Consultório de Psicologia

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
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Darkangel
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Darkangel »

Eu prefiro ser meio Zen e viver o momento, sem acreditar que há essências universais que resolvem tudo. No sexo por exemplo, perguntar para quê? Eu só tenho é mais que me entregar e reagir á respiração da minha nina...

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Flavio Costa
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Flavio Costa »

Mr.Hammond escreveu:Imagem

Imagem

Aurélio, pelo que eu me lembre você ficava bastante chateado quando alguém falava da sua (ainda não completamente resolvida) obesidade. Dizia que não se brinca com isso...

Com deficiência auditiva se brinca?
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006

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Flavio Costa
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Flavio Costa »

Darkangel escreveu:Sabem o que é que os Budistas descobrem quando entram em meditação? Nada... :emoticon12:

Justamente por isso que é bom. :emoticon16:
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LAB
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por LAB »

Tá... quando alguém vem pedir só pra que eu escute sem opinar eu acho tão sem sentido... Talvez porque eu só desabafe quando penso em pedir algum conselho.

O que o Edson Jr. quis dizer com escutar alguém sem opinar, acredito que se refira às pessoas que a gente gosta.

Por exemplo, eu não vou perder meu tempo ouvindo um estranho, um conhecido que não tenha nada em comum comigo ou uma mulher feia.

Agora, se a pessoa é interessante para mim de alguma forma eu tento aprender a ouvi-la e deixá-la desabafar para a conquistá-la para o meu lado.

É perda de tempo, muitas vezes, a gente ajudar quem não nos interessa, a não ser que seja uma necessidade muito grande da gente de se sentir importante ajudando quem mais precisa.

Eu distinguo caridade de generosidade: caridade a gente faz para os diferentes da gente (para quem precisa) e generosidade para os iguais (para quem não precisa).

Se eu dou uma esmola a um mendigo estou fazendo caridade e se dou um relógio de ouro para uma garota ou amigo estou sendo generoso.

Por eu não compreender muito as motivações de pessoas diferentes de mim que não falam a mesma língua e nem se esforçam para melhorar me é muito penoso ouví-las.

Resumindo, acho que foi isso que o Édson Jr. quis dizer.

Eu sou generoso e não caridoso. he, he.
Editado pela última vez por LAB em 10 Jan 2006, 12:50, em um total de 1 vez.
A diferença entre um ateu e um teísta é que as abobrinhas do primeiro são mais inteligentes que as do segundo.

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rapha...
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por rapha... »

Flavio Costa escreveu:
Mr.Hammond escreveu:Imagem

Aurélio, pelo que eu me lembre você ficava bastante chateado quando alguém falava da sua (ainda não completamente resolvida) obesidade. Dizia que não se brinca com isso...

Com deficiência auditiva se brinca?


Flávio, quem fez o emoticon do Vito fui eu, numa brincadeira estritamente saudável, inclusive com o consenso e aprovação do próprio Vito.

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Flavio Costa
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Flavio Costa »

rapha... escreveu:Flávio, quem fez o emoticon do Vito fui eu, numa brincadeira estritamente saudável, inclusive com o consenso e aprovação do próprio Vito.

Eu vi o tópico onde foi criado, e foi até engraçado, mas estou me referindo à frequência e modo de usá-lo que do emoticon em si.
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rapha...
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por rapha... »

Flavio Costa escreveu:
rapha... escreveu:Flávio, quem fez o emoticon do Vito fui eu, numa brincadeira estritamente saudável, inclusive com o consenso e aprovação do próprio Vito.

Eu vi o tópico onde foi criado, e foi até engraçado, mas estou me referindo à frequência e modo de usá-lo que do emoticon em si.


A frequência fica a cargo de quem usará, quanto ao modo, também.

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Aurelio Moraes
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Aurelio Moraes »

rapha... escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Mr.Hammond escreveu:Imagem

Aurélio, pelo que eu me lembre você ficava bastante chateado quando alguém falava da sua (ainda não completamente resolvida) obesidade. Dizia que não se brinca com isso...

Com deficiência auditiva se brinca?


Flávio, quem fez o emoticon do Vito fui eu, numa brincadeira estritamente saudável, inclusive com o consenso e aprovação do próprio Vito.



