Religião é sobre o quê exatamente?

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NadaSei
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Fenrir escreveu:Tenho uma visao bem mais prosaica do que seria este despertar:

Ter disciplina, ser honesto e consistente em seus atos, admitir um estado de duvida saudavel sempre que necessario, saber lidar com erros e incertezas, ver a seus defeitos e qualidades tais como sao realmente, saber o que se sabe e o que nao se sabe, admitir os erros e buscar corrigi-los, reconhecer os acertos e buscar reproduzi-los (devo ter matado o portugues aqui).
Um conhece-te a ti mesmo.

Resumindo: uma especie de auto-ajuda calcada no obvio e no bom-senso e destinada a fazer com que voce passe ao proximo estagio-evolutivo-pokemon e aumente as chances de sucesso em suas empreitadas (nao necessariamente coisas materiais) e de ser feliz na vida.

(é sério, apesar do "pokemon")

O despertar inclui isso tudo Fenrir.

Só pergunte o seguinte, que tipo de coisa o controle completo disso tudo pode resultar?

Assista esse video: (Talvez você já conheça)
É um teste de atenção onde você deve contar os passes dos jogadores do time de branco.
http://www.youtube.com/watch?v=hLmEJUw3 ... r_embedded


Nossa mente tem uma quantidade de atenção da qual pode dispor, se estamos atentos a algo, ignoramos outras tantas coisas.
Nossa mente está sempre pensando, temos sempre algo no qual estamos prestando atenção, esses diversos pensamentos que temos mente roubam parte de nossa atenção.

No que tanto pensamos?
Se você for reparar, nunca estamos focados no presente, sempre colocamos nossa atenção em coisas como as lembranças do passado, pensamentos sobre o futuro ou em completas fantasias.
Fazemos isso o tempo todo, o que significa que o tempo todo trocamos parte da atenção que poderíamos ter na realidade, no aqui e agora, por atenção em fantasias, em um futuro que quando vier vai ser diferente do que imaginamos ou em um passado que já foi e não existe mais.

Pensar nessas coisas é como contar os passes do time de branco, quando contamos os passes, ignoramos o urso.
Enquanto pensamos nessas coisas no nosso dia a dia, quantos ursos dançarinos ignoramos em nossa realidade?

A pratica da religião inclui as coisas que você citou, mas vai além.
Ela trata do controle completo dos pensamentos e sentimentos e para controla-los é preciso entender e controlar o que impulsiona esses pensamentos e sentimentos, então o foco principal são os desejos pois são eles que impulsionam esses pensamentos e sentimentos.

Agora eu pergunto uma coisa:
O que acontece quando se é capaz de controlar tão completamente os pensamentos e sentimentos que se pode não sentir algo se assim desejar, bem como se pode ficar sem pensar em absolutamente nada, sem nenhum pensamento na mente tomando nossa atenção?

Qual é o nível de atenção que você vai ter e o que vai deixar de ignorar com isso?
Que ursos vai ver ao fazer isso?

Esse controle é muito profundo e o resultado dessa atenção extra é inesperadamente intenso.
Ao descrever tal coisa pode a principio parecer que teremos um pouco mais de atenção, algo como estar vulgarmente concentrado, como quando estamos lendo ou resolvendo um problema de matemática, entretanto, isso é apenas uma ilusão de quem nunca experimentou o que seria tal controle e atenção, então imagina algo menor do que o que acontece na realidade.

A questão é, o resultado de se conseguir tal controle é tão intenso e a atenção extra é tão grande que a comparação adequada seria comparar uma pessoa muito embriagada com uma pessoa normal, ou uma pessoa dormindo com uma pessoa acordada, de fato o resultado é tão intenso que mesmo essas comparações são menores, pois o que ocorre ao se atingir tamanho controle da mente é ainda mais profundo que a diferença entre um sóbrio é um bêbado.

O que pessoas como Lao Tsé, Buda e outros fazem, é tentar ensinar como atingir tal controle e estado mental, explicando as pessoas o que leva a isso, o que devem fazer para atingir esse estado mental, o que devem fazer para assumir o controle completo de suas próprias mentes.
Trata-se então apenas da descobertas de alguns, do ápice da capacidade humana e de como chegar lá, sendo que esse ápice resulta em coisas que a principio podem ser inesperadas, como a intensidade de tal coisa, como a capacidade de sentir coisas novas e desconhecidas da maioria das pessoas, bem como de perceber coisas que as pessoas ignoram ou que distorcem e pensam ser de uma natureza diferente da que de fato são.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Apo
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

NadaSei escreveu:
Apo escreveu:
NadaSei escreveu:Igrejas são como escolas, podem até existir algumas escolas boas e outras ruins... mas o fundamental mesmo é o interesse e dedicação do aluno que, se quiser, pode dispensar os prós e contras da escola e ser auto-didata.

.


Só me responda uma questãozinha básica que brota espontânea quando leio isto:

- POR QUE precisa-se de "escola religiosa" para viver plenamente? Ainda mais quando vai dispensar uma boa parte dos "conhecimentos"? Coisa mais contraproducente...

Como eu disse, de escola ninguém precisa, qualquer um pode ser autodidata.
E não se dispensa conhecimento algum, muito pelo contrario, adquire-se conhecimento.


Errado. Aprender é adequar estímulos externos à bagagem existente. Há trocas no processo. Muito desta troca é aquilo que julgamos ( e temos que julgar, ou não evoluímos, não crescemos ) desnecessário para as nossas necessidades. Muito do que nos é apresentado simplesmente é lixo. Pode cavocar à vontade, que dali não sái nada que preste. Religiões costumam ser assim por um motivo muito simples: metade é lixo ideológico e má-fé. A outra metade é filosofia pura. A prática ( prática = ação ) é adquirida pela vida naturalmente. Não há novidade alguma no que postulam algumas religiões acerca do bem. Logo, e no frigir dos ovos (levando-se em consideração a soma com o lado ruim e destrutivo ), religião é zero.

A pratica e estudo da religião não dispensa outras fontes de conhecimento, muito pelo contrario, a religião é apenas mais uma fonte agregada a tantas outras, como as ciências, a filosofia e a arte.

Prá quê religião? Não agrega nada que eu já não saiba exercitar de posse de meus valores naturais.

Apo escreveu:- O que é ser um religioso autodidata? Tem a ver com teísmo apenas e não com dogmas? Ou você estabelece seus dogmas, obviamente baseado em questões de foro íntimo suas ( como a abstinência sexual, por julgar que sexo não o deixa ser "livre" espiritualmente, por exemplo )?

Ser autodidata significa que você estuda por conta própria, sem a necessidade de se filiar e frequentar seitas.


DÃÃÃÃÃÃHHHH! Não é isto que quero saber. O que é religião autodidata? Que religião? Religião é a fé institucionalizada. O que é religião sem filiação? Baseia-se em quê objetivamente?

Quanto a abstinências de todo tipo, o foco é o controle mental.
Se você não controla seu desejo por sexo, por comida e por objetos de todo tipo, então não controla a si próprio, não controla a própria mente que vaga sozinha, se concentra nessa coisas e o prende a elas.


Mas é de nossa natureza e devemos experimentar todas estas coisas. O prazer faz parte da vida saudável. Prá que controlar a mente a este ponto? Daqui a pouco não se come mais, não exercita o corpo, não aprecia música, não como chocolate, não deseja nada! Prá que tanto controle? Isto é o suprasumo da maluquice autopenitente! Somos humanos e não máquinas? Por que religião e por que controle dos sentimentos mais humanos ? Não há objetivo algum necessário nisto? Prazer na privação é coisa de OPUS DEI e outras doideiras que há aos montes por aí.
Eu pergunto pela enésima vez:

PRÁ QUÊ???

E como já foi dito, a abstinência visa apenas o controle mental, que, uma vez adquirido, dispensa a pratica de abstinências.


Quem quer muito controlar é porque é descontrolado ou tem medo de perder o controle. Harmonia, paz interior, auto-conhecimento, plenitude. Tudo passa por viver, e não se conter até as necessidades primárias.

NadaSei, isto me lembra uma psicopatologia que algumas pessoas apresentam depois de terem sido abusadas na infância de forma que suas necessidades fisiológicas eram contidas por adultos maníacos e pervertidos. Há pais que fazem os filhos segurarem as fezes até não suportar mais. Geralmente o fazem na fase do prazer anal. Isto causa problemas de auto-privação sexual e outras distorções do princípio do prazer para o resto da vida.

Praticar abstinências para adquirir o controle da mente nessas coisas, não é diferente de praticar exercícios de matemática e interpretação de texto para desenvolver o raciocínio matemático e lógico.


Não. E todo mundo sabe bem disto. Todo mundo já passou por momentos de privação, de frustração, de busca do prazer e de contenção. Mas religiosidade para isto é maluco demais. Sorry.
"Estas coisas" diz tudo.

Apo escreveu:Gostaria de respostas não cartesianas aqui e não vagas também. Apenas coerentes com a natureza humana em geral ( ou admita que é a sua religião muito particular).

As respostas estão dadas e não, minha religião não é muito particular, apenas explico em linguagem mais acessível os porquês de pessoas como Cristo, Buda, Lao Tsé, Krishna e outros, todos ensinarem as mesmas coisas, as mesmas praticas, como jejuns, meditações, reclusão, etc...[/quote]

Não almejo ser um Budha. Você sim? Não são pessoas normais. Cristo ( tal qual pintam) é uma criação um tanto estranha. Os demais entraram numa viagem que talvez necessite de muita droga na mente. Cada qual encontra a sua forma de se drogar. A questão é: eu me drogo às vezes, naturalmente. E é através do prazer com a beleza, com o amor, com a paixão, com o sexo, com a música, com os sabores e cheiros, com as cores da arte! O retorno deste êxtase é natural e faz muito bem.

