explicado. Li sua resposta anterior, onde você me alerta sobre não gostar de ser chamado de assassino de animais. Mais do que uma inverdade, ficou com cara de ameaça. Concedo-me o direito de também não gostar de algumas atitudes e, entre elas, destaco a imprecisão e falta de amor à verdade. Certo ou errado, atenho-me aos fatos e procuro orientar-me pela lógica e bom senso. Essa lógica me diz que nem tudo está situado no oito ou no oitenta. E quanto à marcha dos gnus, que você assistiu e extraiu tantos números, não é nenhuma novidade para mim. Conheço todos os fatos apresentados e mantenho, na íntegra, cada um de meus posicionamentos.

Obrigado que sou pela falta de tempo e pelo bom senso que eu me gabo de ter, não vou responder aos posts de outros colegas, pois sou partidário da filosofia forística do nobre Acauan.


Ade,

Em primeiro lugar, dou-lhe as boas vindas ao fórum.

Você, diferentemente de outros colegas que opinaram neste tópico (isso me inclui), apresenta um considerável conhecimento do assunto. No entanto, não posso deixar de observar uma natural tendência a tomar o partido que mais lhe interessa e isso, absolutamente, não tem nada a ver com o fato de você ser agrônomo e produtor de cereais. Você coloca a agricultura com vilã do ecossistema e evita mencionar os dados estatísticos que apontem os prejuízos causados pela pecuária. Eles existem e eu tenho certeza que você os conhece. Apenas não é de seu interesse, no momento, descortiná-los, sob risco de comprometer sua argumentação. Eu compreendo, mais do que possa parecer, o que acontece em um debate como este, mas permita-me parar por aqui. Estou muito cansado de batalhas inférteis e não desejo prolongar um caminho que não chegará à parte alguma.

Sobre os dados que você apresentou, alguém igualmente qualificado já nos lembrou que toda moeda tem dois lados. A Anna ainda apresenta a grande vantagem de não tomar nenhum partido e mostrar a realidade, nua e crua, de ambos os lados.

Para encerrar mais uma longa resposta, quero esclarecer o que talvez não esteja muito evidente: mesmo que você tenha cem por cento de razão, o que, perdoe-me a indelicadeza, eu duvido, isso em nada mudaria a atitude e pensamento da grande maioria dos vegetarianos do fórum. Nossa motivação não pode ser arranhada pelos dados eloqüentes que você apresentou. Respeitamos a vida do animal e, contra isso, nada existe além da tão conhecida e superestimada opinião pessoal.

Um abraço a todos e até outro dia.


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Samael
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Re: Re.: Beleza vegetariana

Mensagem por Samael »

Anna escreveu:
Res Cogitans escreveu:
Azathoth escreveu:Eu não teria muito contra o movimento vegan, a ponto de tratá-lo como só uma mera excentricidade, mas eu me surpreendo com a desonestidade intelectual de seus defensores mais fanáticos. A menor mortalidade de vegans deve-se a fatores extra-nutricionais de acordo com 3 artigos, já que o estilo de vida promove exercícios físicos e menos propensão ao fumo. A dieta mais saudável é a do grupo consumidor de peixe.


Devo concordar que tem muita desonestidade intelectual dos dois lados do embate. Quanto ao peixe, é uma das carnes mais saudáveis para comer, mas o gosto não me agrada muito. O diferencial do peixe é o ômega 3 que pode ser encontrado ricamente do óleo de linhaça.


Perfeito Res, a desonestidade intelectual abunda dos dois lado, sem contar com a substituição de refutação inteligente, e suportada por evidências, por os ataques apopléticos de agressividade geralmente vindos do lado defensores da dieta carnívora.

