Fundamentos do Comunismo I

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Darkside
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Darkside »

Apo escreveu:Eu juro que li catecismo.

HUAHUAHUAHUAHUAHU!


Nunca fui um bom católico... já fui até expulso da catequese. :emoticon12:
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Darkside »

Acauan escreveu:Pois é Dark,

A estratégia esquerdista de ocupação de espaços sempre foi praticada pelos comunistas no Brasil, mas ganhou força depois que a repressão esmagou os grupos revolucionários envolvidos com a luta armada, entre 1968 e 1972, o que levou a esquerda a se concentrar na chamada Guerra Cultural.

Os militares brasileiros se mostraram bastante frouxos no combate à infiltração esquerdista nas universidades, jornais e indústria cultural. Talvez porque acreditassem que era melhor ter comunistas nas bibliotecas e redações portando livros e máquinas de escrever, do que no interior do país, portando fuzis.

Foi exatamente o oposto da estratégia adotada por Pinochet no Chile, cuja tomada de poder se iniciou com um golpe violentíssimo na inteligência esquerdista, com a prisão e morte dos principais intelectuais de esquerda chilenos de algum modo envolvidos com pretensões revolucionárias.


E pensar que o governo militar foi instaurado justamente pra evitar a ameaça do crescimento do comunismo...
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Apo »

Darkside escreveu:
Apo escreveu:Eu juro que li catecismo.

HUAHUAHUAHUAHUAHU!


Nunca fui um bom católico... já fui até expulso da catequese. :emoticon12:

Ninguém mandou se meter onde não devia.
Eu não me atrevi... :emoticon19:
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Darkside »

Apo escreveu:Ninguém mandou se meter onde não devia.
Eu não me atrevi... :emoticon19:


Eu ia obrigado.

A freira preferiu se livrar de mim antes que eu contaminasse a mente das outras crianças com minhas dúvidas, que mais tarde se tornaram em ceticismo ateu maligno. :emoticon26:
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Apo »

Darkside escreveu:
Apo escreveu:Ninguém mandou se meter onde não devia.
Eu não me atrevi... :emoticon19:


Eu ia obrigado.

A freira preferiu se livrar de mim antes que eu contaminasse a mente das outras crianças com minhas dúvidas, que mais tarde se tornaram em ceticismo ateu maligno. :emoticon26:


Eu só consegui ser expulsa da aula de Religião na PUC. Já era grandinha. :emoticon33:
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Acauan
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Acauan »

Herf escreveu:
Acauan escreveu:uma régua para bater nos indisciplinados antes de fazê-los ajoelhar no milho,


Você acredita que isso esteja relacionado com a superior qualidade do ensino de antigamente?
Digo, não é como se as únicas opções fossem a rigidez e autoritarismo do passado e a libertinagem presente em algumas escolas hoje.


Claro que ninguém vai admitir aqueles métodos hoje.~
O sucesso não provinha do autoritarismo, mas do que sustentava o autoritarismo que era a AUTORIDADE do conhecimento.
A escola, o professor e a sala de aula eram instituições solenes que combatiam o mal da ignorância.
Naqueles tempos o professor era respeitado pelo que sabia. Hoje se julga o professor pelo seu salário.

O problema é que o pragmatismo educacional preferiu pedagogias técnicas e profissionalizantes, enquanto a pedagogia esquerdista substituiu o pensamento crítico filosófico pelo pensamento crítico ideológico.
Resultado, o pensamento abstrato foi expulso das escolas brasileiras, nas quais dificilmente você encontrará um aluno que saiba conceituar geometricamente o que é um ponto.
Nós, Índios.

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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Acauan »

Darkside escreveu:E pensar que o governo militar foi instaurado justamente pra evitar a ameaça do crescimento do comunismo...


No tópico Escola Pública (na minha opinião, um dos melhores da história do RéV) fiz uma retrospectiva histórica de como generais de direita e pedagogos de esquerda fizeram um pacto para destruir o sistema educacional público brasileiro.


Acauan, em 07/12/2005 às 17:42, escreveu:O atual sistema de educação no Brasil é produto de um pacto absurdo entre militares de direita e pedagogos de esquerda. Uma daquelas maluquices típicas destes trópicos, na qual os inimigos esqueceram suas diferenças ideológicas e se uniram visando o nobre objetivo de fazer merda.