Prá que religião que prega abstinência? Quanta inutilidade para uma vida tão curta....
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Discernimento
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Discernimento »

NadaSei escreveu:Enquanto pensamos nessas coisas no nosso dia a dia, quantos ursos dançarinos ignoramos em nossa realidade?

De uns tempos pra cá vejo ursos pra tudo quanto é lado.

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NadaSei
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:
Apo escreveu:
NadaSei escreveu:Só me responda uma questãozinha básica que brota espontânea quando leio isto:

- POR QUE precisa-se de "escola religiosa" para viver plenamente? Ainda mais quando vai dispensar uma boa parte dos "conhecimentos"? Coisa mais contraproducente...

Como eu disse, de escola ninguém precisa, qualquer um pode ser autodidata.
E não se dispensa conhecimento algum, muito pelo contrario, adquire-se conhecimento.


Errado. Aprender é adequar estímulos externos à bagagem existente. Há trocas no processo. Muito desta troca é aquilo que julgamos ( e temos que julgar, ou não evoluímos, não crescemos ) desnecessário para as nossas necessidades. Muito do que nos é apresentado simplesmente é lixo. Pode cavocar à vontade, que dali não sái nada que preste. Religiões costumam ser assim por um motivo muito simples: metade é lixo ideológico e má-fé. A outra metade é filosofia pura. A prática ( prática = ação ) é adquirida pela vida naturalmente. Não há novidade alguma no que postulam algumas religiões acerca do bem. Logo, e no frigir dos ovos (levando-se em consideração a soma com o lado ruim e destrutivo ), religião é zero.

Como eu disse antes, a escola em si é dispensável e a pessoa pode ser autodidata... Só não entendi esse seu "Errado. Aprender é adequar...", pois foge do que foi perguntado por você e respondido por mim.

Quanto ao "lixo" apresentado, isso é fato, dai a necessidade de formar conhecimento real através da experiência e pratica ao invés de se ater a estudo puramente teórico de textos de toda sorte, a diferença entre conhecimento real e entre copy/paste de textos.

Quanto ao que disse sobre a religião ser metade lixo e metade filosofia pura, demonstra a falta de conhecimento de alguém que não praticou propriamente a religião e assim não adquiriu o conhecimento do assunto fruto dessa experimentação e pratica.
A religião não é só filosofia pura, a parte mais importante dela esta justamente na pratica, sendo a filosofia escrita apenas um aprofundamento do conhecimento adquirido nessa pratica, bem como um guia de auxilio sobre como conduzir a pratica.

Logo a sua lógica de que religião é zero, mostra-se falha justamente por não atentar a existência da pratica disciplinada.
Apo escreveu:
A pratica e estudo da religião não dispensa outras fontes de conhecimento, muito pelo contrario, a religião é apenas mais uma fonte agregada a tantas outras, como as ciências, a filosofia e a arte.

Prá quê religião? Não agrega nada que eu já não saiba exercitar de posse de meus valores naturais.

Quem disse que não?
Você mesma não só demonstra desconhecer os benefícios de praticas como o jejum, como ainda fala apaixonadamente contra aquilo que desconhece.

É ai que forma uma crença erronea que te distorce a realidade e ainda a faz pensar que ela não agrega nada que você já não saiba exercitar de posse de seus valores naturais.

Sinto, mas está enganada.
Não age diferente de alguém que fala contra o estudo e pergunta pra que serve ficar entendendo como as coisas funcionam ao invés de curtir a vida, as baladas, etc, e que depois ainda afirma que o estudo nada pode agregar que ela não o exercite vivendo a vida.

Não se fala contra aquilo que não se entende.
Apo escreveu:
Apo escreveu:- O que é ser um religioso autodidata? Tem a ver com teísmo apenas e não com dogmas? Ou você estabelece seus dogmas, obviamente baseado em questões de foro íntimo suas ( como a abstinência sexual, por julgar que sexo não o deixa ser "livre" espiritualmente, por exemplo )?

Ser autodidata significa que você estuda por conta própria, sem a necessidade de se filiar e frequentar seitas.


DÃÃÃÃÃÃHHHH! Não é isto que quero saber. O que é religião autodidata? Que religião? Religião é a fé institucionalizada. O que é religião sem filiação? Baseia-se em quê objetivamente?

Um autodidata em ciências dispensa a escola e estuda sozinho em casa, o faz lendo os livros sobre o tema e fazendo experimentos.
O que ele dispensa é a instituição escola, seus métodos de ensino e seus professores. Ninguém precisa se matricular em um escola para aprender e praticar as ciências.

Um religioso autodidata faz o mesmo, ele dispensa a instituição igreja e estuda sozinho em casa, pratica o que aprende nos livros e adquire o conhecimento proporcionado pela pratica.
O que ele dispensa é a instituição igreja, seus métodos de ensino e seus pastores. Ninguém precisa se filiar a uma igreja para aprender e praticar religião.
Apo escreveu:
Quanto a abstinências de todo tipo, o foco é o controle mental.
Se você não controla seu desejo por sexo, por comida e por objetos de todo tipo, então não controla a si próprio, não controla a própria mente que vaga sozinha, se concentra nessa coisas e o prende a elas.


Mas é de nossa natureza e devemos experimentar todas estas coisas. O prazer faz parte da vida saudável. Prá que controlar a mente a este ponto? Daqui a pouco não se come mais, não exercita o corpo, não aprecia música, não como chocolate, não deseja nada! Prá que tanto controle? Isto é o suprasumo da maluquice autopenitente! Somos humanos e não máquinas? Por que religião e por que controle dos sentimentos mais humanos ? Não há objetivo algum necessário nisto? Prazer na privação é coisa de OPUS DEI e outras doideiras que há aos montes por aí.
Eu pergunto pela enésima vez:

PRÁ QUÊ???

Tá vendo... você pergunta por não saber no que isso resulta, desconhece os benefícios.

Como eu já disse, o objetivo é adquirir controle, uma vez que o tenha, a pratica é abandonada.
Sendo assim, não adianta defender a naturalidade de viver e aproveitar as coisas da vida, como se isso fosse ser abandonado pra sempre ou como se isso nunca tivesse sido aproveitado e experimentado.

A privação não traz prazer per si, traz auto-controle.
Uma mente controlada, sente dez vezes melhor os gostos, os cheiros e os prazeres de todo tipo.
Controlar a mente é liberta-la da prisão em que ela se encontra, uma prisão onde distorcemos e ignoramos a realidade e onde nossos sentidos estão aprisionados e funcionando longe de seu potencial máximo.

É por isso que se fala em êxtase, pois os sentidos passam a funcionar em plena capacidade, algo que alguém que nunca experimentou não faz ideia do quão intensa é a vida e os prazeres que somos capazes de sentir.
Isso sem contar as distorções da mente, como tédio, ansiedade, medo, raiva, repulsas, etc...

Controlar a mente coloca fim nisso tudo.
Pra que por fim nisso tudo e pra que sentir tudo de forma muito mais intensa?

É esse descontrole, esses desejos e repulsas, essas crenças, raivas, medos, etc, que movem o homem.
Ele se deixa levar sem controle por essas coisas e faz com que o mundo seja essa "belezura" que ele é.
Controle isso tudo e não só coloca fim a esse inferno e ignorância, como além de tudo ganha um paraíso extasiante.

Pra que querer isso?
Pra que querer estudar e se aperfeiçoar? Pra que querer sentir prazeres inimagináveis?

PRA CRESCER E VIVER.
Apo escreveu:Quem quer muito controlar é porque é descontrolado ou tem medo de perder o controle. Harmonia, paz interior, auto-conhecimento, plenitude. Tudo passa por viver, e não se conter até as necessidades primárias.

NadaSei, isto me lembra uma psicopatologia que algumas pessoas apresentam depois de terem sido abusadas na infância de forma que suas necessidades fisiológicas eram contidas por adultos maníacos e pervertidos. Há pais que fazem os filhos segurarem as fezes até não suportar mais. Geralmente o fazem na fase do prazer anal. Isto causa problemas de auto-privação sexual e outras distorções do princípio do prazer para o resto da vida.

Todos estamos descontrolados, só que alguns sabem disso enquanto outros ignoram.

Sem dor, sem ganho.
Um grande atleta, um grande artista, um grande ciêntista, todos são exemplos de pessoas que necessariamente passam pelas privações necessárias para chegarem onde chegam.
É preciso muita pratica, muito estudo, muita disciplina e muito auto controle para chegar lá.
Isso não seria diferente com um religioso.

Pode apostar que nenhuma dessas pessoas vai dizer que chegou lá vivendo a vida de boa, mas sim deixando de fazer muito do que gostaria para estudar e praticar, é assim que melhoraram seu condicionamento físico, suas pinceladas e a compreensão que tem do magnetismo.

Aprender também é viver, se dedicar a algo e se esforçar em melhorar a si próprio, também faz parte da vida.

Não pense que isso é ruim e deve ser evitado, muito pelo contrario, isso é bom e deve ser feito por todos, se as pessoas assim o fizessem, não teriam tempo pra gastar fazendo tanta estupidez porai.
É isso que falta nas pessoas, força de vontade e autocontrole.
Apo escreveu:
Praticar abstinências para adquirir o controle da mente nessas coisas, não é diferente de praticar exercícios de matemática e interpretação de texto para desenvolver o raciocínio matemático e lógico.


Não. E todo mundo sabe bem disto. Todo mundo já passou por momentos de privação, de frustração, de busca do prazer e de contenção. Mas religiosidade para isto é maluco demais. Sorry.
"Estas coisas" diz tudo.

Só parece maluco a quem não entende do que se trata.
Passar por privações e aprender a controlar a si próprio são coisas bem distintas e a pratica não se limita as privações, exige muito mais que isso.

Sem contar que a privação real, é a de quem não tem autocontrole e, por isso não consegue sentir as coisas em sua real intensidade.
Apo escreveu:Não almejo ser um Budha. Você sim? Não são pessoas normais. Cristo ( tal qual pintam) é uma criação um tanto estranha.