Agora, peixe é bom demais! Aqui no Amazônas os peixes são MARAVILHOSOS!!!
:emoticon16:


Peixe é bom demais em qualquer circunstância. Diliça. :emoticon1:

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Anna
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Mensagem por Anna »

Mais um post imenso! Será que eu consigo parar de escrever tanto??? :emoticon11:

ade escreveu:Sim, mas lembro que li nos artigos citados que existem também outras variáveis importantes em relação ao empobrecimento do solo alem do tipo de animal, ou seja, influem a quantidade dos mesmos no local, seu peso e a forma como comem a vegetação (arrancando ou cortando o pasto), alem do fato do gado ser introduzido em locais onde não existia originalmente, assim o impacto sobre o local tende a ser maior,


Isso se vc considera apenas alguns dos artigos citados, como por exemplo os do Abbott. Mas, a maioria não trata do empobrecimento do solo propriamente dito, onde há análise e relação explícita com a perda de componentes químicos importantes, e faunas que ocupam camadas verticais do solo, como grande parte dos invertebrados inferiores. A maioria trata do empobrecimento da fauna de invertebrados superiores que habitam a superfície do solo, vegetação rasteira e não-rasteira, presentes no local. Mas é de se imaginar que estes outros organismos do solo estão sendo afetados de alguma forma.

As variáveis independentes para responder essa questão são em geral a estrutura da vegetação, números de árvores, números de ramos vegetais, proporção da cobertura por qualquer vegetal vivo, percentagem da cobertura de grama nativa e de grama introduzida para pastagem, percentagem de solo sem vegetação (sem vegetação ou liteira), herbívora é quantificada e embutida na medida de estrutura de vegetação. Amostras de liteira são tomadas para medir a quantidade e estrutura do mesmo. As distâncias e tamanho das áreas amostradas e áreas de uso dos animais são calculadas para avaliar índices das densidades dos organismos testados, caso desejarmos embutir no modelo a influência total do tamanho do rebanho em relação a área com a variabilidade dos parâmetros usados para medir composição e densidade da variável dependente. Uma ou outra variável independente pode ser introduzida ou suprimida de acordo com o panorama e necessidades para responder adequadamente a questão em diferentes regiões de estudo.



mas se não é verdade que todos os herbívoros afetam negativamente o meio,
então a solução é simples, vamos substituir o gado comum pelos ungulados silvestres, em grande numero, que não teremos problemas... será?


Rebanhos bovinos não possuem restrição de uso de área por divisas territoriais impostas por grupos animais, como as áreas de uso que animais silvestres e seus descendentes definem em seus habitats naturais. Cada bando mais aparentado ou indivíduo solitário utiliza sua própria área, evitando atravessar as divisas de domínio de seus vizinhos para evitar conflitos e danos a eles mesmos e seus descendentes. Isso juntamente com o controle populacional exercido pelos predadores e doenças os favorece a não esgotar os recursos naturais, auto-controla o impacto.

Mas já que vc falou em uma solução, que tal inverter a proposta que vc fez para boism, seguindo um pouco a linha sugerida pela sua questão acima:
Se fossemos conhecedores de todas as condições naturais, que mantém o equilíbrio populacional de espécies relacionadas em cada determinado habitat natural onde desejamos criar bois. E fizéssemos uma estimativa estatística do número ótimo de bois por sítios, modelando as distâncias necessárias para cada território dos bandos, e mantendo-os isolados por cercas, não teríamos que enfrentar e tentar minimizar os impactos que a pecuária exerce no meio ambiente. Os próprios ciclos naturais tratariam de reciclá-los, e os predadores de controlar suas populações, assim como ocorria antes nos bosques e pradarias naturais onde búfalos, bois, suínos e seus ancestrais viveram.
Então com pequenas ajudas prestadas a comunidades por especialistas, voltaríamos ao esquema de pequenos criadouros isolados para atender pequenas comunidades e as vizinhanças.

Entretanto, não seria economicamente viável para atender as exigências impostas pelo mercado atual estadual, dos países e mundial. Portanto, acho que a única solução coerente para minimizar danos é o que já foi tetraplicado nestas duas páginas: análises, planejamento execução desses planos de manejo. E óbvio, uma boa dose de bom senso ao escolher áreas a serem desmatadas para fins agro-pastoris.


Bem, sobre 55% do cerrado estar devastado, parece que você foi até otimista, existem fontes que alegam uma destruição de 80%...


