E no mundo real...

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Fedidovisk
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Fedidovisk »

Além de qualquer norma... estatuto... e etc...

Não há razaã alguma para não permitir o aborto... como qualquer outra coisa... masssss...

O uso de drogas por exemplo, falando superficialmente, não há problema algum, mas depois é aquele bando de drogado fazendo merda, como já fazem com o alcool e a lei hipoócrita ainda permite, e dando custos ao estado com tratamento....

Agora a questão do aborto não vejo porque não, isso porque como questão social ele influi em muitas coisas, como renda... e problemas psiquiátricos...

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spink
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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por spink »

Alter-ego escreveu:
carlos escreveu:Admiro a coragem do ministro da saúde.
Teve a audácia de futucar um vespeiro.

Tem coragem enquanto rodeado por um aparato estatal e uma caneta, que lhe permite "assoprar" depois de ter dado a "mordida".
Quero ver é ter coragem de ir num debate na TV, em preparação a um plebiscito e defender o aborto livre e irrestrito.



Ele já esteve no Roda Viva; respondendo perguntas do seu guru, reinaldo azevedo.
Não assistiu?
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Fabi
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Re: E no mundo real...

Mensagem por Fabi »

Acauan escreveu:
Fabi escreveu:O problema é que realmente não se pode dizer quantos abortos são feitos no Brasil, sabe porque?
Você como índio deve saber que existe até chá que faz abortar, a mulher pode forçar um aborto caindo por exemplo, ou colocando algo no útero, ou simplesmente indo em clinicas clandestinas....eles só sabem quantas mulheres fazem aborto porque essas mulheres vão parar no hospital e tem que contar para os médicos o que fizeram... e isso vai para o prontuário...mas enquanto tem uma consequencia de um aborto mal feito...deve existir vários que não vão parar em hospital.... isso é um problema que está além de definir o que é vida ou não é...o problema real é que as mulheres fazem aborto e morrem...esse é o problema...o que fazer para essas mulheres não morrerem? evitar o aborto é uma coisa meio impossivel...não acha? o corpo é da mulher....e uma gravidez é delicada demais, principalmente até o terceiro mês....só o estresse de não querer o bebe já pode fazer com que a mulher aborte espontaneamente....


Fabi,

Toda esta argumentação é absurda e já provei isto mil vezes e parece que ninguém me lê quando escrevo sobre isto.

Só para encher o saco vou publicar tudo de novo, uma prova detalhada de como as abordagens usuais de defesa do aborto não tem pé nem cabeça, não se sustentam nos dados, na lógica ou na percepção cotidiana.

Aguarde...

Eu lí mais ou menos...mas era um texto muito grande...você falando sobre vida...e direito da vida....e como um impondo seu direito de vida sobre o outro... é esse?

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Fedidovisk
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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por Fedidovisk »

Alter-ego escreveu:
Fedidovisk escreveu:Agora, largando de lado qualquer senso moral e religioso... e etc...

Se a pessoa não quer ter a criança por motivos próprios... sejam de origem econômica, ou até desinsteresse por uma gravidez que para ela pode ser motivo de estorvo...

Mão é de seu direito interromper uma gravidez indesejada ? E o que se opoem à isso, além do senso moral religioso... ?






O homem acima de todas as coisas.... :emoticon12: inclusive da ciência... :emoticon20:

Qual não é a contradição de pregar "o homem acima de todas as coisas" e defender o direito de matar o homem ainda no ventre...


Você acha que um feto é um homem...?

Ahhhh.... e bem vindo a selva de qualquer forma... se está tão preocupado com o ser humano, acho que trabalho é que não falta... hoje em dia.

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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por Alter-ego »

carlos escreveu:
Alter-ego escreveu:
carlos escreveu:Admiro a coragem do ministro da saúde.
Teve a audácia de futucar um vespeiro.

Tem coragem enquanto rodeado por um aparato estatal e uma caneta, que lhe permite "assoprar" depois de ter dado a "mordida".
Quero ver é ter coragem de ir num debate na TV, em preparação a um plebiscito e defender o aborto livre e irrestrito.



Ele já esteve no Roda Viva; respondendo perguntas do seu guru, reinaldo azevedo.
Não assistiu?

Infelizmente não assisti. E Reinaldo não é meu guru. :emoticon3:
Mas não é disso que falo. Quero ver um debate, como acontece quando há eleições e a massa é, de fato, "envolvida" no tema. Aí, sim, quero ver Temporão chegar na Globo pra discutir aborto com um representante da Icar, um das igrejas protestantes e um dos espíritas e no outro dia botar o pé na rua... :emoticon12:
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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por Alter-ego »

Fedidovisk escreveu:
Alter-ego escreveu:
Fedidovisk escreveu:Agora, largando de lado qualquer senso moral e religioso... e etc...