Eu almejo sim, definitivamente.
Realmente eles não são pessoas normais e essa é justamente a questão... afinal, são as pessoas normais que estão porai matando, roubando e vivendo infernos de medo, raiva, angustia e da privação real dos sentidos.

Os sentidos do homem "normal" estão anestesiados, só são capazes de sentir as coisas de forma distorcida e reduzida, como alguém que ao invés de comer um chocolate, o come dissolvido em um litro de água.
É o homem normal quem distorce ignora a realidade, quem acredita em bobagens de forma tão apaixonada que as persegue a todo custo.

Não quero mesmo ser normal, quero atingir meu potencial máximo e aproveita-lo.
Apo escreveu:Os demais entraram numa viagem que talvez necessite de muita droga na mente. Cada qual encontra a sua forma de se drogar. A questão é: eu me drogo às vezes, naturalmente. E é através do prazer com a beleza, com o amor, com a paixão, com o sexo, com a música, com os sabores e cheiros, com as cores da arte! O retorno deste êxtase é natural e faz muito bem.

Prá que religião que prega abstinência? Quanta inutilidade para uma vida tão curta....

Na verdade você acha que tem o prazer através do amor, por achar que sabe o que é o amor, acha que sente o mundo e a vida, por não saber que só é capaz de sentir um vislumbre do que essas coisas de fato são, pois desconhece a intensidade delas.

Desconhece o que é o êxtase da vida e desconhece isso tudo, desconhece as cores, desconhece os sons, desconhece os sabores, os cheiros e os outros prazeres, mas "acredita" que sabe o que de fato apenas vê e sente de forma reduzida e distorcida.

Achar que sabe algo sobre o que de fato desconhece, é como padecer de um mal, um o qual não busca tratamento, por nem ao menos saber que está doente.

Religião é pra isso, e a abstinência é só parte de um tratamento necessário de uma doença curável.
Só se tratando para realmente saber o que é vida... mas muitos andam por ai como mortos-vivos ou como sonâmbulos, sem poder realmente viver e o fazem achando que sabem o que é a vida, achando que estão acordados, achando que de nada precisam... sempre achando e achando que sabem o que de fato ignoram.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Judas
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Judas »

NadaSei escreveu:
Judas escreveu:Praticar religião tem a ver com ceticismo?

Certamente que tem.
A pratica da religião visa o desapego, o controle dos desejos e repulsas, auto conhecimento e aprimoramento da mente.
Isso tudo passa necessariamente pelo desenvolvimento da razão e essa exige ceticismo.

Em religiões como o Budismo, hinduísmo e até mesmo o taoismo, o incentivo ao ceticismo é mais explicito, inclusive o chamado pirronismo (ceticismo pirronico), tem a origem de seu nome em um cético chamado Pirro, cético que estudou na índia e tem o ceticismo hinduista como uma de suas fontes de influencia.

O hinduísmo fala muito sobre o véu de Maya, que é o poder ilusório de Deus e também a nossa realidade ilusória.
Pra eles a realidade em que vivemos é como uma armadilha, um lugar onde a própria natureza do mundo ilude as pessoas em três níveis, no físico, no mental e no espiritual, impedindo o homem comum de compreender a verdade das coisas.

Já o budismo fala muito sobre as distorções mentais, sobre como os desejos e conceitos profundamente
enraizados serem como um vento que sopra sobre um lago e agita suas aguas, o homem estaria a olhar o mundo por de baixo desse lago e condenado a enxergar o mundo apenas através das distorções criadas pelas ondas na agua.
Seria preciso então acalmar o lago para ver sem distorções e a forma de fazer isso é eliminando esse vento.

As religiões tem um foco muito especifico no controle mental, por isso tratam tanto de temas como o controle dos desejos e repulsas, com praticas como o jejum, como o não mentir, não julgar, dar a outra face e se humilhar, etc...
A própria alusão de Cristo sobre termos uma "trave" em nossos olhos remete a essa mesma idéia e a pratica que ensina a confirma.

Muito se fala sobre o desapego, mas o que muitos que se dizem adeptos de seitas cristãs não percebem é que isso inclui o desapego a idéias, aos conceitos formados que são a origem de muitos desejos e repulsas.
O Ceticismo nesse ponto é fundamental e indispensável, assim como a fé é indispensável, mas fé com o significado de confiança, de ausência de medos e duvidas, algo que não se relaciona com "acreditar" em coisas.
Crença cega é sinonimo de apego, algo contrario a pratica religiosa.



Achei muito "esotérico" (com todo o respeito)" seu post."Ver o mundo por baixo de um lago...etc..." , não vejo nescecidade alguma de de ficar usando parábolas pra me dizer o óbvio, ceticismo não depende em nada re religião alguma. Se criaram alguma religião que demande ceticismo, esta deve ser uma religião que exclui deus de todos os seus livros de estudo, não há evidências da existência de deus algum. Nã sabemos o que ocorreu para que surgisse o universo, alias,não sabemos nem se ocorreu algo "antes" do universo, se religiões se envolvem com estas questões procurando respostas através de conhecimento não-prático ou "filosofando" sobre tais temas, mais um passo pra deixarem de ter qualquer semelhaça com ceticismo.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Apo
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

NadaSei escreveu:
Apo escreveu:
Apo escreveu:
NadaSei escreveu:Só me responda uma questãozinha básica que brota espontânea quando leio isto:

- POR QUE precisa-se de "escola religiosa" para viver plenamente? Ainda mais quando vai dispensar uma boa parte dos "conhecimentos"? Coisa mais contraproducente...

Como eu disse, de escola ninguém precisa, qualquer um pode ser autodidata.
E não se dispensa conhecimento algum, muito pelo contrario, adquire-se conhecimento.


Errado. Aprender é adequar estímulos externos à bagagem existente. Há trocas no processo. Muito desta troca é aquilo que julgamos ( e temos que julgar, ou não evoluímos, não crescemos ) desnecessário para as nossas necessidades. Muito do que nos é apresentado simplesmente é lixo. Pode cavocar à vontade, que dali não sái nada que preste. Religiões costumam ser assim por um motivo muito simples: metade é lixo ideológico e má-fé. A outra metade é filosofia pura. A prática ( prática = ação ) é adquirida pela vida naturalmente. Não há novidade alguma no que postulam algumas religiões acerca do bem. Logo, e no frigir dos ovos (levando-se em consideração a soma com o lado ruim e destrutivo ), religião é zero.

Como eu disse antes, a escola em si é dispensável e a pessoa pode ser autodidata... Só não entendi esse seu "Errado. Aprender é adequar...", pois foge do que foi perguntado por você e respondido por mim.

Quanto ao "lixo" apresentado, isso é fato, dai a necessidade de formar conhecimento real através da experiência e pratica ao invés de se ater a estudo puramente teórico de textos de toda sorte, a diferença entre conhecimento real e entre copy/paste de textos.

Quanto ao que disse sobre a religião ser metade lixo e metade filosofia pura, demonstra a falta de conhecimento de alguém que não praticou propriamente a religião e assim não adquiriu o conhecimento do assunto fruto dessa experimentação e pratica.
A religião não é só filosofia pura, a parte mais importante dela esta justamente na pratica, sendo a filosofia escrita apenas um aprofundamento do conhecimento adquirido nessa pratica, bem como um guia de auxilio sobre como conduzir a pratica.



O que é esta tal PRÁTICA? Você fala, fala e nunca diz? Trata-se desta bobagem de abstinência e auto-flagelamento sob a suposta vantagem de se controlar sei lá do quê?


Logo a sua lógica de que religião é zero, mostra-se falha justamente por não atentar a existência da pratica disciplinada.


Mais um motivo para considerar como zero, e já expliquei por quê. Quem precisa disto tem problemas sérios com suas pulsões naturais.
Apo escreveu:
A pratica e estudo da religião não dispensa outras fontes de conhecimento, muito pelo contrario, a religião é apenas mais uma fonte agregada a tantas outras, como as ciências, a filosofia e a arte.

Prá quê religião? Não agrega nada que eu já não saiba exercitar de posse de meus valores naturais.

Quem disse que não?
Você mesma não só demonstra desconhecer os benefícios de praticas como o jejum, como ainda fala apaixonadamente contra aquilo que desconhece.

É ai que forma uma crença erronea que te distorce a realidade e ainda a faz pensar que ela não agrega nada que você já não saiba exercitar de posse de seus valores naturais.

Sinto, mas está enganada.
Não age diferente de alguém que fala contra o estudo e pergunta pra que serve ficar entendendo como as coisas funcionam ao invés de curtir a vida, as baladas, etc, e que depois ainda afirma que o estudo nada pode agregar que ela não o exercite vivendo a vida.



Quais as PRÁTICAS? Estudo não é isto. Estudo há os que nos interessam e os que não interessam. Não me interessa e não me serve para nada saber como se opera a vesícula de um cavalo, por exemplo.
O que há na religião ( religar-se a deus ) que me interessaria? Você considera que o que lhe interessa é interessante e necessário a todo ser humano. Isto é o que me referi como ERRADO.

Não se fala contra aquilo que não se entende.



Então explique o que é este necessário a todo ser humano e que a religião traz? Não que VOCÊ PRECISA PARA VIVER, mas eu e todos os não-religiosos.
Apo escreveu:
Apo escreveu:- O que é ser um religioso autodidata? Tem a ver com teísmo apenas e não com dogmas? Ou você estabelece seus dogmas, obviamente baseado em questões de foro íntimo suas ( como a abstinência sexual, por julgar que sexo não o deixa ser "livre" espiritualmente, por exemplo )?

Ser autodidata significa que você estuda por conta própria, sem a necessidade de se filiar e frequentar seitas.


DÃÃÃÃÃÃHHHH! Não é isto que quero saber. O que é religião autodidata? Que religião? Religião é a fé institucionalizada. O que é religião sem filiação? Baseia-se em quê objetivamente?