EXATAMENTE.

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Flavio Costa
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Flavio Costa »

rapha... escreveu:A frequência fica a cargo de quem usará, quanto ao modo, também.

Bem, espero que o Vito leve numa boa, mas imagino que deve ser chato alguém aparecer para lhe corrigir a cada mensagem. Só fiz o comentário porque, pelo que eu vejo, o Aurélio não costuma sacanear a pessoa até magoar, particularmente se for com algo sério...

... o que não é o caso do Megas, por exemplo, que "merece" ser zoado só por ter mentido que tem 18 anos!

Mas aquela do "suco de pistola", com o comentário do Samael, foi ultra-engraçada. :emoticon12:
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Aurelio Moraes
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Aurelio Moraes »

Flavio Costa escreveu:Só fiz o comentário porque, pelo que eu vejo, o Aurélio não costuma sacanear a pessoa até magoar, particularmente se for com algo sério...


Flávio, eu sempre brinco com o Vito na boa.Você precisa ver quando junta eu, ele, o rapha e o rosa no msn. É muito engraçado.


Agora, você tá parecendo sabe quem?
Imagem

:emoticon12: :emoticon12:

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Flavio Costa
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Flavio Costa »

Mr.Hammond escreveu:Imagem

:emoticon12: :emoticon12:
Como eu não assisto TV, tive que procurar no Google para saber o que seria isso. Rodrigo Fagundes? Não conheço, mas Zorra Total é muito chato... :emoticon8:
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Aurelio Moraes
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Aurelio Moraes »

Esse personagem é muito engraçado!É o único que se salva no Zorra Total.
:emoticon12:

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Edson Jr
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Labrego escreveu:Espero que este texto lhe seja útil. Abraços.

Olá Labrego!

Acredito que, não somente eu, como também todos os que lerem seus textos se identificarão em algum nível com eles. Assim como os meus textos também. E isso é muito bom, pois percebemos que nossas dores não atingem somente a nós, como também a todos. Assim, podemos compartilhar nossos conflitos juntos e trilharmos um caminho mais sólido e com maior confiança.

É um tipo de grupo de auto-ajuda!

Ps:. Vou comentar seu texto, com maiores detalhes, neste fim de semana. Já está tarde e é hora do bebezão aqui tá na cama! ...rsrs..

Abraços!
Editado pela última vez por Edson Jr em 07 Jan 2006, 00:48, em um total de 1 vez.

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Edson Jr
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Najma escreveu:Tá... quando alguém vem pedir só pra que eu escute sem opinar eu acho tão sem sentido... Talvez porque eu só desabafe quando penso em pedir algum conselho.

Eu penso que encher a cabeça do outro com problemas que não lhe dizem respeito e depois ainda vir com essa de "não preciso de conselhos" é o cúmulo do egoísmo... Melhor encarar o espelho do gabinete do banheiro.

Olá Lidia!

Se você reparar bem, verá que muito mais que aceitação ou conselhos, as pessoas querem ser apenas compreendidas. Se ouvirmos uma pessoa de forma que ela sinta que nós realmente a compreendemos, com certeza ganhamos um amigo.

Como Labrego mencionou, a escuta precisa ser empática. Precisamos não só ouvir mecanicamente, mas com gosto, com prazer. Isso fornece oxigênio emocional para a pessoa que fala. Não há como manter laços verdadeiros, profundos e duradouros de amizade se não exercitarmos esse nosso lado humano.

Abraços!

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Edson Jr
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Darkangel escreveu:O autoconhecimento é uma coisa narcisista. Eu não me quero conhecer, eu quero dar-me a conhecer (e isso é bem mais difícil)


Oi Darkangel!

Garanto que a medida que você se conhecer, você passará a entender melhor as próprias pessoas que estão ao seu redor. Todos nós possuímos muitas potencialidades e quanto maior for o conhecimento e o domínio delas melhor, porque podemos agir da melhor forma possível, não somente conosco, como também com todas as pessoas.

Não espere que as pessoas façam uma leitura do que você é, porque ninguém é melhor para lhe conhecer do que você mesmo. Se temos apreço por alguém, certamente vamos querer conhecer tal pessoa. Da mesma forma é conosco! Desejaremos nos conhecer se temos simpatia por nós.

