Matemática revolucionária
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Re.: Matemática revolucionária
Este semestre eu estou cursando uma disciplina chamada "Complementos de Matemática", na qual o professor criticou estas tendencias modernosas no ensino de Matemática nos seguintes termos:
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
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Re: Re.: Matemática revolucionária
Dante, the Wicked escreveu:Este semestre eu estou cursando uma disciplina chamada "Complementos de Matemática", na qual o professor criticou estas tendencias modernosas no ensino de Matemática nos seguintes termos:
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
E a capacidade de abstração não é utilizada para resolver os problemas do quotidiano? Qd vc precisa tomar uma decisão, não utiliza sua capacidade de abstração para prever as conseqüências das suas escolhas e planejar o melhor cenário futuro? Não vejo pq aplicar os conhecimentos prejudique a capacidade de abstração.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Dante, the Wicked escreveu:Este semestre eu estou cursando uma disciplina chamada "Complementos de Matemática", na qual o professor criticou estas tendencias modernosas no ensino de Matemática nos seguintes termos:
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
A modernidade da tal Matemática aplicada começou a dar as caras aqui no Brasil lá pelo final dos idos dos '60. Era uma tal Matemática Moderna, que reunia a Teoria dos Conjuntos com a Matemática Aplicada. Muita coisa importante foi sacrificada por causa das horas que os professores perderam em reciclagens, muitos alunos ficaram inseguros e perdidos e muitos pais se aborreceram.
Não é que devamos ser refratários à mudanças e supostas modernizações, mas será que "modernizar" é um conceito necessário e aplicável à conteúdos como o são as Ciências Exatas? Acho que é uma iniciativa discutível e no final das contas ineficaz, portanto descartável.
O problema com a pedagogia é que ela vive de métodos aplicáveis experimentalmente. Por vezes sacrificam-se gerações inteiras quando alguma "escola" pedagógica entende que é hora de "brincar" de outro jeito. E viramos todos cobaias.
Re: Re.: Matemática revolucionária
dreaming escreveu:Dante, the Wicked escreveu:Este semestre eu estou cursando uma disciplina chamada "Complementos de Matemática", na qual o professor criticou estas tendencias modernosas no ensino de Matemática nos seguintes termos:
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
E a capacidade de abstração não é utilizada para resolver os problemas do quotidiano? Qd vc precisa tomar uma decisão, não utiliza sua capacidade de abstração para prever as conseqüências das suas escolhas e planejar o melhor cenário futuro? Não vejo pq aplicar os conhecimentos prejudique a capacidade de abstração.
Claro que pode haver aplicação e sempre houve, mas adaptada à realidade do universo em que ela se enquadra. A questão é que vivemos no capitalismo e não num sistema comunista. E não se pode negar que a aplicação não pode ter caráter ideológico, mas prático de acordo com a realidade vigente.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Apocaliptica escreveu:Não é que devamos ser refratários à mudanças e supostas modernizações, mas será que "modernizar" é um conceito necessário e aplicável à conteúdos como o são as Ciências Exatas? Acho que é uma iniciativa discutível e no final das contas ineficaz, portanto descartável.
Por acaso as ciências exatas são eternas, sendo portanto desnecessária qualquer modernização no seu método de ensino?
Apocaliptica escreveu:O problema com a pedagogia é que ela vive de métodos aplicáveis experimentalmente. Por vezes sacrificam-se gerações inteiras quando alguma "escola" pedagógica entende que é hora de "brincar" de outro jeito. E viramos todos cobaias.
Se nosso modelo educacional fosse eficaz não haveria motivo para procurar outros modelos.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Apocaliptica escreveu:dreaming escreveu:Dante, the Wicked escreveu:Este semestre eu estou cursando uma disciplina chamada "Complementos de Matemática", na qual o professor criticou estas tendencias modernosas no ensino de Matemática nos seguintes termos:
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
E a capacidade de abstração não é utilizada para resolver os problemas do quotidiano? Qd vc precisa tomar uma decisão, não utiliza sua capacidade de abstração para prever as conseqüências das suas escolhas e planejar o melhor cenário futuro? Não vejo pq aplicar os conhecimentos prejudique a capacidade de abstração.
