Fedidovisk escreveu:Mas se anularmos a moral.... e darmos ação dentro das possibilidades em decorrência do que sofres, legalize já...
Como alguém que para enncarar a pobreza que aparentemente só lhe resta roubar.... mas dentro da pobreza existe a possibilidade do trabalho honesto... por isso "moralmente" é justificável o roubo como crime...
Para uma mulher grávida o que pode vir acontecer é algum fator mudar a opinião sobre fazer ou não... mas nada mudará isso, uma condição sem escolha se experimentar, portanto como única possibilidade de não passar por uma experiência que não lhe agrada, o aborto deveria ser legalizado...
Mas não incentivado.... mas se mesmo com o conhecimento de eventuais processos que possam evitar o aborto, a grávida ainda assim se decidir pelo aborto, só resta respeitar-lhe a vontade...
O problema é que isso não é uma decisão que envolve apenas um individuo e, por isso, não pode ser chamado de um "escolha" que deve ser respeitada.
Seria como querer respeitar a "escolha" de alguém que quer roubar algo de outrem ou tirar-lhe a vida.
As pessoas se apegam muito a idéia de SNC e consciência.
Sendo um ser ainda sem consciência, poderíamos suspender a "moral" e tirar-lhe toda sua vida que ainda está por vir.
O problema é que essa é uma idéia muito subjetiva.
Se formos analisar friamente, não há diferença entre tirar a vida de alguém que ainda não tem consciência, ou tirar a vida de quem já tem.
Se eu mato alguém, qual o problema nisso?
Essa pessoa não terá mais consciência, é só isso.
Não vai mais viver e experimentar as coisas da vida.
Ela vai sofrer com isso?
Não.
Ela de fato, nem vai saber que morreu... apenas deixa de existir e de viver aquilo que poderia ter vivido.
O problema que alguém pode colocar aqui, é o sofrimento dela sabendo que vai morrer, ou o sofrimento dos entes queridos.
Se o problema é só esse, então é perfeitamente aceitável matar um mendigo que não tenha antes queridos que possam sofrer com sua ausência, enquanto ele dorme, assim ele não vai saber que vai morrer e nem ele, nem ninguém vai sofrer com isso.
Qual o problema que vemos em interromper a vida de alguém?
Temos empatia.
Nós reconhecemos o direito daquele ser, de aproveitar a vida enquanto ela lhe é possível, sem que esse direito seja negado por um terceiro, sem que essa vida seja negada por alguém que não é a própria pessoa.
Não damos a um terceiro, o direito de "escolher" se o outro vai ou não curtir a vida enquanto essa lhe é possível.
Nós reconhecemos o direito ao potencial de vivencia do individuo, aquilo que ele pode vir a viver, no tempo incerto que isso for possível a ele, sem que outra pessoa interrompa esse tempo incerto de forma prematura.
Nós não damos a outras pessoas, o direito de escolher colocar um fim a esse tempo, de decidir quando esse tempo termina.
Um feto pode "ainda" não ter consciência, mas sabemos que se tudo ocorrer bem durante a gravidez, ele terá uma vida como a de qualquer outro ser humano.
Enquanto um feto ou embrião em formação, sabemos que, se não for abortado, ele se tornará um ser humano, tendo desde já, o potencial de viver todas as experiências como qualquer outro ser humano.
O potencial de vida, o potencial de viver, conhecer e fazer certas coisas, ambos têm. Seja um homem já consciente ou um embrião inconsciente.
É o potencial de vida que valorizamos.
Quando você mata um embrião, você tirou de um ser vivo que poderia viver todas as coisas da vida por um tempo incerto, a chance dele faze-lo.
Analisando friamente, qual a diferença em negar esse "potencial" de vida, a um ser que nunca foi consciente (mas teria sido), ou negar esse potencial a um ser que já é consciente?
A unica diferença, é que o ser que já é consciente, pôde ao menos aproveitar algumas das coisas boas que valorizamos na vida, enquanto um ser que nunca foi consciente, não pôde aproveitar absolutamente nada.
Você prefere morrer aos 15 ou aos 60? Aos 7 ou aos 70?
Prefere viver e morrer jovem, ou nunca ter vivido?
Analisando friamente, qual a diferença entre matar um homem adulto enquanto dorme ou um embrião inconsciente?
Em ambos os casos, eliminamos o potencial de vivencia que aquele ser poderia vir a ter e é esse potencial que valorizamos.
Eu não soube educar meu filho, o mimei demais e nunca coloquei limites, agora ele, com 4 anos de idade não me respeita, me xinga, me bate e me fazer sofrer.
Meu sofrimento justifica tirar-lhe seu potencial de vida?
Os inconvenientes de uma gravidez, justificam tirar de um ser o seu potencial de vida?
Em ambos os casos, o sofrimento é resultado das próprias ações da pessoa e, em ambos os casos, se a pessoa nada fizer para interromper o potencial de vivencia desse ser, ele poderá usufrui-lo com a mesma incerteza de tempo que qualquer outro ser humano.
A única diferença é que no primeiro caso, o ser já aproveitou algumas coisas, enquanto no segundo, não aproveitou nenhuma.