Se a pessoa não quer ter a criança por motivos próprios... sejam de origem econômica, ou até desinsteresse por uma gravidez que para ela pode ser motivo de estorvo...

Mão é de seu direito interromper uma gravidez indesejada ? E o que se opoem à isso, além do senso moral religioso... ?






O homem acima de todas as coisas.... :emoticon12: inclusive da ciência... :emoticon20:

Qual não é a contradição de pregar "o homem acima de todas as coisas" e defender o direito de matar o homem ainda no ventre...


Você acha que um feto é um homem...?

Ahhhh.... e bem vindo a selva de qualquer forma... se está tão preocupado com o ser humano, acho que trabalho é que não falta... hoje em dia.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Acauan, 30/03/2007 às 10:23, Tópico: Para os abortistas escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

Abortistas são todos aqueles que compactuam com o aborto clandestino!

:emoticon4:


Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 1.

Como publicarei esta demonstração por partes, demonstrando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republicarei em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Um argumento é estúpido quando lhe falta inteligência e sem-vergonha quando lhe falta moral.
As duas carências podem ser demonstradas no texto acima a partir de suas próprias contradições, sem necessidade de recorrer a dados externos, mesmo que alguns possam ser citados como complemento da demonstração.

Tomando a primeira afirmação:


É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade.


Porque o argumento é estúpido:

O argumento de que o termo "abortista", no significado de partidário do aborto é mais obviamente atribuível aos que defendem sua proibição é estúpido porque se sustenta sobre uma lógica falsa, que parte de uma premissa falsa e termina com uma desconexão evidente entre premissa e conclusão baseada no silogismo abaixo:

Se a proibição do aborto provoca aumento do número de abortos
E se há pessoas que apóiam a proibição
Então as pessoas que apóiam a proibição também apóiam o aborto.

Este silogismo é, obviamente, falho e qualquer argumento que se sustente nele é estúpido primeiro porque parte de uma premissa falsa.
Mesmo que se admita como verdadeiros os dados que correlacionam proibição e aumento do número de abortos – o que não está se fazendo ou deixando de fazer aqui – a premissa ainda seria falsa, pois o que levaria ao aumento do número de abortos seria a ineficácia da proibição e não a proibição em si, tanto quanto é a ineficácia do combate ao crime que promove seu crescimento e não, obviamente, a proibição da atividade criminosa.

Estabelecer uma correlação necessária entre ineficácia da proibição com necessidade de legalização, se aceito como logicamente válido, implica em propor a legalização de todos os crimes cuja repressão é ineficaz, sob o argumento de que a proibição é a causa de seu aumento.

Seguindo na demonstração da estupidez do silogismo usado como base do argumento, mesmo que a premissa fundamental não fosse incorreta como é, a inferência que leva da premissa à conclusão também é logicamente falha.

Dizer que:

Se a proibição do aborto provoca aumento do número de abortos
E se há pessoas que apóiam a proibição
Então as pessoas que apóiam a proibição também apóiam o aborto.

Implica em afirmar que se uma determinada ação possui efeitos colaterais indesejados, os que apóiam a ação necessariamente apóiam seus efeitos colaterais.
Se admitida como válido que a concordância com o ato implica na concordância com seus efeitos colaterais, então poderíamos montar o seguinte silogismo análogo ao primeiro:

Se o desenvolvimento de vacinas implica em teste cruéis com animais
E se há pessoas que apóiam o desenvolvimento de vacinas
Então as pessoas que apóiam o desenvolvimento de vacinas apóiam a crueldade com animais.

O absurdo é evidente, pois as pessoas podem apoiar o desenvolvimento de vacinas e ser contra a crueldade com animais e ser favorável a medidas que, sem eliminar as vacinas encontre alternativas para os testes cruéis. Este mesmo raciocínio vale, obviamente, para os alegados efeitos colaterais indesejados da proibição do aborto, que, também obviamente, são repudiados pelos defensores da proibição, que defendem soluções também para este problema que não a liberação pura e simples.

Queiram me desculpar os freqüentadores do fórum que dominam os fundamentos da lógica e podem se considerar menosprezados por uma contra-argumentação ter que descer a níveis tão iniciantes.

Mas, por vezes, isto é necessário, como se vê.

Continua...
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
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Acauan
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Acauan »

Acauan, em 30/03/2007 às 11:08, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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:emoticon4:


Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 2.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Continuando com a primeira afirmação:


É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade.


Porque o argumento é sem-vergonha:

Como dito, um argumento é sem-vergonha quando lhe falta moral.