Claro que pode haver aplicação e sempre houve, mas adaptada à realidade do universo em que ela se enquadra. A questão é que vivemos no capitalismo e não num sistema comunista. E não se pode negar que a aplicação não pode ter caráter ideológico, mas prático de acordo com a realidade vigente.
O caráter ideológico é inerente ao discurso humano. O q eu defendo não é q a educação pactue com tal ou qual ideologia, mas q ela ofereça ao aluno elementos para perceber as ideologias q permeiam os discursos, de modo q ele próprio realize a escolha consciente de qual ideologia é mais adequada à sua história social.
Re: Re.: Matemática revolucionária
dreaming escreveu:Apocaliptica escreveu:Não é que devamos ser refratários à mudanças e supostas modernizações, mas será que "modernizar" é um conceito necessário e aplicável à conteúdos como o são as Ciências Exatas? Acho que é uma iniciativa discutível e no final das contas ineficaz, portanto descartável.
Por acaso as ciências exatas são eternas, sendo portanto desnecessária qualquer modernização no seu método de ensino?
Eu não disse isto. Mas modinhas como o tal construtivismo, mais atrapalham do que realmente inserem algo de proveitoso.
Não se deve brincar com o processo de aprendizado. O próprio construtivismo já se mostrou falho em vários pontos e algumas escolas escasquetam de se manter ideologicamente fiéis, embora acabem mesclando o método tradicional, quando as lacunas aparecem.
E é como eu disse, o problema está na fragilidade dos métodos, não que as coisas precisem permanecer sempre iguais.
dreaming escreveu:Apocaliptica escreveu:O problema com a pedagogia é que ela vive de métodos aplicáveis experimentalmente. Por vezes sacrificam-se gerações inteiras quando alguma "escola" pedagógica entende que é hora de "brincar" de outro jeito. E viramos todos cobaias.
Se nosso modelo educacional fosse eficaz não haveria motivo para procurar outros modelos.
E quem disse que qualquer método serve? No que o nosso modelo é ineficaz? Ele é ineficaz justamente na metodologia proposta como moderna e revolucionária há quase 4 décadas, e que agora se mostra pior que a clássica.
Re: Re.: Matemática revolucionária
dreaming escreveu:Apocaliptica escreveu:dreaming escreveu:Dante, the Wicked escreveu:Este semestre eu estou cursando uma disciplina chamada "Complementos de Matemática", na qual o professor criticou estas tendencias modernosas no ensino de Matemática nos seguintes termos:
"O homem levou milênios para desenvolver a abstração e agora vamos perder isto porque alguns pedagogos acham bonito que as coisas sejam vistas de forma aplicada".
E a capacidade de abstração não é utilizada para resolver os problemas do quotidiano? Qd vc precisa tomar uma decisão, não utiliza sua capacidade de abstração para prever as conseqüências das suas escolhas e planejar o melhor cenário futuro? Não vejo pq aplicar os conhecimentos prejudique a capacidade de abstração.
Claro que pode haver aplicação e sempre houve, mas adaptada à realidade do universo em que ela se enquadra. A questão é que vivemos no capitalismo e não num sistema comunista. E não se pode negar que a aplicação não pode ter caráter ideológico, mas prático de acordo com a realidade vigente.
O caráter ideológico é inerente ao discurso humano. O q eu defendo não é q a educação pactue com tal ou qual ideologia, mas q ela ofereça ao aluno elementos para perceber as ideologias q permeiam os discursos, de modo q ele próprio realize a escolha consciente de qual ideologia é mais adequada à sua história social.
O discurso humano é uma coisa, usar a ideologia da esquerda num país capitalista como régua e esquadro é que não pode. Este cara que propos tal coisa é mais um esquerdinha querendo atrapalhar ainda mais, com suas idéias totalitaristas. O mesmo que esta nova onde de ensinar criacionismo nas escolas. Absurdo e deve ser visto com o ceticismo necessário. Mas nem precisa, todos sabem que discurso é este.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Apocaliptica escreveu:As escolas não fazem apologia à competição? Fazem, sim. As gincanas escolares são o quê? E as premiações? O que mais tem nas escolas modernas é competição.
Com certeza vc não está falando das escolas públicas...