O narcisista na verdade não busca o autoconhecimento. Ele não se conhece, pois possui uma avaliação exagerada e equivocada do que realmente é. O narcisista não quer se conhecer. No fundo, é frágil, não se ama e cria uma imagem irreal de si próprio para as pessoas, com medo de que o que ele realmente é se revele.

Um grande abraço!

o pensador
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Mensagem por o pensador »

Edson Jr,vc deveria usar seu talento como psicólogo para consultar aqui no fórum de vez em quando :emoticon16: .

Este tópico é muito bom e tenho certeza que pode ser de grande valor à todos pois todos enfrentamos dificuldades emocionais na vida.

Parabéns pela iniciativa :emoticon4: !

Um grande abraço

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LAB
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por LAB »

Para mim o auto-conhecimento é a descoberta dos verdadeiros motivos que determinam nosso comportamento e atitudes na vida.

Muitos comportamentos enraízados em nós tem origem em motivações de nossa infância e estão incompatíveis com aquilo que a gente gostaria de ser atualmente.

Por isso que muitas pessoas tem que fazer um esforço medonho para se ajustarem a uma vida profissional e social adequada para sua idade. Justamente porque suas motivações não amadureceram por a pessoa achar certo o seu modo de sentir e pensar.

Quando refletimos sobre aquilo que estamos buscando e confessamos para nós mesmos sem vergonha e sem culpa aquilo que nos está fazendo agir contrariamente aos nossos interesses, paramos de culpar os outros por nossos problemas.

Paramos de culpar o governo, paramos de achar que o mundo deveria ser assim e não assado, enfim, tornamo-nos auto-suficientes e compreendemos as limitações e necessidades das pessoas com maior acuidade.

É difícil ajudar alguém quando estamos no mesmo nível emocional que a mesma. Por isso que uma criança não ajuda outra pois sente e pensa como a outra criança. O máximo que consegue fazer é brincar e participar dos folguedos da outra criança.

Enfim, se estamos com problemas em nossos relacionamentos, tornando-nos amargos e sem alegria, é hora de nos encararmos de frente e buscar em nossa infância e adolescência o que provocou essa busca egoística de algo que não está nos trazendo felicidade e bem-estar.

Eu, quando tinha 20 anos, jurei prá mim mesmo que as pessoas que me desprezaram iriam se arrepender por terem me desprezado.

Eu acabei esquecendo disso mas todo meu comportamento se voltou para esse objetivo. Por isso que eu vivia sempre insatisfeito e não era feliz.

Porque o móvel de minha vida não se realizou e eu somente seria feliz se a minha vingança se visse consumada. As pessoas querendo se achegar a mim e eu as desprezando. Elas sofrendo as dores que sofri e sem esperanças de conquistar o meu amor e amizade.

Sei que não é um bom motivo para se conquistar a vida mas sei disso hoje. Hoje estou vazio de motivações pois não estou acostumado com motivações positivas mas minha vida está bem mais leve do que antes.

Não me sinto cansado nem deprimido, sinto falta de garotas e amigos, enfim, assumi minhas carências e mantenho-as conscientes não tentando ser melhor do que já sou pois, tendo em conta, as dificuldades que tive para crescrer sinto lá no fundo uma satisfação muito grande por não ter esmorecido.

Apelei para tudo que tinha direito para chegar vivo até aqui e não sucumbir ao peso de minhas frustrações.

Às vezes, quando não temos motivações para prosseguir na vida, inventamos uma. Nem que seja por pura maldade temos que inventar uma justificativa para nossa luta pela vida. O mais duro é ter que viver uma vida sem sentido.

Espero que tenham compreendido minhas palavras, já que demorei muito para compreendê-las.

Abraços, Edson Jr. Foi bom o seu desabafo a respeito de sua vida pois eu posto minhas mensagens aqui e as emoções envolvidas com minhas palavras são intensas, mas o desabafo me esvazia dessas emoções e com isso eu, após algum certo tempo, quando leio essas mensagens aqui postadas, as mesmas já não tem mais sentido para mim. Até estranho por lê-las e perceber que aos poucos estou deixando de ser tudo aquilo que posto aqui.
Editado pela última vez por LAB em 09 Jan 2006, 13:00, em um total de 1 vez.
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LAB
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por LAB »

Caro Dr. Édson Jr.:

Desculpe-me pelo doutor.

