Acauan escreveu:Alter-ego escreveu:Acauan escreveu: O único ponto em questão nesta discussão específica é que você não tem a mais mínima base para citar um número, alto ou baixo, que estabeleça o percentual de pessoas no mundo que ouve vozes sobrenaturais.
A base considerada é a dos que creem no sobrenatural. É como calcular o número dos que tem uma lâmpada com casa, a partir do número de casas com ligação elétrica.
Nem todas as pessoas que acreditam no sobrenatural ouvem vozes sobrenaturais e você sabe muito bem disto, só usou este recurso para não reconhecer que falou bobagem ao lançar do nada os tais 98%, pelo contrário, insistiu nela ao fazer esta comparação infeliz com lâmpadas e ligações elétricas, como se houvesse uma correlação óbvia e direta entre as duas situações.
Quem não ouvem sentem, ou acreditam nos que ouvem e sentem. Se assim não fosse, não seriam crentes.
Alter-ego escreveu:Acauan escreveu: Ou seja, você citou com extrema convicção um dado extremamente preciso sem qualquer base objetiva na realidade dos fatos que o justificasse.
Isto lhe tira o direito de condenar quem extrapole este fato para outros possíveis e conclua que outras convicções suas tenham bases tão frágeis quanto.
Com todo o respeito fraterno que tenho por ti, você não possui qualquer poder para dizer se tenho ou não direito de condenar uma convicção intelectual.
De fato não tenho poder nenhum, mas ser capaz de identificar um direito e ter o poder para impô-lo são duas coisas completamente distintas. Mais uma vez suas comparações carecem de lógica.
E caso queira interpretar meu comentário dentro de um sentido jurídico, cada um tem o direito de condenar o que quiser a título de opinião, mas você sabe muito bem que me referi ao fato de que você próprio forneceu motivos para se dar pouco crédito às suas convicções com seus argumentos fundamentados em estatísticas inventadas.
Não são estatísticas inventadas. São inferidas. Se tratarmos com este rigor, as estatísticas sobre a audiência das redes de televisão também é inventada.
Alter-ego escreveu:Acauan escreveu: No mais, uma pequena minoria das pessoas que dizem ouvir vozes celestiais são esquizofrênicos.
A maioria se enquadra em outras classificações, dentre as quais a dos carentes afetivos é a mais comum.
O percenetual de esquizofrênciso e detentores de outros transtornos psiquico-afetivos deve ser análogo entre crentes e não-crentes. A experiência nos mostra.
Não são crentes e não crentes que estão sendo distinguidos aqui, mas pessoas que ouvem vozes sobrenaturais e pessoas que não ouvem vozes sobrenaturais. Você fala como se ser crente implicasse necessariamente em constar no primeiro grupo, o que não é verdade e a experiência cotidiana mostra, exceto entre grupos específicos cuja amostra não possui significância para ser tomada como representativa do Universo.
Qualquer que seja o grupo, creio que teremos uma amostragem semelhante com relação à presença de esquizofrenia. Alguns ouvem vozes, apesar da esquizofrenia, outros não ouvem nem com ela.
Alter-ego escreveu:Acauan escreveu: Se quer argumentar contra, cite da Bíblia as vezes em que Deus fala a homens para tratar de futilidades pessoais de interesse exclusivo destes.
Verá que esta vulgarização da paroli é mais comum entre pentecostais e carismáticos do que na tradição religiosa canônica.
Pra que mais "fútil", se considerarmos essa convicção, do que Deus aparecer para Abraão para dizer que ele terá um filho? Ou do que ter com Jeremias e mandar ele casar-se com uma prostituta? Ou a Jacó para ajudá-lo a resolver sua querela pessoal com seu irmão? Ou a José, para fazê-lo desistir de fujir de casa? Ou, ainda, para dizer a alguém para mandar-lhe comer pão?
Ora, Acauan. sem essa.
Na tradição religiosa canônica, Deus dizia a Sta. Terezinha (doutora da Igreja) até para varrer a casa.
Sem essa você.
Não me subestime.
Todas as citações sobre patriarcas bíblicos tem importância decisiva para demarcar a História do povo eleito.
Querer comparar o anúncio do nascimento de Isaac, do qual descenderia Israel, com as futilidades cotidianas que carismáticos alegam deveria ser ofensivo para um religioso.
E a "querela" de Esaú e Jacó tinha a ver com a progenitura, com quem seria o patriarca, a coisa mais importante no significado histórico-religioso dos dois personagens.
Não sei quanto à Sta. Terezinha varrer a casa, mas na tradição canônica há sempre um significado simbólico pastoral presente no contexto das citações.
Estranho que justamente você denuncie esta tradição como fútil.
O fútil foi posto estre aspas, justamente para denotar que só seriam fúteis se vistos pelos mesmos parâmetros apresentados por você no post inicial.
E o fato de Isaac dar início a um povo, a partir de Abraão, a rigor não diz muita coisa, nem sustenta seu ponto de vista. Jesus disse que o Pai pode criar filhos da Abraão até de pedras. Logo em seguida, ensina que os verdadeiros adoradores não serão reconhecidos pela pertença ou não a Israel, mas pela fidelidade a Deus. E Paulo termina por mostrar que, essencialmente, Deus se preocupa tanto conosco, descendentes de gentios, quanto se preocupara com os judeus. Porque, então, ele falaria com Abraão e não poderia falar comigo?
E você não disse, absolutamente, nada sobre Sta. terezinha. Advirto, inclusive, que ela não é a única. S. Francisco de Assis recebeu ordem de Jesus para reformar uma capela. Sto. Antônio para ir impedir que um homem caísse de um andaime. E por aí vai. A Bíblia ensina que Deus nos quer fiel desde as pequenas coisas. Não estará Ele conosco, também, nas pequenas coisas? Isso feriria a fidelidade Divina, a palavra que diz que mesmo que sejamos infiéis, Deus é fiel, pois não pode trair a si mesmo.