Um autodidata em ciências dispensa a escola e estuda sozinho em casa, o faz lendo os livros sobre o tema e fazendo experimentos.
O que ele dispensa é a instituição escola, seus métodos de ensino e seus professores. Ninguém precisa se matricular em um escola para aprender e praticar as ciências.

Um religioso autodidata faz o mesmo, ele dispensa a instituição igreja e estuda sozinho em casa, pratica o que aprende nos livros e adquire o conhecimento proporcionado pela pratica.
O que ele dispensa é a instituição igreja, seus métodos de ensino e seus pastores. Ninguém precisa se filiar a uma igreja para aprender e praticar religião.



DÃÃÃHHHHH de novo!

O que há na religião que você tanto precisa? Não consegue aprender em outras fontes? Por quê? O que dela é relevante? Por que tanto controle? Você não responde. Apenas afirma algo que para VOCÊ parece ser necessário. Isto surgiu em algum momento da sua vida. Não veio da natureza humana, visto que apenas algumas mentes funcionam assim. Não quero saber de VOCÊ. Quero saber que verdade é esta que se aplique de forma geral.
Vou lhe dizer: da prática do catolicismo eu sei bem. E aquilo é lixo patético. O que pregam de bem, não é tão do bem assim e todo mundo save disto, pois a história e os fatos contam fartamente. Valores no Catolicismo é coisa bem dissimulada. As intenções são outras.

Então...qual a parte aproveitável?
Apo escreveu:
Quanto a abstinências de todo tipo, o foco é o controle mental.
Se você não controla seu desejo por sexo, por comida e por objetos de todo tipo, então não controla a si próprio, não controla a própria mente que vaga sozinha, se concentra nessa coisas e o prende a elas.


Mas é de nossa natureza e devemos experimentar todas estas coisas. O prazer faz parte da vida saudável. Prá que controlar a mente a este ponto? Daqui a pouco não se come mais, não exercita o corpo, não aprecia música, não como chocolate, não deseja nada! Prá que tanto controle? Isto é o suprasumo da maluquice autopenitente! Somos humanos e não máquinas? Por que religião e por que controle dos sentimentos mais humanos ? Não há objetivo algum necessário nisto? Prazer na privação é coisa de OPUS DEI e outras doideiras que há aos montes por aí.
Eu pergunto pela enésima vez:

PRÁ QUÊ???

Tá vendo... você pergunta por não saber no que isso resulta, desconhece os benefícios.

Como eu já disse, o objetivo é adquirir controle, uma vez que o tenha, a pratica é abandonada.
Sendo assim, não adianta defender a naturalidade de viver e aproveitar as coisas da vida, como se isso fosse ser abandonado pra sempre ou como se isso nunca tivesse sido aproveitado e experimentado.

A privação não traz prazer per si, traz auto-controle.
Uma mente controlada, sente dez vezes melhor os gostos, os cheiros e os prazeres de todo tipo.
Controlar a mente é liberta-la da prisão em que ela se encontra, uma prisão onde distorcemos e ignoramos a realidade e onde nossos sentidos estão aprisionados e funcionando longe de seu potencial máximo.


Só se VOCÊ funciona assim, querido. O aprendizado da mente e suas possibilidades é natural da vida e das pessoas sensíveis. Cada uma nas suas descobertas e buscas. Insights são coisas do amaduecimento. VOCÊ é que não entende que isto se consegue sem privação. Lógico que é um clichê o fato de eu só dar valor ao que não tenho quando há escassex. Mas prá que se privar para sentir falta? Tá maluco? Lembro que fazia estas coisas quando era adolescente, estava provando como era ter e não ter. Já passei desta fase e faz tempo, viu? Acho que você está preso nela. Hora de crescer, babe.

É por isso que se fala em êxtase, pois os sentidos passam a funcionar em plena capacidade, algo que alguém que nunca experimentou não faz ideia do quão intensa é a vida e os prazeres que somos capazes de sentir.
Isso sem contar as distorções da mente, como tédio, ansiedade, medo, raiva, repulsas, etc...

Controlar a mente coloca fim nisso tudo.



Cresça pelo amor de deus!!!!
Pra que por fim nisso tudo e pra que sentir tudo de forma muito mais intensa?

É esse descontrole, esses desejos e repulsas, essas crenças, raivas, medos, etc, que movem o homem.
Ele se deixa levar sem controle por essas coisas e faz com que o mundo seja essa "belezura" que ele é.
Controle isso tudo e não só coloca fim a esse inferno e ignorância, como além de tudo ganha um paraíso extasiante.


Cresça!

Pra que querer isso?
Pra que querer estudar e se aperfeiçoar? Pra que querer sentir prazeres inimagináveis?

PRA CRESCER E VIVER.


Enfie de uma vez por todas uma coisa na sua cabeça: As pessoas normais passam por tuuuudo isto, quer você aceite ou não. Mas pode acreditar em mim: sem religião.

Este é o ponto! Aprendeu ou vai continuar martelando na sua crença absurda sobre religião autopenitente?
Olhar um quadro magnífico e se deleitar neste prazer quase inominável NADA tem de prática religiosa. Deus está fora deste processo! Esta é uma descoberta do ser humano e suas pulsões e prazeres! Compartilhar o amor fraternal e sexo de forma plena e intensa não é coisa que passe por religião! É algo a ser trilhado por quem deseja, por quem se interessa ( há os que não gostam, e tem prazer no exílio - nunca pensou nisto???). Sendo do interesse, cada um na sua viagem. Você parece não querer entender isto! Não é religioso e nem prática autocontrolável. É instinto e consciência, feed-back e reconstrução interna, mergulho e vir à tona!!! É experimentação SEM RELIGIÃO, SEM DEUS!

Apo escreveu:Quem quer muito controlar é porque é descontrolado ou tem medo de perder o controle. Harmonia, paz interior, auto-conhecimento, plenitude. Tudo passa por viver, e não se conter até as necessidades primárias.

NadaSei, isto me lembra uma psicopatologia que algumas pessoas apresentam depois de terem sido abusadas na infância de forma que suas necessidades fisiológicas eram contidas por adultos maníacos e pervertidos. Há pais que fazem os filhos segurarem as fezes até não suportar mais. Geralmente o fazem na fase do prazer anal. Isto causa problemas de auto-privação sexual e outras distorções do princípio do prazer para o resto da vida.

Todos estamos descontrolados, só que alguns sabem disso enquanto outros ignoram.

Sem dor, sem ganho.
Um grande atleta, um grande artista, um grande ciêntista, todos são exemplos de pessoas que necessariamente passam pelas privações necessárias para chegarem onde chegam.
É preciso muita pratica, muito estudo, muita disciplina e muito auto controle para chegar lá.
Isso não seria diferente com um religioso.

Pode apostar que nenhuma dessas pessoas vai dizer que chegou lá vivendo a vida de boa, mas sim deixando de fazer muito do que gostaria para estudar e praticar, é assim que melhoraram seu condicionamento físico, suas pinceladas e a compreensão que tem do magnetismo.

Aprender também é viver, se dedicar a algo e se esforçar em melhorar a si próprio, também faz parte da vida.


Querido. Isto que você fala é tão primário!
Você mistura condicionamento físico com privação libidinosa ( Libido = princípio do prazer, vida, ligado a Eros). Isto é sintomático para qualquer analista. Nem precisa ser...Mas você vive isto como verdade, porque está dentro dela. Então...nada mais posso dizer.

Não pense que isso é ruim e deve ser evitado, muito pelo contrario, isso é bom e deve ser feito por todos, se as pessoas assim o fizessem, não teriam tempo pra gastar fazendo tanta estupidez porai.
É isso que falta nas pessoas, força de vontade e autocontrole.


Que pessoas???
Não pratico religião alguma e não faço "coisas por aí" descontroladamente. Você ACHA que as pessoas precisam de autocontrole através de algum exercício autopenitente religioso para não sair matando e atacando???? :emoticon28:

Você sabe que tá cheio de maluco que pratica a religião por aí, né? Ou faz de conta que não vê? Aliás, a privação e o controle obssessivos não aliviam nada. Maníacos vivem assim. A grande tesão é esta: a fissura represada e depois liberada na forma de "prazer". Isto NÃO É NORMAL.

Apo escreveu:
Praticar abstinências para adquirir o controle da mente nessas coisas, não é diferente de praticar exercícios de matemática e interpretação de texto para desenvolver o raciocínio matemático e lógico.


Não. E todo mundo sabe bem disto. Todo mundo já passou por momentos de privação, de frustração, de busca do prazer e de contenção. Mas religiosidade para isto é maluco demais. Sorry.
"Estas coisas" diz tudo.

Só parece maluco a quem não entende do que se trata.
Passar por privações e aprender a controlar a si próprio são coisas bem distintas e a pratica não se limita as privações, exige muito mais que isso.


Você tem TOC. Você é um compulsivo. Mais do que privações? Já falei uma vez aqui: você é do tipo que se bate e tem prazer. Do tipo que segura e depois libera. E o prazer funciona exatamente assim. Isto não é controle, é descontrole. E todo mundo sabe como isto funciona desde bebezinho. Sem religião. Este papo de chamar isto de religião é uma piada, ein?

Sem contar que a privação real, é a de quem não tem autocontrole e, por isso não consegue sentir as coisas em sua real intensidade.



Vá se tratar. Na boa. Você realmente precisa.
Apo escreveu:Não almejo ser um Budha. Você sim? Não são pessoas normais. Cristo ( tal qual pintam) é uma criação um tanto estranha.

Eu almejo sim, definitivamente.
Realmente eles não são pessoas normais e essa é justamente a questão... afinal, são as pessoas normais que estão porai matando, roubando e vivendo infernos de medo, raiva, angustia e da privação real dos sentidos.