Gincanas e suas premiações, que são brincadeiras, não valem...
Re: Re.: Matemática revolucionária
dreaming escreveu:Não defendo absurdos desse tipo. O professor não deve ser obrigado a realizar malabarismos para associar sua disciplina às modinhas interessantes aos políticos.
Ainda bem que reconhece...
dreaming escreveu:Concordo q o modelo tradicional é ruim e está ultrapassado. Agora, eu não sei ao q vc se refere como correntes pedagógicas idiotas, discuto a afirmação de q são os maus professores q tentam relacionar seus conteúdos à realidade, e tb não acho q seja um discurso bonito mas inaplicável.
Se fosse tão bom assim, os resultados seriam melhores que os das escolas tradicionais. Por sinal, são as escolas tradicionais as que mais aprovam nos concursos.
A escola pública é, como bem disse a Apocalíptica, utilizada como cobaias de teorias pedagógicas mirabolantes, totalmente fora da realidade!
dreaming escreveu:Posso oferecer o relato da minha experiência enquanto professor de biologia. Na sala de aula, refletir acerca da história da ciência e da influência da ideologia no conhecimento científico sempre me ajudou mt. Utilizar a teoria da evolução como eixo integrador dos conhecimentos biológicos foi mt eficaz em descompartimentalizar os conteúdos. Utilizar o próprio conhecimento dos alunos acerca de plantas e animais tb nunca atrapalhou (isso talvez não fosse tão difícil pq não lecionava numa metrópole, é provável q se fosse esse o caso precisasse utilizar outra abordagem). Utilizar as questões éticas, políticas e econômicas envolvendo as pesquisas com transgênicos me ajudou mt a ensinar vários conceitos ecológicos, a reprodução nas plantas, a importância da variabilidade na manutenção das espécies, entre outras coisas. Esses são só alguns exemplos.
Qual foi a escola que vc trabalhou? CIEP Brizolão que não foi...Bom, e estamos falando de Matemática...não Biologia!
dreaming escreveu:Sou tb aluno de um curso de medicina q utiliza metodologia ativa de ensino-aprendizagem, e posso realizar a comparação com os anos passados no ensino tradicional, incluindo a faculdade de ciências biológicas. No ensino construtivista o meu rendimento é mt maior. A evasão de sala de aula (tanto minha quanto dos colegas) é incomparavelmente menor. A descompartimentalização dos conteúdos facilita extremamente a compreensão das interações complexas entre os sistemas orgânicos. Tb são só alguns exemplos.
Curso de Medicina! Ual...um outro contexto! Vamos pousar na educação do povão e discutir o quanto é ridículo utilizar essa babaquice construtivista...principalmente na Matemática...
Re: Matemática revolucionária
dreaming escreveu:Engraçado, estou com um livro do Paulo Freire na minha mão (Pedagogia da Autonomia) q discute justamente quais os saberes necessários ao professor para exercer sua prática na sala de aula. Não sei de onde vc tirou isso d q suas idéias deveriam ser aplicadas num contexto extra-escolar.
É...você parece estar certo! Pena que isso só piora ainda mais a péssima visão que tenho desse barbudo!

Re.: Matemática revolucionária
"Meu sonho de sociedade ultrapassa os limites do sonhar que aí estão."
(Paulo Freire)
Paulo Freire apenas foi um sonhador, uma pessoa que viveu no mundo da lua e do faz de conta.
Nada mais!
(Paulo Freire)
Paulo Freire apenas foi um sonhador, uma pessoa que viveu no mundo da lua e do faz de conta.
Nada mais!
Re: Re.: Matemática revolucionária
Edson Jr escreveu:Apocaliptica escreveu:As escolas não fazem apologia à competição? Fazem, sim. As gincanas escolares são o quê? E as premiações? O que mais tem nas escolas modernas é competição.
Com certeza vc não está falando das escolas públicas...
Gincanas e suas premiações, que são brincadeiras, não valem...
