Benetton escreveu:Anna escreveu: é que para alguns é mais fácil ficar com respostas prontas. De um lado os céticos ortodoxos e dogmáticos que tiram os créditos de qualquer coisa que venha a abalar o seu sistema de crenças, até aquelas que não têm respostas, mas ao contrário possuem mais perguntas do que respostas. Do outro os religiosos espiritualistas que têm respostas prontas para todas as perguntas que não tem respostas, caindo no conforto da credulidade que um, ou vários, malucos esquizofrênicos quaisquer disseram ter certeza de que era assim, assado e cozido, baseado no nada completo de suas loucuras viajandonas mentais (um dia achei que eles tinham razão, eu era ingênua
).
Mas gente, há salvação, a gente pensa, tem livro pra caramba nesse mundo, fora maluquice espírita obtusa, há cultura e ciência no mundo, e qualquer um pode se libertar. "Venha para a luz Caroline".
Desde há muito tempo que procuro basear minhas espectativas além da crença exclusiva e sistemática ( a fundamentalista eu abomino ). E sei que há premissas nas religiões que são baseadas na fé. Aí não há o que debater.
Mas quando existem
fortes evidências de que alguns experimentos baseados na ciência médica indicam um caminho vasto e cheio de informações ainda não parametrizadas, logo aparecem alguns "incomodados" que gostariam de ver isso bem abafado e escondido.
Sei que existem outros médicos promotores de estudos que, a princípio, tentam desestruturar as pesquisas acima linkadas, ou seja, as N.D.E's. Mas tal fato só demonstra que as mesmas N.D.E's são falseáveis e, portanto, científicas. E mesmo assim, o Dr. Sam Parnia, pesquisador da Universidade de Southampton e o Dr. Peter Fenwick, consultor de Neuropsiquiatria da Universidade de Oxford, já apresentarm suas tréplicas a todas essas refutações. Em uma síntese da síntese, dizer que estímulos artificiais ao cérebro reproduzem sensações idênticas às apresentadas pelos pacientes em estágios Quase-Morte, são provas de que tais sensações não existem na vida real, seria o mesmo que estimular o cérebro a reproduzir sensações do frio, calor ou prazer e, de forma análoga, dizer que tais sensações também não existem ...
Mas quando tais estudos são mostradas ao publico em geral, o que fazem alguns céticos ? Simplesmente, por não entenderem bem do assunto, dizem coisas do tipo :
"Hi, essas experiências querem mostrar que existe algo além daquilo que eu posso ver, cheirar, lamber, ouvir e tocar? Ah, quer saber? Não entendo nada do que eles falam, não gosto dessas coisas, e ... portanto, para mim tudo é um lixo e nada disso existe e pronto! E por que tudo é um lixo? Ora, porque esses estudos contrariam meus interesses de cético(a) e depois, nada foi provado. Se a ciência não provou, não existe. Simples!"E depois que dizem isso, ainda saem sorridentes, achando-se o supra-sumo da inteligência e do bom senso ...
Podemos chamar pessoas assim de "céticos sérios" ? Ou seriam mais fanáticos do que alguns religiosos?
Pois é isso que Eu tenho observado aqui e em outros lugares.
Já dizia o Welligton Zangari, um estudioso do assunto e respeitado no meio acadêmico, quando lhe perguntei sobre o radicalismo de alguns céticos que teimam em dizer que tudo o que a Ciência não provou, simplesmente não existe :
"Esses são falsos céticos, pseudo-céticos. Qualquer um que se aventure no universo científico e seja sério verificará que menos sabemos do que gostaríamos. Há questões fundamentais, muitas delas próximas a nós - como a consciência humana - que nos são desconhecidas em sua natureza. A cada dia novos estudos são realizado e novos testes de hipóteses procuram validá-las (ou refutá-las, no sentido popperiano). Assim, a cada dia novas realidades são, por assim dizer, "provadas". O fato é que existe muito mais do que nossa capacidade científica permite "demonstrar". Sem que essa máxima seja aceita, o próprio empreendimento científico se tornaria desnecessário!"Mas isto remete-nos para outra questão : E aqueles ateus que se organizam em associações e que fazem propaganda ateísta com o intuito de converter a Humanidade à sua (des)crença? Não agem eles como uma religião instituída? Não pretendem eles intervir na sociedade, com a mesma avidez que censuram os líderes religiosos? Sam Harris, Richard Dawkins, Christopher Hitchens e outros do gênero já arrebanharam um legião de seguidores e alguns sectários têm seus livros como verdadeiras bíblias de cabeceira.
Os ateus fundamentalistas, com toda a sua aversão à religião, querem impôr uma "vacina" à Humanidade, ou seja, a sua própria forma de ver o mundo, assemelhando-se aos inquisidores e aos Talibãs : Levantam bandeiras da verdade absoluta, escarnecem e insultam os que não pensam como eles. E depois ainda vêm dizer, com cara de vítima, que a sociedade os discriminam e os desrespeitam...
A tolerância e o entendimento nos permitem construir pontes entre as diferentes formas de ver o mundo e tornam possível dialogar e agir naquilo que temos em comum, sem que, por causa disso, tenhamos que abrir mão das nossas convicções. Pelo contrário, podemos aprender uns com os outros. Afinal, não procuramos todos o mesmo? Não objetivamos buscar aquilo que nos falta compreender?
E aonde fica o benefício da dúvida? Na certeza de que
"não existe e pronto" ou na possibilidade de um dia ser demonstrada?