Quem não é um Budha...rouba e mata? Tem medos descontrolados? Faz sexo desenfreadamente e imoralmente? Olha...o que se vê é o contrário e a história mostra isto! Você vai negar? TODO dia tem religioso se "aprofundando" e você sabe bem como.

Os sentidos do homem "normal" estão anestesiados, só são capazes de sentir as coisas de forma distorcida e reduzida, como alguém que ao invés de comer um chocolate, o come dissolvido em um litro de água.
É o homem normal quem distorce ignora a realidade, quem acredita em bobagens de forma tão apaixonada que as persegue a todo custo.


Você está falando baseado em quê??? No que você vê das pessoas? Imagina que a cabeça delas seja assim maluca? Você está enganado. Qual é a realidade? A sua? Mas que maluquice é esta?
O apaixonado aqui é você! O compulsivo é você! Você distorce porque não consegue viver plena e tranquilamente simplesmente vivendo! Precisa de defesas contra si mesmo, precisou arranjar um jeito de se driblar, de tentar boicotar suas pulsões mais íntimas! Lamento. Trata-se antes que seja tarde.
Você está concluindo que os outros seres humanos são anestesiados, e quem criou um ciclo viciante de repressão desesperada é você! A realidade desta sua "religião" ( ISTO NADA TEM A VER COM RELIGIÃO, VOCÊ QUE A CHAMA POR ESTE NOME) apenas alimenta as suas ânsias e você precisa controlá-las, ao mesmo tempo em que julga que existe uma "iluminação" com o prazer pleno que surge depois deste instante "mágico". Você reluta e acredita neste caminho porque, em algum momento da sua vida, foi assim que deu um jeito no conflito. É uma saída? Espero que para você, seja. Mas duvido.

Agora: ninguém tem nada a ver com isto. Está dentro de você e não fora.

Não quero mesmo ser normal, quero atingir meu potencial máximo e aproveita-lo.


Sei. Tem prazo? A Iluminação é na hora da morte? Ou em algum momento que você persegue através da penitência? Isto é vida? Posso dizer que eu não quero mais aquilo que vi numa das maiores religiões ( esta sim, uma religião): o catolicismo.
Apo escreveu:Os demais entraram numa viagem que talvez necessite de muita droga na mente. Cada qual encontra a sua forma de se drogar. A questão é: eu me drogo às vezes, naturalmente. E é através do prazer com a beleza, com o amor, com a paixão, com o sexo, com a música, com os sabores e cheiros, com as cores da arte! O retorno deste êxtase é natural e faz muito bem.

Prá que religião que prega abstinência? Quanta inutilidade para uma vida tão curta....

Na verdade você acha que tem o prazer através do amor, por achar que sabe o que é o amor, acha que sente o mundo e a vida, por não saber que só é capaz de sentir um vislumbre do que essas coisas de fato são, pois desconhece a intensidade delas.


Você está doente. Pensa que sabe o que as pessoas sentem e vivem. Como pode ser tão solitário e prepotente ao mesmo tempo?

Desconhece o que é o êxtase da vida e desconhece isso tudo, desconhece as cores, desconhece os sons, desconhece os sabores, os cheiros e os outros prazeres, mas "acredita" que sabe o que de fato apenas vê e sente de forma reduzida e distorcida.

Achar que sabe algo sobre o que de fato desconhece, é como padecer de um mal, um o qual não busca tratamento, por nem ao menos saber que está doente.


Este é você. Pois assim você se descreve quando fala sobre a sua religião. Você é humano, sabia? Não é um deus! E vai morrer humano! Ou maluco de pedra. Mas cada qual escolhe seu caminho.

Religião é pra isso, e a abstinência é só parte de um tratamento necessário de uma doença curável.
Só se tratando para realmente saber o que é vida... mas muitos andam por ai como mortos-vivos ou como sonâmbulos, sem poder realmente viver e o fazem achando que sabem o que é a vida, achando que estão acordados, achando que de nada precisam... sempre achando e achando que sabem o que de fato ignoram.


Todos que não fazem o que você faz são mortos-vivos? Imagino o quanto de prazer você sente e as maneiras de obter....

Pense na seguinte hipótese: outras pessoas sentem e vivem muito mais do que você! MUITO MAIS! E sem esta sua "religião". Já pensou nesta hipótese?

Procure ajuda.
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

Judas escreveu:
NadaSei escreveu:
Judas escreveu:Praticar religião tem a ver com ceticismo?

Certamente que tem.
A pratica da religião visa o desapego, o controle dos desejos e repulsas, auto conhecimento e aprimoramento da mente.
Isso tudo passa necessariamente pelo desenvolvimento da razão e essa exige ceticismo.

Em religiões como o Budismo, hinduísmo e até mesmo o taoismo, o incentivo ao ceticismo é mais explicito, inclusive o chamado pirronismo (ceticismo pirronico), tem a origem de seu nome em um cético chamado Pirro, cético que estudou na índia e tem o ceticismo hinduista como uma de suas fontes de influencia.

O hinduísmo fala muito sobre o véu de Maya, que é o poder ilusório de Deus e também a nossa realidade ilusória.
Pra eles a realidade em que vivemos é como uma armadilha, um lugar onde a própria natureza do mundo ilude as pessoas em três níveis, no físico, no mental e no espiritual, impedindo o homem comum de compreender a verdade das coisas.

Já o budismo fala muito sobre as distorções mentais, sobre como os desejos e conceitos profundamente
enraizados serem como um vento que sopra sobre um lago e agita suas aguas, o homem estaria a olhar o mundo por de baixo desse lago e condenado a enxergar o mundo apenas através das distorções criadas pelas ondas na agua.
Seria preciso então acalmar o lago para ver sem distorções e a forma de fazer isso é eliminando esse vento.

As religiões tem um foco muito especifico no controle mental, por isso tratam tanto de temas como o controle dos desejos e repulsas, com praticas como o jejum, como o não mentir, não julgar, dar a outra face e se humilhar, etc...
A própria alusão de Cristo sobre termos uma "trave" em nossos olhos remete a essa mesma idéia e a pratica que ensina a confirma.

Muito se fala sobre o desapego, mas o que muitos que se dizem adeptos de seitas cristãs não percebem é que isso inclui o desapego a idéias, aos conceitos formados que são a origem de muitos desejos e repulsas.
O Ceticismo nesse ponto é fundamental e indispensável, assim como a fé é indispensável, mas fé com o significado de confiança, de ausência de medos e duvidas, algo que não se relaciona com "acreditar" em coisas.
Crença cega é sinonimo de apego, algo contrario a pratica religiosa.



Achei muito "esotérico" (com todo o respeito)" seu post."Ver o mundo por baixo de um lago...etc..." , não vejo nescecidade alguma de de ficar usando parábolas pra me dizer o óbvio, ceticismo não depende em nada re religião alguma. Se criaram alguma religião que demande ceticismo, esta deve ser uma religião que exclui deus de todos os seus livros de estudo, não há evidências da existência de deus algum. Nã sabemos o que ocorreu para que surgisse o universo, alias,não sabemos nem se ocorreu algo "antes" do universo, se religiões se envolvem com estas questões procurando respostas através de conhecimento não-prático ou "filosofando" sobre tais temas, mais um passo pra deixarem de ter qualquer semelhaça com ceticismo.


Ele chama compulsão por masoquismo de religião, cara. Este é o nome que ele dá para tal fissura. O resto é auto-convencimento. Ele criou este mito para controlar as próprias pulsões. Ia dizer que de religioso ele nada tem, mas se a gente pensar nas perversões religiosas....ele é um prato cheio.

Este "esotérico" ( com todo respeito)" que você nomeou tem outro nome.
Ele nem ao menos é cético. Ele tem uma espécie de TOC relacionada à busca pelo prazer, o que ele costuma chamar de "Iluminação". Isto não é religião como costumamos discutir. É a religião dele.
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Judas »

Apo:
Vou esperar ele responder o seu post, as perguntas que você fez a ele eu gostaria de ver respondidas, na verdade como o Nadasei posta aqui ha muito tempo eu pensei que ele já tivesse respondido à estas questões.
O que tem de relevante na religião como conhecimento?
De que religião ele está falando?
Que beneficios eu conseguiria extrair da tal religião que não constam em outros ramos do conhecimento?
Que diabos é isto de controle da mente?
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

Judas escreveu:Apo:
Vou esperar ele responder o seu post, as perguntas que você fez a ele eu gostaria de ver respondidas, na verdade como o Nadasei posta aqui ha muito tempo eu pensei que ele já tivesse respondido à estas questões.
O que tem de relevante na religião como conhecimento?
De que religião ele está falando?
Que beneficios eu conseguiria extrair da tal religião que não constam em outros ramos do conhecimento?
Que diabos é isto de controle da mente?


Ele responde, mas através do filtro ideológico pessoal dele, este que ele chama de "religião". É como um exercício/estudo/aprendizado/prática. Mas é como eu disse, ele chama de religião. É uma dedicação que inclui "práticas", entre elas a da privação do prazer, para uma descoberta deste mesmo prazer num momento posterior. O conjunto destas "práticas", forneceria uma plenitude futura, que ele chama de "iluminação".

Não há nada de religião aqui, e sim uma compulsão.
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Judas escreveu:Achei muito "esotérico" (com todo o respeito)" seu post."Ver o mundo por baixo de um lago...etc..." , não vejo nescecidade alguma de de ficar usando parábolas pra me dizer o óbvio, ceticismo não depende em nada re religião alguma.

Analogias como a do lago servem a muita gente que pensa ver a realidade com clareza, é preciso perceber o publico e a época de tais ensinamentos, e mais de fato a distorção e ilusão é tão profunda que se compara a um sonhar acordado, mas como explicar o que ocorre e como ocorre para quem pensa ver com clareza, para quem acredita no que vê e nos próprios julgamentos?
Só com analogias mesmo.