Neste exato momento me baseei nas particulares mesmo, onde minha filha estuda...mas na pública (em que eu estudei tinha incentivo á competição, sim, em gincanas e jogos). Claro que em ambas a premiação é medalhas, cartazes, pontinhos no boletim. De que premiação vc está falando? Evidente que tudo é brincadeira, mas o caráter da premiação não invalida que o padrão competitivo vai sendo incentivado nas crinaças e adolescentes. Não vejo digferença. Até porque na escola tudo é ensaio mesmo para as responsabilidades da vida adulta. Sendo assim, você está inserindo aquele formato como valor.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Apocaliptica escreveu: Este cara que propos tal coisa é mais um esquerdinha querendo atrapalhar ainda mais, com suas idéias totalitaristas. O mesmo que esta nova onde de ensinar criacionismo nas escolas. Absurdo e deve ser visto com o ceticismo necessário. Mas nem precisa, todos sabem que discurso é este.
O interessante é que todos os discursos desses caras são contra a liberdade, que eles julgam defender. Se você não ver o rico e o capitalismo como vilões, se você adota uma visão distinta sobre isso, sua maneira de pensar é alienada e sua consciência política precisa se despertar para a "realidade", de maneira que estimule uma transformação social. Qualquer visão distinta disso não é bem vista!
Re: Re.: Matemática revolucionária
Edson Jr escreveu:Apocaliptica escreveu: Este cara que propos tal coisa é mais um esquerdinha querendo atrapalhar ainda mais, com suas idéias totalitaristas. O mesmo que esta nova onde de ensinar criacionismo nas escolas. Absurdo e deve ser visto com o ceticismo necessário. Mas nem precisa, todos sabem que discurso é este.
O interessante é que todos os discursos desses caras são contra a liberdade, que eles julgam defender. Se você não ver o rico e o capitalismo como vilões, se você adota uma visão distinta sobre isso, sua maneira de pensar é alienada e sua consciência política precisa se despertar para a "realidade", de maneira que estimule uma transformação social. Qualquer visão distinta disso não é bem vista!
O mais interessante é o paradoxo. O construtivismo nasceu de uma idéia de libertação e contestação ao sistema tradicional que homogeneiza a massa de alunos e os libera para cada qual seguir seu ritmo. Mas o veneno constido nisto aparece depois, quando o ano termina e eles se defrontam com a realidade que não poder segurar o aluno naquela série, e então, a qualquer custo o empurram para frente, fazendo exatamente ( só que forma cruel ) o que a metodologia clássica fazia. O excesso de liberdade deixa o aluno jogado à sua própria sorte, o caos se forma na turma e eu já assisti turmas construtivistas onde os alunos saíam e entravam da sala a hora que queriam, estudavam ou não, brincavam e atrapalhavam os outros, subiam em cima das cadeiras, deitavam no chão e ficavam brincando a tarde toda no pátio inundado pela chuva. Fiquei chocada. Minha filha ficou lá 1 dia. Ela não gostou do caos reinante nem um pouco.
Ah, enquanto eu a esperava, sentada numa cadeira do lado de fora, mas dentro da escola, um menino da turma corria enlouquecido pelo pátio gritando coisas como: "Vai tomar no..." Quando passou por mim, fez "dedo do meio" e deu um grito. Eel tinha 7 anos e estava fora de controle.
Fui até a secretaria e perguntei o que era aquilo. Disseram-me que ele tinha perdido o pai e pelos valores da escola, ele precisava extravasar até tomar consciência de que o pai havia mesmo morrido, e que este era o seu ritmo naquele momento.
Esta escola é totalmente construtivista, seguindo a bíblia de Maria Montessori de forma literal. Há fotos dela espalhada pelas salas, quase como uma figura idolatrada. Muito maluco. Nunca mais voltei lá.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Apocaliptica escreveu:Edson Jr escreveu:Apocaliptica escreveu:As escolas não fazem apologia à competição? Fazem, sim. As gincanas escolares são o quê? E as premiações? O que mais tem nas escolas modernas é competição.
Com certeza vc não está falando das escolas públicas...
Gincanas e suas premiações, que são brincadeiras, não valem...