Nos anos sessenta e setenta os militares no poder entenderam que a educação brasileira era elitista e cheia de conteúdos inúteis para o que interessava a eles – formar mão de obra suficientemente qualificada para sustentar a demanda da indústria em franco crescimento.
Os pedagogos de esquerda também entendiam que a educação brasileira era elitista e cheia de conteúdos inúteis para o que interessava a eles – conscientizar as massas sobre seu papel no processo histórico (ou qualquer outra coisa igualmente estúpida).

O julgamento das grades curriculares foi sumário:

Latim? Para que estudar algo que responde pelo nome de língua morta?
Filosofia? Coisa de quem não tem o que fazer.
Demonstração de teoremas? Se alguém já demonstrou, para que perder tempo com isto?

O resultado foi o despejo porta da escola afora direto para a rua da amargura de todas as disciplinas que formatavam o pensamento abstrato e crítico.
Para os militares, que queriam operários espertos, tava ótimo e também para os pedagogos esquerdistas, para quem o marxismo fornecia todo o pensamento que queriam.

Só que os militares deixaram o poder há vinte anos – uma geração, tempo mais que suficiente para seus sucessores democraticamente eleitos consertarem esta bagunça.
Para variar, preservaram e ampliaram o que o sistema herdado dos militares tinha de ruim e destruíram o que tinha de bom.
As escolas da rede pública adotaram de vez o pragmatismo tecnicista, enquanto o último reduto do pensamento abstrato no ensino de nível médio – ironicamente as escolas técnicas estaduais e federais – foram sucateadas, desmanteladas e reduzidas à indigência de suas irmãs convencionais, tudo isto sobre o veredicto de, oh céus, serem as escolas técnicas elitistas.

Educação é um assunto no qual ninguém precisa inventar a roda, muito menos os pedagogos brasileiros que produziram duas gerações de analfabetos funcionais, mas aparecem falando na TV com a arrogância de quem tem todas as soluções e nada a ver com o problema.
Estão aí para ser copiados os modelos orientais (coreano e japonês), europeu (alemão, francês e britânico) e americano (que todos por aqui dizem ser uma porcaria, mas produz os universitários mais competentes do mundo).
E não venham com aquele papo furado de barreira cultural, isto é desculpa de preguiçoso. Com algumas adaptações dá para construir um sistema educacional mil vezes melhor que o presente apenas requentando estas fórmulas já experimentadas.

No fim, o problema da educação no Brasil é típico. Todo mundo culpa os outros e no fim ninguém assume a responsabilidade, que passa por políticos fisiológicos (alguém ainda usa este adjetivo neste contexto?), pedagogos estúpidos, administradores escolares incompetentes e corruptos, professores ignorantes e preguiçosos, pais omissos e alunos vagabundos.

Pois é, todos nós temos culpa.
Quanto antes assumirmos isto, mais chance de que a próxima geração de brasileiros não seja produto de um sistema asinino de educação.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Herf escreveu:
Acauan escreveu:uma régua para bater nos indisciplinados antes de fazê-los ajoelhar no milho,

Você acredita que isso esteja relacionado com a superior qualidade do ensino de antigamente?

Digo, não é como se as únicas opções fossem a rigidez e autoritarismo do passado e a libertinagem presente em algumas escolas hoje.



Dois fatos merecem ser melhor apreciados antes de chegar a uma conclusao.

O primeiro e o de que castigos fisicos leves a criancas insolentes/indolentes sao praticamente um caractere universal das mais diversas culturas.

O segundo e o de que a nocao de que nao se deve educar com "autoritarismo" nao emergiu da percepcao de que metodos absolutamente "nao-autoritarios" eram superiores, mas devido a uma pressao ideologica cultural no sentido de recriminar familias e escolas tradicionais que ainda conservavam os antigos valores.

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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Herf escreveu:
Acauan escreveu:uma régua para bater nos indisciplinados antes de fazê-los ajoelhar no milho,

Você acredita que isso esteja relacionado com a superior qualidade do ensino de antigamente?

Digo, não é como se as únicas opções fossem a rigidez e autoritarismo do passado e a libertinagem presente em algumas escolas hoje.



