Fernando Silva escreveu:Benetton escreveu:Isso me intriga até hoje : O que faz uma pessoa crer, descrer e depois voltar com mais força para sua Religião ?
Acho que alguém que seguiu a razão e parou de crer não volta atrás a não ser que esteja viciado na crença, que tenha uma dependência psicológica. Uma menina já me disse: "O que você diz faz muito sentido, mas ainda não estou preparada para viver sem a força que a religião me dá".
Esse exemplo me parece muito comum nas religiões tradicionais. A fé, bem ou mal, dá uma espécie de força para as pessoas viverem. Elas se sentem robustas para enfrentar a rotina de seus dias. É como se repetissem, baixinho para si mesmas, em situações difíceis :
"O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará". Pronto! A partir daí, levantam a cabeça e enfrentam tudo. Acho que nesse ponto, ou até esse ponto, a "crença" não faz tanto mal. De um modo geral, até ajuda. O pior é quando passam disso e usam suas crenças de forma fanática e irracional. Daí, elas se tornam presas fáceis de agenciadores da fé. Esse é o grande problema atual das religiões : O comércio inescrupuloso da "graça divina".
Fernando Silva escreveu:Acho que o Alter-ego foi um destes casos. Tentou largar o vício e não conseguiu. Na verdade, sentiu-se tão mal que, ao voltar, jogou-se de cabeça na crença. Deu para perceber como ele se sentia pelos textos angustiados que ele andou postando durante o período de descrença.
Parecia uma criança que fugiu de casa e voltou quando viu como estava escuro do lado de fora.
Concordo. Mas há que se considerar a sua juventude e inexperiência. Parece-me que ele tem 22 ou 23 anos. Ainda nessa idade, o indivíduo está a procura de um caminho que dê suporte aos seus anseios e dúvidas. Talvez com o amadurecimento, ele volte a refletir e reconsidere sua postura. Ou talvez não. O tempo dirá.
Fernando Silva escreveu:Benetton escreveu:Enfim, quais os processos comportamentais, psicossociais, cerebrais, etc que levam uma pessoa a "CRER" e a "DESCRER" ?
No meu caso, foi simples: eu tinha uma informação. Descobri que a informação era falsa e deixei de acreditar (embora a religião ainda esteja na minha cabeça, desativada).
Outros casos podem ser mais complicados.
Há alguns anos atrás, também passei por isso, de uma certa forma. Só que as minhas fontes eram mais falsas ainda. O que existe de "picaretas" nas religiões, é algo que incomoda a muitos. Para quem já tem alguma vivência, não é difícil distinguir o "joio do trigo". Agora, para quem ainda procura se situar, aí pode se tornar um joguete nas mãos desses canalhas que só querem tirar proveito da situação, a despeito do que o indivíduo venha a passar.