Eu não sei dizer para você se a nossa experiência de vida determina até mesmo o conteúdo mental pelo qual nós interpretamos a mesma.

Parece-me que sempre tive um mistério em minha vida, tentando conciliar o ateísmo do meu pai com o crentismo de minha mãe. Por ambos serem irreconciliáveis na época acabei herdando um pouco dos dois: a razão de meu pai (muito pouca) e a frieza religiosa de minha mãe (pelo menos era um ideal que eu buscava mas não conseguia). Aos 28 anos deparei-me com Allan Kardec que de certa forma deu uma racionalização a essa busca.

O mais interessante é que agora que eu releguei a minha religiosidade à lata de lixo cada vez mais eu começo a entender o que o Evangelho queria dizer.

Parece-me que devido ao meu conteúdo mental adquirido durante a vida este mesmo conteúdo foi determinando minha experiência de vida e meus gostos.

Não que eu esteja interpretando tudo de acordo com esse paradigma cultural mas é que parece-me que todas as minhas experiências na vida me forçam a concluir tudo evangelisticamente e dar sentido para as palavras que atormentaram minha juventude.

Percebe? Não são as palavras que explicam minha vida e sim, a minha vida é que explicam as palavras. É uma sensação tão intensa quando certos insights cristãos aparecem em minha consciência e casam exatamente com aquilo que estou sentindo no momento e lembrando de minha vida.

Eu agora compreendo que as palavras não tem sentido se estiverem desatreladas de nossa experiência de vida. Por isso que eu não consigo muitas vezes empatizar com as pessoas já que minha experiência de vida foi algo tão atípico.

O que percebo e tento dialetizar é que temos a impressão de sermos estrangeiros em nossa própria terra. É como se não fôssemos brasileiros e estivéssemos buscando uma identidade cultural que, parece-me, não está no Brasil. Talvez esta sensação seja causada pelos enlatados americanos introjetados em nossa cultura e que fazem parte de nosso imaginário.

Por fazer parte de nosso imaginário tentamos desesperadamente dar um sentido de realidade a esses nossos anseios mas a realidade tal qual é não ajuda em nada disso.

Por isso, acabamos falando mal dos americanos e até sentindo inveja deles, já que aquela cultura cinematográfica introjetada em nossa cultura cria anseios inexistentes em nossa psique e impossíveis, talvez, de satisfazê-los.

Já é difícil para nós ajustarmos nosso emocional ao Brasil e o que dizer então de uma cultura globalizada onde a realidade de poucos será vendida como objeto de sonhos para a maioria da população mundial?

Isso causará, provavelmente, a robotização do ser-humano já que a dor da frustração por não conseguir realizar-se será atroz.

Estou dizendo isso porque fui fã de Walt Disney durante toda minha infância e fã do seriado "Perdidos no Espaço".

Hoje, com mais compreensão das coisas, revivi esses momentos mágicos que determinaram minha formção psíquica e revivi velhos sonhos, fantasias e emoções.

Sim, realmente, por falta de uma realidade mais agradável por parte de minha família me refugiei no mundo da fantasia e, desesperadamente, tentei transformá-lo em realidade.

Muitas vezes, senti que eu não era desse mundo já que minhas emoções não estavam canalizadas para aquilo que existia e sim, para aquilo que não existia.

Cômico isso e agora compreendo que minha razão teve que fazer um grande esforço para se ater à realidade pois o emocional estava divagando e fantasiando as coisas.

Fui obrigado a me dividir em dois ou sucumbiria ao peso das minhas frustrações com a vida.

É, realmente, nossa realidade era muito pobre de opções no tempo da ditadura militar.

Nossos pais viviam com medo do mundo já que coisas ditas inconsequentemente poderiam ser interpretadas como descontentamento com o regime.

Assim, o sepultado medo infantil do bicho-papão era ressucitado na fase adulta de muita gente que tentava racionalizar seus medos absurdos de uma forma mais adulta e realista.