Dois fatos merecem ser melhor apreciados antes de chegar a uma conclusao.

O primeiro e o de que castigos fisicos leves a criancas insolentes/indolentes sao praticamente um caractere universal das mais diversas culturas.

O segundo e o de que a nocao de que nao se deve educar com "autoritarismo" nao emergiu da percepcao de que metodos absolutamente "nao-autoritarios" eram superiores, mas devido a uma pressao ideologica cultural no sentido de recriminar familias e escolas tradicionais que ainda conservavam os antigos valores.



- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.

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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu:- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.


E parte da culpa é dos professores e pedagogos MUDERNUS.

Antigamente a regra era professor é professor, aluno é aluno e acabou.
O professor dava aulas sobre um tablado que simbolizava sua posição superior em relação ao aluno.

Hoje vemos professores e pedagogos falando com horror daqueles tempos, igualando-o aos piores momentos medievais, por conta da nova e muderninha crença ideológica de que professor e aluno tem que manter uma relação de igual para igual.

Igual para igual o cacete.
Conhecimento não pode se igualar ou nivelar com ignorância.

O resultado destas mudernices é resumida na repetidíssima afirmação "quem faz a escola é o aluno".
Ora, o aluno faz a escola nas escolas em que os professores são bundões.
Onde tem professor que presta, quem faz a escola é o professor.
Por isto que estudar na YALE é diferente de estudar na UNIBAN, mesmo que os alunos fossem os mesmos.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Aranha escreveu:- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.


E parte da culpa é dos professores e pedagogos MUDERNUS.

Antigamente a regra era professor é professor, aluno é aluno e acabou.
O professor dava aulas sobre um tablado que simbolizava sua posição superior em relação ao aluno.

Hoje vemos professores e pedagogos falando com horror daqueles tempos, igualando-o aos piores momentos medievais, por conta da nova e muderninha crença ideológica de que professor e aluno tem que manter uma relação de igual para igual.

Igual para igual o cacete.
Conhecimento não pode se igualar ou nivelar com ignorância.

O resultado destas mudernices é resumida na repetidíssima afirmação "quem faz a escola é o aluno".
Ora, o aluno faz a escola nas escolas em que os professores são bundões.
Onde tem professor que presta, quem faz a escola é o professor.
Por isto que estudar na YALE é diferente de estudar na UNIBAN, mesmo que os alunos fossem os mesmos.


- Isto me lembrou que na época que estudei na Unb instituiram a eleição para reitor (que acho um descalabro, reitor devia ser apontado por notáveis com base em prova de títulos), só que o modelo era tripartite e o voto dos professores tinha mais peso que o voto dos alunos e funcionários (isto, os faxineiros e datilógrafos votavam também).

- Acreditam que tinham barbudinhos de boina malucos que espumavam e rosnavam contra isso exigindo mesmo peso para os alunos e empregados ?!?!?! - Ou seja, como o número de professores era infinitamente menor, o voto deles seria tão representativo quanto pinguim de geladeira no polo norte.

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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu: - Isto me lembrou que na época que estudei na Unb instituiram a eleição para reitor (que acho um descalabro, reitor devia ser apontado por notáveis com base em prova de títulos), só que o modelo era tripartite e o voto dos professores tinha mais peso que o voto dos alunos e funcionários (isto, os faxineiros e datilógrafos votavam também).


Esta eleição faz tanto sentido quanto promover um pleito entre os loucos para definir quem será o diretor do hospício.
Embora pareça forçado, a lógica é exatamente a mesma, achar que as partes interessadas (stockholders, como preferem alguns) de uma organização tem o direito de comandá-la, apenas por serem partes interessadas.


Aranha escreveu: - Acreditam que tinham barbudinhos de boina malucos que espumavam e rosnavam contra isso exigindo mesmo peso para os alunos e empregados ?!?!?! - Ou seja, como o número de professores era infinitamente menor, o voto deles seria tão representativo quanto pinguim de geladeira no polo norte.


O que esta corja quer, sempre, é botar fogo no circo para poder tomar conta das cinzas.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Aranha escreveu:- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.

Abraços,



Na verdade, esse nao e o fato relevante em si.