Neste exato momento me baseei nas particulares mesmo, onde minha filha estuda...mas na pública (em que eu estudei tinha incentivo á competição, sim, em gincanas e jogos). Claro que em ambas a premiação é medalhas, cartazes, pontinhos no boletim. De que premiação vc está falando? Evidente que tudo é brincadeira, mas o caráter da premiação não invalida que o padrão competitivo vai sendo incentivado nas crinaças e adolescentes. Não vejo digferença. Até porque na escola tudo é ensaio mesmo para as responsabilidades da vida adulta. Sendo assim, você está inserindo aquele formato como valor.
Apo;
Sou professor do Estado do Rio, trabalho num Ciep e minha disciplina é Matemática.
Ano passado, elaborei, juntamente com a diretora, um plano ousado, que foi de levar os 10 melhores alunos de cada turma para a Terra Encantada, que é um parque de diversões daqui.
Bom, o passeio iria ser totalmente gratuito, o aluno não pagaria a passagem, nem o ingresso! Pode parecer pouco, mas é algo quase que surreal para a realidade de uma escola situada dentro deuma comunidade carente da baixada.
A primeira coisa que a diretora fez foi a de não comunicar nada para a secretaria de educação, pois seria contra um passeio desses alegando ser um passeio excludente, baseado numa estratégia anti-didática de recompensar somente alguns alunos.
Também tivemos problemas com outros professores, que afirmavam que tudo isso só iria criar um ambiente de rivalidade nociva aos alunos. Agradeço apenas uns 2 ou 3 professores por terem me dado apoio nesse projeto.
O objetivo era de estimular os alunos para a competição, percebendo que através dos estudos eles serão premiados e recompensados e, se não estudarem não terão recompensas. Ao meu ver, uma estratégia totalmente dentro da realidade, pois quando saírem da escola é justamente assim que vai ser.
O passeio foi um grande sucesso. Os alunos bons se esforçaram para se manter no topo e os mais fracos se esforçaram para serem melhores.
O grande problema é que a maioria das escolas públicas (quase todas) criam em seu ambiente um palco de ilusões, ao invés de ensaiar de forma saudável um ambiente mais próximo daquilo que eles irão encontrar quando estiverem fora da escola, em busca de um lugar ao Sol.
Re: Re.: Matemática revolucionária
Apocaliptica escreveu: O mais interessante é o paradoxo. O construtivismo nasceu de uma idéia de libertação e contestação ao sistema tradicional que homogeneiza a massa de alunos e os libera para cada qual seguir seu ritmo. Mas o veneno constido nisto aparece depois, quando o ano termina e eles se defrontam com a realidade que não poder segurar o aluno naquela série, e então, a qualquer custo o empurram para frente, fazendo exatamente ( só que forma cruel ) o que a metodologia clássica fazia. O excesso de liberdade deixa o aluno jogado à sua própria sorte, o caos se forma na turma e eu já assisti turmas construtivistas onde os alunos saíam e entravam da sala a hora que queriam, estudavam ou não, brincavam e atrapalhavam os outros, subiam em cima das cadeiras, deitavam no chão e ficavam brincando a tarde toda no pátio inundado pela chuva. Fiquei chocada. Minha filha ficou lá 1 dia. Ela não gostou do caos reinante nem um pouco.
Ah, enquanto eu a esperava, sentada numa cadeira do lado de fora, mas dentro da escola, um menino da turma corria enlouquecido pelo pátio gritando coisas como: "Vai tomar no..." Quando passou por mim, fez "dedo do meio" e deu um grito. Eel tinha 7 anos e estava fora de controle.
Fui até a secretaria e perguntei o que era aquilo. Disseram-me que ele tinha perdido o pai e pelos valores da escola, ele precisava extravasar até tomar consciência de que o pai havia mesmo morrido, e que este era o seu ritmo naquele momento.
Esta escola é totalmente construtivista, seguindo a bíblia de Maria Montessori de forma literal. Há fotos dela espalhada pelas salas, quase como uma figura idolatrada. Muito maluco. Nunca mais voltei lá.
Apo, posso te garantir que praticamente todas as escolas públicas, pelo menos aqui do Rio de Janeiro, estão muito contaminadas com essas idéias construtivistas. Essa escola que vc citou está bem próxima da que eu trabalho, com exceção das fotos coladas nas paredes. Bom, mas tem uma porção de frases de Paulo Freire...
