Benetton escreveu:Apo escreveu:
Jamais enfrentam um debate, dando a cara a tapa e sendo humildes a ponto de assumir que talvez eles estejam enganados a respeito do interlocutor, que sua crença numa teoria ou doutrina é apenas um escolha proveniente do - por eles apregoado - livre arbítrio, que o autor da obra da qual são discípulos pode estar redondamente enganado, que as demais crenças e princípios é podem estar mais próximas de uma tentativa de dar uma certa lógica para o mistério da vida.
Olha, Apo, Eu sinceramente acho que a DE tem seus problemas e algumas coisas são mesmo contraditórias. Admito que há alguns pontos sobre os quais eu não concordo ou mesmo não compreendo, mas não é o caso de expô-los aqui.
Não? Pois eu acho que é o caso, sim. Aprendizado é via de mão dupla...ou múltipla.
Apo escreveu:
Ora vejamos. Diz um forista aqui noutro tópico, quando questionado sobre o caráter de codificação:A DE NÃO CODIFICOU e sim foi codificada.
Confesso que me sinto um jumento ao ler esta declaração.
Como assim...a DE FOI codificada? Sempre imaginei que a DE era um doutrina que tinha colocado sob a forma de um código tudo o que diz respeito à existência terrena e à uma pretensa vida extra-terrena paralela, por ela chamada de espiritual.
Mas não! A Doutrina se diz CODIFICADA. Como é que se codifica uma doutrina? A doutrina pré existia de forma caótica e desorganizada, anteriormente pregada e doutrinadora? Daí veio Kardec, olhou a doutrina e resolveu descrevê-la como um código? Para que e sob que critérios?
Quem sabe se , com algum esclarecimento racional para isto aqui, eu pelo menos, bote as minhas idéias sobre o que nasceu primeiro em ordem. Porque realmente, agora fiquei confusa.
Os foristas não espíritas entendem o que isto significa ou tem mais gente aqui que não vê sentido nesta afirmação sobre a CODIFICAÇÃO DA DE?
Agradeço a boa vontade dos colegas para com minhas limitações intelectuais, que sei bem que as tenho.
Apo, vou tentar explicar, sob a minha ótica. Se não for aquilo que Você espera, queira desculpar e desconsidere-a.
Em Paris, Kardec fez os seus primeiros estudos do Espiritismo. Aplicou o método da experimentação : Nunca formulou teorias pré-concebidas. Observava atentamente, comparava, deduzia as consequências, procurava sempre os motivos e a lógica dos fatos, sob a sua ótica e dentro dos limitados recursos da época. Interrogou os Espíritos, através das médiuns Caroline Baudin e Julie Baudin, anotou e ordenou os dados que obteve.
Experimentação acreditando em duas pessoas que se diziam receber espíritos? Ele nunca desconfiou ou aquilo veio a calhar com o que ele estava tentando comprovar, já de posse de alguma espécie de crença?
Reuniu, coligiu, compilou tudo e transformou o que obteve em códice. Por isso é chamado Codificador do Espiritismo. No início, Rivail objetivava apenas sua própria instrução. Mais tarde, quando viu que tudo aquilo formava um conjunto e tomava as proporções de uma doutrina, [/quote]
O que são as "proporções de uma doutrina"? Por que se deve criar uma doutrina que pode estar apenas pinçando alguns elementos de algo que não se sabe bem o que é, que pode estar apenas em nossa imaginação humana ( mesmo que em alguma espécie de intuição coletiva), mas pode ser outra coisa, muito maior, muito diversa, talvez caótica e de impossível codificação? Por que esta necessidade ( ou prepotência ) de querer reunir "fatos" em códice? Para quê, afinal?
Eu não posso aceitar esta inocência ( ou arrogância de alguém com poquíssimos recursos científicos) que se dá ao papel de querer criar uma caixa fechada onde tudo que existe e não existe ( visto que apenas alguns vêem daquela forma ) num código.
decidiu publicar um livro, para instrução dos interessados. Dessa forma, lançou em Paris, o Livro dos Espíritos em 18 de abril de 1857.
Bueno, esta parte todo mundo sabe. O que há são controvérsias sobre a utilidade daquilo e uma desconfiança acerca de como funciona a mente de quem vê a realidade daquela forma. Eu, pessoalmente,
prefiro acreditar em Inferno, Céu e passagens intermediárias ( já que detonaram o Limbo, que era o meu pavor maior

E se aquilo é algum tipo de consolo...pelo amor de deus...onde fica o fogo do quinto dos infernos com o capeta de tridente em punho! PQP! Que coisa mais deprimente!
Acho que é por isso que Kardec é chamado de Codificador do Espiritismo.
E usurpou-se o que constava na Bíblia acerca da vinda de um Consolador. Muito interessante.
Ben, a vida dói. Ainda espero algum consolador. Não é a DE, certamente...
Obrigada pelas explicações, querido. Ficou mais claro.