Alunos (ou pais de alunos) sempre foram de certa forma clientes ou eleitores daqueles que forneciam os servicos de educacao, e nem por isso a autoridade da instituicao do professor era questionada.


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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Herf escreveu:
Acauan escreveu:uma régua para bater nos indisciplinados antes de fazê-los ajoelhar no milho,


Você acredita que isso esteja relacionado com a superior qualidade do ensino de antigamente?
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É, não vai.
O sucesso não provinha do autoritarismo, mas do que sustentava o autoritarismo que era a AUTORIDADE do conhecimento.

Discordo veementemente. O autoritarismo jamais pode ser considerado ou justificado pela autoridade do conhecimento ou qualquer outro objeto de troca ( visto que transmitir conhecimento deve ser troca e não favor).
Há muitas formas de trocar ou transferir conhecimento que não o autoritarismo. Não se pode ver sucesso num processo autoritário apenas porque ele cede parte do que nos interessa e à sociedade.
O sucesso vinha do respeito adquirido e o medo vinha do autoritarismo. Autoridade é atributo imposto ou conquistado. Não se pode misturar os finais esquecendo da forma como se chega a eles.
A escola, o professor e a sala de aula eram instituições solenes que combatiam o mal da ignorância.


Nem sempre. A sociedade era permissiva com o poder que o conhecimento centrado da mão de poucos concedia. Alguns abusavam, como é natural no ser humano. Não que haja mérito algum ou necessidade de tal abuso.
O ar "solene" era cultura da época, fosse nas salas de aula, nas salas de jantar familiares e nas relações interpessoais. Principalmente por conter resquícios provenientes de valores religiosos.
O que imperava não era respeito e admiração pelo conhecimento, mas conhecimento travestido de autoritarismo. Autoridades mesmo, respeitadas por sua capacidade intelectual, não carecem sequer de contato pessoal. Basta que se pegue um bom livro.
Naqueles tempos o professor era respeitado pelo que sabia. Hoje se julga o professor pelo seu salário.


Naqueles tempos, como hoje em dia, os bons professores eram e são respeitados pelo que sabem e têm disponibilidade pra transmitir e trocar. Salário é questão de mercado...ou de Estado.

O problema é que o pragmatismo educacional preferiu pedagogias técnicas e profissionalizantes, enquanto a pedagogia esquerdista substituiu o pensamento crítico filosófico pelo pensamento crítico ideológico.


Verdade. O que é lamentável. Mas restam ainda fontes em que se buscar conhecimento , caso mestres se tornem dispensáveis. E ainda há mestres e autoridades que são vistos com respeito.
Resultado, o pensamento abstrato foi expulso das escolas brasileiras, nas quais dificilmente você encontrará um aluno que saiba conceituar geometricamente o que é um ponto.


Escolas públicas e muitas particulares. Mas ainda há, ainda há.

O problema é mais profundo. Há pais mais ou menos conscientes ou interessados ( ou ainda informados) sobre a qualidade do conhecimento. Mandavam e ainda mandam os filhos para a escola apenas para cumprir uma obrigação e pouco sabem do que se passa no ambiente escolar, muito menos do potencial ou necessidades intelectuais e cognitivas dos filhos.
E há os que mandam para a escola mais cara, ou mais famosa, ou mais popular, sem se interessar ou pensar nas consequências daquela escolha para a vida e futuro de seus filhos, da Nação ou do mundo.

Ps: algumas considerações aqui retratam realidades como a brasileira, outras são de natureza geral.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Apo »

A propósito.
Quando minha filha era pequena, ainda no Jardim de Infância, estava comum grupo de pais discutindo a melhor escolha para que ela ingressasse numa boa escola a partir da primeira série.

Discordâncias e concordâncias pessoais à parte, uma das mães ( que já tinha outros 4 filhos mais velhos passados por aquela escola em questão) resumiu o que ela pensava a respeito:

- Não se preocupe tanto! Estou no quinto ( filho ) já! No final, dá tudo certo!
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por O ENCOSTO »

Acauan escreveu:
Aranha escreveu:- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.


E parte da culpa é dos professores e pedagogos MUDERNUS.