Não, não.. Em 2002 os relatórios da IC e do Geo-2002 é que contavam 55%, eu sempre tive a lembrança de que para o ano de 2004 o Miguel havia dito em seu artigo na CHoje, que havia crescido para 70%, inclusive tinha citação pra fonte, mas eu não lembro direito. Logo eu presumi que hoje estaria por volta de mais de 70% como disse nos meus posts anteriores.

[qoute]Concordo com tudo o que o Peres falou, mas se dos 200 milhões de Ha de cerrado original, restam não mais de 20%, ou 40 milhões de Ha, segundo alegam entidades ambientais, e como são cultivados 10 milhões de Ha, e usados para pasto aproximadamente 50 milhões de Ha, segundo dados oficiais, então os outros 100 milhões de Ha foram devastados pela mineração, estradas, represas, cidades, queimadas irresponsáveis, etc..., ou seja, a responsabilidade da pecuária na destruição deste ambiente não seria tão grande assim....[/quote]

Pelo que li, e vi em palestras e simpósios científicos que participei, o problema em discussão não é avaliar o que aconteceu no passado mais distante, é tentativa de conter a destruição dos remanescentes do cerrado nos últimos anos, que têm como fator de maior influência e o mais preocupante a expansão das fronteiras do cultivo da soja, assim como aqui na Amazônia. Que inclusive vem estimulando representantes do governo a fazerem obras apressadas burlando certas leis federais para facilitar essa expanção no Estado do Amazonas.

Sim, isto ocorre em TODAS as áreas cultivadas de cerrado, não tenho tempo agora para procurar referencias técnicas sobre isso, mas deve ser muito fácil encontrar,.



É bastante interessante, eu fiquei curiosa para conhecer um pouco mais os processos dessa fertilização


e para viabilizar a produção agrícola é indispensável o aumento desta fertilidade, o que é obtido com a aplicação continuada de calcáreo e fertilizantes, e são feitas análises de solo anuais para verificar o nível dos nutrientes, e observa-se uma relação direta da fertilidade dos solos com o numero de ciclos de produção, ou colheitas. Assim, conforme o tempo passa, a fertilidade vai aumentando, e se o solo for irrigado, permitindo colheitas anuais duplas, ou triplas, o tempo necessário para atingir uma alta fertilidade é diminuído, mas normalmente isso ocorre depois de uns 5 anos de cultivo...


Me lembro disso do tempo em que dava aula para o primeiro e segundo grau. Era bacana!
Agora já não me lembro de quase nada, sempre que tenho que tratar do assunto preciso consultar os livros pra relembrar.

Mas, mesmo assim, não acho que serve de justificativa acabar o que resta das savanas de nosso cerrado.


Então a temperatura e a precipitação não afetam significativamente o ciclo vital e a recomposição da fauna do solo, e esta se comporta do mesmo modo na Austrália, nos Estados Unidos, ou na Amazônia, em regimes similares de manejo?


Não, não. vou assumir que se equivocou mais uma vez, e não considerar que recortou minha postagem onde o sentido que assume não confere com a verdade ou com aquilo que eu disse na íntegra no meu post, como seguei:

O efeito do tipo de clima não influencia significativamente, ou seja não é um efeito que altere o resultado desta questão ecológica, até por que há repetição em diferentes épocas do ano, para avaliar e isolar ruídos dos efeitos de sazonalidade na maioria deles. Tão pouco ou impedem o uso de modelos para essas análises em nosso país, tb não alterou muito o resultado em países diferentes como Austrália, África, Estados Unidos e países da região Oriental. Existem milhares de artigos tratando deste tema, muitos estão na lista de referências destes que apresentei.


Mas para evitar confusão de interpretação dos leitores que não dominam os caroços deste angu metodológico e conceitual no qual fomos chegar, eu vou clarificar:

Quando se afirma que o efeito do clima não influencia significativamente nesta questão não quer dizer que ele não influencie nada, nem que não influência na diversidade faunística de cada região zoogeográfica, tão pouco em cada componente ambiental, com suas imensas variedades. Se a pergunta dos citados testes fosse: As variações climáticas afetam a diversidade e abundância de artrópodes terrestres em áreas de pastagem?, A resposta seria sim, sem precisar de testes, é óbvio que afeta. Afeta a diversidade e abundância dos organismos vivos em diferentes regiões do planeta, em diferentes biomas e em diferentes ambientes de um mesmo local, pois isso consiste em uma Lei Biológica.