O aborto não é polêmico enquanto discussão científica sobre as capacidades ou potencialidades neurológicas do embrião e do feto, e sim como questão moral, que confronta o direito potencial da mulher de renunciar a uma gravidez indesejada contra a limitação a este direito estabelecida pela existência de uma outra vida humana na questão, cujo ciclo de vida individual já foi iniciado.

Questões morais muitas vezes não nos permitem o conforto da escolha fácil entre o BEM pleno e o mal absoluto.
As polêmicas surgem quando as escolhas se situam na zona cinzenta onde se deve optar entre um mal maior e um mal menor, sem ter certeza sobre a veracidade dos métodos que definem qual é qual.

Nestas situações há três posturas morais possíveis:

1. Não assumir posição, mantendo-se neutro;
2. Assumir uma posição e suas conseqüências, negativas e positivas;
3. Assumir uma posição e suas conseqüências positivas, mas negar-se a assumir as negativas.

Os que assumem a primeira posição, a da neutralidade, respondem moralmente por ela conforme o caso, dado que esta neutralidade pode ter vários motivos, que vão da comodidade ou conveniência ao sincero interesse de conhecer melhor a questão antes de decidir, visando prevenir uma tomada de posição incorreta.

Os que optam por assumir uma posição e suas conseqüências, positivas e negativas, enfrentam sempre o risco de haver tomado a posição errada, mas terão ao seu favor o reconhecimento de que tiveram a coragem moral de assumir uma decisão e suas conseqüências, quando era necessário que se fizesse isto.

O terceiro caso apresenta uma deficiência moral óbvia, dado que os que optam por ela aceitam apenas os benefícios da posição assumida, mas não os seus ônus, uma atitude claramente desonesta.

O argumento de que os favoráveis a proibição do aborto são abortistas coloca os defensores da legalização que se valem dele na terceira posição, moralmente classificáveis como acima posto.

Quem defende a proibição do aborto deve assumir consciente e necessariamente que muitas mulheres sofrerão problemas em decorrência disto e, possivelmente, muitas crianças nascidas indesejadas também.

Quem defende a legalização do aborto deve assumir que negou todas as chances de existência a muitas vidas humanas com o ciclo já iniciado e definido, renunciando a buscar alternativas a esta extrema.

Cada qual, dentro da honestidade de suas posições, deve assumir sua parcela de responsabilidade no que entende como o mal menor da questão, mesmo acreditando que o mal maior foi evitado.

Quando o argumento analisado tenta transferir para os defensores da proibição responsabilidades que não lhes cabem, como demonstrado na postagem anterior, na verdade querem isentar a si próprios do impacto negativo de suas decisões, apresentando-se a si próprios como defensores de todo o BEM e a seus adversários como portadores de todo o mal.

A verdadeira honra de uma causa reside justamente em assumir os ônus que ela traz.
A imoralidade do argumento reside em sua tentativa de criar uma realidade falsa onde se possa defender uma causa sem que nenhum ônus advenha dela, através da simples transferência deste ônus para os que defendem a posição oposta, utilizando para isto, no caso analisado, de uma retórica falha, lógica e moralmente, como demonstrado.

Continua...
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por Fedidovisk »

Alter-ego escreveu:
Fedidovisk escreveu:
Alter-ego escreveu:
Fedidovisk escreveu:Agora, largando de lado qualquer senso moral e religioso... e etc...

Se a pessoa não quer ter a criança por motivos próprios... sejam de origem econômica, ou até desinsteresse por uma gravidez que para ela pode ser motivo de estorvo...

Mão é de seu direito interromper uma gravidez indesejada ? E o que se opoem à isso, além do senso moral religioso... ?






O homem acima de todas as coisas.... :emoticon12: inclusive da ciência... :emoticon20:

Qual não é a contradição de pregar "o homem acima de todas as coisas" e defender o direito de matar o homem ainda no ventre...


Você acha que um feto é um homem...?

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O homem além de qualquer filósofo também... :emoticon13:

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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Alter-ego »

Aceito sua desistência. É compreensível...
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Acauan »

Acauan, em 30/03/2007 às 14:27, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

Abortistas são todos aqueles que compactuam com o aborto clandestino!

:emoticon4:


Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 3.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Passando à segunda afirmação:


É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer.


Porque o argumento é estúpido:

Além das já demonstradas ilógicas correlações entre conseqüências do ato e ineficácia do ato e entre apoiar uma causa e apoiar seus efeitos colaterais, o argumento se sustenta sobre outros absurdos:

1. O acesso ao aborto clandestino é menos problemático do que ao aborto legal;
2. O aborto clandestino implica em responsabilidade menor;
3. O aborto clandestino é feito longe dos olhos da sociedade;
4. A mulher que opta pelo aborto clandestino não enfrenta qualquer tipo de reflexão;
5. O aborto clandestino é uma questão simples de pagar e fazer;
6. A mulheres abortam várias vezes pela soma destes motivos;
7. O aborto clandestino não traz pressão social.

