André escreveu:Apo escreveu:Putz. desculpa André. É o sono e estou a conversar aqui e no orkut, enquanto faço pesquisa em coisas de arquitetura...hauhuahuah
Assobiando e chupando cana dá nisto.
Vamos lá:
1. Não acredito em um Estado tão eficaz e honesto a ponto de deixar os serviços públicos tinindo em qualidade, como se pode ver em muitos serviços privados, pois no privado existe estímulo para aperfeiçoar, seja aumentar o lucro, a imagem ( tem egos que você talvez nem imagine apostando em ser sempre melhor e se superar , e o lucro vem junto ), mercado internacional, abrir capital , ampliar, diversificar, modernizar, fundir, expandir, pesquisar, intercambiar tecnologia, treinar profissionais aqui dentro e lá fora, apostar no futuro e nas novas gerações. Isto é o que move o mercado, não é só o hoje. O mais importante: existe desejo e apreço por cuidar do patrimônio, pois quem é dono tem metas e objetivos e escolhe aqueles melhores no mercado para manter tudo funcionando. Claro que incompetentes aniquilam patrimônios, mas quem sai perdendo são eles mesmos.
2. O Estado é um ente em que a propriedade é dos cidadãos. Cidadãos são uma massa heterogênea, com interesses variados e níveis de consciência e cultural diversificado ( no nosso caso, nivelado por baixo). Coisas estatais não podem ser medidas e auditadas a não ser por seus governantes, pois o povo mesmo não mede e nem audita coisa alguma. Não há estímulo que não parta do seus interessados ( povo e governantes ou administradores). Se há alguém com poder para decidir, este alguém não é o povo, e sim os representantes e cargos de confiança por eles entregues, sem qualquer poder de decisão do povo. Aqui já começa a bagunça e a falta de controle.
Não se pode reclamar ao Estado, ele é um ente com representatividade, não um uma pessoa ou grupo a quem eu possa chamar à razão ou reclamar pessoalmente.
Não há cultura e educação no nosso povo que linque serviço e patrimônio público com cuidados e carinho. O povo usa e chuta, senta no banco da praça e risca com caneta. Brinca na grama e joga lixo.
A cadeia é muita complexa e o que está no meio é muito disperso. Ninguém sabe de nada, ninguém tem responsabilidade sobre nada, ninguém sabe o que fazer e para quem reclamar, pois quando existem órgãos para tal, eles não funcionam, não atendem telefone, as ações são lentas, depois caducam e assim vai.
O Estado frustra e cansa. É como dar murro em ponta de faca. ESTOU FALANDO DE POVO E ESTADO BRASILEIROS. Não esqueça.
3. Jamais eu iria concordar em deixar que o Estado assumisse todo o poder, arriscando que ele seria tão eficiente que eu não pudesse optar por coisas distintas.
É um risco muito grande. Uma vez entregando esta confiança ao Estado, único e poderoso, eu estaria ficando na mão dele.
4. Primeiro que a administração do SUS não precisa melhorar. Ela precisa existir. Aquilo é um Vietnã. Depois que não há como melhorar com os governantes e a cultura que temos. Isto é uma fantasia e não é realizável.
Segundo que não por que construir mais hospitais públicos. Os que existem são ruins, ou péssimos, ou fecham as portas porque o governo está sempre desviando dinheiro para coisas sem importância.
5. André...acorda! Que aprimoramento de gestão????? No Estado brasileiro?
Agora estou ocupado com umas coisas tb ,mas não entendi o pq do ponto 3. Eu ao defender a ampliação da democracia e descentralização do poder, sou justamente contra centralização do poder no Estado. Assim como sou contra o poder concentrado na mão da elite econômica. O arbitro de quem tem poder não é por si, confiável.
E então quem detém os poderes?
O ponto 1 significa que ao não acreditar no Estado defende a extinção do SUS? Ou ao dizer que administração do SUS tem que existir defende a existência do SUS?
Existe escolha? Claro que não pode extinguir uma coisa que é a única que existe e portanto cruelmente manipulada por quem detém o poder sobre ela. O povo é seu próprio carrasco, e não tem muito por onde escapar, até porque apóia a corja que manda e desmanda e ainda dá risada.
Por que é tão dificil entender isto? Só porque acho que uma coisa ( se existe) precisa funcionar, não quer dizer que eu concorde que ela exista. Ela existe, é péssima. E estamos presos nesta realidade.
Sobre o ponto 5 reflete sua descrença. Pois bem examinando historicamente o aprimoramento não só é possível como vem acontecendo, não no ritmo que eu gostaria, nem vc, mas vem. Desde da estabilidade econômica, e dos programas sociais, lá do governo Itamar Franco, até hoje, o numero de pessoas em extrema pobreza caiu de 40 por cento para 28.
Tá brincando, André. Aprimorar não significa apenas se ver livre da desgraça absoluta, para manter a desgraça em níveis medianos. O que é extrema pobreza? Quem mede isto? O que era considerado extrema pobreza em outros governos? Quem media e quem divulgava? Quais os interesses de cada um desses governantes, que métodos de pesquisa foram usados e quais os parâmetros? Se O MOBRAL dizia que alfabetizado era quem garatujava o nome, eu devo aceitar pesquisas do tempo do MOBRAL afirmando que x% de brasileiros estavam sendo alfabetizados? Por que eu devo acreditar que existe aprimoramento, por que devo creditá-lo ao Estado, por que devo me satisfazer com um nível de crescimento geral mostrado em números a grosso modo manipuláveis e ainda por cima muito abaixo do crescimento mundial em países que passaram na nossa frente faz tempo, quem dirá dos desenvolvidos?
Não somente isso, antes do SUS a situação da saúde era pior. Ruim com ele, pior sem ele. O número de alfabetizados cresceu...Tudo lento, com muita roubalheiras, e merdas mil, mas mesmo assim melhor do que antes.
Quem disse que antes do SUS era pior? Eu ia a consultas do INPS e não era o que vi hoje. E já falei do número de alfabetizados e o que vem a ser isto no Brasil. Uma fraude, uma mentira, um embuste. As crianças antigamente chegavam na 5ª série sabendo ler e escrever com perfeição. Agora chegam ao segundo grau e escrevem mal e porcamente.
Aprimoramento é possível, a história mostra, somente olhando o inicio do séc. XX e comparando com o momento atual percebemos. E avanços maiores são possíveis. Difíceis sim, impossíveis não.
Não sei onde você vê isto, que não seja apenas em capitais e cidades com cultura mais desenvolvida ( isto é do tipo de interesses e empenho da sociedade local e o desenvolvimento dos setores de produção e não parte do Estado). Onde não há mentalidade e condições mínimas, a pobreza e o subdesenvolvimento ainda mostram gente fazendo as necessidades no mato, e recebendo água em carro pipa ou buscando no rio mais próximo de balde. A carroça ainda é meio de transporte e as estradas são terra só.
Bem, tudo que li e estudei até hoje me deixa cada vez mais convencido da importância ampliação do público na garantia dos direitos sociais, acompanhados de condicionalidades, nos que tais são necessárias (Já que isso a iniciativa privada se mostrou incapaz de por si só garantir a todos). Assim como a ampliação da democracia é condição necessária para diminuir a corrupção e o arbitro de quem tem poder, seja ele político ou econômico.
Quem tem o poder?