Já o ceticismo, ele é uma ferramenta e encontra seus adeptos e incentivadores dentro da filosofia, ciência e também da religião. O ceticismo independe dessas coisas todas, somos nós que dependemos do ceticismo.
Judas escreveu: Se criaram alguma religião que demande ceticismo, esta deve ser uma religião que exclui deus de todos os seus livros de estudo, não há evidências da existência de deus algum.

Esse é um engano comum.
Você desconhece as evidências e não existem evidências materiais atestadas pela ciência, mas isso é diferente de não existir evidência alguma.

A religião inclusive ensina como chegar a isso que chamam Deus, ensina a unir-se a ele. Isso é o mesmo que dizer: "A prova está lá, para chegar lá vá por ali, basta ir olhar e comprovar".
Ou seja, chegam a apresentar o meio de verificação daquilo sobre o qual falam.
Judas escreveu: Nã sabemos o que ocorreu para que surgisse o universo, alias,não sabemos nem se ocorreu algo "antes" do universo, se religiões se envolvem com estas questões procurando respostas através de conhecimento não-prático ou "filosofando" sobre tais temas, mais um passo pra deixarem de ter qualquer semelhaça com ceticismo.

Na religião também existem as discussões filosóficas no campo hipotético que não deixam de ter seu valor, mas não falam apenas sobre hipóteses. Quanto ao ceticismo, não é a religião ou a filosofia que são ou devem ser céticas, mas sim os leitores e praticantes.
A religião e a filosofia, basta a determinados autores, ensinar a necessidade do ceticismo.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

As praticas a que me refiro, são as praticas presentes nas principais religiões, como Budismo, Hinduismo, Taoismo, Cristianismo e tantas outras.

São praticas como:
1 - Controle profundo da mente através da Meditação diária.
2 - Controle dos desejos através de praticas como: Jejum, celibato, isolamento, voto de silencio, jejum musical, uso de quimonos e outras.
3 - Controle da mente durante o dia inteiro através de praticas como: Não mentir, não julgar, eliminar os maus pensamentos e cultivar os bons, não ficar sonhando com o futuro ou remoendo o passado.
4 - Controle dos sentimentos: Perdoar, dar a outra face (deixar-se humilhar), não ficar remoendo mentalmente intrigas e discussões, entre outras.
5 - Estudar a religião e entender corretamente cada um dos ensinamentos, bem como observar durante a pratica aquilo que é ensinado nos textos. Esse ultimo visa mudar a visão de mundo da pessoa removendo crenças e a fazendo observar diretamente através da pratica, as coisas sobre as quais os textos falam, isso desperta a pessoa para as coisas que antes ela ignorava e agora com a pratica passa a observar, através do estudo continuo e da releitura dos textos a pessoa passa a compreende-los melhor.

Como pode ver isso é religião, você vai encontrar essas praticas em todas as religiões que citei.

O que você não entende Apo são algumas coisas:

1 - Só na religião todas essas praticas se encontram juntas e ao lado de textos que auxilia em todo o processo e que focam nas questões as quais o praticante vai encontrar durante o percurso.

É por isso que tudo o que eu disse até então, é sobre religião e não pode ser conseguido sem ela, a menos que a pessoa chegue a essas mesmas praticas, usando delas juntas e focada em tal objetivo, por mero acaso ou por compreensão própria.
Não é impossível, mas é improvável.

Depois, o estudo de qualquer filosofia, fala sobre coisas da vida, é isso que você está confundindo com ser algo que independa da religião, o fato da religião falar sobre a vida e sobre a condição humana.
Só que isso não muda o fato de que é só dentro da religião que todas as partes necessárias são apresentadas juntas.

2 - Qualquer pessoa que fechar os olhos, se propor a ficar sem pensar em NADA, em absolutamente nada, por cinco minutos, e, não conseguir, não controla os próprios pensamentos.
Qualquer pessoa que se apaixone, qualquer um que pense o dia todo, qualquer um que tenha ansiedades, tédios, que fique bravo, etc... Não controla a si próprio.
Se alguém não é capaz de ficar sem pensar, também não é capaz de pensar apenas no que quer, o pensamento vaga sozinho sempre que a pessoa perde a atenção.

Quem não controla os próprios pensamentos e sentimentos, não controla a si próprio, sendo assim, não é livre.
Mais que isso, ao pensar descontroladamente o tempo todo, a pessoa perde a atenção em pensamentos irreais e por isso dorme, sonha acordada e esse sonho é mais profundo do que essas pessoas podem imaginar.

Controlar isso tudo leva ao despertar, a pessoa acorda e se torna livre.
Com uma atenção extremamente superior, a pessoa passa a sentir tudo de forma incrivelmente mais intensa, ela percebe cada respiração, da batida do coração, cada pelo do corpo. Todos os sentidos se amplificam.

3 - Sim eu posso saber o que as pessoas sentem e posso saber que não sentem as coisas na mesma intensidade de alguém que despertou.
Posso saber pelo fato das pessoas serem semelhantes. Mesmo que diferentes, todos tem dois olhos um nariz e uma boca, assim como todos tem os mesmos sentimentos, todos pensam, todos desejam e todos sentem.

Só pessoas com alguma deficiência podem não ter um nariz, assim como só pessoas especiais (deficiente mentais) podem não sentir alguma coisa ou sentir mais que uma pessoa comum, mas ao falar de pessoas normais posso afirmar que sei o que sentem, mesmo que a intensidade, frequência e controle desse ou daquele sentimento e desejo, varie levemente de pessoa pra pessoa.
Da mesma forma posso afirmar que todos estão descontrolados em maior ou menor grau.

De resto, só quem sente tudo na real intensidade que é 100 vezes superior a de quem dorme, são as pessoas que atingiram a iluminação, ou seja, pessoas que acordaram, e só esses são verdadeiramente livres e tem o controle de si.

4 - Citar religiosos que fazem merda não salva teu argumento e em nada refuta o meu.
Alguém que pratica religião é alguém tão preso, descontrolado e sonolento quanto qualquer outro e que pratica religião justamente porque ainda precisa despertar.

5 - Todas as pessoas normais interagem no mundo, são parte de um sistema e dão sua contribuição a ele.
O resultado dessa interação é o mundo como ele é, se ele é a merda que é, não é sem a sua ou sem a minha contribuição.

As pessoas adoram posar de inocentes e arrumar malvados caricatos para apontar o dedo, mas o fato é que todos temos parte na merda, todos fazemos besteiras e o fazemos justamente por sermos ignorante e por sermos levados por medos e desejos.
Tentar negar nossa culpa é apenas uma das formas que encontramos para ignorar o que somos de fato, sendo que o fazemos justamente por desejos de sermos bonzinhos e por medo de olhar honestamente no espelho e ver o que está escancarado, a merda que somos.

6 - Se você foi catolica, saiba que a igreja catolica é apenas uma dentre muitas escolas, se a escola que escolheu não presta, procure outra escola ou vá estudar sozinha, como já disse, ninguém precisa de escola.
E digo mais, um mal professor e um escola ruim, podem atrapalhar o aprendizado e ter alguma culpa na ignorância do aluno sobre o tema, mas o aluno também tem sua responsabilidade e ela é maior do que a da escola, pois o aluno é o real interessado e é só o aluno quem pode estudar e praticar corretamente... a escola só pode tentar guia-lo e facilitar o trabalho que é todo do aluno.

Então, não culpe apenas a escola por aquilo que é antes de tudo a sua responsabilidade.

7 - Por fim, sim isso é necessário pra todos, pois como já disse, vivemos em um mundo, interagimos nele e damos nossa contribuição a ele, e sim isso é bom pra todos, pois ser livre e eliminar a ignorância é bom pra todos e necessário pra todos, assim como é necessário e bom para todos estudar, aprender e cultivar a razão.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Judas »

NadaSei escreveu: Esse é um engano comum.
Você desconhece as evidências e não existem evidências materiais atestadas pela ciência, mas isso é diferente de não existir evidência alguma.

A religião inclusive ensina como chegar a isso que chamam Deus, ensina a unir-se a ele. Isso é o mesmo que dizer: "A prova está lá, para chegar lá vá por ali, basta ir olhar e comprovar".
Ou seja, chegam a apresentar o meio de verificação daquilo sobre o qual falam.

Não que eu tenha nescessáriamente me enganado, mas quis dizer o que você disse, sobre as evidências. Sim elas podem existir, mas ainda não as detectamos, então escolho (como cético que sou) ficar apenas com as já detectadas, e pela ciência, através de prática.
E não conheço nada que se costume chamar de deus, não pessoalmente. Como a religião ensina o caminho para deus se não temos como atestar que ele existe? Se deus é "um estado de espírito" fica ainda mais evidênte que existe apenas dentro da mente de quem acredita nele.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

NadaSei escreveu:As praticas a que me refiro, são as praticas presentes nas principais religiões, como Budismo, Hinduismo, Taoismo, Cristianismo e tantas outras.

São praticas como:
1 - Controle profundo da mente através da Meditação diária.
2 - Controle dos desejos através de praticas como: Jejum, celibato, isolamento, voto de silencio, jejum musical, uso de quimonos e outras.
3 - Controle da mente durante o dia inteiro através de praticas como: Não mentir, não julgar, eliminar os maus pensamentos e cultivar os bons, não ficar sonhando com o futuro ou remoendo o passado.
4 - Controle dos sentimentos: Perdoar, dar a outra face (deixar-se humilhar), não ficar remoendo mentalmente intrigas e discussões, entre outras.
5 - Estudar a religião e entender corretamente cada um dos ensinamentos, bem como observar durante a pratica aquilo que é ensinado nos textos. Esse ultimo visa mudar a visão de mundo da pessoa removendo crenças e a fazendo observar diretamente através da pratica, as coisas sobre as quais os textos falam, isso desperta a pessoa para as coisas que antes ela ignorava e agora com a pratica passa a observar, através do estudo continuo e da releitura dos textos a pessoa passa a compreende-los melhor.