Enfim, o que determinou a educação de minha geração foi o medo que os pais sentiam de não mais compreenderem quando estavam certos ou errados.

Às vezes, as pessoas até estariam falando coisas inocentes mas como essas coisas seriam interpretadas pelos outros? E se alguém achar que eu estava sendo dissidente? Entende agora porque meus pais eram tão reservados e fechados? Temiam por si por serem portugueses e temiam pelos filhos que não saberiam se calar diante do poder constituído.

Creio que seja por isso que meus pais, acreditando da forma deles que estavam garantindo a sobrevivência dos filhos num regime ditatorial e repressor, introjetaram os mecanismos repressores e ditatorias em suas personalidades para com os filhos.

Eles não contavam que a democracia iria chegar um dia e chegou. Oras, quem viveu a vida inteira se ajustando à um regime político, quando este acaba a sensação e a revolta por ver as pessoas fazendo o que querem e não mais sendo educadas como eu fui é duro de encarar.

A gente se torna amargo já que as pessoas parecem mais felizes que a gente e, pior, são de fato. Eu, por exemplo, era o maior CDF na escola e achava que esta era a única forma de se ser alguém na vida mas quando eu via alguém que não se esforçou tanto quanto eu e não era tão bom quanto eu até ganhando mais que eu, eu me roía de revolta. (rs).

Entende agora, por que há tantos velhos neuróticos hoje cheios de moralismos sem sentido e que não mais se aplicam ao modus vivendis atual? É preciso fazer toda uma reformulação cultural para conseguir demolir estes condicionamentos oriundos do medo para se conseguir viver uma vida mais alegre e enxuta de valores.

Esperando novamente estar dando o melhor de mim para o aprimoramento das pessoas que lerem estas palavras, despeço-me, por enquanto.

Abraços.
Editado pela última vez por LAB em 09 Jan 2006, 12:50, em um total de 1 vez.
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LAB
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por LAB »

Caro Edson Jr.:

Desculpe-me pelas falhas ortográficas e de concordância que cometo em meus escritos pois os mesmos são escritos sob a ação de fortes emoções.

Por isso, após o desabafo catársico eu não consigo mais ajustá-los para aquilo que eu estava tentando dizer já que não foi exatamente meu lado racional que escreveu. Estranho isso.

Parece-me que minha escrita é meio inconsciente movidas pelas emoções que estão tentando ser vividas e manifestadas através de palavras que às vezes não se casam muito bem.

Acredito que talvez seja este o motivo de tanta gente se crer psicógrafos e que não estão escrevendo coisas suas pois a mente consciente não tem consciência da mente inconsciente.

Eu como já percebi essa cisão em minha personalidade e me deixo levar por ela, aproveitando-me desse tópico, que como a apresentação inicial descreveu: é um repositório de lixos mentais que procuramos intelectualizar para dar um sentido e uma utilidade para eles.

Senão como se perdoar e perdoar à vida? Podemos até fingir que nos perdoamos e não pensar mais nisso mas estarei, com certeza, cometendo o mesmo erro que cometi no passado, ou seja, reprimindo meus conteúdos e recalcando-os na inconsciência.

Com isso, nossa consciência que naturalmente é 10% vai diminuíndo, diminuíndo, até chegar a 0%.

Acho que a total inconsciência não existe nos mamíferos. Senão, nenhum deles possuiria a sensação de eu, de indivíduo.

Antes de chegar-se à total inconsciência de si mesmo a loucura vêm como último recurso de defesa do organismo, para sensibilizar as pessoas com um pedido mudo de socorro.

É assim que entendo minha família, meus irmãos e meus pais. Eles não sabiam suprir suas necessidades e por isso recalcavam-nas no inconsciente. A loucura era um pedido de socorro pois eles se sentiam naufragar por dentro e não sabiam pedir nada para ninguém. É como se precisar dos outros fosse um grande pecado para a nossa família. Até hoje eles alimentam esse orgulho e por isso eram tão bobos com os outros.

Com a família, todos eram, sem exceção, duros e cruéis mas com os outros até emprestavam dinheiro. Meu pai que se sacrificava para juntar dinheiro na poupança e negava as coisas mais básicas para os filhos adorava emprestar dinheiro para os parentes. Afinal, era para eles que ele queria ser vencedor. Era para eles que ele estava tentando provar algo, que tinha vencido.