Mas a pergunta do qual estes testes que me refiro tratam é: A pastagem influência a diversidade e abundância da comunidade de artrópodes terrestres locais? Logo, se já sabemos que o clima influência, se já temos conhecimento dos efeitos de sazonalidade, medidas para avaliar estas variações são tomadas e embutidas préviamente no modelo, seja um modelo que foi feito na Austrália, na África, na Rússia ou no Brasil.

Significa apenas que o efeito do clima sobre a abundância e diversidade total de cada região, pode facilmente ser medida através de dados quantitativos que podem ser posteiromente sofrer tratamentos estatíscos que detectam a variabilidade do parâmetro em questão. Pode-se então avaliar com estatística se este poder responde por um fator que está diretamente relacionado com a diminuição da fauna em diferentes tipos de áreas usadas para a pastagem. Até por que, geralmente se usa um controle, o controle é usar também áreas que não possuem gado e avalia-las na análise, por exemplo. Por fim, o cálculo de todas as variáveis é feito por análises multivariadas que trataram de demonstrar como os efeitos em conjunto estão explicando os padrões obtidos se estes houverem.

Como eles existem, o que eu disse por fim significa que o clima não é a variável que melhor está explicando o padrão de empobrecimento faunístico observado nos testes realizados em diferentes regiões, a medida que os resultados apresentam relação mais significativa com as alterações de origem vegetacionais, apresentadas em cada um dos tratamentos usados na análise de cada uma dessas áreas. Como os dados coletados são quantitativos e não qualitativos é possível traçar uma comparação de padrões repetidos em regiões de países distintos, dada a utilização das variações climáticas em cada uma dessas análises.

Bom, eu acho que o debate sobre os impactos ambientais da pecuária e da soja, ou outros cultivos terminou na página anterior. E já ficou claro que nem agricultura nem pecuária seriam escolhas de vida a serem tomadas para “salvar a terra”, elas são as produtoras de comida das quais necessitamos.

Agora não sei sei se os leitores estão curtindo essa discussão técnica atual, talvez estejam achando muito chato, sei lá...


Desculpe a pergunta pessoal, você é Bióloga?


Eu sou a Anna, e sou muito legal (nada modesta tb, né? :emoticon13:), muito prazer!
Brincadeira... eu sou bióloga sim. :emoticon16:
Seu nome é Ade mesmo?
Editado pela última vez por Anna em 06 Jul 2006, 04:06, em um total de 4 vezes.
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Mensagem por Aranha »

Avatar escreveu:

Abmael,
... Li sua resposta anterior, onde você me alerta sobre não gostar de ser chamado de assassino de animais. Mais do que uma inverdade, ficou com cara de ameaça.



- Tá doido Avatar!???!! :emoticon12:

- Nada a ver!!! - Mas se dei a impressão, queira perdoar, falha de comunicação minha falou?

Abraços,
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ade
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Mensagem por ade »

Anna escreveu:Entretanto, não seria economicamente viável para atender as exigências impostas pelo mercado atual estadual, dos países e mundial. Portanto, acho que a única solução coerente para minimizar danos é o que já foi tetraplicado nestas duas páginas: análises, planejamento execução desses planos de manejo. E óbvio, uma boa dose de bom senso ao escolher áreas a serem desmatadas para fins agro-pastoris.


Concordo, acho que você está certa, jeito existe, o problema é justamente este maldito “economicamente viável”. Já tentei fazer, por conta e amadoristicamente, uma tentativa de conciliar a criação de gado com uma menor destruição do cerrado, plantando capim originário da África e leguminosas arbustivas como a Leucena no meio do Cerrado, sem desmatar e usando adubação localizada nas plantas, e sem retirar os animais nativos do local, usei uma área que se limitava com o Rio Das Mortes, que serviu de cerca natural num dos lados. Funciona, mas a lotação de animais tem de ser reduzida, se bem que não muito, e o custo da implantação do sistema é alto, e este é o problema, atualmente é necessário uma competitividade muito grande para se sobreviver na agricultura e pecuária, a tal “economia de escala” é mandatória, e isto inibe experiências semelhantes, alem do fato de nosso governo não estar nem aí para o assunto...