Apontar tantos absurdos em tão poucas linhas pode parecer, a priori, uma estratégia para desqualificar retoricamente o argumento analisado, mas é uma necessidade, dentro da proposta didática de se apresentar aqui o quanto o discurso ideológico pode renunciar à lógica mais elementar e ainda assim se fazer crido e repetido como um mantra.

Antes de analisar cada absurdo destacado um a um, peço atenção a um detalhe que denuncia o absurdo do conjunto, pois se o aborto clandestino é tão mais acessível, sem responsabilidades, reflexões ou cobranças que o aborto legalizado, que garantia se tem de que as mulheres não continuarão recorrendo a ele após a legalização, justamente para fugir às alegadas dificuldades que a legalização criaria a um ato antes proibido?

Não é mais lógico supor que, se tão simples e fácil fosse, a legalização não eliminaria o aborto clandestino, mas antes se somaria a ele, permitindo à mulher optar sobre qual alternativa melhor lhe convém?

É o mesmo erro lógico dos que alegam que a legalização do comércio de drogas, por si só, eliminará o traficante, desconsiderando que muitos consumidores ainda preferirão recorrer ao comércio ilegal por variados motivos, a começar do anonimato garantido pelo fornecimento criminoso.

Mas voltando à análise individual dos absurdos;

1. O acesso ao aborto clandestino é menos problemático do que ao aborto legal;

O absurdo é óbvio, pelo próprio significado da palavra proibição que implica necessariamente em ações coercitivas que impeçam ou dificultem a execução do ato proibido.
Se o ato proibido é executado com menos empecilhos que o ato legal, então a proibição não existe, sendo apenas formal.

Por mais ineficaz que seja a proibição do aborto, está muito longe de ser apenas formal, dado que tanto seus executantes e promotores quanto suas pacientes estão sujeitos à repressão policial, processo criminal e cadeia.

O risco de cadeia, por menor que seja considerada a ineficácia da repressão, por si só é fator persuasivo suficiente para tornar o aborto ilegal mais arriscado que o legalizado.
Este fator é decisivamente persuasivo para médicos, que sabem muito bem que ser flagrado e indiciado como abortista ilegal representa o fim de sua carreira, a cassação de seu registro e o ostracismo social, mesmo que o final do processo não implique em prisão.
Para a maioria dos médicos e profissionais especializados da saúde isto é fator persuasivo suficiente, dado que a relação custo-benefício insatisfatório inibe a prática abortista mesmo entre aqueles da comunidade que não tem restrições morais a respeito.

A indisponibilidade de médicos, profissionais especializados e equipamentos minimamente adequados praticamente impede o aborto nos meses avançados de gestação, restringindo sua execução a condições que implicam em altíssimo e óbvio risco para a gestante que se submeta a elas, o que também impõe uma dificuldade óbvia, que funciona também como fator persuasivo com base no custo-benefício.

Além disto, o risco de cadeia e do ostracismo social restringe os profissionais especializados dispostos à prática abortista ilegal àqueles que, além da ausência de restrições morais, entendem que devem cobrar preços que compensem estes riscos, dificultando o acesso por uma questão auto-explicativa de mercado, principalmente em países ou regiões pobres.

Do mesmo modo, o recurso a aborteiros não qualificados e potencialmente baratos repete os riscos médicos destacados acima.

Assim, o aborto clandestino implica em riscos reais de cadeia, ruína profissional, financeira e social dos profissionais especializados que se dedicam a ela, alto custo por conta do risco e alto risco por conta do baixo custo.
Somados estes fatores, tem-se que é absurdo concluir que o aborto clandestino, alegadamente disponível sem dificuldades "em qualquer esquina", seja uma opção menos problemática que o aborto legal, que ofereceria inclusive segundo as propostas existentes, o atrativo da gratuidade.

2. O aborto clandestino implica em responsabilidade menor;

Como a execução do aborto clandestino pode implicar em responsabilidade menor que a do aborto legalizado, se sobre quem o faz recai a responsabilidade penal do ato?

O absurdo vem da afirmação
"proibição ... acarreta ... grau de responsabilidade ... menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade"

Ora, não há correlação entre responsabilidade e estar dentro ou fora dos olhos da sociedade.
As responsabilidades de um cidadão não desaparecem quando ninguém está olhando para ele.
O erro está em uma óbvia confusão entre responsabilidade e imputabilidade.
A sociedade talvez não possa punir todos os casos de aborto clandestino, o que não implica que haja responsabilidade menor dos envolvidos, antes pelo contrário, pelos motivos citados.