Oras, quem venceu, venceu para si mesmo e não para mostrar para os outros. O pior é que já reconheci esse comportamento em mim mesmo em algum texto anterior e nem posso criticar meu pai ou minha mãe por isso.

Eu também bebi nessa fonte amarga. Meus irmãos beberam e minhas irmãs também. Reconhecendo-se bobos a gente tentava se afastar das pessoas e criar defesas contra elas tais como preconceito, orgulho, complexo de superioridade, pois sucumbíamos facilmente à qualquer bajulação ao nosso ego por parte de pessoas que desejavam nos extorquir de alguma forma.

E depos dizem que português é burro. Hoje, digo com conhecimento de causa que português não é burro e sim carente e reprimido emocionalmente.

A nossa mente só produz pensamentos bons ou maus ajustados às nossas necessidades quando aceitamos e reconhecemos o que estamos sentindo no momento. Se nossa mente não funcionar em função daquilo que sentimos e não gerar idéias corremos o risco de termos uma conduta social, profissional e familiar incompatível com nossos interesses.

Por exemplo, se estou apaixonado vou tentar conquistar a garota com todos os recursos possíveis ao meu alcance. Se tudo o mais falhar vou usar a mente para através da mentira, da enganação e da hipocrisia conquistar a garota que amo.

Oras, é certo apelar para se conseguir o que se tanto ama?
Claro que não. Se bem que é preferível apelar para o bem que existe em nós mas se este falhar tentamos o mal. Se o mal falhar também colocamos o rabinho entre as pernas e saímos ganindo como um vira-lata qualquer. Afinal, o vira-lata é uma raça de cão bem mais ajustada ao ambiente do que esses puros-sangues que morrem se forem abandonados pelos seus donos.
Editado pela última vez por LAB em 09 Jan 2006, 12:28, em um total de 1 vez.
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Edson Jr
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Labrego escreveu:Foi bom o seu desabafo a respeito de sua vida pois eu posto minhas mensagens aqui e as emoções envolvidas com minhas palavras são intensas, mas o desabafo me esvazia dessas emoções e com isso eu, após algum certo tempo, quando leio essas mensagens aqui postadas, as mesmas já não tem mais sentido para mim. Até estranho por lê-las e perceber que aos poucos estou deixando de ser tudo aquilo que posto aqui.


Pensei em comentar alguns de seus textos, mas acho que não tem nada a ver fazer isso. Você evolui a cada mensagem. Parece estar fazendo uma jornada sincera em busca do seu próprio caminho. Não há nada a dizer, pois estou certo que você aos poucos vai encontrando as soluções para seus próprios conflitos.

Sinceramente, suas postagens estão sendo para mim de grande valia. As experiências que você teve na vida podem ter sido dolorosas, mas ao mesmo tempo fascinantes, pois estou aprendendo muito com elas.

Também pretendo compartilhar as minhas experiências e conflitos ainda mais. Essa brincadeira de compartilhar é muito gostosa. É como se navegássemos um no mundo do outro e, de alguma forma, apreendêssemos valiosas lições destas viagens. É bom para quem escreve e para quem lê.

Devo escrever mais sobre mim durante a semana. Devo arrumar algum tempinho após meia-noite para postar, pois estou gostando muito desse tópico. Hoje preciso descansar cedo, pois tenho que fazer uma prova para um concurso amanhã. Infelizmente, não me preparei como deveria, mas o importante é não desistir!

Abraços e até a próxima Labrego (seu nome é mesmo Labrego?)

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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

o pensador escreveu:Edson Jr,vc deveria usar seu talento como psicólogo para consultar aqui no fórum de vez em quando :emoticon16: .

Este tópico é muito bom e tenho certeza que pode ser de grande valor à todos pois todos enfrentamos dificuldades emocionais na vida.

Parabéns pela iniciativa :emoticon4: !

Um grande abraço


Seja bem-vindo, grande Pensador!

Obrigado, recebi sua mensagem como um elogio. :emoticon19:

Um abração!