O resultado de tudo isso se manifesta na forma de indisciplina e rebeldia dos alunos, falta de autoridade e segurança do professor e péssima qualidade de ensino, qualidade baseada na tentaiva de fazer um bolo começando pelo glacê. Ou contruir uma casa começando pela tinta. Algo mais ou menos assim...
É claro que é muito interessante mostrar onde podemos aplicar os conceitos de Matemática aos alunos, mas isso não pode ser feito antes de construir uma base sólida, os alicerces! E muitos professores estão tentando, obviamente em vão, associar a disciplina com o contexto e realidade sem antes criar as devidas estruturas cognitivas que possibilitem tal tipo de associação.
Concordo integralmente com o Acauan nesse ponto, quando ele diz que não adianta nada aumentar os salários dos professores enquanto o sistema de ensino ainda estiver submerso nessa contaminação ideológica. Seria dinheiro desperdiçado!
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Re: Matemática revolucionária
user f.k.a. Cabeção escreveu:Matemática revolucionária
por Percival Puggina em 15 de junho de 2007
Resumo: Mais um exemplo de charlatanice esquerdista apresentada como produção intelectual séria.
© 2007 MidiaSemMascara.org
Há alguns dias escrevi sobre os “fazedores de cabeça” que embrutecem a inteligência acadêmica do país, alimentando-a com as rematadas tolices da literatura esquerdista. Agora, recebo outra robusta prova dos extremos a que chega esse processo. Trata-se de uma tese de doutorado. Ela se tornou conhecida pelo convite divulgado pelo autor para o ato de defesa que ocorreu no final do mês passado. A mensagem passou a circular na rede. Omitirei o autor e a instituição porque prefiro denunciar o veneno a dar publicidade à cobra. O importante, aqui, é o fato em si. O autor existe. Há diversas referências a ele na internet e o que pude ler é totalmente coerente com o que segue abaixo, na reprodução do convite que fez a seus pares. Após indicar o quando e o onde da apresentação, ele designa o trabalho que apresentará e que trata das “contribuições de Paulo Freire e Ubiratan D'Ambrosio para a formação do professor de matemática no Brasil”. E resume assim o conteúdo da apresentação:
“Nos impusemos como tarefa analisar a formação do professor de matemática de modo contextualizado com a nossa realidade social atual e reconstituindo a função histórica que a nossa escola e a formação docente desempenharam como reforçadora das desigualdades sociais e mantenedoras do status quo da sociedade capitalista”.
“No levantamento histórico, utilizamos as contribuições de G. Freyre, S. B. de Holanda, C. Prado Júnior, L. Basbaum, C. Furtado, F. de Azevedo, J. K. Galbraith, O. de O. Romanelli, A. Teixeira, entre outros. E, em nossa análise, nos valemos das contribuições de K. Marx, F. Engels, A. Gramsci, M. Chauí, L. Althusser, J. Contreras, O. Skovsmose A. Ponce, M. Gadotti, K. Kosik e outros referenciais próprios da área”.
“A formação do professor de matemática é vista como resultado de um processo histórico-cultural que mantém ainda uma forte herança de elementos de uma sociedade colonial, corroborado pela não participação democrática do povo brasileiro em seu processo de constituição sócio-cultural numa sociedade capitalista e excludente”. E segue, anunciando que “os atuais processos de formação de professor de matemática ainda são fortemente sedimentados numa formação alienada aos ditames de uma sociedade de classes, que não permite ao futuro professor compreender e fazer uso da necessária autonomia inerente à sua atuação. (...) Assim, a investigação indica a necessidade de uma atuação dos formadores no sentido de conscientizar os futuros professores de matemática de sua tarefa como intelectuais orgânicos a serviço da construção da hegemonia dos excluídos, dos explorados em geral”.
Como se vê, o doutor está convencido de que a tarefa de um professor de matemática é servir à construção da hegemonia dos excluídos. Pergunto eu: de que serve, para esse fim, ensinar tabuada, trigonometria e álgebra? Qual a função revolucionária de integrais e diferenciais? Nessa perspectiva, matemática financeira deve ser matéria neoliberal e cálculo de área coisa prá dono de latifúndio. Calcule, agora, leitor, onde essa coisa vai parar.
http://www.midiasemmascara.com.br/artig ... anguage=pt
É a merda que dá alguns idiotas da área de ciências humanas se meterem na área de ciências exatas...