3. O aborto clandestino é feito longe dos olhos da sociedade;

Uma pergunta simples, que expõe o absurdo desta afirmação é se o aborto clandestino é feito longe dos olhos da sociedade, como os defensores da legalização do aborto o utilizam como argumento em defesa de sua causa?

Os defensores da legalização do aborto fazem uso intensivo e extensivo de dados relativos aos abortos clandestinos, enquanto o argumento diz que ele é feito longe dos olhos da sociedade.
Se assim é, ou todos os dados apresentados pelos defensores do aborto não são confiáveis e apresentá-los como se fossem constitui um ato desonesto ou os dados são confiáveis e o aborto clandestino não é feito longe dos olhos da sociedade.

Outro ponto que destaca o absurdo da afirmação é que ela não define o que são "os olhos da sociedade", uma metáfora que pode significar o Estado, mas não deixa isto claro.
Assim, o aborto legalizado estaria próximo dos "olhos da sociedade" por ser feito sob o controle e tutela do Estado, enquanto o clandestino se faz às escondidas dele.
O absurdo se concentra no fato que Estado e sociedade são coisas distintas, que se tornam uma coisa só apenas quando interpretadas ambas sob o viés ideológico totalitário, que acredita que o que não é supervisionado pelo Estado, não é supervisionado por ninguém.

Uma gravidez não é coisa fácil de esconder, mesmo quando se quer isto.
Na maioria dos casos de gravidez indesejada que pode motivar uma opção pelo aborto ocorre o envolvimento das famílias, parceiros e amigos da gestante, sendo que estas pessoas não só fazem parte da sociedade, como são a parte da sociedade pessoalmente interessada nos eventos em andamento, ao contrário do Estado, que é uma abstração burocrática, fria, distante e impessoal, para quem a grávida será apenas um ponto em uma estatística sobre a qual os burocratas estatais se debruçarão e tirarão as conclusões que quiserem.

Achar que este controle distante, impessoal e estatístico represente os olhos da sociedade junto à gestante mais do que a proximidade de pais, companheiros, amigos, vizinhos, empregadores, colegas de trabalho etc, aquela gente que vê a barriga crescer e saberá o que houve se ela de repente sumir, é outro absurdo.

4. A mulher que opta pelo aborto clandestino não enfrenta qualquer tipo de reflexão;

O absurdo deste quarto item é tão auto-evidente que sua exposição só é feita para garantir a completeza desta análise.

Reflexão, pelo próprio sentido da palavra, implica em um ato íntimo, o direcionamento dos pensamentos individuais de si para si, visando chegar a uma conclusão que se crê seja melhor atingida deste modo.

Afirmar que a mulher que opta pelo aborto clandestino não enfrenta qualquer tipo de reflexão implica em concluir que reflexões individuais, pensamentos de si para si, são determinados pelo status legal de uma questão, sendo que as mulheres que optam pela alternativa ilegal se tornam automaticamente incapazes de exercer a faculdade da reflexão.

O absurdo da afirmação se reforça quando se considera a possibilidade bastante plausível de a gestante que opta pelo aborto clandestino estar violando seus próprios princípios religiosos ou morais, vivendo, portanto um conflito de consciência que não pode dividir com ninguém.
Dizer que pessoas nesta situação não enfrentam reflexão apenas porque não comparecem diante de um psicólogo ou comitê formado por alguma organização estatal demonstra, mais uma vez, uma percepção ideológica do papel do Estado que nega ao indivíduo apartado dele as capacidades mais elementares, como refletir.

5. O aborto clandestino é uma questão simples de pagar e fazer;

O aborto clandestino não é uma questão simples de pagar e fazer, pelos fatos já relacionados e mais.
Primeiro, a gestante terá que localizar onde obter os serviços de um executante de abortos, o que implica em fazer perguntas e se expor aos riscos de ser questionada sobre suas intenções ilegais.
Foi dito que estes serviços estão disponíveis em qualquer esquina, mas cabe a quem fez a afirmação prová-la. De minha experiência pessoal, vivendo em um país onde o aborto é proibido, nunca encontrei evidência de que a cada esquina houvesse quem o executasse.

Mesmo que a questão fosse pagar e fazer, isto não a torna simples. Abortos feitos com segurança e conforto são muito caros, inacessíveis para as classes baixas de países pobres. Abortos baratos implicam em risco de vida para a gestante.
A questão então não é um simples pagar e fazer, mas pagar mais caro do que seus recursos permitem ou arriscar a vida para obter custos menores.