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Edson Jr
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Labrego escreveu:Caro Edson Jr.:Desculpe-me pelas falhas ortográficas e de concordância que cometo em meus escritos pois os mesmos são escritos sob a ação de fortes emoções.

Não há o porquê se desculpar, até mesmo porque o que tento captar é a idéia, não a escrita correta.

Você está esvaziando o que está cheio demais. E isso é muito bom!

Se prepare quando eu desabafar também! Mal começei! :emoticon19:

Fabiana de Souza Brum.
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Fabiana de Souza Brum. »

:emoticon19: Também achei sua iniciativa excelente. O terceiro parágrafo para mim também soou como se o ideal para o ser humano fosse se tornar ateu. No meu ponto de vista o autoconhecimento não leva o ser humano inevitavelmente ao ateísmo.

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Aurelio Moraes
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Aurelio Moraes »

Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Também achei sua iniciativa excelente. O terceiro parágrafo para mim também soou como se o ideal para o ser humano fosse se tornar ateu. No meu ponto de vista o autoconhecimento não leva o ser humano inevitavelmente ao ateísmo.


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LAB
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por LAB »

Caro Dr. Édson Jr.:

Realmente a catarse é a única forma de esvaziarmos nossos conteúdos inconscientizados.

O bom da catarse escrita é podermos rever nossas palavras já que nosso mundo interior se nega a se mostrar à nossa consciência.

Foi na escrita que eu, aos poucos, fui me conhecendo melhor e dando voz àquilo que me atormentava o espírito.

Para mim era muito difícil me mostrar para as pessoas e ver na cara delas aquela expressão de rejeição e raiva da gente.

Parece-me que as pessoas acreditam tanto no dinheiro como solução de seus problemas que elas me acham ingrato com a vida por reclamar coisas que já não fazem parte de minha realidade presente.

Elas não entendem que isso que se passou e e as impressões que guardei em relação às minhas experiências passadas estão determinando o meu modo de sentir a vida atualmente.

Por isso, para que eu consiga me dar uma qualidade de vida digna de minhas conquistas no campo intelectual, moral e profissional preciso me esvaziar das impressões que as minhas experiências passadas criaram em minha psique.

Com isso eu consigo desmantelar as minhas defesas mentais que criei contra a dor e cada vez mais me sinto rejuvenescido e pronto para uma vida mais feliz e gostosa.

Não vou afirmar que as minhas dores são moleza de encarar mas pelo menos estou tendo coragem de senti-las e sentindo-as vou ficando imune às mesmas pois essas dores não são mais naturais em um homem de 40 anos, e sim, numa criança ou adolescente.

As nossas dores são mais ou menos como um cheiro forte de um certo alimento que uma cozinheira está cozinhando (tipo repolho). Ninguém aguenta ficar na cozinha e ainda pergunta para a cozinheira como ela consegue suportar aquele cheiro. Oras, ela se acostumou e já nem sente mais o cheiro.

Isso se dá quando o nosso inconsciente detecta algo de estranho e nos manda um alerta em forma de nojo, asco ou aversão. Se nosso consciente julgar a coisa perigosa para a integridade física do organismo nosso corpo agirá no sentido de evitar o perigo mas se nosso consciente escolher que isso não tem perigo com base em suas experiências aprendidas o inconsciente parará de mandar seus sinais de alerta.

O mesmo estou fazendo hoje com aquilo que me incomodava tanto e gerava em mim muita revolta e dor emocional. Estou me colocando em contato com o que tanto me fazia sofrer e mostrando para o inconsciente que essas coisas não tem mais sentido para mim para que ele pare de me mandar para o consciente mensagens de dor e sofrimento.

Entendeu a mecânica da coisa? Quando encaramos as coisas de frente e superamos as vergonhas, as culpas e os medos que nos causam, nosso inconsciente aprende que aquilo não mais significa sinal de perigo para a nossa integridade física.

No passado, havia motivo para eu sentir medo de errar e ser considerado um louco pelos meus familiares. Afinal, ser considerado louco significava o afastamento e abandono familiares. Isso eu temia muito mais do que a própria morte.

Por isso, acabei inconscientizando esses medos e tornando minha vida limitada em sentimentos pois o amor e a paixão nada mais são do que uma loucura.