Anna escreveu:Pelo que li, e vi em palestras e simpósios científicos que participei, o problema em discussão não é avaliar o que aconteceu no passado mais distante, é tentativa de conter a destruição dos remanescentes do cerrado nos últimos anos, que têm como fator de maior influência e o mais preocupante a expansão das fronteiras do cultivo da soja, assim como aqui na Amazônia. Que inclusive vem estimulando representantes do governo a fazerem obras apressadas burlando certas leis federais para facilitar essa expanção no Estado do Amazonas.


Acho a questão de percentagens devastadas/conservadas meio relativa, entendo que é necessário evitar a destruição total do cerrado a qualquer preço, mas anunciar, por exemplo, que 70% do cerrado já foi “destruído” como se isto fosse o fim do mundo, é bem chocante quando colocado na manchete do jornal, mas na realidade que tamanho mínimo de área seria necessário manter, como forma de preservar a biodiversidade? Existe algum estudo neste sentido?
Hipoteticamente, se alguém propusesse manter intocada metade da área da Inglaterra, como forma de preservar a biodiversidade local, isto seria considerado razoável? O cara seria queimado em praça pública, né? Será que se míseros 10% do cerrado fossem REALMENTE protegidos e conservados, uma área enorme, diga-se de passagem, são 20 milhões de Ha, maior que muitos países, isto já não seria suficiente?

Anna escreveu:Bom, eu acho que o debate sobre os impactos ambientais da pecuária e da soja, ou outros cultivos terminou na página anterior. E já ficou claro que nem agricultura nem pecuária seriam escolhas de vida a serem tomadas para “salvar a terra”, elas são as produtoras de comida das quais necessitamos.


Sim, resumiu muito bem a questão. E se me permite complementar, posições extremadas sobre o assunto não levarão a nada, certo?

Anna escreveu:Eu sou a Anna, e sou muito legal (nada modesta tb, né? :emoticon13:), muito prazer!
Brincadeira... eu sou bióloga sim. :emoticon16:
Seu nome é Ade mesmo?


O prazer é meu, Anna, pois é difícil encontrar pessoas abertas, dispostas ao diálogo e sem preconceitos como você, e que ao mesmo tempo sejam inteligentes. E sua falta de modéstia é perdoável. Ade é como me conhecem, meu nome é Ademir.

Anna escreveu:Bem, se eu quisesse impressionar usaria usaria minha foto de biquini ou mini saia no avatar.


E de repente não é uma boa idéia? :emoticon16:
Brincadeira... ou não...

Avatar escreveu:Para encerrar mais uma longa resposta, quero esclarecer o que talvez não esteja muito evidente: mesmo que você tenha cem por cento de razão, o que, perdoe-me a indelicadeza, eu duvido, isso em nada mudaria a atitude e pensamento da grande maioria dos vegetarianos do fórum. Nossa motivação não pode ser arranhada pelos dados eloqüentes que você apresentou. Respeitamos a vida do animal e, contra isso, nada existe além da tão conhecida e superestimada opinião pessoal.


Claro, o modo de viver e o que comer é uma escolha pessoal, mas depende também de onde se está e dos recursos disponíveis, é minha “superestimada opinião pessoal” que ser vegetariano, respeitar a vida dos animais e comer só produtos orgânicos é bem mais fácil se você for rico e morar no Rio de Janeiro do que se você for pobre, esquimó e morar no Alaska ...

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Anna
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Mensagem por Anna »

Olá!
Como sempre eu tive que viajar no meio de um debate bacana. Desculpe a demora, mas dessa vez fiquei um mês no meio do mato, bem pertinho dos meus irmãos macacos :emoticon16:


ade escreveu:Concordo, acho que você está certa, jeito existe, o problema é justamente este maldito “economicamente viável”. Já tentei fazer, por conta e amadoristicamente, uma tentativa de conciliar a criação de gado com uma menor destruição do cerrado, plantando capim originário da África e leguminosas arbustivas como a Leucena no meio do Cerrado, sem desmatar e usando adubação localizada nas plantas, e sem retirar os animais nativos do local, usei uma área que se limitava com o Rio Das Mortes, que serviu de cerca natural num dos lados. Funciona, mas a lotação de animais tem de ser reduzida, se bem que não muito, e o custo da implantação do sistema é alto, e este é o problema, atualmente é necessário uma competitividade muito grande para se sobreviver na agricultura e pecuária, a tal “economia de escala” é mandatória, e isto inibe experiências semelhantes, alem do fato de nosso governo não estar nem aí para o assunto...