6. A mulheres abortam várias vezes pela soma destes motivos;

Outra afirmação que contém um erro de causalidade óbvio.

Dizer que as mulheres abortam várias vezes pelos motivos que apontariam a facilidade do aborto clandestino, refutada caso a caso nesta análise, é o mesmo que dizer que as pessoas optam por um problema por conta da disponibilidade de recursos para corrigir o problema.
Algo como afirmar que as pessoas batem o carro porque é fácil encontrar os serviços de um funileiro que o repare.

Desnecessário mais que isto para destacar o absurdo da afirmação.

7. O aborto clandestino não traz pressão social.

Uma prova de que o aborto clandestino traz pressão social é o fato de os defensores da legalização do aborto o utilizar como motivo para suas reivindicações, o que é uma forma de pressão social.

No mais, de novo a confusão entre pressão estatal ou sua afiliada ideológica, a pressão militante organizada com pressão social.
A verdadeira pressão social contra o aborto clandestino, além do óbvio âmbito policial e jurídico, se dá na sociedade próxima da gestante, sua família, companheiro e pessoas próximas envolvidas.
Dizer que isto não significa pressão social é negar a estas pessoas o status de membros e representantes da sociedade, mais ainda, de membros e representantes da sociedade mais interessadas no problema e transferir esta representatividade para organizações anônimas.

Absurdo pois.



Continua...
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Acauan, em 30/03/2007 às 14:38, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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:emoticon4:


Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 4.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Passando à segunda afirmação:


É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer.


Porque o argumento é sem-vergonha:

O argumento é imoral porque nega a própria essência da moralidade que é a percepção individual do certo e do errado e o desejo de optar pelo certo.

Segundo o argumento, o aborto clandestino suprimiria a moralidade da gestante, dado que o simples fato de, supostamente, não ser feito sob a supervisão de um órgão estatal a levaria, dentre outras coisas, a reincidir no ato diversas vezes, como se a individualidade e moralidade pessoal fossem irrelevantes no processo.

O argumento é imoral por que em essência se baseia em uma presumida irrelevância da moralidade individual, que deveria por isto ser substituído por uma espécie de moralidade púbica controlada pelo Estado ou organizações que desempenhassem esta função de controle coletivo, ideologicamente alinhadas.




Continua...
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Alter-ego escreveu:Aceito sua desistência. É compreensível...


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Acauan, em 30/03/2007 às 15:00, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 5.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Passando à terceira afirmação:


Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu.


Porque o argumento é estúpido:

O argumento é estúpido, primeiro, por reincidir no erro já apontado de afirmar que ser contra a liberação do aborto equivale a ser a favor dos efeitos colaterais indesejáveis decorrentes da ineficácia da proibição.

Mas o principal indicativo de estupidez do argumento, no parágrafo destacado e em todo o texto, é a contradição existente entre afirmar explicitamente que são meramente especulativos os dados sobre abortos clandestinos intensiva e extensivamente utilizados como fundamentais na defesa da legalização do aborto.
Se o próprio argumento reconhece que se fundamenta em dados meramente especulativos, tem-se que todas as suas conclusões não podem ser mais confiáveis que os dados que as sustentam.

Em contradição a esta obviedade, o argumento sustenta conclusões definitivas sobre dados que admite especulativos, como no início do parágrafo, quando afirma taxativamente que ser contra a legalização do aborto implica na manutenção de seus altos números, sendo que a afirmação registra uma certeza tirada de números que o próprio argumento declara incertos.

O argumento não apenas registra a pouca confiabilidade dos números especulativos de que se vale, como explica o mecanismo que torna estes números pouco confiáveis, sem apresentar, em qualquer momento, a fórmula que transformaria estes dados especulativos e obtidos sob condições que não lhes afere confiabilidade em totalizações confiáveis, passíveis de ser utilizadas como elemento de propaganda e reivindicação, como é feito pelos defensores da legalização do aborto.




Continua...
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Acauan »

Acauan, em 30/03/2007 às 15:08, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 6.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Passando à terceira afirmação:


Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu.


Porque o argumento é sem-vergonha:

O argumento é sem-vergonha porque mentiroso.
Atribui verdade completa a conclusões tiradas de dados sobre os quais sabe e declara não ter garantia de ser completamente verdadeiros.



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Re: Re.: E no mundo real...

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Fedidovisk escreveu:
Alter-ego escreveu:Aceito sua desistência. É compreensível...


Vá à mer.... :emoticon3:

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Acauan, em 30/03/2007 às 15:58, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 7.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Considerações finais sobre a estupidez do argumento:


Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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Por que o argumento é estúpido:

O argumento é estúpido porque não é um argumento, dado não apresentar nenhum nexo lógico entre premissas e conclusões que demonstre a veracidade de afirmações feitas.