Como pode ver isso é religião, você vai encontrar essas praticas em todas as religiões que citei.

O que você não entende Apo são algumas coisas:

1 - Só na religião todas essas praticas se encontram juntas e ao lado de textos que auxilia em todo o processo e que focam nas questões as quais o praticante vai encontrar durante o percurso.

É por isso que tudo o que eu disse até então, é sobre religião e não pode ser conseguido sem ela, a menos que a pessoa chegue a essas mesmas praticas, usando delas juntas e focada em tal objetivo, por mero acaso ou por compreensão própria.
Não é impossível, mas é improvável.

Depois, o estudo de qualquer filosofia, fala sobre coisas da vida, é isso que você está confundindo com ser algo que independa da religião, o fato da religião falar sobre a vida e sobre a condição humana.
Só que isso não muda o fato de que é só dentro da religião que todas as partes necessárias são apresentadas juntas.

2 - Qualquer pessoa que fechar os olhos, se propor a ficar sem pensar em NADA, em absolutamente nada, por cinco minutos, e, não conseguir, não controla os próprios pensamentos.
Qualquer pessoa que se apaixone, qualquer um que pense o dia todo, qualquer um que tenha ansiedades, tédios, que fique bravo, etc... Não controla a si próprio.
Se alguém não é capaz de ficar sem pensar, também não é capaz de pensar apenas no que quer, o pensamento vaga sozinho sempre que a pessoa perde a atenção.

Quem não controla os próprios pensamentos e sentimentos, não controla a si próprio, sendo assim, não é livre.
Mais que isso, ao pensar descontroladamente o tempo todo, a pessoa perde a atenção em pensamentos irreais e por isso dorme, sonha acordada e esse sonho é mais profundo do que essas pessoas podem imaginar.

Controlar isso tudo leva ao despertar, a pessoa acorda e se torna livre.
Com uma atenção extremamente superior, a pessoa passa a sentir tudo de forma incrivelmente mais intensa, ela percebe cada respiração, da batida do coração, cada pelo do corpo. Todos os sentidos se amplificam.

3 - Sim eu posso saber o que as pessoas sentem e posso saber que não sentem as coisas na mesma intensidade de alguém que despertou.
Posso saber pelo fato das pessoas serem semelhantes. Mesmo que diferentes, todos tem dois olhos um nariz e uma boca, assim como todos tem os mesmos sentimentos, todos pensam, todos desejam e todos sentem.

Só pessoas com alguma deficiência podem não ter um nariz, assim como só pessoas especiais (deficiente mentais) podem não sentir alguma coisa ou sentir mais que uma pessoa comum, mas ao falar de pessoas normais posso afirmar que sei o que sentem, mesmo que a intensidade, frequência e controle desse ou daquele sentimento e desejo, varie levemente de pessoa pra pessoa.
Da mesma forma posso afirmar que todos estão descontrolados em maior ou menor grau.

De resto, só quem sente tudo na real intensidade que é 100 vezes superior a de quem dorme, são as pessoas que atingiram a iluminação, ou seja, pessoas que acordaram, e só esses são verdadeiramente livres e tem o controle de si.

4 - Citar religiosos que fazem merda não salva teu argumento e em nada refuta o meu.
Alguém que pratica religião é alguém tão preso, descontrolado e sonolento quanto qualquer outro e que pratica religião justamente porque ainda precisa despertar.

5 - Todas as pessoas normais interagem no mundo, são parte de um sistema e dão sua contribuição a ele.
O resultado dessa interação é o mundo como ele é, se ele é a merda que é, não é sem a sua ou sem a minha contribuição.

As pessoas adoram posar de inocentes e arrumar malvados caricatos para apontar o dedo, mas o fato é que todos temos parte na merda, todos fazemos besteiras e o fazemos justamente por sermos ignorante e por sermos levados por medos e desejos.
Tentar negar nossa culpa é apenas uma das formas que encontramos para ignorar o que somos de fato, sendo que o fazemos justamente por desejos de sermos bonzinhos e por medo de olhar honestamente no espelho e ver o que está escancarado, a merda que somos.

6 - Se você foi catolica, saiba que a igreja catolica é apenas uma dentre muitas escolas, se a escola que escolheu não presta, procure outra escola ou vá estudar sozinha, como já disse, ninguém precisa de escola.
E digo mais, um mal professor e um escola ruim, podem atrapalhar o aprendizado e ter alguma culpa na ignorância do aluno sobre o tema, mas o aluno também tem sua responsabilidade e ela é maior do que a da escola, pois o aluno é o real interessado e é só o aluno quem pode estudar e praticar corretamente... a escola só pode tentar guia-lo e facilitar o trabalho que é todo do aluno.

Então, não culpe apenas a escola por aquilo que é antes de tudo a sua responsabilidade.

7 - Por fim, sim isso é necessário pra todos, pois como já disse, vivemos em um mundo, interagimos nele e damos nossa contribuição a ele, e sim isso é bom pra todos, pois ser livre e eliminar a ignorância é bom pra todos e necessário pra todos, assim como é necessário e bom para todos estudar, aprender e cultivar a razão.


Não escolhi escola alguma, nasci nela. Não quero escola alguma que trate deste assunto. Não preciso de gente doida me ensinando como viver. Já disse isto milhões de vezes.

Tirando as considerações óbvias sobre pedagogia, você tá morto ou muito doente. Pode deitar.

Pode-se sentir coisas muito mais profundas e intensas sem estas privações. Este negócio de segurar os "esfíncteres" da vida e depois gozar, é coisa de maluco.

Sem mais.
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

Religiosos são paradoxalmente prepotentes e autistas: eles julgam que todo ser humano sobre a face da Terra precisa ser um monge. Ou não consegue sentir nada. A prepotência e a loucura andam juntas. Ainda bem que o problema é unica e exclusivamente deles. Devem ser muito solitários para tentar convencer os demais da espécie que aquele é o caminho....


O controle é tanto que conseguem mudar até de sexo.
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Judas escreveu:Não que eu tenha nescessáriamente me enganado, mas quis dizer o que você disse, sobre as evidências. Sim elas podem existir, mas ainda não as detectamos, então escolho (como cético que sou) ficar apenas com as já detectadas, e pela ciência, através de prática.

"Ainda não a detectamos", não é algo que se aplique a todos e essa é a questão.
Pessoas como Cristo, Lao Tsé e Krishna que fala sobre ele, já o detectam e é justamente por isso que falam sobre algo que lhes é de conhecimento comum.
A ciência não fala sobre, Você desconhece, mas isso não significa que todos desconheçam.
Judas escreveu:E não conheço nada que se costume chamar de deus, não pessoalmente. Como a religião ensina o caminho para deus se não temos como atestar que ele existe? Se deus é "um estado de espírito" fica ainda mais evidênte que existe apenas dentro da mente de quem acredita nele.

Deus não é um estado de espírito, ele é tudo e todos e transcende a tudo e todos.
A questão é, quando se ouve falar sobre algo que desconhece existem algumas coisas que se pode fazer.
1 - Verificar a lógica do que está sendo dito e buscar indícios que suportem essa lógica.
Nesse caso o que é dito torna-se plausível como hipótese.
2 - Observar se é apresentado um meio de se verificar, um meio de comprovar o que estão dizendo.
Nesse caso pode-se testar a hipótese e confirma-la.

A religião permite as duas coisas.
Deus, a vida eterna e outras tantas coisas são visíveis, mas nos escapam a mente por estarmos dormindo.
Enquanto sonhamos acordados, projetamos distorções no mundo que escondem a sua realidade, criamos ilusões como a separação entre nós, as pessoas e Deus, quando na verdade estamos unidos a ele e as pessoas a nossa volta, assim como distorcemos a realidade das pessoas, da aparência a suas características mentais, além de ignorarmos a eternidade.

Esse tipo de distorção e falta de atenção é visível, a capacidade da mente humana em distorcer a realidade é de conhecimento da ciência.
Com base nisso o relato religioso já se mostra plausível, faltando então confirmar se, após esse despertar, é possível ver o que eles relatam.
Eles ensinam como corrigir tal problema e ter acesso a essas coisas?
Sim, ensinam. Então basta seguir tal receita para verificar se o que dizem é verdadeiro.

Como pode ver, nada disso depende de crença.
Trata-se somente de investigar algo verificável e que segue uma lógica coerente.
É ai que entra o ceticismo, algo que independe disso tudo, mas que é uma ferramenta fundamental que ajuda o investigador a não se perder no caminho e manter sua coerência investigativa e sua coerência na pratica correta. (Afinal, todo experimento requer que seja seguida a técnica correta, do contrario seria o mesmo que contaminar amostras em um teste cientifico).
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:Não escolhi escola alguma, nasci nela. Não quero escola alguma que trate deste assunto. Não preciso de gente doida me ensinando como viver. Já disse isto milhões de vezes.

E como eu já disse, não adianta ao aluno fugir da própria responsabilidade e culpar apenas a escola, só por ter sido posta em uma escola ruim. Cada qual com sua parcela de responsabilidade.
Se não precisa de escola, então estude sozinha... mas parece que a isso você também foge.
Apo escreveu:Tirando as considerações óbvias sobre pedagogia, você tá morto ou muito doente. Pode deitar.

Pode-se sentir coisas muito mais profundas e intensas sem estas privações. Este negócio de segurar os "esfíncteres" da vida e depois gozar, é coisa de maluco.

Sem mais.

Não... não se pode sentir coisas mais profundas sem despertar, talvez tomando um exctase alguém vá mais longe, mas ainda assim vai estar bem distante do que é sentir após despertar.
É um simples questão de lógica e fatos, quanto menos concentrados estamos em algo, menos o sentimos, menos consciência temos dele.
Comer algo assistindo TV é diferente de comer algo, olhando atentamente para esse algo, cheirando esse algo e saboreando esse algo. Ao despertar, o nível de concentração da pessoa aumenta imensamente e com essa super atenção, todos os sentidos se amplificam com a mesma intensidade.
O fato é, ninguém pode atingir tal concentração enquanto estiver dormindo, o próprio pensamento já toma parte dessa atenção. É por isso que ninguém pode sentir as coisas em tal intensidade sem antes despertar.

