Anna escreveu:Darkside escreveu:Até o formato do cérebro deles era diferente, talvez tivessem capacidades que nós não temos, quem sabe.
Sim, existem hipóteses quanto a isso, tanto pela inferência em função do tamanho e formato do cérebro, compleição física, influência do clima e local onde viviam, que têm uma influência direta sob o metabolismo deles, época da puberdade, quanto pelas evidências coletadas de seus funerais. Eles muito provavelmente possuiam hábitos, cultura, sociedade diferentes. Há hipóteses que eles pudessem ter o cerebelo bem mais expandido que o de sapiens, em função da projeção occipital, e portanto talvez tivessem uma cultura "filosófico-metafísico" acentuada. Mas essa última é mais especulação que evidência, porém é obvio que configurações cerebrais distintas tinham um forte e variado impacto sobre a cognição, pensamento, e como lidavam com as pressões impostas pelo seu meio físico e social, isso acho que não é uma dúvida pra ninguém que estude bioquímica, biofísica, ecologia e evolução.
Essa é uma questão realmente instigante. Parece perfeitamente natural, lógico, e até óbvio, como disse a Anna, que as diferentes configurações cranianas, ao comportarem cérebros que lhes correspondam em forma, produzam capacidades cerebrais diversas, como fruto dos formatos diversos do cérebro. Isso tudo parece incontestável quando se está falando de neandertais e outros seres mais distantes. O problema é que o mesmíssimo raciocínio pode ser aplicado também às nossas diferentes etnias, e aí, de repente, a conclusão deixa de ser natural. (Talvez em decorrência de um reflexo condicionado adquirido chamado pensamento politicamente correto.)
Então lanço a questão, pois é uma curiosidade minha bem antiga: quais são, em nossa espécie, os reflexos dos diferentes formatos cranianos no funcionamento dos cérebros que abrigam? Pois temos humanos dolicocéfalos, mesencéfalos, braquicéfalos; com testas recuadas, testas altas, cabeças chatas, cabeças pontudas, etc. E todas essas diferenças resultam em maiores ou menores espaços para os diferentes lobos cerebrais. E se, por força das evidências, a conclusão for de que essas diferenças de formato não possuem nenhum efeito no funcionamento do cérebro humano, fica menos absurdo se pensar que o mesmo também poderia se dar com o cérebro neandertal.