É verdadeira a primeira frase, que diz que abortistas são os que querem que os abortos clandestinos continuem, embora não tenha qualquer relação com os temas postos, dado que é simplesmente absurdo atribuir tal intenção aos que defendem que o aborto deve continuar sendo crime e quem o praticar ilegalmente deve sofrer as penas da lei, sendo corrigidos os fatores de ineficácia que impedem que tais punições sejam aplicadas onde e quando devido.

No argumento segue-se uma conclusão, auto-qualificada como "fácil", o que talvez seja, embora de modo algum verdadeira, ao dizer que
"é muito mais fácil abortar num país onde a lei o proíbe do que num onde a lei o despenaliza e não liberaliza" insistindo no erro de igualar conseqüências da proibição em si com conseqüências da ineficácia de seu cumprimento, além de todas as detalhadas refutações postas nas partes anteriores desta análise.

Por fim, em sua última declaração o argumento chama de abortistas aos que combatem a legalização do aborto, fugindo assim de um nome que parece incomodá-los a ponto de não suportar vê-lo aderido às suas faces. Mais ainda, tentam lançá-lo sobre seus opositores como se junto da alcunha transferissem a eles quaisquer incertezas e dúvidas sobre a causa que defendem, sobre as terríveis conseqüências que as acompanham e sobre si próprios.

A psicologia analítica chama tal fenômeno de projeção, embora queiram os que leram até aqui considerar este comentário como um apêndice complementar, independente da demonstração feita sobre a estupidez do argumento analisado, a qual consideramos completa e a encerramos como devido.

quod erat demonstrandum.
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Acauan, em 30/03/2007 às 16:38, escreveu:
Flush escreveu:É muito mais óbvio atribuir o termo "abortistas" ao defensores da proibição da I.V.G. visto que esta proibição na maioria dos casos acarreta um número elevado de abortos, tanto pela facilidade de recurso a um aborto clandestino em qualquer esquina, como pelo grau de responsabilidade ser menor, visto poder estar fora dos olhos da sociedade. Recorrendo ao aborto clandestino uma mulher pode desprezar qualquer responsabilidade pois não enfrenta qualquer tipo de reflexão, simplesmente paga e faz. Estes acontecimentos fazem com que várias mulheres abortem clandestinamente várias vezes, pois não possuem qualquer tipo de pressão social em foco da responsabilidade Humana. É só pagar e fazer. Ser contra a regulamentação da I.V.G. em parâmetros minimamente consensuais leva à continuidade de números de aborto elevados, sendo estes números apenas especulações e não objectivos. Porquê? Porque nenhuma mulher irá a um hospital preencher uma ficha a dizer que abortou clandestinamente e que é criminosa e que deve submeter-se a um julgamento e possível prisão. Os números conhecidos provêm das mulheres que morreram em complicações derivadas do aborto clandestino, ou que foram a um Hospital por complicações menores. Factores como violação entram em várias leis de vários países em que não é despenalizada a I.V.G.. Na maioria dos casos nem o caso de violação é levado em conta, pois as excepções não conseguem ser geridas em virtude dessa mesma penalização. Várias mulheres violadas tentaram em vão abortar, mas antes dos processos juridicos e médicos chegarem a um consenso de quem é o pai, se ela foi mesmo violada, como um hospital irá gerir uma I.V.G. se esta é proibida, para além dos paralelos processos se perderem nas burocracias. Quando o veredicto chega já a criança nasceu. Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

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Provando um argumento como estúpido e sem-vergonha – parte 8.

Como publico esta demonstração por partes, provando parágrafo por parágrafo a estupidez e a sem-vergonhice do argumento acima, republico em cada parte a íntegra do texto original analisado, para que não seja cabível a acusação de tirar as frases de seu contexto.

Considerações finais sobre a sem vergonhice do argumento:


Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

Abortistas são todos aqueles que compactuam com o aborto clandestino!


Por que o argumento é sem-vergonha:

O argumento é sem-vergonha porque defensores da legalização do aborto, quando lhes convém, se referem ao feto como "amontoado de células" ao qual negam identidade e dignidade humana, porém quando lhes interessa recorrem ao mesmo discurso sentimental que condenam veementemente quando utilizado por opositores da legalização do aborto, como evidenciado no parágrafo acima.

Assim, aqueles que jamais demonstraram compaixão pelos fetos destruídos em abortos legalizados, lamentam piedosamente aqueles que são
"tratados como costelas de borrego num talho", como se melhor destino tivessem os que são sugados do útero por aspiradores ascéticos em clínicas elegantes, mantidas sob as bênçãos do Estado e os aplausos das organizações defensoras da legalização, a quem querem atribuir o poder de decidir a partir de quando um ser humano tem o direito de viver.