Antigamente a regra era professor é professor, aluno é aluno e acabou.
O professor dava aulas sobre um tablado que simbolizava sua posição superior em relação ao aluno.

Hoje vemos professores e pedagogos falando com horror daqueles tempos, igualando-o aos piores momentos medievais, por conta da nova e muderninha crença ideológica de que professor e aluno tem que manter uma relação de igual para igual.


Não existem mais professores ou professoras. Hoje são tios e tias.

Não sei como isso começou mas aposto que algum pedagogo moderninho recomendou a abolição do termo "professor" na decada de 80.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Pois e, Karls.

Isso e ainda mais patologico no Brasil do que no resto do mundo.

No Brasil, do primario ate a faculdade, os alunos chamam o professor pelo primeiro nome e de "voce", enquanto praticamente em todo o resto do mundo o tratamento e bem mais formal. Isso pode parecer irrelevante, mas o fato e que a cerimonia e o formalismo sao na verdade a manifestacao mais evidente de um apego tradicional ao respeito hierarquico que deve existir nessa relacao, servindo como lembretes semioticos tao efetivos quanto uma continencia bem prestada.

Essa disciplina basica e o mais fundamental de todos os ensinamentos.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

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O ENCOSTO escreveu:
Acauan escreveu:
Aranha escreveu:- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.


E parte da culpa é dos professores e pedagogos MUDERNUS.

Antigamente a regra era professor é professor, aluno é aluno e acabou.
O professor dava aulas sobre um tablado que simbolizava sua posição superior em relação ao aluno.

Hoje vemos professores e pedagogos falando com horror daqueles tempos, igualando-o aos piores momentos medievais, por conta da nova e muderninha crença ideológica de que professor e aluno tem que manter uma relação de igual para igual.


Não existem mais professores ou professoras. Hoje são tios e tias.

Não sei como isso começou mas aposto que algum pedagogo moderninho recomendou a abolição do termo "professor" na decada de 80.


Isto nas séries iniciais. Mais tarde vira Profi ou Sôra. Mas a maioria chama pelo primeiro nome ou codinome.

Esta história de tio e tia surgiu de algum pedagogismo mesmo, provavelmente ligado aos construtivismos de Montessori ou Piaget, que viraram moda e transformaram algumas salas de aula num caos absoluto, onde o professor era mero coadjuvante e não podia aplicar disciplina alguma, apontar erro algum ou nivelar a turma. Cada um fazia o que bem queria e aprendia " de acordo com seu próprio ritmo". E foi assim pela década de 90 toda.

Uma coisa é certa, ninguém mais chama de "senhor" ou "senhora". Aqui no sul, por exemplo é "tu".


O mais perturbador é que viramos todos ( não professores também ) tios e tias, inclusive de mendigos e pedintes de rua.

- TIAAAAAAAAAAAAAAAAA...tem uma moedinha?
- Desculpa, mas não sou sua tia.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Apo »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Pois e, Karls.

Isso e ainda mais patologico no Brasil do que no resto do mundo.

No Brasil, do primario ate a faculdade, os alunos chamam o professor pelo primeiro nome e de "voce", enquanto praticamente em todo o resto do mundo o tratamento e bem mais formal. Isso pode parecer irrelevante, mas o fato e que a cerimonia e o formalismo sao na verdade a manifestacao mais evidente de um apego tradicional ao respeito hierarquico que deve existir nessa relacao, servindo como lembretes semioticos tao efetivos quanto uma continencia bem prestada.


Não acho que deva haver a necessidade de apego hierárquico através de autoritarismo ou da exigência de utilização de nomenclaturas como "professor", "doutor", "mestre". Intimidade demais às vezes é desaconselhável, mas alguns profissionais acham que todos devem fazer reverências especiais simplesmente pelo fato de que obtiveram algum título.

Advogados metidos a besta ( e a classe política também ) costumam se ofender quando não os chamam de "doutor". Assim como médicos, dentistas e outros.
Prá mim, doutor é quem faz doutorado e isto só interessa dentro de seu círculo acadêmico. O resto é prepotência e babação de ovo, coisa que eu declino.
Não chamo ninguém de doutor. E chamo de senhor a quem eu chamaria fora de seus assentos profissionais. Senão, chamo pelo nome e pelo pronome pessoal adequado: 2ª pessoa.
"Você" é pronome de tratamento e aqui é considerado apenas em caso de se querer manter distanciamento do interlocutor.