"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
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"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
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Re.: Matemática revolucionária
dreaming, deixa de lero-lero e me responda, na lata: você gostou ou não do resumo da tese que é citada no post inicial deste tópico? Você gostou? Sim ou não? Acha que é um bom tema para uma tese de licenciatura em matemática?
Sei que você aproveitou o tópico para vender o seu peixe, divulgar suas idéias acerca da pedagogia. Aproveitou a oportunidade. Mas desça do muro e vamos ao ponto central deste tópico: você acha ou não a tese desse cidadão um absurdo?
Sei que você aproveitou o tópico para vender o seu peixe, divulgar suas idéias acerca da pedagogia. Aproveitou a oportunidade. Mas desça do muro e vamos ao ponto central deste tópico: você acha ou não a tese desse cidadão um absurdo?
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- Ben Carson
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Re.: Matemática revolucionária
Sinceramente, esse papo de construtivismo me dá engulhos. Não conheço (ainda) um único professor realmente interessado em que seus alunos aprendam, e que seja competente para ensinar, que goste de verdade do construtivismo, ou que não tenha severas ressalvas quanto a ele. Alguns até se sentem atraídos por algum aspecto teórico da ideologia construtivista mas, na prática, o que vejo é que todos usam uma metodologia mista. Procuram manter a mente "aberta" para os ideais construtivistas, mas como precisam garantir que seus alunos aprendam, na hora do pega-pra-capar eles findam se socorrendo com o método tradicional. Ou seja, o cerne de seus sistemas pessoais fica sendo o método tradicional, adornado com uma ou outra melhoria inspirada pelo construtivismo. E só. Não passa disso. Porque reconhecem que se insistissem nas práticas construtivistas o resultado seria um desastre.
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Re: Re.: Matemática revolucionária
Ben Carson escreveu:dreaming, deixa de lero-lero e me responda, na lata: você gostou ou não do resumo da tese que é citada no post inicial deste tópico? Você gostou? Sim ou não? Acha que é um bom tema para uma tese de licenciatura em matemática?
Sei que você aproveitou o tópico para vender o seu peixe, divulgar suas idéias acerca da pedagogia. Aproveitou a oportunidade. Mas desça do muro e vamos ao ponto central deste tópico: você acha ou não a tese desse cidadão um absurdo?
o q eu acho um absurdo são uns pseudo-intelectuais q não sabem porra nenhuma de história, sociologia e epistemologia ficarem sentados em casa dando palpite sobre todas as construções científicas e filosóficas do mundo sem ter se dedicado um dia sequer à leitura e ao estudo sérios, acreditando mesmo q seus preconceitos são a verdade inabalável da humanidade. quanto à minha posição acerca da tese:
1 - não há atividade ou construção filosófica humana q não seja permeada de ideologia, e obviamente isso inclui a licenciatura de matemática. a partir do momento q existem seres humanos lecionando, os valores destes influenciam na maneira como lecionam. se vc acredita em neutralidade, é sem dúvida muito ingênuo.
2 - as conclusões da tese eu não analisei, podem ou não ser válidas, afinal ele não é infalível mas certamente não é um imbecil. de qualquer maneira, mesmo q todas as suas conclusões sejam um lixo, ainda assim o estudo é válido, afinal a ciência não é constituída apenas de acertos.
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Re: Re.: Matemática revolucionária
dreaming escreveu: se vc acredita em neutralidade, é sem dúvida muito ingênuo.
Deixa eu te explicar rapidamente como sao as minhas aulas de matematica.
De manha: Vou a um anfiteatro onde um professor passa a aula enunciando e demonstrando teoremas matematicos.
De tarde: Vou a uma sala de aula onde um professor resolve exercicios relacionados ao conteudo tratado no aula da manha, e tambem chama alguns alunos para resolver exercicios no quadro negro.
De noite: Devo fazer o resto dos exercicios das folhas que foram dadas em sala.
Agora fica por sua conta descobrir onde a neutralidade ideologica foi quebrada nesse modelo pedagogico.