É imoral a dicotomia obviamente falsa, que sustentam como verdade absoluta e inegável, que só existem os extremos do aborto proibido onde todos os horrores acontecem e das legislações coniventes com o aborto, da qual todas as maravilhas emanam.

Por fim, é imoral quem, defendendo que se legalize algo, se ofenda e fuja ao receber o nome que tal defesa lhe confere por direito.
Talvez nem todos que defendam a legalização do aborto sejam abortistas, mas é lógico e óbvio concluir que é mais aplicável o termo a quem faz tal defesa do que aos que lhe dirigem oposição.
É como aceitar que nem todos os que lutaram pela legalização do partido comunista fossem comunistas, sendo tão esperado presumir que os comunistas se incluíssem neste grupo quanto absurdo chamar de comunistas aos que defendiam que o partido permanecesse na ilegalidade.

Se os defensores da legalização do aborto querem distância da palavra que melhor resume sua causa, devem ter seus motivos, os quais conhecem melhor que ninguém e deste conhecimento tiram suas motivações para agir como agem.

Findo esta demonstração sobre a imoralidade do argumento analisado lembrando que somente o ser humano individual, na consciência de si mesmo e de seus semelhantes encontra a justificativa final de sua própria dignidade que lhe permite reconhecê-la nos demais Homens.

Nenhuma teoria ou instituição coletiva científica ou política pode substituir a consciência individual neste processo.

É nesta consciência individual que as respostas à polêmica do aborto devem ser buscadas, resistindo às sereias ideológicas cujo canto tem o poder de convencer os pobres de espírito de que esta ou aquela posição está na moda e incensará os que se alinharem a ela com a aceitação dos bem vistos e o fortalecimento de seus egos.

Que nossa humanidade fale mais alto em cada um, seja qual for a resposta a que cheguem.

ANAUÊ!
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Alter-ego »

Afinal, temos lei protegendo até os ovos de tartarugas marinhas. Devíamos revogá-la. Só se tornam tartarugas marinhas depois que saem do ovo...
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Acauan
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Acauan »

Acho que disse tudo, mas como o assunto sempre volta, sempre repito.
Mesmo porque deu muito trabalho escrever da primeira vez e quero otimizar o aproveitamento do meu tempo perdido.
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spink
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por spink »

Acauan; depois de tantas letrinhas amarelas ( :emoticon12: ) você aprova o aborto até qual período?
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Fedidovisk
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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por Fedidovisk »

Alter-ego escreveu:
Fedidovisk escreveu:
Alter-ego escreveu:Aceito sua desistência. É compreensível...


Vá à mer.... :emoticon3:

Se você julga pelo ascpecto moralista religioso é problema teu...

Só que não me respondeu, fora esses... qual o motivo de se proíbir o aborto... sem opinião pessoal...

Defender a vida humana, sobretudo de inocentes, é uma questão de humanismo. Transcende questões religiosas.


Bem... isso continua sendo uma opinião pessoal, mas entrarei no seu joguinho...

Você acha justo destruir uma vida às custas de outra... e em famílias mais pobres, uma gravidez fora de hora pode significar miséria para os dois... fome... com o fim para o bebe como apenas uma questçao de tempo.....

Principalmente por uma questão humanista... onde a miséria impera... e por uma questão pessoal....

E se você quer espalhar sua mensagem anti-aborto é de todo o seu direito, mas ela não deveria ser uma obrigação à se acatar...

O aborto deve ser liberdado... o que deve haver é uma concientização de suas consequencias e etc....

______________________

E quanto a questão...

Eu não quero ter o filho e acabou... ninguém pode obrigar você a fazer nada, em cima de preceitos que so dizem respeito à quem diz...

Isso porque qualquer coisa indeseja pode trazes muitas consequencias desastrosas... até suicídio... aí já viu né, são dois... :emoticon15:

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Fedidovisk
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Fedidovisk »

Eu pessoalmente sou contra o aborto... mas isso diz respeito apenas à mim... e procurarei convecer quem quer na medida do possível a não faze-lo, mas não obrigarei ninguém a isso...

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Acauan
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Re: Re.: E no mundo real...

Mensagem por Acauan »

carlos escreveu:Acauan; depois de tantas letrinhas amarelas ( :emoticon12: ) você aprova o aborto até qual período?


Nenhum.
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Alter-ego
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Re.: E no mundo real...

Mensagem por Alter-ego »

Você trocou as bases humanistas para bases econômicas.
Tudo bem. É mais barato (ou até de graça) uma zorra de preservativo ou anticoncepcional do que praticar um aborto (legal ou ilegal).
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