A gente perde a razão quando se apaixona. Por isso e por essa conotação do amor com a loucura que eu fugi do amor e da paixão como o diabo foge da cruz, esforçando-me por tornar-me o mais racional e lógico quanto podia.

Oras, se a nossa razão não for temperada com a voz da emoção a mesma perde o sentido. Por isso que minhas conquistas perderam muito de seu sentido para mim. As mesmas foram uma tentativa desesperada de fuga daquilo que eu tanto temia: a loucura, a desmoralização social, etc...

Por isso que eu era facilmente manipulado pelas pessoas pois elas evocavam em mim meus medos e fantasias inconscientes e com isso tornavam-se senhoras de minha vontade, manipulando-a a seu bel-prazer e conforme seus interesses imediatos mas nunca para os meus interesses.

Por isso que tenho dificuldade de entender a amizade, já que meus pais agiram comigo extamente igual a qualquer inimigo agiria com a gente. Essa foi a conclusão que demorei para enxergar.

Meus maiores inimigos na vida foram pessoas que agiram exatamente como meus pais agiram comigo e eu ainda os chamava de amigos.

Acho que aprendi a amar meus inimigos com meus pais. As pessoas realmente amigas nem se importavam comigo e com meus problemas. Apenas queriam compartilhar comigo a alegria de viver e tomar uma cerveja, saindo, em seguida, para catar mulherada.

A estes que considero amigos hoje, eu considerava como inimigos no passado pois achava eu que eles estavam me desviando do caminho do dever e da felicidade, pois, achava eu, que quanto maior o sacrifício para alcançar um objetivo mais felicidade esse objetivo alcançado iria ne proporcionar.

Eu estava errado, felizmente. Deixei-me influenciar pela fraqueza dos outros e tornei a minha vida uma vida de miséria emocional pobre de experiências felizes.

Ganhei muito dinheiro mas joguei tudo fora porque vivia cercado de inimigos e dos verdadeiros amigos eu me afastava, ou seja, me afastava das pessoas felizes e me aproximava dos infelizes.

Realmente, eu vivi minha vida inteira cultivando valores invertidos pois aprendi dessa forma a valorizar mais o mal do que o bem, apesar de esta não ser a intenção consciente de meus pais mas era inconsciente pois eles sendo depressivos também não suportavam pessoas felizes à sua volta.

Por isso quando viam os filhos felizes achavam isso errado e faziam questão de bater, pois com nossa atitude de alegria, estávamos expondo suas dores inconscientes.

Para aceitarem os filhos como iguais os filhos teriam que ser tão ou mais depressivos que eles. Só assim eles sentir-se-iam vitoriosos na vida. Afinal, eles venceram já que haviam pessoas piores que eles.

Quando meu irmão mais velho comprou um carro meu pai manifestou tanto ódio por ele que eu fiquei estupefato diante da veracidade dessas minhas afirmativas. Ele só gostava da gente se pudesse se sentir superior à gente, ou seja, poderíamos até ter sucesso na vida mas jamais poderíamos ser mais felizes que ele.

Por isso eu me sentia tão culpado por me sentir feliz e me esforçava para não demonstrar perante eles o prazer que sentia com minhas conquistas. Isso era uma ofensa muito grande para eles.

Imagine agora viver 40 anos tentando se ajustar à pessoas como essas e, pior, você achando que eles estão certos e você que está errado.

Incrível como a gente se perde na vida quando acreditamos em ilusões de que nossos pais nos amam, as pessoas estão certas e a gente errado.

Nosso ego tenta se ajustar freneticamente à uma quimera pois sem em essa crença a sensação de abandono e desamparo é tremenda.

Gostando ou não vi-me na contingência de amar meus inimigos. Acredito piamente que aquilo que foi enunciado na bíblia como mandamento hoje para mim é realidade. Por isso que a teoria da reencarnação faz tanto sentido para mim, apesar de eu não tomá-la como certeza absoluta e muito menos relativa. Mas que faz sentido, isso faz.

Abraços, caro Edson Jr.
Editado pela última vez por LAB em 09 Jan 2006, 12:37, em um total de 1 vez.
A diferença entre um ateu e um teísta é que as abobrinhas do primeiro são mais inteligentes que as do segundo.

Trancado