Se você não entende isso, ótimo... mas a única maluquice aqui é falar contra e afirmar coisas, sobre algo que desconhece e não compreende, pois só vai poder se basear em crenças pessoais que não correspondem com a realidade dos fatos e vai ficar "crente" de que está certa.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

Despertar:

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Lógica Coerente:

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Deus:

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

Sim eu posso saber o que as pessoas sentem e posso saber que não sentem as coisas na mesma intensidade de alguém que despertou.
Posso saber pelo fato das pessoas serem semelhantes. Mesmo que diferentes, todos tem dois olhos um nariz e uma boca, assim como todos tem os mesmos sentimentos, todos pensam, todos desejam e todos sentem.



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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Belos argumentos apo... Como sempre sua lógica é impecável e sua refutação devastadora. :emoticon34: :emoticon38:
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Judas »

Fica difícil refutar com lógica o que você escreve Nadasei, fala de deus como se existisse, mas só quem pratica religião pode entende-lo, isso não serve de argumento pra mim. É como refutar uma experiência pessoal, não tem jeito. E frases como "deus é tudo o que transcenda a nós..." Não têm nada de "palpável" é crença pura.
Me dou por satisfeito com suas respostas. Mas, por hora , fico com o que a Apo disse, você criou algo que achou melhor chamar de religião, se está certo ou não, por enquanto saberemos, pois você falha (não por ignorância) em nos explicar/apresentar evidências de que deus existe, e religião sem deus, em minha opinião, não existe.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Judas »

"Despertar"! Nossa! Você usa muitos termos que não consigo entender da forma com que vocÊ coloca, não consigo mesmo.
Nadasei, por enquanto a religião pra mim continua não servindo pra nada. Vivo sem ela não acho que distorço a realidade, a maioria das pessoas com quem convivo concorda comigo em relação a realidade em que vivemos, mesmo os crentes. Ninguém me diz que enxerga mais, ou percebe mais, o máximo que me dizem é que sentem a presença de deus em suas vidas, com algumas variações, mas sempre nesta linha.
E deus não precisa ficar se escondendo atrás de meditação, jejum... se ele quiser que de as caras logo.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

Crentes e religiosos falam de modo a tentar se fazer entender através de um discurso vago - e estranhamente interpretável segundo seus dogmas ou necessidades subjacentes - lacunas, medos, carências humanas ( mas que eles não conseguem lidar de forma clara ).

Para tal, usam termos como : "liberto", "libertação", "iluminação", "arrebatamento", "estudo, pesquisa, prática e aprofundamento", " despertar "...

Tem a turma do "renascimento", " reafirmação ", " re..." que traz em seu discurso uma fórmula que permita fugir de determinada natureza ou realidade pela revista completa do que imaginam estar errado ( neles, mas ele postulam que são os outros e que eles acharam a saída do labirinto que é a vida ).

Há os que apostam despojar-se de si mesmos, de sua identidade e passam a "viver EM Cristo", "viver NO Senhor",

Em algum momento de ignorância, conflito, desespero ou equívoco em suas vidas veio a calhar um papo furado - proveniente de alguma das milhares de fontes emissoras - que parece anestesiar, amenizar, mascarar, acalmar, confortar.

Até aí, quem quiser lidar com suas difculdades e dúvidas desta forma, que o faça.

No entanto, algo acontece que os faz mergulhar na "fórmula mágica" de forma compulsiva. E passam a querer mais e mais da poção. Afundam-se em um mundo em que outros já estão e que oferece as condições ideais para uma viagem ( na maioria das vezes sem volta ).

O problema toma a forma mais doente quando eles passam a ver a realidade deles projetada nos demais seres. E passam a querer que o mundo todo funcione como eles funcionam. E começam um processo de convencimento de que o mundo deve se adaptar a eles. Isto é plenamente explicável porque compulsões que se vêem frente e frente com alguma dissonância são perturbadoras.

Daí para que queiram oprimir os que estão pela frente e acreditar que todo mundo é doido e que haverá um castigo ou uma lacuna em quem não pesna como eles, é um passo.

Vão adoecendo cada vez mais. Por isto, gritam para serem ouvidos, repetem insanamente orações e mandamentos, adquirem uma rotina de "práticas" que os guiam para o que buscam como forma de "viajar". A promessa de salvação de algo que eles nem sabem bem o que é , mas que trata-se de um alívio que nunca é alcançado ( apenas momentaneamente ) por motivos óbvios!

Em nome desta busca, destas "práticas", deste "pagamento" ( pois eles se se sentes em dívida eterna com algo que "trancende"), vale tudo: matar, castigar, privar-se, morrer.

E chamam a isto de sabedoria, de aprofundamento, de êxtase, de plenitude.
Matam o próprio bebê porque ele não diz Amém em vez de chorar!
Enfiam o filho no microondas porque Deus mandou!
Cortam o braço do filho porque Deus pediu um sinal de fidelidade!
Explodem-se para ir mais rápido para um céu!


E isto tudo comprova apenas que deuses existem ( especialmente os totalitaristas todo poderosos ) e que são infinitamente justos e bons!

Não é tudo tão natural? Por que não consigo entender? Por que sou burra, imoral, fria e materialista!
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por Apo »

NadaSei escreveu:Belos argumentos apo... Como sempre sua lógica é impecável e sua refutação devastadora. :emoticon34: :emoticon38:


Não entende uma imagem quem não quer enxergar. Falam muito mais do que um milhão de palavras.
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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

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Judas escreveu:Fica difícil refutar com lógica o que você escreve Nadasei, fala de deus como se existisse, mas só quem pratica religião pode entende-lo, isso não serve de argumento pra mim. É como refutar uma experiência pessoal, não tem jeito. E frases como "deus é tudo o que transcenda a nós..." Não têm nada de "palpável" é crença pura.
Me dou por satisfeito com suas respostas. Mas, por hora , fico com o que a Apo disse, você criou algo que achou melhor chamar de religião, se está certo ou não, por enquanto saberemos, pois você falha (não por ignorância) em nos explicar/apresentar evidências de que deus existe, e religião sem deus, em minha opinião, não existe.

Vamos por parte.

Primeiramente, religião independe de Deus existir ou não, basta observar o Budismo.

Segundo, lógica é lógica, se ela corresponde aos fatos é outra coisa, e isso é só uma questão de investigação.
Então a questão de provar ou não Deus, não vem ao caso na discussão como algo relevante, pois tudo o que eu expliquei até então independe da questão de se Deus existe ou não, tudo o que eu tratei diz respeito as praticas religiosas e seus objetivos .

E por ultimo, demonstrei que falo sobre religião quando postei as praticas religiosas.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Religião é sobre o quê exatamente?

Mensagem por NadaSei »

Judas escreveu:"Despertar"! Nossa! Você usa muitos termos que não consigo entender da forma com que vocÊ coloca, não consigo mesmo.
Nadasei, por enquanto a religião pra mim continua não servindo pra nada. Vivo sem ela não acho que distorço a realidade, a maioria das pessoas com quem convivo concorda comigo em relação a realidade em que vivemos, mesmo os crentes.

Desperter tem como sentido tornar-se mais atento, mais consciente do mundo a nossa volta. De fato trata-se de um estado de atenção tão diferente que literalmente passamos para outro estado da mente.
A diferença é como entre o estado de sono rem e a vigília.

Na verdade a capacidade da mente humana em distorcer a realidade é conhecida da ciência e pode ser evidenciada de diversas formas.
Certamente que a profundidade dessa distorção não é assim tão conhecida, mas é simples perceber como cada pessoa vê a realidade de diferentes formas.
Por mais que existam certos consensos entre pessoas que estão todas dormindo, isso não é evidencia de que nada exista que vá além desse consenso, mesmo porque mesmo esses supostos consensos variam de grupo para grupo e não são de fato consenso.

A capacidade em apurar os sentidos, bem como a deles dependerem do nosso nível de ateção, também são de conhecimento cientifico.
A única discussão é o quanto essa atenção pode ser amplificada e esse é o ponto onde a religião propõe algo que não é de conhecimento cientifico, mas que também não é contrario a ciência.
Judas escreveu: Ninguém me diz que enxerga mais, ou percebe mais, o máximo que me dizem é que sentem a presença de deus em suas vidas, com algumas variações, mas sempre nesta linha.
E deus não precisa ficar se escondendo atrás de meditação, jejum... se ele quiser que de as caras logo.

Pois é, isso depende de com quem você anda conversando.
Muitas pessoas não entendem a arte como uma forma de conhecimento e comunicação, muitos apenas enxergam a parte de entretenimento.

O fato é, olhos treinados enxergam melhor, ouvidos treinados ouvem melhor, mentes treinadas entendem melhor, etc, e pessoas concentradas fazem isso tudo ainda melhor.
Ainda existe a questão da distração, concentre-se em uma coisa e vai ignorar outra. (como no caso do video dos passes).

Quanto a Deus se esconder, isso vai depender do que é Deus, do que ele quer e se ele quer algo.
É fácil imaginar Deus como uma cara morando em uma nuvem e que simplesmente deveria aparecer pra provar que existe. O problema é quando a gente se dá conta de que Deus não é um cara e que as pessoas tem sérios problemas de percepção e entendimento.
O Deus como você o imagina realmente não existe, mas isso não significa que não possa existir uma outra coisa a qual esses religiosos que falam disso se referem e a qual chamam pelo nome Deus.
Editado pela última vez por NadaSei em 01 Dez 2008, 04:49, em um total de 1 vez.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

Trancado