Pois é ade, é este o maior problema. As soluções nunca são de interesse dos poderosos. Eu acabo de escrever um artigo para a Ciência hoje onde abordo exatamente isso. Fica muito difícil fazer qualquer coisa do jeito que as coisas funcionam na realidade.

Acho a questão de percentagens devastadas/conservadas meio relativa, entendo que é necessário evitar a destruição total do cerrado a qualquer preço, mas anunciar, por exemplo, que 70% do cerrado já foi “destruído” como se isto fosse o fim do mundo, é bem chocante quando colocado na manchete do jornal,


O fim do mundo não é, é o fim do Cerrado. E nada mais é do que a realidade, chocante ou não, pior seria se não pudesse ser mostrada.

mas na realidade que tamanho mínimo de área seria necessário manter, como forma de preservar a biodiversidade? Existe algum estudo neste sentido?


Existe uma infinidade de estudos e estratégias neste sentido, inclusive como base das principais organizações e instituições governamentais que atuam diretamente na conservação ambiental.

O problema não é apenas o tamanho da área, mas também a forma dela e a conectividade com outras áreas. De maneira a preservar a representatividade (quantos e quais elementos estão incluídos em áreas protegidas, que deve ser máximo). Mas só a inclusão destes elementos em áreas protegidas não garante que eles persistam, por isso é preciso levar em consideração características que promovem sua persistência. A preservação da biodiversidade depende e muito da conectividade, coisa que quase ninguém fora do mundo conservacionista ou da pesquisa ecológica propriamente dita sabe. Não adianta só decretar um pedaço de terra como reserva é preciso escolher que pedaço será esse, ela deve ser grande o suficiente para conter populações viáveis além de recursos necessário as espécies que se quer proteger, logo é preciso conhecer as espécies e seus valores para designar que merecem ser preservadas.

Além de atentar para viabilizar a inclusão de aspectos geográficos e fisionômicos pra garantir a persitência dessas espécies, e as chances de persistência da biota de acordo com o grau de conectividade que as espécies dali terão com outras áreas. Essa última garante a permanência do fluxo gênico e evolução, sem o qual as chances de persistência são muito poucas. Desconectar áreas sem estudos prévios, como acontece em quase todos os biomas brasileiros, pode condenar não apenas a extinção daquela área, mas no empobrecimento em cascata de outras com as quais essa tenha conectividade e interdependência umas das outras para manutenção e saúde de sua biota e recursos.


Hipoteticamente, se alguém propusesse manter intocada metade da área da Inglaterra, como forma de preservar a biodiversidade local, isto seria considerado razoável?


Em primeiro lugar a Inglaterra, bem como toda Europa de forma geral, foram os primeiros a “comer” desordenadamente suas áreas naturais e quase extingui-las. Se pudessem voltar atrás certamente estariam conservando metade da Inglaterra em corredores ecológicos inteligentes, e grandes campos de agricultura ecológica, como é bastante comum de se encontrar nesses países. Até por que esses países sabem e muito bem que suas florestas de pé valem muito mais em Euros e dólares do que derrubadas. Coisa que os países em desenvolvimento só conhecem nos livros, não na prática. Não são tolos, são o topo do mundo não apenas em riqueza, como em cultura e conhecimento, e aprenderam bastante através de seus próprios erros. Por não serem tolos é este o continente pioneiro em conservacionismo, onde estão as maiores escolas, maiores e mais inovadoras estratégias ecológicas aplicadas tanto na arquitetura (bioarquitetura), engenharia (bio-engenharia), quanto em projetos de construção de ruas e cidades. Foram os responsáveis pela alfabetização de outros continentes neste sentido. É de cair o queixo o quanto são avançados, dedicados e comprometidos com questões ambientais de seus estados e países.