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Re: Re.: Matemática revolucionária
user f.k.a. Cabeção escreveu:dreaming escreveu: se vc acredita em neutralidade, é sem dúvida muito ingênuo.
Deixa eu te explicar rapidamente como sao as minhas aulas de matematica.
De manha: Vou a um anfiteatro onde um professor passa a aula enunciando e demonstrando teoremas matematicos.
De tarde: Vou a uma sala de aula onde um professor resolve exercicios relacionados ao conteudo tratado no aula da manha, e tambem chama alguns alunos para resolver exercicios no quadro negro.
De noite: Devo fazer o resto dos exercicios das folhas que foram dadas em sala.
Agora fica por sua conta descobrir onde a neutralidade ideologica foi quebrada nesse modelo pedagogico.
A ideologia está aí não numa forma ativa, mas sim passiva, mais pernciosa por ser difícil de ser detectada.
Enquanto as pessoas lidam diariamente com essas abstrações como apenas números, vão gradual mas inexoravelmente se condicionando a não ver o que está por trás desses números. Enquanto na realidade, os números na maior parte do tempo, uma hora ou outra dizem respeito a seres humanos, ao meio social.
Ocorre assim a banalização da própria humanidade, que deveria ser o principal, e a sociedade fica psicologicamente amortecida ao ver os meros "números" das vítimas do capitalismo ao redor do mundo, nos noticiários, todos os dias.
Nada mais adequado ao capitalismo do que deixar que os números sejam apenas números, sem se importar com o lado social por trás deles, facilitando assim que essa habilidade seja útil no setor financeiro, para cuidar de um tipo de número que só serve ao capitalismo, enquanto outros números são negligenciados, porque o indivíduo se torna insensível, incapaz de distinguir, de diferenciar, que de um lado, os números se referem a tiras de papel pintadas ou peças de metal, e do outro, são vidas humanas.

- user f.k.a. Cabeção
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Re: Re.: Matemática revolucionária
zumbi filosófico escreveu:user f.k.a. Cabeção escreveu:dreaming escreveu: se vc acredita em neutralidade, é sem dúvida muito ingênuo.
Deixa eu te explicar rapidamente como sao as minhas aulas de matematica.
De manha: Vou a um anfiteatro onde um professor passa a aula enunciando e demonstrando teoremas matematicos.
De tarde: Vou a uma sala de aula onde um professor resolve exercicios relacionados ao conteudo tratado no aula da manha, e tambem chama alguns alunos para resolver exercicios no quadro negro.
De noite: Devo fazer o resto dos exercicios das folhas que foram dadas em sala.
Agora fica por sua conta descobrir onde a neutralidade ideologica foi quebrada nesse modelo pedagogico.
A ideologia está aí não numa forma ativa, mas sim passiva, mais pernciosa por ser difícil de ser detectada.
Enquanto as pessoas lidam diariamente com essas abstrações como apenas números, vão gradual mas inexoravelmente se condicionando a não ver o que está por trás desses números. Enquanto na realidade, os números na maior parte do tempo, uma hora ou outra dizem respeito a seres humanos, ao meio social.
Ocorre assim a banalização da própria humanidade, que deveria ser o principal, e a sociedade fica psicologicamente amortecida ao ver os meros "números" das vítimas do capitalismo ao redor do mundo, nos noticiários, todos os dias.
Nada mais adequado ao capitalismo do que deixar que os números sejam apenas números, sem se importar com o lado social por trás deles, facilitando assim que essa habilidade seja útil no setor financeiro, para cuidar de um tipo de número que só serve ao capitalismo, enquanto outros números são negligenciados, porque o indivíduo se torna insensível, incapaz de distinguir, de diferenciar, que de um lado, os números se referem a tiras de papel pintadas ou peças de metal, e do outro, são vidas humanas.
Nao duvido nada que eles pensem uma variante disso, ou seja, que e ideologico nao ser ideologico durante a aula.
Isso seria uma forma extremada de reacionarismo: professores fazendo exatamente aquilo que se espera deles, ou seja, ensinar uma materia, em vez de usar o seu tempo para divulgar a Revolucao.
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- Apáte
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Re.: Matemática revolucionária
dreaming,
Você continua acompanhando o RV ou hoje teve um sinal pra entrar aqui?
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