Ex: - Você não se atreva a falar assim comigo.
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Pois e, mas voce esta confundindo duas coisas.

Um professor que exige uma certa cerimonia no tratamento que seus alunos dirigem a ele o faz porque sua posicao exige autoridade. Ele esta a frente de um grupo de individuos dentro do qual ele primeiro precisa estabelecer uma ordem, atraves da hierarquia, para depois perseguir seus objetivos profissionais ultimos, que e a transmissao dos conhecimentos.

Esta e exatamente analoga a situacao de um pelotao de soldados e seu sargento.

Ja os pleitos de formulas de tratamento feitos por certos advogados (e em alguns casos ate medicos) sao uma ocorrencia patologica da nossa sociedade que infelizmente cria uma falsa assimetria de poderes, seja ela implicita ou explicita, entre esses profissionais e o resto da populacao, a quem em principio eles deveriam prestar servicos.



Apo escreveu:"Você" é pronome de tratamento e aqui é considerado apenas em caso de se querer manter distanciamento do interlocutor.



Mas em varias regioes do pais esse uso ja caducou ha muito tempo, e "voce" nao tem mais nenhum carater formal, tendo substituido a segunda pessoa do caso reto (tanto no singular quanto no plural) em praticamente todos os casos.

As formas de tratamento variam, e a mais simples e "o(a) sr(a).", que a utilizada nos meios militares e nas escolas e familias tradicionais.

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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Apo »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Pois e, mas voce esta confundindo duas coisas.

Um professor que exige uma certa cerimonia no tratamento que seus alunos dirigem a ele o faz porque sua posicao exige autoridade. Ele esta a frente de um grupo de individuos dentro do qual ele primeiro precisa estabelecer uma ordem, atraves da hierarquia, para depois perseguir seus objetivos profissionais ultimos, que e a transmissao dos conhecimentos.


Isto acontece ao natural. Nunca vi adultos na faculdade chamando professores de "senhor" ou "professor" ( até porque alguns eram mais jovens do que os alunos ou seus colegas de trabalho).
Esta relação se constrói baseada noutras posturas. Um professor pode exigir tratamento especial e fazer o que quiser hierarquicamente. E ser profundamente ignorado pelos alunos, já que sua capacidade de troca e trasmissão de conheciento beiram a mediocridade.
É um tanto patético que nos dias de hoje um professor entre no primeiro dia de aula em sala e diga:

- Quando se dirigirem a mim, tratem-se de professor, senhor ou doutor.

Isto é inconcebível...

Esta e exatamente analoga a situacao de um pelotao de soldados e seu sargento.

Só o que me faltava fazer analogia entre um ambiente pedagógico amistoso e alguma relação militar.
Nem pensar, cabeça..

Ja os pleitos de formulas de tratamento feitos por certos advogados (e em alguns casos ate medicos) sao uma ocorrencia patologica da nossa sociedade que infelizmente cria uma falsa assimetria de poderes, seja ela implicita ou explicita, entre esses profissionais e o resto da populacao, a quem em principio eles deveriam prestar servicos.



Pois é. Eu vejo tudo exatamente do mesmo modo.
Acho o fim da picada gente que encontra um professor num barzinho e o chama de professor. Alguém está querendo aparecer neste contexto. Talvez seja um jogo tácito. Dispenso.

Apo escreveu:"Você" é pronome de tratamento e aqui é considerado apenas em caso de se querer manter distanciamento do interlocutor.


Mas em varias regioes do pais esse uso ja caducou ha muito tempo, e "voce" nao tem mais nenhum carater formal, tendo substituido a segunda pessoa do caso reto (tanto no singular quanto no plural) em praticamente todos os casos.

As formas de tratamento variam, e a mais simples e "o(a) sr(a).", que a utilizada nos meios militares e nas escolas e familias tradicionais.