Em geral, e principalmente Alemanha, Suécia e Escócia, possuem uma educação fortemente ancorada na educação ambiental. Frequentemente rejeitam aquisição de produtos, desde os mais básicos aos mais fúteis, que tenham alto impacto ambiental, bem como é legalmente obrigatório que esteja especificado nos rótulos e embalagens de todos os produtos quanto e como impactam, essas são levadas de forma extrema em consideração pelos consumidores e clientes, sendo um regulador dos produtores. Assim como rejeitam em geral que aconteça em outros países o que aconteceu em seu continente

Em segundo lugar, não é a Europa que abriga as maiores e mais ricas áreas de biota do planeta, e Sim a Amaerica do Sul, quando falamos em riqueza estamos falando em dinheiro, principalmente relacionados a produção e avanço da industria famacêutica, como da produção de importantes produtos para exportação, sem falar nos rios de dinheiro provindos das patentes (muitas delas roubadas de nosso continente e patenteadas pelos USA, Japão e China, como o cupuaçu e Ayhauasca por exemplo), isso quer dizer que se formos exportar produtos que contenham esses elementos de nossa flora temos que pagar aos espertinhos zil dolares, pois eles entraram aqui já sabendo o que procurar, biopiratearam e patentearam na nossa frente.
.


O cara seria queimado em praça pública, né?


Só nos países em desenvolvimento, na Inglaterra se tivessem como preservar metade de suas riquezas ambientais do passado, certamente o fariam.

Será que se míseros 10% do cerrado fossem REALMENTE protegidos e conservados, uma área enorme, diga-se de passagem, são 20 milhões de Ha, maior que muitos países, isto já não seria suficiente?


Depende muito do que, e de como fossem decretadas essas reservas. Muita coisa importante já era, e as chances de persistência de alguns representantes importantes dessa biota já eram, muitas espécies endêmicas, de distribuição restrita, tiveram suas áreas de uso dramaticamente reduzidas e em alguns casos totalmente extintas.
Como não há no momento nada concreto sendo feito por lá, podemos dizer que as chances do cerrado sucumbir, enquanto bioma, nos próximos poucos anos é grande. A velocidade do desmatamento é muito alta, não só lá, como aqui na Amazônia. É necessário ações rápidas e efetivas. O que aqui no Brasil parece piada.



Sim, resumiu muito bem a questão. E se me permite complementar, posições extremadas sobre o assunto não levarão a nada, certo?


Com certeza! Sabe Ade, eu já tive posições extremadas não só sobre esse assunto, como sobre muitos outros. Mas ao longo dessa vida de estudo, eu fui aprendendo a ver outros lados da história, o lado das pessoas e o dos outros seres vivos. Eu ideologicamente preferiria que não derrubassem nada. Pra mim um mundo bacana, é um mundo verde, com seus componentes diversos de biota e geografia preservados. Porém entendo que precisamos comer, e esso problema é tipo aquela brinadeira de criança “este problema não tem solução eu só queria rabiscar sua mão”.

O prazer é meu, Anna, pois é difícil encontrar pessoas abertas, dispostas ao diálogo e sem preconceitos como você, e que ao mesmo tempo sejam inteligentes. E sua falta de modéstia é perdoável. Ade é como me conhecem, meu nome é Ademir.


Obrigada Ade. Vc também é uma pessoa de conversa fácil, educada e lúcida, não é nada difícil entrar em um debate com gente assim, torna o debate em algo muito agradável e enriquecedor para ambos os lados, e acredito que mais ainda para quem lê.

E de repente não é uma boa idéia? :emoticon16:
Brincadeira... ou não...


:emoticon25:
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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raul meganet
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Registrado em: 26 Jan 2007, 08:23

Re.: Beleza vegetariana

Mensagem por raul meganet »

Beleza de tópico!

Apocaliptica

Re: Re.: Beleza vegetariana

Mensagem por Apocaliptica »

raul meganet escreveu:Beleza de tópico!



Espero que não seja crente E vegetariano também.

:emoticon16:

Trancado