Eu disse como funciona aqui no sul. Só isto.
Editado pela última vez por Apo em 13 Mar 2009, 20:14, em um total de 1 vez.
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Aranha
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Aranha escreveu:- Um outro fato que vale menção é que o aluno passou de discípulo/pupilo a cliente (escola privada) ou contribuinte/voto (escola pública) e passaram a ter autoridade sobre o professor, essa inaceitável inversão de valores destruiu uma hierarquia de relacionamentos e valores que era a base da educação tradicional sem colocar nada no lugar a não ser a anarquia.

Abraços,



Na verdade, esse nao e o fato relevante em si.

Alunos (ou pais de alunos) sempre foram de certa forma clientes ou eleitores daqueles que forneciam os servicos de educacao, e nem por isso a autoridade da instituicao do professor era questionada.





- Pais de alunos podem ser clientes, concordo, ALUNOS NUNCA !!!

- A menos que você desconheça o conceito de cliente dentro do coorporativismo moderno.

- Quanto a serem eleitores, todo mundo é, inclusive clientes dos profissionais formados no futuro, quando não se tem isto em perspectiva a coisa tá esmerdalhada.

Abraços,
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Apo,

voce pode ate achar ridiculo, mas o distanciamento formal entre alunos e professores, marcado por formas de tratamento, so nao e comum no Brasil.

Se voce chamar tratar um professor frances, espanhol ou alemao (e imagino que italiano ou portugues tambem) por "tu" (ou "du") em sala de aula, estara bem claro que ou voce fala uma lingua estrangeira ou voce foi muito mal educado por seus pais e professores precedentes.

Em ingles nao ha essa distincao de pronomes, mas ainda assim e praticamente unanime o uso de formas de tratamento como "mr(s)." para professores primarios e colegiais e "professor" para os universitarios.

Eu nao sei como funciona num encontro informal fora de sala de aula. Eu sei que em frances, espanhol e alemao voce deve tratar por "vous", "usted" e "Sie" qualquer um que seja ou significativamente mais velho ou com quem voce nao tenha nenhuma intimidade, e no ingles convem tratar por "sir" ou "madam" nesses casos.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Aranha escreveu:- Pais de alunos podem ser clientes, concordo, ALUNOS NUNCA !!!



Nao? E alunos de universidades, que pagam suas proprias mensalidades, sao o que?

O fato dele pagar por um servico nao o impede de reconhecer a autoridade daquele prestador de servico dentro da sua jurisdicao.

Um dono de boate pode em principio estabelecer regras de comportamento e colocar pessoas indesejaveis para fora, mesmo estas sendo clientes pagantes. Um professor deveria ter o mesmo direito.

Os clientes insatisfeitos que procurem outros estabelecimentos.


Aranha escreveu:
- A menos que você desconheça o conceito de cliente dentro do coorporativismo moderno.


Nao importa o que voce chama de "corporativismo moderno", e esses termos podem ser uteis para se alterar convenientemente o significado das palavras.

Cliente e qualquer um que paga para ter um determinado servico prestado. Nao consigo ver definicao mais simples, honesta e completa que esta.

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Herf
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Re: Fundamentos do Comunismo I

Mensagem por Herf »

user f.k.a. Cabeção escreveu:voce pode ate achar ridiculo, mas o distanciamento formal entre alunos e professores, marcado por formas de tratamento, so nao e comum no Brasil.

Isso não é comum aqui e nem parece fazer falta. Digo, ao menos nos lugares onde estudei, dificilmente se tratava um professor por "senhor", e nem por isso existia qualquer desrespeito por parte dos alunos. Curiosamente, ocorria o contrário frequentemente: os mais respeitados pelos alunos - respeitar aqui no sentido de admirar - não faziam qualquer exigência desse tipo e usava-se com eles tratamento mais informal possível. Também não acho que aqueles que desrespeitam professores deixariam de fazê-lo se fosem obrigados a tratá-los especialmente. Essa prática de usar de pronomes especiais e outras cerimônias ao tratar com professores e outras categorias profissionais está mais para um resquício de uma mentalidade antiquada do que para a própria manifestação do respeito, da admiração sincera.

Perceba que não estou negando que haja uma hierarqua, ou sugerindo que professor e aluno estão lado a lado ou demais besteiras. Só acho que estão a superestimar a importância de formalidades.
Editado pela última vez por Herf em 14 Mar 2009, 15:15, em um total de 4 vezes.

Trancado